FRANCISCO
DE PAULA FERREIRA DE REZENDE
Ministro do STF e Procurador Geral da República
Advogado, Historiador, Ensaísta, Parlamentar, Ministro, fazendeiro.
Campanhense, sendo filho do Coronel Valério Ribeiro de Rezende e de Francisca
de Paula Ferreira de Rezende, nascido a 18/02/1832 e nesse mesmo ano, no dia
20/04 batizado pelo Cônego João Dias de Quadro Aranha. Teve só um irmão:
Valério Ribeiro de Rezende. Seu avô materno foi o Comendador Francisco de Paula
Ferreira Lopes.
Fez seus estudos primários e secundários na Campanha, seguindo
depois para São Paulo cursando e se formando em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 16/11/1855. Foi, em seguida, nomeado
Promotor Público em Campanha (1856) e Juiz Municipal e de Órfãos do termo de
Queluz (hoje Conselheiro Lafaiete), onde acumulou o cargo de Delegado de
Polícia.
Foi deputado provincial à 15ª legislatura.
Não sendo
reconduzido ao cargo por injunções políticas aborreceu-se deixou a magistratura
e empreendeu viagem com destino a São Fidélis (RJ) onde pretendia advogar.
Nessa viagem percorreu caminhos da mata de Mar de Espanha e Senhor Bom Jesus do
Rio Pardo (hoje Argirita). Chegando a Leopoldina onde iria pernoitar foi visto ao
chegar no único hotel da cidade por um colega da faculdade de São Paulo de nome
Gabriel de Paula Almeida Magalhães, conhecido por todos por Bié. Depois de
longos abraços e de ter Francisco de Paula contado sua história e o desejo de
seguir para São Fidélis, foi persuadido, depois de muita insistência, a
fixar-se em Leopoldina. Ficou e não se arrependeu. Lá advogando prosperou e para apoiar seu irmão
Valério que havia desistido do curso de Direito para se dedicar à lavoura que adquiriu em 1865, uma fazenda a que denominou “Filadélfia”. Durante vinte anos
houve prosperidade com o empreendimento e só teve suas finanças abaladas com
advento da abolição da Escravatura, tendo amargado grandes prejuízos chegando à
beira da falência.
Com o
regime republicano integrou a comissão encarregada de elaborar a Constituição
do Estado de Minas Gerais. Foi nomeado 2º vice-governador de Minas Gerais. Em
25.05.1892 foi nomeado pelo Presidente da República Marechal Floriano Peixoto,
Ministro do Supremo Tribunal Federal exercendo, também, as funções de
Procurador-Geral da República. O mais notável e importante para Campanha foi
ser ele o autor de “Minhas Recordações”, o mais completo livro sobre os
primórdios da história da Campanha. Colaborou com o jornal “Nova Província”
(1854 – 1855), cujo proprietário foi Lourenço Xavier da Veiga. Um dos quatro
maiores incentivadores do movimento de propagação da ideia da criação da
província no Sul de Minas (1854). Os outros três foram: Dr. Antônio Simplício
de Sales, Dr. Antônio Dias Ferraz da Luz e Lourenço Xavier da Veiga. Colaborou,
também nos jornais o “Correio do Povo” de Ouro Preto e no Minas Gerais, órgão
oficial dos poderes públicos do Estado. São de sua autoria os livros: “O Brasil
e o Acaso” e “O Julgamento de Pilatos ou Jesus perante a razão e os Evangelhos”
(impresso em 1893), “Minhas Recordações” e “Comentários Bíblicos: O mosaísmo
perante a razão e a transformação hebraica”.Era casado com Inácia Luíza Barbosa
de Rezende (* 2.5.1846 + 7.2.1934), havendo do consórcio
grande descendência. Veio a falecer em 26/10/1893 no Rio de Janeiro, sendo
sepultado no Cemitério São João Batista.
Para saber mais, consultar: 1) “Os
Correios na História da Campanha”, de Thomaz Aquino Araújo e Carmegildo
Filgueiras, 1973; “Minhas Recordações”, de Francisco de Paula Ferreira de
Rezende;
“Almanach Sul-Mineiro para 1874” de Bernardo Saturnino da Veiga.
Colaboração: Leonardo Lima
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