quinta-feira, 5 de abril de 2012

UM ILUSTRE CAMPANHENSE DESCONHECIDO

O jornal Folha Campanhense que esta circulando este mês, nos traz a grata surpresa de conhecermos mais um ilustre campanhense. Só que este é um desconhecido de todos nós. Não tenho maiores informações a seu respeito, talvez tenha nascido aqui até por acaso, mas foi aqui. Infelizmente Campanha não o conheceu em vida, para que pudessemos prsestarlhe as devidas honras a que se fez merecedor por toda sua obra. Mas, fica aqui registrado mais um nome, que nos enche de orgulho e é sem dúvida um exemplo a ser seguido.
JARBAS BELA KARMAN
Jarbas Bela Karman nasceu em 13 de abril de 1917, na cidade de Campanha, Minas Gerais. Foi engenheiro civil (Poli-USP, 1941), arquiteto (Poli-USP, 1947) e administrador hospitalar. Titulou-se mestre em arquitetura hospitalar pela Universidade de Yale (EUA, 1952) e fez curso sobre infecção hospitalar no Canadá em 1952.
Foi titular da cadeira de Arquitetura Hospitalar da Faculdade de Administração Hospitalar do IPH e fundou o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e de Pesquisas Hospitalares em 1954. Editou a revista Hospital de Hoje e assinou as obras Planejamento de hospitais (1954), Iniciação à arquitetura hospitalar (1973) e Manutenção hospitalar preditiva (1994), bem como numerosos artigos sobre instituições de saúde. Suas pesquisas no campo hospitalar são referidas em publicações nacionais e internacionais, tendo ministrado cursos e proferido palestras dentro e fora do Brasil.
Projetou e reformulou centenas de instituições de saúde, como o Hospital Albert Einstein (São Paulo, 1958), o Hospital São Domingos (Uberaba, MG, 1960), o Hospital de Aeronáutica do Galeão (Rio de Janeiro, 1967), o Hospital Atibaia (Atibaia, SP, 1968), o Instituto Nacional del Cancer y Quemados (Capiata, Paraguai, 1982), o Hospital El Teniente (Rancagua, Chile, 1982), o Hospital Central – Fuerzas Armadas (Assunção, Paraguai, 1984), o Hospital Geral de Canelones (Canelones, Uruguai, 1986), o Hospital Cardiominas (Belo Horizonte, 1988), o Hospital Santa Cruz (Lisboa, Portugal, 1991), o Hospital São Judas Tadeu da Fundação Pio XII (Barretos, SP, 1993), o Hospital das Clínicas de Luanda (Angola, 2003), o Hospital Mãe Feliz (Luanda, 2005) e o Hospital Geral de Palmas (Palmas, TO, 2006), entre muitos outros (a relação completa poderá ser consultada em
www.iph.org.br). Faleceu em 2 de junho de 2008 na cidade de São Paulo.
A obra
O visionário Karman imputou à arquitetura hospitalar novas considerações, principalmente quando os assuntos são manutenção e segurança.
Suas contribuições na área são capazes de minimizar riscos a todos os que se utilizam e transitam em instituições de saúde e, ainda, adiar a obsolescência. Karman acreditava na importância de projetar preditivamente, pensar o futuro para manter o hospital vivo e produtivo por mais tempo.
Aos olhos de Karman, os hospitais mais flexíveis são mais produtivos e por isso defendia um aparente paradoxo: "quanto mais durável, menos durável". Ou seja, as edificações hospitalares cujas estruturas são mais permanentes possuem vida útil menor, pois estão engessadas para mudanças. “Um arquiteto não deve contribuir para barrar o progresso”, dizia.
O conceito de preditividade em hospitais abordado no livro preconiza que os projetos de hospitais sejam elaborados considerando a lógica, a racionalidade, a economia e a responsabilidade. Portanto, os trabalhos reunidos no livro de Karman, ao incitarem a consciência e a relevância da manutenção e da segurança preditivas nos hospitais, trazem à tona a natureza de suas atividades e obrigações, que não permitem falhas, faltas ou interrupções no abastecimento de insumos.

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