Biografia
Fernando
de Azevedo
(Professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo)
1894-1974
Fernando de Azevedo, professor, educador, crítico, ensaísta e sociólogo, nasceu em São Gonçalo do Sapucaí, MG, em 2 de abril de 1894, e faleceu em São Paulo, SP, em 18 de setembro de 1974. Eleito em 10 de agosto de 1967 para a Cadeira n. 14, sucedendo a A. Carneiro Leão, foi recebido em 24 de setembro de 1968, pelo acadêmico Cassiano Ricardo.
Filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo,
cursou o ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Durante cinco anos fez
cursos especiais de letras clássicas, língua e literatura grega e latina, de
poética e retórica; e, em seguida, cursou Ciências Jurídicas e Sociais na
Faculdade de Direito de São Paulo.
Foi, aos 22 anos, professor substituto de latim e psicologia no Ginásio do
Estado em Belo Horizonte; de latim e literatura na Escola Normal de São Paulo;
de sociologia educacional no Instituto de Educação da Universidade de São
Paulo; catedrático do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Professor emérito da
referida faculdade da USP.
Foi Diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal (1926-30); Diretor
Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo (1933); Diretor da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo (1941-42); Membro do Conselho
Universitário por mais de doze anos, desde a fundação da Universidade de São
Paulo; Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo (1947); Diretor do
Centro Regional de Pesquisas Educacionais, que ele instalou e organizou
(1956-61); Secretário de Educação e Cultura no governo do prefeito Prestes Maia
(1961); redator e crítico literário de O Estado de São Paulo (1923-26), jornal
em que organizou e dirigiu, em 1926, dois inquéritos um sobre a arquitetura
colonial, e outro sobre Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas
fundamentais do ensino de todos os graus e tipos, e iniciando uma campanha por
uma nova política de educação e pela criação de universidades no Brasil. No
Distrito Federal (1926-30), projetou, defendeu e realizou uma reforma de ensino
das mais radicais que se empreenderam no país. Traçou e executou um largo plano
de construções escolares, entre as quais as dos edifícios na rua Mariz e
Barros, destinados à antiga Escola Normal, hoje Instituto de Educação. Em 1933,
quando Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, promoveu
reformas, consubstanciadas no Código de Educação.
Fundou em 1931, e dirigiu por mais de 15 anos, na Companhia Editora Nacional, a
Biblioteca Pedagógica Brasileira (B.P.B.), de que faziam parte a série
Iniciação Científica e a coleção Brasiliana. Foi o redator e o primeiro
signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (A reconstrução
educacional no Brasil), em 1932, em que se lançaram as bases e diretrizes de
uma nova política de educação. Foi presidente da Associação Brasileira de
Educação em 1938 e eleito presidente da VIII Conferência Mundial de Educação
que deveria realizar-se no Rio de Janeiro. Eleito no Congresso Mundial de
Zurich (1950) vice-presidente da International Sociological Association
(1950-53), assumiu com os outros dois vice-presidentes, Morris Ginsberg, da
Inglaterra, e Georges Davy, da França, a direção dessa associação internacional
por morte de seu presidente, Louis Wirth, da Universidade de Chicago. Membro
correspondente da Comissão Internacional para uma História do Desenvolvimento
Científico e Cultural da humanidade (publicação da Unesco); um dos fundadores
da Sociedade Brasileira de Sociologia, de que foi presidente, desde sua
fundação (1935) até 1960; foi presidente da Associação Brasileira de Escritores
(seção de São Paulo). Durante anos escreveu para O Estado de São Paulo.
Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (1943); Cruz de
Oficial de Legião de Honra, da França (1947); Prêmio de Educação Visconde de
Porto Seguro, conferido pela Fundação Visconde de Porto Seguro, de São Paulo
(1964); Prêmio Moinho Santista (1971) em Ciências Sociais. Pertenceu à Academia
Paulista de Letras.
Obras: Da educação física, seguido de Antinous Estudo de cultura atlética e a
evolução do esporte no Brasil (1920); No tempo de Petrônio (1923); Ensaios
(1924); Jardins de Salústio À margem da vida e dos livros, ensaios (1924);
Páginas latinas, ensaios (1927); Máscaras e retratos Estudos críticos e
literários sobre escritores e poetas do Brasil (1929); A reconstrução
educacional no Brasil (1932); A educação na encruzilhada Problemas e
discussões. Inquérito para O Estado de S. Paulo (1926); Novos caminhos e novos
fins A nova política da educação no Brasil (1935); A educação e seus problemas,
2 vols. (1937); Princípios de sociologia, 8a ed. (1958); Sociologia
educacional, 5a ed. (1958); Canaviais e engenhos na vida política do Brasil
Ensaio sociológico sobre o elemento político na civilização do açúcar (1948);
Um trem corre para o oeste Estudo sobre a Noroeste do Brasil e seu papel no sistema
de viação nacional, 2a ed. (1958); A cultura brasileira, 3 vols. (1943); Na
batalha do humanismo Aspirações, problemas e perspectivas, 2a ed. (1958); A
educação entre dois mundos Problemas, perspectivas e orientações (1958);
Figuras do meu convívio, ensaios (1961); A cidade e o campo na civilização
industrial e Outros ensaios (1962); História da minha vida, memórias (1971).
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