segunda-feira, 14 de maio de 2012

Saiu no FC - Estandartes de Padre Victor: Patrimônio Cultural Local

Estandartes de Padre Victor: Patrimônio Cultural Local

A Fundação Cultural Educacional Diocesana Nossa Senhora do Carmo, presidida pelo Pe. André Luiz Cruz, sediada em Campanha, vem realizando desde janeiro de 2011 uma série de atividades como palestras, seminários e cursos de formação em patrimônio cultural, inclusive para professores das localidades onde nasceram e viveram a Venerável Nhá Chica e o Servo de Deus Padre Victor: Distrito do Rio das Mortes em São João del-Rei/MG, Baependi/MG, Campanha/MG e Três Pontas/MG. O conteúdo trabalhado enfatiza as manifestações religiosas, seja na sua forma de arquitetura e arte sacra, seja nas suas formas vivas, nas suas manifestações populares ou eruditas, porém sempre apresentando o patrimônio cultural dessa região citada acima como um elemento diferenciador da riqueza não só de Minas, mas do Brasil.
Dentre os vários projetos em andamento, menciona-se o Projeto Pedagógico “Estandartes com os Retratos de Nhá Chica e Padre Victor” desenvolvido pelos professores de Artes Visuais (em diálogo com outras disciplinas) em escolas públicas e privadas, em ambientes formais e não formais de aprendizagem, nessas cidades ora mencionadas, por ocasião dos aniversários de nascimento e falecimento da Venerável Nhá Chica e do Servo de Deus Padre Victor. Tal proposta elaborada e coordenada pela Profa. Cristina Souza Krauss Serrano (historiadora da arte, professora, pesquisadora, além de consultora em patrimônio cultural) utiliza a metodologia da Educação Patrimonial e da Abordagem Triangular em aulas de Artes Visuais objetivando a produção de estandartes a partir do gênero artístico: “Retrato” no desenho, na pintura e na fotografia, embora se trabalhe com outras manifestações artísticas como gravura, colagem, modelagem, artes gráficas, artes dos fios e das fibras, estas tão presentes no artesanato mineiro.
Com a prática pedagógica em questão e considerando os estudantes como ‘multiplicadores’ tem se buscado conscientizar os moradores dessas localidades de que a preservação da memória e da identidade cultural também precisa da visualização material. Assim, com a criação dos estandartes, como momento final do projeto, os participantes acabam por demonstrar o conteúdo aprendido tanto na área de Artes Visuais com o gênero artístico retrato, em diálogo com outras disciplinas, como na área de patrimônio cultural. Uma vez que os estandartes guardam íntima relação com a tradição local, pois estão sempre presentes na organização das já quase centenárias “Romarias de “Santo” Padre Victor e de “Santa” Nhá Chica” (O Servo de Deus Padre Victor e a Venerável Nhá Chica que a devoção popular, carinhosamente, já chama de Santos).
Em geral, os estandartes de Padre Victor e Nhá Chica são confeccionados a partir de seus retratos (desenho, pintura, fotografia), conforme constatação dos professores nos cursos de formação e observação dos estudantes no momento da execução do projeto. Tomando como exemplo, a cidade de Campanha (MG), o local de nascimento de Padre Victor a 12 de abril de 1827 (e batismo a 20 de abril do mesmo ano), tanto professores como estudantes, a partir do resgate dos estandartes estampados com o retrato de Padre Victor, reunindo experiências diversificadas e com elevado grau de autenticidade, puderam constatar a possibilidade de conjugar várias disciplinas curriculares com patrimônio cultural numa atividade pedagógica, como se verifica, a seguir, em depoimentos de professores e estudantes de Campanha (MG) e das cidades do entorno (acompanhe abaixo).
Por fim, salienta-se que mais essa iniciativa da Fundação Cultural Educacional Diocesana Nossa Senhora do Carmo, sediada em Campanha, tem como objetivo precípuo tornar o rico e diversificado patrimônio cultural da região ainda mais conhecido.

l Para a professora Tânia Prado de Varginha (MG) o curso de formação foi de extrema importância, pois apresentou uma proposta que vai além dos Manuais prontos de Ensino de Artes Visuais, o que quase sempre mecaniza as práticas docentes. Para ela, a participação no curso propiciou mais segurança e conteúdo para desenvolver um trabalho criativo e em diálogo com o universo cultural do aluno. A proposta de se trabalhar, com o gênero artístico retrato e os estandartes de Padre Victor é extremamente original e pertinente.

l Já a professora Luciana Campos de Três Corações (MG) destacou que o curso esteve de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), com as Diretrizes Estaduais, conseguiu dialogar com a realidade local, com várias temáticas ao mesmo tempo (como patrimônio cultural, a questão do negro), o que muitas vezes se mostra como a grande dificuldade dos professores no momento de elaboração de suas aulas. Com uma proposta assim, ensinando o valor do que se produz na região da escola e nas diferentes culturas, o aluno se reconhece nessas referências, percebe a importância da autoria nos próprios trabalhos, o protagonismo nas suas ações e escolhas em Arte, em Artes Visuais.

l A professora Maria do Carmo Borges de São Gonçalo do Sapucaí (MG) destacou o repertório visual apresentado no âmbito da História da Arte, durante o curso de formação, desde os mais conhecidos retratos produzidos pelas várias culturas ao longo do tempo, mas também a reflexão sobre a influência das novas tecnologias na produção de imagens, o que fascina os jovens atualmente. Desde a substituição do modelo vivo pela fotografia, bem como o uso de projeções para desenhar, a utilização do computador para testar efeitos cromáticos, distorções de escala e modificações compo-sicionais, como bem explicou Profa. Cristina Souza Krauss Serrano ao longo dos cursos de formação ministrados para os professores.

l Para alguns dos estudantes participantes do projeto na cidade de Campanha (MG), como os Mascotes da Turma do Vitalzinho, uma atividade que foi desenvolvida pela própria profa. Cristina Souza Krauss Serrano, essa foi uma oportunidade única de aprender mais sobre Arte, História da Arte e o rico patrimônio cultural da região nas aulas teóricas, visitas técnicas, oficinas em laboratório de informática e em ateliês de arte.

l Para a estudante/mascote Ana Paula Guedes foi importante conhecer as características do gênero artístico “retrato”, compará-la com outros gêneros como “paisagem”, “natureza-morta”. Saber identificar o “retrato” no desenho, na pintura, na gravura, na escultura, na fotografia, em manifestações bi e tridimensionais. Além de conhecer mais sobre Padre Victor no contexto do patrimônio cultural da região.

l Já para a estudante/mascote Jaqueline S. Fernandes, o mais surpreendente, foi tomar conhecimento sobre as diferenças entre as técnicas e os materiais empregados para a confecção de um “retrato” como, por exemplo, no caso do grafite, nanquim, sanguínea, carvão dentre outros para o desenho, bem como no caso das tintas óleo, têmpera, guache, acrílica para a pintura. E como essas técnicas contribuíram ao longo do tempo para a preservação da memória e, no caso em questão, para a preservação de informações sobre Padre Victor.

l O estudante/mascote Renato Alves manifestou contentamento por conhecer o acervo de “retratos” produzidos ao longo dos séculos pela Arte no mundo, mas especialmente aqui no Brasil. Para ele, o contato com esse vasto repertório imagético foi de extrema importância para melhor observar, de agora em diante, as produções visuais com o olhar mais crítico, sabendo reconhecê-las como veículo de compreensão diferenciada do ser humano e de suas culturas, como no caso das obras produzidas no Brasil e em Minas desde Eckhout, August Müller, Almeida Júnior, Eliseu Visconti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Flávio de Carvalho, Iberê Camargo, Alberto Guignard, Selma Weissmann, Mariana Laterza, dentre outros. Bem como das obras que retratam Padre Victor, mostrando as imagens referentes a ele não apenas como patrimônio artístico, mas também como patrimônio documental a contar a história da região.

l Para o estudante/mascote Jhonnathan H. S. Andrade, o mais fascinante, foi a constatação da possibilidade de produção de objetos artísticos em aulas de Artes Visuais, conjugando novas tecnologias com uma manifestação folclórica, artística, cultural como os estandartes religiosos que são a expressão viva da religiosidade do nosso povo tão rica em tradição e cultura, uma produção de mini-estandartes com características típicas e recursos inovadores.

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