PAULO FREIRE. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA – SABORES
NECESSÁRIOS Á PRÁTICA EDUCATIVA
São Paulo, Brasil: Paz e Terra (Coleção Leitura),
1997. Edição de bolso, 13,5x10 cm., 165 páginas.
Caetano Valadão Serpa, Ph.D. and Maria
de Lourdes B. Serpa, Ed D
Ensinar é algo
de profundo e dinâmico onde a questão de identidade cultural que atinge a dimensão individual e a classe dos
educandos, é essencial à "prática educativa progressista". Portanto,
torna - se imprescindível "solidariedade social e política para se evitar
um ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do "saber articulado".
E de novo, Freire salienta, constantemente, que educar não é a mera transferência
de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida, senão não terá
eficácia. Igualmente, para ele, educar é como viver, exige a consciência do
inacabado porque a "História em que me faço com os outros (...) é um tempo
de possibilidades e não de determinismo"(p.58). No entanto, tempo de
possibilidades condicionadas pela herança
do genético, social, cultural e histórico que faz dos homens e das
mulheres seres responsáveis, sobretudo
quando "a decência pode ser negada e a liberdade ofendida e recusada"(p.62). Segundo Freire, "o
educador que 'castra' a curiosidade do educando
em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdo s,
tolhe a liberdade do educando, a sua
capacidade de aventurar - se. Não forma, domestica “(63). A autonomia, a
dignidade e a identidade do educando tem de ser respeitada, caso contrário, o ensino tornar- se- á
"inautêntico, palavreado vazio e inoperante" (p.69). E isto só é
possível tendo em conta os conhecimentos adquiridos de experiência feitos"
pelas crianças e adultos antes de chegarem a escola.
Os educadores atuais ainda estão se
descobrindo nas leituras e práticas de Paulo Freire. Meditar sobre as suas
pesquisas e ações é entender a função pormenorizada do educador. A autonomia do
educando está relacionado a uma série de ações que vão desde a ação da família,
passando pelos meios de comunicação e até as instituições de ensino. Os
educadores estão inseridos nestas três instituições. Os educadores Freire e
Pacheco são norteadores do árduo trabalho de todos os educadores da atualidade.
Há tantos outros educadores, mas poucos enxergam a importância da
contextualização dos conteúdos contidos no PCN (Parâmetro Curricular Nacional)
e a vida cotidiana dos educandos. Na falta de percepção dos educadores está a
necessidade de lermos e praticarmos os princípios da Pedagogia da Autonomia e
os exemplos de ensinar com liberdade do educador Pacheco. Pobres de nós,
educadores herdeiros de nós mesmos e que os nossos atos estão sempre na mesmice
do ato. Lamento, como educador, não conseguir aplicar os princípios desses dois
educadores na sua totalidade e que ainda a sociedade com suas leis de utilidade
enxerga o sistema educacional como uma cúpula fechada e sem mobilidade social.
Somos herdeiros de nós mesmos na medida que o conformismo toma conta de nossas
palavras e ações. Mas, acredito que estamos no caminho correto e irreversível
do progresso e que nós educadores vamos atingir um patamar melhor, libertário e
progressista da educação. A partir da oportunidade de conhecer o professor
Pacheco pessoalmente e trocar ideias sobre a educação fragmentada e de gabinete
passei entender melhor Paulo
Freire. E a atitude do amigo José Milton
de trazer para Campanha o professor José Pacheco mudou por completo o modo de
pensar a educação de gabinete dos educadores. A mudança não é somente necessária
em Campanha, mas no Brasil como um todo. Todos são responsáveis pelas mudanças
sociais e esta atitude mostrou que a afirmação é verdadeira e surte o efeito
desejado. Então, nós educadores agradecemos e sabemos da importância do ato
político de ensinar.
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