Leitura: um hábito saudável que deve ser estimulado
A leitura melhora a autoestima, incrementa a concentração, melhora a escrita. Há milhares de títulos para todos os gostos, não há mais desculpa para não gostar de ler.
Por Ana Kessler 19/ago 23:03
Aqui em casa é assim, todas as peças têm livros e revistas, tal e qual bombonieres que oferecemos às visitas. Gostamos especialmente de ler à noite, juntas, antes de dormir. Ana Bia com os livros dela, eu com os meus, às vezes eu com os dela. Ler, para nós, é como degustar uma iguaria. Infelizmente, há dias corridos onde não conseguimos desacelerar e as obrigações só freiam no último minuto. Atropelamos a hora de dormir e, deste acidente, somos vítimas. Ficamos as duas olhando da estante para o relógio. Resignadas, apagamos a luz. É tarde demais.
Ler estimula a memória e a atenção, alivia o estresse, aumenta o conhecimento e a capacidade analítica, expande o vocabulário (e os horizontes), incrementa a eloquência e a articulação de pensamentos, melhora a autoestima, a concentração e a habilidade de escrita e eu poderia continuar aqui a lista enorme de benefícios, mas não quero tornar maçante a leitura. Ler, antes de tudo, tem que ser um prazer. Um prazer que deve ser estimulado desde cedo, diga-se.
Nos anos 80, houve um massacre. Matou-se nas crianças e adolescentes o gosto pelas letras. Pelo menos essa é a sensação que tenho ao olhar pra trás e lembrar a minha época de escola, quando era obrigada a me debruçar em livros chatíssimos de literatura brasileira e a escrever longas resenhas sem a menor inspiração. Não fossem os títulos que minha mãe comprava no antigo Círculo do Livro, espécie de clube de assinantes que vendia livros por catálogo e entregava em casa, minha carreira como leitora teria tido um fim trágico.
Eram tempos outros. Empurravam goela abaixo enredos que não tinham nada a ver com a realidade em que vivíamos, com histórias toscas, linguajares difíceis. Só vim a gostar dos clássicos muitos anos depois, já adulta, quando reli Machado de Assis, Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e tantos outro que passei a admirar. Aos 12 anos, me eram totalmente incompreensíveis.
Ontem assistiu a uma palestra de um autor de cordel, pediu um autógrafo, mas não levou. Na saída da aula, esta tarde, adivinha? “Mãe, mãe, olha o que eu consegui!”, correu na minha direção com o papelzinho abanando no ar. “Viva a turma da Isabel / Que adora o bom cordel / Turma 46 / Esse verso é para vocês” (César Obeid). E me deu de presente de aniversário. Há presente melhor do que um filho gostar de ler?
Deixo abaixo sugestões de livros que estão fazendo sucesso aqui em casa:
Coleção Imigrantes do Brasil (Panda Books) – São vários livros que resgatam as origens e a cultura dos povos que ajudaram a construir a história do povo brasileiro. Ana Bia trouxe da biblioteca o “Meu avô alemão” (Martin Wille), pois está numas de desvendar o passado (e os costumes) da nossa família Kessler, mas a coleção contempla os povos africano, árabe, chinês, espanhol, grego, italiano, japonês e português.
E você, que livro infantil recomenda? Deixe seu comentário.
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