quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entrevista com a Diretora da Esc. Dom Othon Mota, senhora Márcia Mira da Silva



A entrevistada desta semana é a jovem diretora da Escola Dom Othon Motta, senhora Márcia Mira da Silva, formada  em Letras pela Faculdade Paiva de Vilhena e pós graduação em Psicopedagogia pela mesma instituição. Curso de especialização em AEE - Atendimento Educacional Especializado, e vários curso breve na área da educação. Já fui Coordenadora pedagógia da Educação Infantil Municipal e das creches também, em 2010 vice diretora e agora na direção escolar interinamente, até o retorno da diretora Rosângela Brandão.

P -  Depois de alguns anos de sala de aula e agora na direção da escola, onde a senhora se sente melhor?
R - Para falar a verdade tenho saudade da sala de aula, porém eu penso que sempre precisamos dar uma sacudida, não fica parada e gosto muito de desafio, está sendo um desafio, pois quando a gente muda de lado vê como é difícil cuidar de tanto, mas estou muito feliz, creio que fazendo um bom trabalho, esperando sempre aprender e melhorar mais.

P - A escola possui um Grêmio Estudantil?
R - Não nossa escola não possui um grêmio, nossos alunos são menores e não pensamos nesta possibilidade ainda.

P - Os alunos tem autonomia para desenvolverem suas iniciativas?
R - Quando essas iniciativas tem a ver com seus estudos e a melhoria do mesmo sim, eles muitas vezes nos dão idéias fazem pedidos que quando possível procuramos atender. Sempre lembrando que os alunos não podem ter prejuízo de seus estudos. Muitos passeios, entrevistas e até filmes por exemplo são sugeridos por eles, e as professoras em conversa procuram fazer o que for melhor para todos.

P - Como é a relação alunos e professores, pais e professores, escola e comunidade?
R - Procuramos ter um bom relacionamento, sinto sim que muitos pais se afastam da escola a medida que seus filhos crescem; quando estão no primeiro ano por exemplo os pais estão aqui toda hora, buscam participam muito mais, ai os filhos crescem, e chega num 5º ano, ai sim a maioria desse pais não aparecem, mesmo a gente chamando. A escola sempre esteve aberta para o diálogo, mas muitas vezes isso não acontece. Seria muito bom que os pais viessem aqui mesmo não sendo chamados, que eles participem mais da vida escolar de seu filho ou filha. Claro que quando digo isso não falo de todos, mas de uma maioria sim, aqui na escola podemos afirmar que a participação de pais não atinge 55% do total de pais.

P - As aulas continuam sendo ministradas como sempre, 50 minutos para cada matéria, ou algo novo foi criado para que haja uma participação maior dos alunos?
R - Não as aulas continuam sendo em módulos de 50 minutos, mas com algumas variações; esse módulos  vem sendo aplicados de acordo com a LDB, e nada foi mudado ainda.

P - Há algum tempo, as escolas participavam das solenidades cívicas, tais como dia da cidade, e Independência do Brasil. Por que não participam mais de desfiles?
R - Temos sim a participação em algumas datas comemorativa, como foi no ano passado o Aniversário da Cidade, quanto a desfile, isso muitas vezes dependem de um acordo com todas as escolas, prefeitura e a sociedade. Não cabe somente a uma escola ou entidade.

P - Partindo da premissa de que a gente só gosta daquilo que conhece. Por que a história da cidade da Campanha não é matéria da grade curricular? Afinal a nossa cidade tem uma história importantíssima a nível de Brasil, coisa que até muitos professores desconhecem. E até já existe uma lei municipal criando esta matéria.
R - Temos uma lei municipal sim e a História da cidade da Campanha, vem sendo ensinada aos poucos sim, claro que muitos professores não sabem toda a história, mas aos poucos isso está mudando, os profissionais de educação estão sim procurando aprender, estudar mais a nossa história. Ela vem sendo implantada na escola, quer um exemplo, quando se trabalha bairro as crianças pesquisam nomes de ruas, a história daquela pessoa, e isso é repassado para toda a sala. Não temos como disciplina específica, mas trabalhamos sim com a história da cidade, claro que tudo precisa de um tempo para ser implantado e aos poucos nossos professores vem melhorando a esse respeito.

P - Muito se fala da violência, da falta de respeito, inclusive entre alunos e professores, nas escolas de uns tempos para cá. A que a senhora atribui isto?
R - Não sei dizer especificamente, mas podemos dizer tudo muda, a família tem mudado e essa mudança causa transtorno, talvez essas mudanças afetem a todos nós, antes a mulheres ficavam em casa para cuidar da casa e da educação dos filhos, hoje precisamos sair para o mercado de trabalho, e muitas vezes fazemos todo o trabalho sozinha cuidar da casa e da educação dos filhos, os pais continuaram como antes e só de uns anos pra cá tenho visto grandes mudanças em relação aos pais, agora eles estão mais preocupados com a educação dos seus filhos, e penso eu que talvez em alguns anos isso se reverta. Já que a participação de pais na educação tem sido muito maior, não está mais uma responsabilidade tão grande somente para as mulheres, que também saem para trabalhar.

P - Algumas matérias importantes foram abolidas da grade curricular. Algumas em certas escolas, ainda conservam. Diga-nos se as matérias abaixo são lecionadas em sua escola e justifique.

·         Espiritualidade, não religiosidade.
Sim, aqui na escola temos uma preocupação em ensinar valores morais, como amor ao próximo, respeito às diversidades, cuidado e educação para com as pessoas.
·         Moral e Cívica.
Não
·         Informática.
Sim temos aulas de informática, e muitos jogos educativos nessas aulas.
·         Caligrafia.
Sim, a noção de tamanhos ajuda muito as crianças quanto a forma das letras
·         Folclore.
Sim, é trabalhado na sua totalidade com histórias, crendices, ditos e outros mais, sempre culminando com criação de maquetes ou bonecos relacionados ao tema.
·         Música.
Já tivemos professor específico para música, hoje não mais, porém algumas professoras sempre trabalham com música em sala de aula
      *    Artes.
P - Algumas matérias como o Xadrez, Capoeira, Judô, já está provado que auxiliam muito no equilíbrio dos praticantes e desenvolvem mais suas mentes. Sua escola pensa em adotar algo assim?
R - Até gostaríamos, porém a escola não pode contratar ninguém para isso, e como parceria de amigos da escola não tivemos nenhum apoio nesta parte, mas xadrez. sim temos uma professora que sempre ensina, para a turma dela e até para outras turmas.

P - Existe algum tipo de trabalho de conscientização ambiental?
R - Sim temos procurado fazer um trabalho com as crianças em relação ao ambiente, inclusive estamos em parceria com o meio ambiente no papel do Sr. Fernando Nani, para nos ajudar.

P - O que não foi perguntado e a senhora gostaria de registrar?
R - Gostaria de deixar aqui a minha preocupação com essas crianças, pois elas serão nosso futuro, serão elas que cuidarão de nós quando velhinhos e como isto acontecerá. muitas vezes fico com medo, pois hoje estamos vivendo o momento do "tenho" , ou "quero" e não o do " sou", e ai como será esse futuro? Espero sinceramente que ele ensolarado, que essas crianças tenham um futuro brilhante, eu ficarei muito orgulhosa disso, já que um pouquinho eu contribui para com isso.

P - Suas considerações finais.
Quero deixar aqui o meu abraços, que você tenha muita sorte nessa empreitada, fico feliz pela sua iniciativa, precisamos sim valorizar a nossa terra, mostrar o que temos de bom e cuidar do que não está bom para melhorar depois.

Se vocês leitores, quiserem entrar em contato com a nossa entrevistada ou fazerem algum comentário sobre a entrevista, usem o campo abaixo de comentário e fiquem a vontade. Sua participação certamente contribuirá para que tenhamos uma educação de mais qualidade.

Um comentário:

  1. Tenho lido muito aqui no blog sobre a valorização da cultura da historia da nossa cidade que são muito importantes e percebendo muita dificuldade de todos isso deveria ser uma politica publica não so uma lei mas o poder publico deveria criar material pedagogico, proporcionar cursos de formação para os professores da cidade todos os diretores das escolas deveriam ser entrevistados e mostrar na pratica o que eles ja fazem uma escola poderia ajudar a outra isso é a base para mudarmos Campanha para melhor! Doralice Andrade campanhense e moradora em São Paulo

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