quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

LAURO DE OLIVEIRA LIMA

EDITORIAL 31/01/2013

Lauro de Oliveira Lima: um pedagogo livre e insubmisso

"Ceará sente orgulho por esse filho ilustre e homenageia seu legado intelectual e seu exemplo"
notícia 1 comentários  
Hoje será cremado o corpo do educador cearense Lauro de Oliveira Lima, que morreu aos 91 anos de idade, no Rio de Janeiro, na noite da última terça feira. O Ceará e o mundo da educação em geral (e não apenas no Brasil) perdem uma das mentes mais férteis e instigantes em termos de inovação do processo de aprendizagem e dos meios mais apropriados de induzir o conhecimento, tendo sido autor de mais de 30 obras relacionadas à educação e lutado até o fim da vida contra o conformismo nessa área.

Seu espírito insubmisso e sua ojeriza à mediocridade (“Não devemos transformar a mediocridade em valor de vida”) tornaram-no uma espécie de aguilhão contra o convencionalismo e à absorção acrítica das formas tradicionais de ensino, tendo abraçado as teorias pedagógicas de Jean Piaget, que teve nele não só um difusor fiel, mas um interlocutor de primeira linha, desenvolvendo um trabalho pioneiro no Brasil.

Filho de Limoeiro do Norte formou-se, em 1949, em Direito e, em 1951, em Filosofia. Antes disso, engajou-se no magistério secundário e casou-se com a neta de Agapito dos Santos, conhecido educador cearense, a professora Maria Elisabeth Santos de Oliveira Lima. Em 1945, foi aprovado em concurso para o cargo de inspetor Federal de Ensino, ao qual dedicou duas décadas de sua vida, a metade das quais como inspetor seccional do MEC no Ceará.

Dentre outros feitos seus está a fundação do Ginásio Agapito dos Santos, onde teve a oportunidade de iniciar suas ideias inovadoras na área pedagógica, chegando a escrever nessa época o livro Escola Secundária Moderna, que chamou a atenção do prestigiado educador Anísio Teixeira (1963). Foi quando deu reforço à metodologia da dinâmica de grupo e à divulgação de seu método psicogenético. Mais tarde fundaria em Fortaleza o Colégio Oliveira Lima e, no Rio de Janeiro, outro: A Chave do Tamanho.

O golpe de 1964 e a instauração da ditadura subsequente desencadearam sobre Lauro de Oliveira e sua família uma das mais sórdidas perseguições do regime obscurantista, tendo que deixar o Ceará, com a família, sofrendo todo tipo de vexames, inclusive prisão.

Hoje, o Ceará sente orgulho por esse filho ilustre e homenageia seu legado intelectual e seu exemplo de fidelidade aos ideais democráticos e humanísticos.

2 comentários:

  1. Não devo esconder que a notícia provocou uma grande a comoção. Não porque uma cearense me informou que um cerarense morreu. Mas porque, como dizes, "o Brasil perdeu um dos grandes educadores que marcou a história da educação no seculo XX", um Mestre que, há mais de cinquenta anos, anunciava o fim da velha escola e nos falava da necessidade de fundar... "comunidades de aprendizagem.
    Não pude conter um pranto íntimo, que se derramassem lágrimas de indignação, pois raros serão os brasileiros que sentirão a inestimável perda. E porque os educadores brasileiros estão mais atentos àquilo que de fora vem do que aos extraordinários tesouros que o Lauro, Florestan, Nilde, Agostinho, Lourenço, Eurípedes, Darcy, Nise, Feire, Azevedo, Anísio e muitos outros nos legaram. Para não citar os excelentes educadores brasileiros vivos, também condenados a morrer no anonimato.
    Prestarei uma singela homenagem ao Mestre, na partilh a de um textinho, há algum tempo publicado. Para refletirmos e suscitar aos atentos companheiros dos RC a leitura (ou releitura) da obra do Lauro.
    No ano passado, as crianças do Projeto Âncora fizeram uma homenagem ao Lauro. A sua filha foi portadora de uma caixa repleta de cartas de gratidão da infância a um homem cuja vida foi uma lição de amor pela infância. Estou a escrever dentro do Âncora, com os meus companheiros de projeto, consternados perante a triste notícia, preparando o modo de comunicar às crianças o mistério da morte.
    Que a família do Lauro receba a minha solidariedade. Que nós façamos algo que dê a conhecer a obra desse Mestre, para que o Brasil da Educação não mate a sua memória.
    Recebei o meu abraço fraterno.
    José

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  2. Que imprensa nós temos? Não vi uma nota sequer, sobre o falecimento deste grande cidadão e educador brasileiro. Se fosse um bandido teria cobertura com detalhes. Se algum jornal tiver publicado, por favor, me envie, para eu não injusto.

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