Avião e tablet
Assim como o avião que levou as bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, os tablets podem portar bombas atômicas capazes de destruir a educação!
Khan Academy é uma organização não governamental que tem como objetivo contribuir para a melhoria da educação por meio de vídeo aulas online disponibilizadas gratuitamente. Além dos vídeos, o site conta com um módulo de exercícios e um painel que permite ao usuário acompanhar seu desempenho. Todo conteúdo é aberto.
A Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Natura e o Instituto Península, está trazendo a Khan Academy para o Brasil, traduzindo os vídeos de aritmética, biologia, química e física para o português e levando a ferramenta para as escolas públicas.
O Ministério da Educação do Brasil disponibilizará tais vídeo aulas para professores, alunos e população em geral.
Até aqui estes três parágrafos nos contam avanços tecnológicos importantes e revolucionários, tão significativos quanto à invenção do avião. Mas não é aí que reside o perigo.
Assim como os aviões são para o transporte, as vídeo aulas são instrumentos preciosíssimos para o entendimento, assimilação e memorização dos conteúdos ministrados nos currículos de quase todo o planeta.
Como as vídeo aulas serão utilizadas, o que irá acompanhá-las, como será a atuação dos educandos e educadores junto a estes instrumentos é que se constitui a questão que requer maior bom senso e, sobretudo, fundamentação teórica educacional capaz de quebrar velhos paradigmas e construir uma escola que privilegia a autonomia e a construção de um cidadão que seja capaz de ser, conviver, fazer e aprender com sustentabilidade e também com felicidade e realização.
Neste sentido, fiquei muito preocupada com o discurso de nosso ministro da educação em rede nacional sobre a utilização das vídeo aulas da Khan Academy:
“… especialmente dentro do programa de educação em tempo integral que é o + educação, onde as crianças têm 4 horas/aulas obrigatórias do turno regular e mais 3 horas complementares. Nestas 3 horas complementares você utilizaria esta metodologia, permitindo reforço pedagógico ao aprendizado digitalizado e avanço no processo de formação”.
Preocupei-me, pois neste trecho do discurso o senhor ministro enfatiza que teremos mais uma mudança para não mudar nada.
Os paradigmas nos quais se alicerçam o falido sistema mundial de ensino continuam a vigorar: aulas de diferentes assuntos com o mesmo tempo pré-determinado, grupo de alunos atrasados, alunos adiantados, 4 horas de turno regular, 3 horas de atividades complementares.
Desta maneira, em minha opinião, a educação em tempo integral, uma das prioridades para o Brasil neste novo século, será um esforço financeiro e político de toda a nação desperdiçado, já que nossas escolas continuarão com suas salas de aula semelhantes a panelas de pressão, com seu sistema de exclusão predominante sobre a inclusão e outras mazelas que se apresentam hoje.
Necessitamos urgente que se construam novos paradigmas e já temos, no Brasil, experiências de sucesso que avançam dia a dia pelo caminho da “formação de pessoas e cidadãos cada vez mais cultos, autônomos, responsáveis, solidários e democraticamente comprometidos na construção de um destino coletivo e de um projeto de sociedade que potencializem a afirmação das mais nobres e elevadas qualidades de cada ser humano” (Projeto Educativo Ancora em São Paulo).
Se nossas escolas praticarem ações que efetivamente respeitem os princípios acima citados, as vídeo aulas do Prof. Kahm e os atraentes tablets já adquiridos pelo Ministério de Educação para serem distribuídos aos professores serão ricos instrumentos nos projetos instrucionais de nossos alunos, mas se continuarmos nos paradigmas demonstrados pelo senhor ministro em seu discurso oficial, creio que será o caos do caos.
Quando o senhor ministro termina seu discurso afirmando um avanço na formação de nossos alunos, eu lanço um questionamento a toda à nação:
Que tipo de formação será essa? Vivemos na era da importância da informação, mas esta sozinha não garante formação de cidadãos plenos.
Ou fazemos um movimento para o programa mudar de nome trocando de + educação para + informação, ou fazemos nosso ministro repensar a filosofia dele e implantar um sistema de ensino integral, com TEMPO E ESTRATÉGIAS para a FORMAÇÃO DA CIDADANIA que é o que nossas crianças e jovens estão precisando.
É urgente que a polêmica seja maior, porque é necessário livrarmos nossas crianças deste ensino integral restrito que querem implantar e impor, pois caso contrário, as novas tecnologias serão apenas mediadoras de bombas atômicas em nossas instituições escolares, e haverá uma devastação maior ainda do que a vigente.
Com esta argumentação, a educadora Ely Paschoalick escreve comentários sobre a necessidade de junto à implantação do ensino de tempo integral e do uso de tecnologia nas mãos dos alunos, faz-se também necessário mudar os paradigmas que norteiam a falida educação que hoje se apresenta.
A Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Natura e o Instituto Península, está trazendo a Khan Academy para o Brasil, traduzindo os vídeos de aritmética, biologia, química e física para o português e levando a ferramenta para as escolas públicas.
O Ministério da Educação do Brasil disponibilizará tais vídeo aulas para professores, alunos e população em geral.
Até aqui estes três parágrafos nos contam avanços tecnológicos importantes e revolucionários, tão significativos quanto à invenção do avião. Mas não é aí que reside o perigo.
Assim como os aviões são para o transporte, as vídeo aulas são instrumentos preciosíssimos para o entendimento, assimilação e memorização dos conteúdos ministrados nos currículos de quase todo o planeta.
Como as vídeo aulas serão utilizadas, o que irá acompanhá-las, como será a atuação dos educandos e educadores junto a estes instrumentos é que se constitui a questão que requer maior bom senso e, sobretudo, fundamentação teórica educacional capaz de quebrar velhos paradigmas e construir uma escola que privilegia a autonomia e a construção de um cidadão que seja capaz de ser, conviver, fazer e aprender com sustentabilidade e também com felicidade e realização.
Neste sentido, fiquei muito preocupada com o discurso de nosso ministro da educação em rede nacional sobre a utilização das vídeo aulas da Khan Academy:
“… especialmente dentro do programa de educação em tempo integral que é o + educação, onde as crianças têm 4 horas/aulas obrigatórias do turno regular e mais 3 horas complementares. Nestas 3 horas complementares você utilizaria esta metodologia, permitindo reforço pedagógico ao aprendizado digitalizado e avanço no processo de formação”.
Preocupei-me, pois neste trecho do discurso o senhor ministro enfatiza que teremos mais uma mudança para não mudar nada.
Os paradigmas nos quais se alicerçam o falido sistema mundial de ensino continuam a vigorar: aulas de diferentes assuntos com o mesmo tempo pré-determinado, grupo de alunos atrasados, alunos adiantados, 4 horas de turno regular, 3 horas de atividades complementares.
Desta maneira, em minha opinião, a educação em tempo integral, uma das prioridades para o Brasil neste novo século, será um esforço financeiro e político de toda a nação desperdiçado, já que nossas escolas continuarão com suas salas de aula semelhantes a panelas de pressão, com seu sistema de exclusão predominante sobre a inclusão e outras mazelas que se apresentam hoje.
Necessitamos urgente que se construam novos paradigmas e já temos, no Brasil, experiências de sucesso que avançam dia a dia pelo caminho da “formação de pessoas e cidadãos cada vez mais cultos, autônomos, responsáveis, solidários e democraticamente comprometidos na construção de um destino coletivo e de um projeto de sociedade que potencializem a afirmação das mais nobres e elevadas qualidades de cada ser humano” (Projeto Educativo Ancora em São Paulo).
Se nossas escolas praticarem ações que efetivamente respeitem os princípios acima citados, as vídeo aulas do Prof. Kahm e os atraentes tablets já adquiridos pelo Ministério de Educação para serem distribuídos aos professores serão ricos instrumentos nos projetos instrucionais de nossos alunos, mas se continuarmos nos paradigmas demonstrados pelo senhor ministro em seu discurso oficial, creio que será o caos do caos.
Quando o senhor ministro termina seu discurso afirmando um avanço na formação de nossos alunos, eu lanço um questionamento a toda à nação:
Que tipo de formação será essa? Vivemos na era da importância da informação, mas esta sozinha não garante formação de cidadãos plenos.
Ou fazemos um movimento para o programa mudar de nome trocando de + educação para + informação, ou fazemos nosso ministro repensar a filosofia dele e implantar um sistema de ensino integral, com TEMPO E ESTRATÉGIAS para a FORMAÇÃO DA CIDADANIA que é o que nossas crianças e jovens estão precisando.
É urgente que a polêmica seja maior, porque é necessário livrarmos nossas crianças deste ensino integral restrito que querem implantar e impor, pois caso contrário, as novas tecnologias serão apenas mediadoras de bombas atômicas em nossas instituições escolares, e haverá uma devastação maior ainda do que a vigente.
Muito interessante! Precisamos de estudantes que transformem a realidade, tenham o coletivo, o desejo de um mundo melhor como projeto de todo dia, como projeto cotidiano! Santuza
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