sábado, 20 de agosto de 2011

AS BRAVATAS DA PRESIDENTE.

 
AS BRAVATAS DA PRESIDENTE
De nada adiantam as bravatas da Presidente Dilma contra a corrupção, se para governar ela precisa, necessariamente, dessa excrescência que se chama "Base Aliada de Sustentação ao Governo”. São demagógicas, portanto, essas demissões cercadas de tanto alarde, se o executivo precisa dos partidos políticos, e os partidos que formam a chamada base aliada não prestam, incluindo o PT, do qual a Presidente faz parte. Eles são constituídos por parlamentares corruptos, cínicos, que mais parecem um bando de salteadores.
A crise nos Ministérios do Transportes, Agricultura, Cidades e, por último, Turismo, mostra com muita evidência que o jeito “petista” de governar o país deixa as instituições frágeis e vulneráveis. Em nenhum outro momento de nossa história - talvez somente durante o golpe militar de 1964 – vivemos situação tão delicada como agora.
Se comprovado, o esquema apontado pela Polícia Federal na “Operação Voucher” reedita uma das mais antigas formas de corrupção no país: o desvio de recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Na operação, a PF apontou que na emenda da deputada federal Fátima Pelaes do PMDB do Amapá pode ter sido desviado o valor que seria utilizado no treinamento de agentes de turismo em Macapá.
As sucessivas provas que se descortinam à luz de novas falcatruas descobertas e a exposição acintosa do altíssimo nível de corrupção que domina a máquina pública brasileira leva-nos a concluir que chegamos ao fundo do poço ético. Assistimos, hoje, a cristalina decomposição das instituições, tomadas pela corrupção, pelo clientelismo e pela incompetência.
É vergonhosa a desautorização feita por um funcionário subalterno do Ministério dos Transportes - Luiz Antonio Pagot – que, ao ser afastado pela própria Presidente da República, disse claramente diante da Comissão do Senado Federal: "Estou de férias, não fui afastado".
Se isso não bastasse, o líder do PR diz, acintosamente: "Dilma está brincando com fogo". E o próprio ex-presidente Lula tenta influenciar nos bastidores para que tudo permaneça como está no Ministério do Transportes.
Para completar o quadro vergonhoso, mesmo após a saída de Pago, a cúpula do PR, responsável da arrecadação do "caixinha" no Ministério, manteve seu comando na instituição. Contudo, ainda não satisfeitos, os dirigentes do partido exigiram uma compensação para a saída de Pagot do cargo. Em clara chantagem, a cúpula mandou um recado para Presidente Dilma: Pagot só sairia se o PT abrisse mão do diretor de Infra Estrutura Rodoviária do órgão, Hiderado Caron, filiado ao partido pelo Rio Grande do Sul.
Vejam a que ponto chegamos: o imobilismo, a ineficiência, a falta de pulso da Presidente, agravados pelo o incômodo domínio de Lula sobre questões-chave do governo atual, mostram Dilma como uma passageira, sem qualquer possibilidade de assumir a direção de seu próprio governo, que vaga sem destino certo e deixa a nação a exatos oito meses sem qualquer produção legislativa de importância.
A fraqueza de Dilma é tão evidente que Michel Temer é procurado por Lula, Sarney e outros “caciques” para decidir os rumos do governo, que são então apenas comunicados a Presidente.
As entidades de classe, favorecidas com verbas públicas ou compradas com favores políticos pelos atores responsáveis pelo saque de nossas riquezas e de nossos impostos, colocam em xeque o atual governo e "lançam seus tentáculos sobre cada aspecto da administração pública nacional". Tudo isso com o claro propósito de dominar corpos, almas e mentes de nosso pobre e iludido povo, perpetuandose no poder.
Se o brasileiro não fosse tão desinteressado e se preocupasse como deveria com essa deslavada corrupção que assola o país, o PT já teria sido apeado do poder por ruidosas manifestações de rua, movimento esse importantíssimo que, timidamente, vem se despontando através de convites pela internet. Entretanto, está carecendo de mais vigor, mais entusiasmo, tipo "caras pintadas", decisivos da deposição de Collor de Melo, outro corrupto que integra o bando de salteadores dos cofres públicos.
O PT nasceu inspirado na ética e na moralidade, mas com o gene da bandalheira de muitos de seus integrantes. Ainda, recebeu recebe transfusão de sangue impuro drenado pelas alianças promíscuas. Em nome da governabilidade, Lula fez acordos de toda ordem, conferindo 100% da atenção aos interesses do governo, e nenhuma à decência administrativa.
São muitos os escândalos, os desvios de recursos públicos, as falcatruas dentro dos ministérios e de empresas e órgãos da administração indireta, mas nenhum dos casos foi tão escabroso, tão desmoralizador e tão afrontoso quanto o da "compra de votos no Congresso".
É uma lástima ter que admitir, mas Lula, lúcido e omisso, permitiu que a bandalheira se institucionalizasse e se instalasse no governo; que a improbidade se alastrasse com a velocidade de uma erva daninha adubada e regada com rigorosa assiduidade.
É possível que os escândalos atuais nada tenham a ver com Dilma, que sejam reflexos do que se praticou nos últimos 8 anos. Talvez, por esse motivo e, só por ele, há alguma razão para se acreditar num futuro auspicioso, pois Dilma, apesar de ter sido atuante e participado de ações contra o regime militar - segundo dizem - se diferencia de Lula no essencial: a formação de técnica em contraposição ao perfil de militante sindical do ex-presidente.
O PT demorou a chegar ao poder, mas chegou como um esfaimado, ávido por transformar cargos em fontes de enriquecimento. As formas de consegui-lo foram tantas, matreiras e engenhosas. Ao sentir que o povo só queria saber de frango na mesa, ao perceber a indiferença nacional com os recursos do Erário, os petistas se viram livres para pintar e bordar. Exatamente por isso, a Polícia Federal bateu recordes de operações e prisões de 2003 para cá. Foram tantos os escândalos, tantos os atos de corrupção, que a PF teve de batizar cada uma das operações, para distingui-las. Enquanto houver dinheiro em caixa, a sede dos petistas jamais será saciada.
Não podemos nos conformar diante da tamanha corrupção que assola as nossas administrações. Essa deveria ser a principal causa da indignação do brasileiro, pois os corruptos tiram de nós não apenas o pão que nos alimenta, mas muito pior, tiram-nos a dignidade.
É deprimente o estado do nosso país. Ele está jogado às traças, ou melhor, à corrupção

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