Biografia
de PAULINO DE ARAÚJO FERREIRA LOPES
22.06.1891
– 11.12.1971
PAULINO
DE ARAÚJO FERREIRA LOPES - Fotógrafo. Natural da Campanha-MG. Filho
do Capitão Eulálio da Veiga Ferreira Lopes e de Clara de Araújo Ferreira Lopes,
estudou no Colégio São Luiz, dirigido por Jesuítas em Itu, Estado de São Paulo.
No
início do século XX, Paulino aprendeu a arte da fotografia com o francês Etienne
Farnier. Presume-se que seus primeiros trabalhos profissionais ocorreram a
partir de 1907, sendo desconhecido o início exato de suas atividades como
fotógrafo. Paulino, quando jovem, atuou também em cidades da região.
Em
1912, casou-se com Guiomar Gomes de Mello, natural de Passos/MG. O casal teve
sete filhos: Lourdes, José Augusto, Celina, Célia, Hercília, Terezinha e Paulo.
O ateliê fotográfico – Foto Araújo – sempre funcionou anexo à residência
possibilitando o convívio diário com a prática da fotografia, o que levou os
filhos a atuarem como auxiliares do pai, possuindo funções distintas (José
Augusto – fotógrafo e retocador; Célia – impressão de fotos por contato, em geral 3x4 e
filmes de amadores; Celina – ampliação e colorização de fotos; Terezinha –
atendimento de clientes e retoque de chapas e negativos; Paulo – fotógrafo,
revelação de “slides” e filmes e ampliações em grande formato).
Paulino
teve suas fotografias publicadas em diversos jornais campanhenses e na revista
“Alvorada” (agosto/1928 a dezembro/1930), dirigida pelo Dr. Borges Neto.
Reconhecido
na arte de fotografar, suas imagens eram trabalhadas levando em conta o manejo
de luzes e sombras, a escolha do horário ideal para o registro fotográfico e o
cuidado com o retoque nos portraits.
Paralelamente
ao seu trabalho profissional em fotografia, Paulino atuou como Juiz de Paz por
alguns anos e foi tesoureiro da Santa Casa de Misericórdia da Campanha durante
a presidência do Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena.
Sempre
foi um homem muito tranquilo, bom papo, bom ouvinte, e o que ouvia, morria ali.
Tanto que conseguiu ser amigo dos militantes da União Democrática Nacional (UDN)
e do Partido Social Democrata (PSD), sem problema algum. Sua casa era uma sala
de visitas. Quase todas as noites ele recebia amigos. E era aquele papo gostoso
das 19h até por volta das 22h, terminando, é claro, com um delicioso café com
os quitutes da Dona Guiomar. Paulino era caseiro, avesso a festas, mas também
muito liberal, já que sua esposa era festeira e não perdia um baile, sempre
acompanhada de suas filhas.
Atualmente
o seu acervo fotográfico integra o Centro de Memória Cultural do Sul de Minas
ligado à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG – Campus Campanha),
servindo de base para pesquisas acadêmicas.
No
ano de 2012 seu nome foi inserido no Dicionário Histórico-Biográfico dos
fotógrafos e da fotografia no Brasil, organizado pelo Laboratório de História
Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense, com foco na consolidação de
informações sobre a fotografia no Brasil do século XX.
“A
fotografia em Campanha: Paulino Araújo entre retratos e vistas constituindo
memórias (1907 – 1970)” foi o tema da dissertação de mestrado de Raquel de
Fátima dos Reis, defendida na Universidade Federal Fluminense sob orientação da
Profª. Drª. Ana Maria Mauad, no ano de 2013.
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