Colaboração da leitora Carla Fraga.
JESUÍTAS NO
BRASIL
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, na expedição de Tomé de Souza,
tendo como Superior o Pe.Manuel da Nobréga. Desembarcam na Bahia, onde ajudaram
na fundação da cidade de Salvador. Atendiam aos portugueses também fora da
Bahia, percorrendo as Capitanias próximas. Com o 2º Governador Geral Duarte da
Costa (1553), chega o jovem José de Anchieta. Em 1554, no dia da conversão de
São Paulo, funda em Piratininga um Colégio, o qual sustentaria durante dez anos.
Aprendeu logo a língua dos índios, da qual escreveu a primeira gramática,
dicionário e doutrina.
O Governador Geral Mem de Sá, em 1560 e 1567 expulsa os franceses do Rio de
Janeiro e com seu sobrinho Estácio de Sá funda definitivamente a cidade. Em
todas essas empresas estavam presentes os jesuítas. Episódio heróico é o
desterro de Iperuí (atual Ubatuba) em que Nóbrega e Anchieta são feitos reféns
de paz dos índios Tamoios. Nesta ocasião Anchieta escreveu seu célebre Poema à
Virgem Maria. Até o fim do séc. XVI, os jesuítas firmam sua ação através dos
seus três maiores colégios: Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco. Nesse tempo deram
seu sangue por Cristo o Irmão João de Souza e o escolástico Pedro Correia
(1554), mortos pelos carijós em Cananéia; o Beato Inácio de Azevedo e 39
companheiros, Mártires do Brasil, foram afogados no mar pelos calvinistas perto
das ilhas Canárias (1570). Outros 12 missionários jesuítas que vinham para o
Brasil sofreram o mesmo martírio um ano depois (1571). No princípio do séc. XVII
os jesuítas chegam ao Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e daí para toda a Amazônia.
As duas casas, fundadas em São Luís (1622) e em Belém (1626),
transformaram-se com o tempo em grandes colégios e em centros de expansão
missionária para inúmeras aldeias indígenas espalhadas pelo Amazonas. Antônio
Vieira, apesar de seus triunfos oratórios e políticos, em defesa da liberdade
dos indígenas, foi expulso pelos colonos do Pará, acusado e preso pela
Inquisição.
Em 1638, Pernambuco é tomada por holandeses protestantes, liderados pelo
conde Maurício de Nassau. A resistência se organiza numa aldeia jesuítica. Dos
33 jesuítas de Pernambuco, mais de 20 foram capturados, maltratados e levados
para a Holanda; cerca de 10 faleceram em conseqüência dessa guerra. No séc.
XVII, quando da descoberta das minas e do povoamento do sertão, os jesuítas
passavam periodicamente por esses locais em missão volante. Quando Mariana (MG)
foi elevada a diocese (1750), foram chamados para dirigir e ensinar no
seminário. Em 1749 já estavam em Goiás, fundando aldeias.
No séc. XVIII, Paranaguá tornou-se centro de atividades sacerdotais e
pedagógicas, através de uma residência (1708) e do Colégio em 1755. Na ilha de
Santa Catarina, visitada pelos jesuítas já desde 1635, se fundou a residência
dos jesuítas (1749) e um colégio (1751). Em 1635, os missionários chegaram à
aldeia de Caibi, próximo à atual Porto Alegre. Quando voltaram em 1720, já então
se tratava do tratado de permuta entre a Colônia do Sacramento e os territórios
das missões jesuíticas espanholas sediadas no Rio Grande. Os jesuítas
trabalharam na Colônia do Sacramento desde 1678 até 1758, quando foram expulsos.
Chegaram a ter uma residência de ministérios apostólicos e um próspero colégio
por vários anos.
Supressão da Companhia de Jesus No Brasil (1760-1843)
Aparece nesta altura da história dos jesuítas o Marquês de Pombal. Ab-roga
todo o poder temporal exercido pelos missionários nas aldeias indígenas. Para
esconder os fracassos da execução do Tratado de Limites da Colônia do
Sacramento, culpou os jesuítas desencadeando contra eles uma propaganda
terrível. No grande terremoto de Lisboa (1755), os jesuítas foram censurados por
pregarem a penitência ao povo e ao governo. Por ocasião do atentado (1757)
contra D. José I, rei de Portugal, os jesuítas foram acusados de alta traição.
Em fim, o velho e santo missionário do Nordeste brasileiro, o Pe. Gabriel
Malagrida, foi condenado publicamente pela Inquisição como herege, e queimado
vivo em praça pública de Lisboa. Preparado o terreno, veio a lei de expulsão dos
jesuítas dos domínios de Portugal. Foram postos incomunicáveis, condenados e
privados de todo o direito de defesa. Do Pará e de outros portos, foram
embarcados e encarcerados em Lisboa. Naquele momento havia no Brasil 670
jesuítas. De Portugal alguns foram transladados para os Estados Pontifícios,
onde o Papa Clemente XIII os recebeu com afeto e hospedou em antigas casas
romanas. Com a morte de D. José I em 1777 e a subida ao poder de Dona Maria I, o
Marquês de Pombal foi processado e condenado. Só escapou à prisão e à morte por
respeito à sua idade e achaques.
Nenhum comentário:
Postar um comentário