O agrônomo Miguel e o professor Sérgio Roberto momentos antes de começar a apresentação, na Câmara Municipal da Campanha.
Campanha Sedia curso da Gravena com apoio da Prefeitura e Câmara Municipal,GUILHERME DO ADUBO, CITRUS CAMARGO, APROVAR, TERRA NOVA,XUP COMÉRCIO E EMBALAGENS DE FRUTAS E GRAVENA LTDA.
Nos últimos dias 2 e 3 de Agosto, ocorreu na cidade de Campanha um curso na área de agronomia, idealizado pelo engenheiro agrônomo Miguel Pereira, com participação do Agrônomo Sérgio Roberto que foi o palestrante e ministrou o curso em seus dois dias.
Entrevistados: Miguel e Sérgio Roberto
Entrevista à: Daniel de Paiva – Arkangellus
Data: 02 de Agosto de 2011
O idealizador deste evento é o jovem Miguel Pereira, engenheiro agrônomo, recém formado pela Unifenas, que está começando suas atividades profissionais como estagiário da GRAVENA de Jaboticabal
AGC: Pois bem, qual é o intuito inicial desta palestra?
Miguel: O intuito inicial desta palestra é: Trazer o controle mais eficiente do greening, que é uma doença que esta aqui no Brasil desde 2004, que é transmitido por um inseto vetor que é o psilídeo, e é causada por uma bactéria. Como ela esta detonando muitos pomares na região de São Paulo, nós estamos querendo trazer uma forma mais eficiente de combate e para a região nossa, para os produtores trabalharem com mais abundância, pulverização na hora certa, intercalação de produtos, etc. Este é o intuito inicial deste curso.
AGC: Quem será o pelestrista que você convidou?
Sérgio: O professor agrônomo Sérgio Roberto.
AGC: O senhor já está acostumado a dar palestras deste nível. [sim] Você pode reparar alguma diferença entre a nossa região, aqui, e a região de São Paulo? Pelo que percebi no decorrer da palestra você trabalha mais na região de São Paulo.
Sérgio: Sim. Na verdade como estamos iniciando o curso hoje, ainda não conseguimos relatar esta diferença ainda, até porque nós só iremos a campo na parte da tarde. Então o público, por enquanto só esta como ouvinte. Mas a tarde, a gente vai poder detectar alguma diferença a nível de campo. Mas a princípio eu não teria esta resposta.
AGC: Durante a palestra você citou que o governo patrocinou algumas pesquisas. Ainda hoje existe apoio do governo para criação e desenvolvimento de pesquisas?
Sérgio: Sim, continua tendo incentivo às pesquisas sim.
AGC: Em relação a essas novas pragas, que têm atingido os pomares e plantações em geral, os níveis de controle têm sido mantidos mais com agrotóxicos ou agente biológico (inimigos naturais)?
Sérgio: Na verdade a ideia do curso, como o Miguel mesmo disse, é um controle mais eficaz da praga, não obrigatoriamente o controle químico, mas fazer com que o produtor saiba, também, reconhecer no campo esses agentes de controle biológicos. Daí, a partir do momento que ele tiver o levantamento da população no campo ele vai poder optar pelo controle químico ou deixar por conta do controle biológico. Então pra isso a gente tem que ir a campo, fazer um levantamento da população para saber se é ou não necessário o controle.
AGC: Algumas pessoas tendem a usar abusivamente produtos químicos, para estas pessoas existe alguma forma de sanção prevista?
Sérgio: Na verdade não. O produtor tem que ter a iniciativa de se preocupar com o meio ambiente em que ele vive e com a qualidade do alimento que ele esta produzindo, é um ponto de partida. Algumas redes de supermercado, hoje, já estão com processos de rastreabilidade. O produtor quando entrega a fruta, esta fruta é analisada para se saber o grau de resíduos nesta fruta. E se não estiver dentro do grau permitido, ele pode perder o espaço de venda que ele tem naquele supermercado, e sendo punido desta forma um concorrente daquele produtor pode ocupar esse nicho mercado.
AGC: Então a punição é a própria perda de mercado.
Sérgio: A própria perda de mercado, isso mesmo.
AGC: Dentre os desequilíbrios ambientais, que eu observei durante a palestra, no combate a uma praga podem surgir outras no lugar. Mas tirando isso, é possível que algum desequilíbrio afete o ser humano diretamente como por exemplo a contaminação de mananciais? Ou isso não é possível?
Sérgio: Nós não consideramos isso como um desequilíbrio biológico, isso é mais um desequilíbrio ambiental. Não tenha dúvida que o defensivo, queira ou não queira, tem um impacto negativo sobre a praga e sobre o ser humano. Só que se ele for utilizado dentro dos critérios, como diz a legislação, o aplicador utilize o EPI, a aplicador utilize equipamentos protegendo a saúde dele e o produtor só utilize estes produtos quando se fizer necessário, isto é, quando a praga esta no nível que exija o controle, ele vai pulverizar menos o ambiente, menos as planta e consequentemente vai estar contaminando menos o ambiente.
AGC: Então esta é a principal preocupação de um inspetor de pragas?
Sérgio: É. O inspetor vai no campo, faz um levantamento e o gerente da fazenda, o dono ou o consultor, vai poder analisar melhor o nível da praga e saber se faz o necessário, ou não, para o controle. Com base nisso ele vai pulverizar menos, poluir menos o ambiente, produzir alimentos mais saudáveis, economizar água, preservar a saúde do aplicador e uma série de outros detalhes.
AGC: Uma pergunta básica. Aqui em Campanha, a nossa região, o site “A grande Campanha” e as empresas que eu estou aqui representando, como o Foto Fênix e a Arkangellus e muitas outras que patrocinam este projeto, são muito preocupados com a questão da educação. Você acredita que o nível de educação, por exemplo: a pessoa se preocupar em estudar e aprender coisas novas. Pode interferir diretamente no potencial do produtor ou não é tão relevante?
Sérgio: Em tese sim, porque o produtor com um nível maior de escolaridade teria mais acesso às informações, ele estaria mais preocupado com as novidades. Já um produtor que tenha mais restrições a isso, não teve uma escola que o formou para isso. Muitas vezes ele faz o que é o tradicional, o que ele traz de família, o que ele sabe que dá certo. Então ele é um pouco resistente à novas tecnologias. Por isso não tenha dúvida que o produtor que tenha filhos que já são formados certamente eles terão acesso a mais tecnologias [tem um diferencial], podem se adequar mais a este novo sistema, já os mais tradicionais vão continuar a fazer nos sistemas que eles sabem que vai dar certo.
AGC: Em relação às tecnologias que você citou durante a palestra, Estas novas tecnologias podem trazer algum “prejuízo”, por exemplo: Um trabalho que antes precisavam de 3, 4 ou mais pessoas agora pode ser realizado por apenas uma. Investir em novas tecnologias poderia trazer desemprego? Ou por acaso o investimento em novas tecnologias só tem previsões benéficas?
Sérgio: Geralmente os investimentos são para trazer benefício. Ao mesmo tempo que você pode observar na agricultura um aumento da mecanização, algumas atividades que antes eram feitas manualmente hoje já são mecanizadas. Por outro lado, você vê que o acesso de pessoas à faculdades tem aumentado, então são pessoas que não necessariamente fariam este tipo de atividade em campo, então é um próprio ajuste do mercado. Por isso como a mão de obra esta se especializando mais em trabalhos mais minuciosos, não necessariamente na agricultura. Então a gente teve que adequar a parte da agricultura para suprir esta falta de mão de obra.
AGC: A respeito da nossa região você já poderia adiantar alguma coisa ou só mesmo depois da pesquisa de campo?
Sérgio: É melhor agente aguardar a pesquisa de campo, porque faz muitos anos que eu não venho a Campanha, então eu não sei dizer como esta em campo hoje. Qualquer adiantamento agora poderia estar incorreto.
AGC: Este curso vai terminar aqui ou ele se estende por mais algum tempo, alguns dias?
Sérgio: Têm duração de dois dias. E a nossa ideia agora na parte da tarde, um período da tarde, não integral, é ir a campo para reconhecer estes insetos, os ácaros que nós estamos abordando aqui. E orientar melhor o produtor lá no campo.
AGC: Como técnico, uma pessoa já formada, o intuito do senhor aqui hoje, é que cada pessoa já saia sabendo reconhecer cada um destes problemas?
Sérgio: Não necessariamente. O conteúdo do curso, por ser um curso de manejador, já parte do pressuposto que aqui é mais uma orientação, é o dia-a-dia que o produtor vai ter no campo e vai sanando as dúvidas. Então aqui é mais um esclarecimento, uma orientação, do que seria o melhor para ele estar vindo a fazer. Agora é só no dia-a-dia que ele vai aprender a reconhecer as pragas. Não é em apenas dois dias que ele vai aprender, mesmo porque não sabemos se na aula prática vamos nos deparar com todas estas pragas e insetos. Que estamos abordando aqui. Então quanto à parte prática devemos aguardar um pouco mais para poder dizer.
AGC: Só para finalizar. Vocês gostariam de divulgar algum endereço para estarmos colocando no site e no blog?
Miguel: Tem o da Gravena.
Sérgio: WWW.GRAVENA.COM.BR
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