Morava ele em uma casa situada na Rua Silva Lemes, esquina com a Dr.
Cesarino. Essa casa, ainda existe e naquela época possuía um enorme
terreno todo ele tomado por um parreiral.
Júlio vendia uvas os amigos e meu pai era um deles. Muitas vezes fui com
papai comprar as frutinhas gostosas no "seu" Júlio. Era metódico, pois
pesava as uvas em uma balança que possuía. Balança antiga, de dois
pratos de metal em que o peso ficava num dos pratos e as uvas em outro.
Não digo mais nada pois todos devem se lembrar da balança. Pois bem,
certo dia papai me levou até lá para comprar a deliciosa fruta. Para a
nossa surpresa ele se negou a vendê-las, pois a balança havia se
estragado. Meu pai, então, ponderou que as vendesse sem o concurso da
balança, calculando o peso com as mãos.
_ Não, não, Geraldo! Cometeríamos uma grande injustiça, pois um de nós
levaria prejuízo! Isso não será correto! Como vou, depois de minha
morte, passear no paraíso com o profeta Joel pensando na injustiça que
cometi? Não, não!
E de lá voltamos sem nada trazer. Fiquei muito tempo pensando seriamente no profeta Joel... E nas esquisitices do Sô Julinho...!
Fonte: Memória Campanhense
Texto Leonardo Lima
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