JONAS OLYNTO
Nome
completo: Jonas de Paiva Olynto
Natural
da Campanha - MG
Nascimento:
22/02/1862
Falecimento:
07/01/1920
Solteiro.
Pais:
Francisco de Paula Paiva e Antônia Ornellas de Paiva .
Função:
professor, poeta, jornalista.
Jonas de Paiva Olynto fez seus
primeiros estudos na Campanha, seguido depois para o seminário de Mariana, onde
esteve sob os auspícios do ilustre campanhense padre Francisco de Paula Vítor
(Padre Vítor), que ele venerava profundamente.
No seminário conservou-se até a
ocasião de receber a tonsura, pois, compreendendo que seu ideal era muito
diverso, abandonou a batina e seguiu para sua terra natal. Como, porém, seu
pais fossem paupérrimo e não podiam por isso mantê-lo numa academia, continuou
a estudar sozinho pois, tinha sede de saber, era inteligente e muito estudioso.
Conhecia o espanhol, o italiano, o inglês, o francês, o grego, e dispensava um
especial cuidado à língua latina. Escrevia corretamente o idioma pátrio.
Certa vez, refletindo sobre quem eram
os professores da Escola Normal quis ser normalista para, com seu diploma,
tentar angariar uma cadeira de professor publico estadual.
Matriculou-se, então, na Escola
Normal, e ali gozava de merecido conceito pela sua conduta destacada e maneira
clara precisa com que discorria sobre as lições.
Com a morte repentina do pai, Jonas
ficou sozinho com sua mãe. Abandonou o curso normal e fez-se professor para
ajudar no sustento da casa. Seu amor de filho era enorme.
Como
professor, dedicou-se ardentemente em distribuir aos discípulos os seus ótimos
conhecimentos. Uma plêiade de ilustres campanhenses aprenderam com ele, pois
sua competência e ilustração eram muito superiores.
Jonas
Olynto nunca pretendeu mudar de sua modesta condição de professor unicamente
por não abandonar a sua pobre mãe, já velhinha, doente longos anos, no fundo do
leito.
Morta sua mãe, aos 12 de setembro de 1912,
abandonou ele a profissão de mestre notável que fora. Ficou em sua residência
reduzido à solidão. Tornou-se o solitário da rua Dr. Brandão, isto é, o
solitário da rua do Fogo (como diziam).
Jonas
Olynto escrevia corretamente, estilo sublime, mordacíssimo na sátira. Colaborou
em vários jornais locais, como "A Conjuração", "A Idéia",
"A Consolidação", "A Revolução" (neste bateu-se ardorosamente
pela República), "Monitor Sul Mineiro" e "A Campanha". Foi
também poeta e deixou esparsas uma infinidade de composições de vários gêneros.
Com
a sua longa prática de ensino, Jonas Olynto compôs, na sua solidão, um livro a
que dera o título de "Novo Méthodo - para aprender leitura e escrita em
poucos dias" e publicou-o em 1914, na Tipografia Progresso de São Paulo.
Em
1917, por insistência de Antônio Cândido de Rezende Filho e de Pedro Alcântara,
o "Novo Méthodo" teve sua 2ª edição aumentada e melhorada.
Em setembro de 1919, Jonas Olynto
havia já concluído e revisto os originais de mais 3 obras a serem publicadas em
1920: uma era a coletânea de suas poesias esparsas nos jornais e muitas
inéditas de traduções dos "Poemas Barbares", de Leconte de Lisle; a
Segunda, estudos de linguagem portuguesa, obra fartamente documentada; e a
terceira, sobre a Campanha - sua história e as contradições de Júlio Bueno, no
seu trabalho "Almanach do Município da Campanha", editado em 1900.
Jonas, porém, tornara-se um neuropata cada vez mais acentuado, talvez pela vida
isolada que levou; e, numa de suas crises neuróticas, lançou fogo aos originais
dos seus trabalhos; tomou de uma tira de papel que colocou em um copo com
solução de cianeto de potássio e escreveu nela a seguinte frase latina:
"Pote! Non doleti in eterno
dormire, volo".
Ingeriu
a solução, pondo termo, assim, tão tragicamente, à sua vida toda consagradaao
ensino da mocidade estudiosa da Campanha.
Hoje denomina rua no município da
Campanha, no centro, localizada próximo à Escola Estadual D. Inocêncio.
Biografia: Antônio Cândido de Rezende Filho
(Tonico Rezende).
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