'Enquanto uma biblioteca é fechada, uma boca de fumo é aberta'
Um vídeo e uma foto publicadas no Facebook pelo coletivo de rap Pac’Stão e pelo rapper Xandy.MC (Alexandre Campos) mostram o abandono em que se encontra a Biblioteca-Parque de Manguinhos (BPM), localizada na comunidade de mesmo nome, na Zona Norte do Rio. Pelas imagens é possível ver o salão de leitura da Biblioteca completamente tomado pela sujeira que cobre móveis e as estantes que estão cheias de livros. Também é possível ver um carrinho com equipamentos de informática empilhados e o forro do teto destruído.
“Durante as operações no Jacarezinho e a bala comia, os moradores da própria comunidade tiveram que tirar os equipamentos quebrados e empoeirados na Biblioteca Parque de Manguinhos para evitar os furtos e que menos equipamentos sejam destruídos. O descaso é tão grande que os próprios moradores têm que fazer a segurança, a limpeza, a gestão das atividades trazendo lazer, esporte e cultura para os moradores e não deixarmos a biblioteca à deriva ou virar mais um batalhão da UPP, assim como já aconteceu em outros lugares, trazendo mais represálias ao lugar. Fico triste, muito triste, pois a quantidade de livros é imensa e é inacessível aos moradores…”, lamentou o músico. Para ele, “enquanto uma biblioteca é fechada, uma boca de fumo é aberta”.
A operação acontece após o assassinato do delegado da Polícia Civil e ex-agente da Polícia Federal, Fábio Monteiro, que foi encontrado morto em um carro próximo às favelas do Arará e Jacarezinho, comunidades vizinhas à Manguinhos, na última sexta-feira (12). Conforme noticiou o G1, no mesmo dia em que o delegado foi morto, a Polícia Civil deu início a uma operação na região em busca de suspeitos do crime. Ao menos uma pessoa foi baleada. Participaram do cerco equipes de 31 delegacias. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas chegou a ser conduzido à Cidade da Polícia.
A Biblioo procurou Alexandre Campos para atestar a veracidade das imagens, mas até o fechamento dessa reportagem não havia obtido resposta. Também procuramos o superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Cultura do estado do Rio (SEC), Juca Ribeiro, que informou que tem ciência da situação da BPM e que o órgão está trabalhando para reabri-la. “[A Biblioteca-Parque de Manguinhos] não está destruída! Está sem manutenção! Estou ciente e trabalhando para reabri-la!”, disse.
A BPM
Inaugurada em abril de 2010, a Biblioteca-Parque de Manguinhos foi a primeira de uma rede implementada pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Tendo como principais referências as bem-sucedidas experiências praticadas em Medellín e Bogotá, na Colômbia, tornou-se um espaço cultural e de convivência, oferecendo à população ampla acessibilidade, com qualidade física, humana e de serviços. Com 2,3 mil metros quadrados, a BPM passou a atender com eficiência as necessidades comunitárias e tornou-se um modelo a ser seguido até seu fechamento em dezembro de 2017.
A Biblioteca, que somente em 2016 recebeu um público de 129.412 pessoas, foi ocupada em fevereiro do ano passado por familiares e integrantes do projeto social Ballet de Manguinhos que ensinava balé para aproximadamente 211 meninos e meninas da região e que desde o ano de 2015 utilizava as dependências da BPM para desenvolver suas atividades. Mesmo tendo apelado ao governo do estado pela reabertura da Biblioteca, nenhum avanço ocorreu.
“Durante as operações no Jacarezinho e a bala comia, os moradores da própria comunidade tiveram que tirar os equipamentos quebrados e empoeirados na Biblioteca Parque de Manguinhos para evitar os furtos e que menos equipamentos sejam destruídos. O descaso é tão grande que os próprios moradores têm que fazer a segurança, a limpeza, a gestão das atividades trazendo lazer, esporte e cultura para os moradores e não deixarmos a biblioteca à deriva ou virar mais um batalhão da UPP, assim como já aconteceu em outros lugares, trazendo mais represálias ao lugar. Fico triste, muito triste, pois a quantidade de livros é imensa e é inacessível aos moradores…”, lamentou o músico. Para ele, “enquanto uma biblioteca é fechada, uma boca de fumo é aberta”.
A operação acontece após o assassinato do delegado da Polícia Civil e ex-agente da Polícia Federal, Fábio Monteiro, que foi encontrado morto em um carro próximo às favelas do Arará e Jacarezinho, comunidades vizinhas à Manguinhos, na última sexta-feira (12). Conforme noticiou o G1, no mesmo dia em que o delegado foi morto, a Polícia Civil deu início a uma operação na região em busca de suspeitos do crime. Ao menos uma pessoa foi baleada. Participaram do cerco equipes de 31 delegacias. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas chegou a ser conduzido à Cidade da Polícia.
A Biblioo procurou Alexandre Campos para atestar a veracidade das imagens, mas até o fechamento dessa reportagem não havia obtido resposta. Também procuramos o superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Cultura do estado do Rio (SEC), Juca Ribeiro, que informou que tem ciência da situação da BPM e que o órgão está trabalhando para reabri-la. “[A Biblioteca-Parque de Manguinhos] não está destruída! Está sem manutenção! Estou ciente e trabalhando para reabri-la!”, disse.
A BPM
Inaugurada em abril de 2010, a Biblioteca-Parque de Manguinhos foi a primeira de uma rede implementada pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Tendo como principais referências as bem-sucedidas experiências praticadas em Medellín e Bogotá, na Colômbia, tornou-se um espaço cultural e de convivência, oferecendo à população ampla acessibilidade, com qualidade física, humana e de serviços. Com 2,3 mil metros quadrados, a BPM passou a atender com eficiência as necessidades comunitárias e tornou-se um modelo a ser seguido até seu fechamento em dezembro de 2017.
A Biblioteca, que somente em 2016 recebeu um público de 129.412 pessoas, foi ocupada em fevereiro do ano passado por familiares e integrantes do projeto social Ballet de Manguinhos que ensinava balé para aproximadamente 211 meninos e meninas da região e que desde o ano de 2015 utilizava as dependências da BPM para desenvolver suas atividades. Mesmo tendo apelado ao governo do estado pela reabertura da Biblioteca, nenhum avanço ocorreu.
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