Colaboração da leitora Carla Fraga.
Restauração da Companhia e Nova Vitalidade no Brasil (1843)
O Papa Pio VII restaurou a Companhia de Jesus em 1814. Alguma influência
exerceu no ânimo do Papa a amizade de um jesuíta brasileiro, o Pe. José de
Campos Lara, que profetizara sua eleição papal. Em 1842 os jesuítas espanhóis
que trabalhavam na Argentina, começaram a ter dificuldades com o ditador Rosas.
Em 1845, expulsos da Argentina, abriram um colégio em Florianópolis, que
prosperou rapidamente. Em 1847 abriram uma escola de latim em Porto Alegre. Em
1849 constituíram residência entre os índios Bugres, Coroados e Botocudos. Em
1858 começaram a chegar jesuítas alemães em S. Leopoldo e outras vilas do
interior gaúcho. Também vieram alguns padres jesuítas italianos. Em 1862 chega
outro grupo de padres italianos e alemães. Em 1865 funda-se de novo o colégio de
Florianópolis, que, por diversas circunstâncias, não vingou. Os religiosos se
retiraram, pouco a pouco, para Nova Trento, terra habitada por colonos
italianos. Em 1867 funda-se o Colégio S. Francisco Xavier do Recife, fechado em
1873 por causa das perseguições da Maçonaria, pois os jesuítas apoiavam o bispo
D. Vital, nas questões religiosas de então.
Neste ínterim, o Pe. Razzini, considerado o restaurador da Companhia de
Jesus no Brasil, vencendo todas as oposições, começa o Colégio S. Luiz, na
cidade de Itú, onde se fixara o Pe. Campos Lara. A partir daí surgiram o colégio
Anchieta (Nova Friburgo/RJ) e o Santo Inácio do Rio de Janeiro. Mais tarde a
missão dos japoneses com seu Colégio S. Francisco Xavier e a dos russos e
lituanos em S. Paulo. Desde 1894 fundara-se o Noviciado de Campanha em
Minas. Ocupando o grande prédio do Colégio Anchieta, fundava-se ao
mesmo tempo a Faculdade de Filosofia, mais tarde transferida para S. Paulo, Rio
de Janeiro e ultimamente em Belo Horizonte (1981). Com a Missão Alemã no sul do
Brasil surgiram diversos Colégios: Anchieta (1890) em Porto Alegre; Ginásio
Gonzaga (1895) de Pelotas; Sagrado Coração de Jesus na cidade do Rio Grande. O
Ginásio Catarinense (1906), tornou-se centro de ensino e cultura científica.
Mais tarde ainda vieram os Colégios Medianeira em Curitiba, Santo Inácio em
Salvador do Sul e o Ginásio de Itapiranga. Novas gerações de jesuítas são
formadas na casa de formação de Pareci Novo e no Colégio Cristo Rei (S.
Leopoldo), onde brilhou a santidade do Pe. João B. Réus. Merece especial atenção
o apostolado social através de cooperativas, fundadas por toda parte, entre os
colonos alemães. Em 1911 os jesuítas portugueses voltam ao território norte do
Brasil, formando assim a Missão Portuguesa. Fundaram logo o Colégio Antônio
Vieira (1911) em Salvador e o Instituto S. Luiz de Caiteté; o Colégio Nóbrega
(1917) no Recife, que preparou a atual Universidade Católica de Pernambuco. Ao
mesmo tempo fundavam-se Residências importantes em Belém do Pará e S. Luís do
Maranhão. Para a formação de novos jesuítas construíram-se a Escola Apostólica e
o Noviciado de Baturité no Ceará. Mais tarde fundou-se o Colégio Santo Inácio de
Fortaleza. Salientemos ainda a tarefa da formação do Clero.
Desde a fundação do Colégio Pio-Brasileiro em Roma (1934) para a formação
de sacerdotes, os jesuítas do Brasil fornecem seus dirigentes, muitos
professores e auxiliares. Neste século, fundaram-se Casas de Exercícios
Espirituais, como a do Padre Anchieta no Rio; Vila Fátima, perto de Belo
Horizonte; Vila Manresa (Porto Alegre); Morro das Pedras, perto de
Florianópolis; S. José (Olinda); a de Baturité, no Ceará; a de Mar Grande na
Bahia. Outras, são adaptações de antigas casas, como o Centro de Espiritualidade
de Itaicí (SP) e o Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em S. Leopoldo. Dois
movimentos religiosos foram especialmente promovidos pelos jesuítas do Brasil: o
Apostolado da Oração e a Congregação Mariana. Quanto à obra das missões
indígenas, uma das primeiras preocupações foi restaurar as missões do Rio Grande
do Sul (1848-52). Outra tentativa foi feita em Goiás com os índios Apinagés
(1888-91) e no Mato Grosso (1923). Mas a empresa que vingou foi a Missão de
Diamantino em Mato Grosso (1927), hoje Diocese. Trabalharam aí cerca de quarenta
missionários, que conseguiram a pacificação paulatina de várias tribos.
Distinguiu-se o Pe. João Bosco Penido Burnier, que sofreu o martírio em 1976.
Outra missão, hoje também Diocese, foi a de Ponta de Pedras na ilha de Marajó,
confiada aos jesuítas da Bahia.
Fonte: www.jesuitas.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário