quarta-feira, 6 de junho de 2012

MONS. JOSÉ HUGO COMEMORA JUBILEU DE DIAMANTE

O abraço dos amigos campanhense ao querido Monsenhor José Hugo Goulart pelos 60 anos dedicados ao sacerdócio.
Nesta quinta-feira, haverá uma missa na Catedral da Campanha em homenagem ao Monsenhor José Hugo.

Mons. José Hugo comemora Jubileu de Diamante

Na quinta-feira santa, dia do Sacerdócio, quando são comemorados os aniversários de ordenação de sacerdotes, tivemos, neste ano, a belíssima fala de Leonardo Lima, ao nosso querido Monsenhor José Hugo Goulart e Silva em homenagem a celebração do seu Jubileu de Diamante. Na ocasião, também foi lançado selo alusivo à magna data
Nascido em 24 de abril de 1927, em Cachoeira de Minas, batizado em Santa Rita do Sapucaí, Mons. José Hugo é cidadão campanhense desde 2008 e sua ordenação presbiteral ocorreu em 07/06/1952 na terra de suas primeiras letras.


Ah, que bom falar de boas coisas! Neste momento Deus está aqui juntinho de todos nós. Estamos longe da maledicência, dos uivos dos veículos, da algazarra das ruas. Assim, aconchegados na nossa casa, vamos viver uma experiência única: a de penetrar no âmago de uma vida. Viver com ela, senti-la nos momentos frágeis, difíceis, porém cheios de vitórias e glória.
Engraçado como esse nosso Deus Maravilhoso age! Nunca nos deixa sem seu ombro acolhedor, seu colo amigo. Está a comunidade fraca em sua fé? Deus nos envia um santo. Precisa de alento para o desânimo que nos assola? Lá vem outro santo!
Necessita de exemplos de vida? Mais um santo a caminho!
Pois a narrativa que ora iniciamos é do envio de um santo. Um santo do mesmo estofo dos que veneramos em nossos altares.
Começa lá em Cachoeira de Minas. Foi no dia 24 de abril de 1927 que Deus resolveu nos ofertar uma preciosa alma. Nascia um menino que iria “crescer em graça e sabedoria”. É, porém, na pia batismal de Santa Rita do Sapucaí, no dia 29 de maio do mesmo ano de 1927 que ocorre o seu segundo nascimento.
Aí, sim, adquire sua identidade de católico. Sua caminhada, no entanto, tem início por um lugar de denominação diferente.
Nome que escondeu o amor grandioso e impossível de um poeta que gritava em sua alma:
“Ah! Natércia cruel! quem te desvia
Esse cuidado teu de meu cuidado?
Se tanto hei de pensar desenganado,
Enganado de ti viver queria”.
Escondia no anagrama Natércia o seu desventurado amor por Caterina de Ataíde filha do mordomo-mor do infante Dom Duarte. Natércia foi, pois, nome do coração e alma de um poeta chamado Camões.
É na cidade assim denominada que começa, também, uma história de amor ainda maior. Não a de uma paixão voluptuosa, arrebatadora, porém, a do compartilhamento. Não a que finaliza com a chegada da morte, mas a que transcende os umbrais da eternidade. Deus escolheu um nome especial para esse seu enviado: José, o mesmo do esposo de sua Mãe Santíssima. Como ele chegava para ser fermento e massa do seu povo, nada mais justo do que um Silva no sobrenome! E assim chegou o nosso presente: José Hugo Silva, filho de Joaquim Ribeiro da Silva e de América da Silva Goulart.
E é lá na cidade de Natércia, a Santa Catarina de sempre, que o menino conhece as primeiras letras e sua alma sente a grandiosidade de um Deus. É no momento das orações matinais e vespertinas, quando sua mãe juntava suas mãozinhas e, de joelhos, ensinava-lhe o “meu anjinho... meu zeloso guardador”, no catecismo explicado pela doçura da catequista, na beleza das missas dominicais que seu coração explode de amor.
Ao chegar aos doze anos procura seus pais e declara: Minha vida foi feita para o serviço de Deus. Desejo ir para o Seminário!
Desejo revelado, vontade satisfeita! Em 18/02/1940 vem ele para o Seminário Menor da Campanha, onde permanece até 31/12/1945. Começa aí, também um namoro, que dura a vida inteira: Campanha. Se Cachoeira de Minas é seu berço de nascimento, se Santa Rita o local de seu batismo, se Natércia o da sua infância, Campanha é a sua eterna cidade.
Após terminar os estudos no Seminário Menor, segue para Mariana onde prossegue sua faina estudantil. Os estudos filosóficos ocupam os anos de 1946 e 1947. Já os teológicos de 1948 a 1951. É em 08/12/1948 que recebe em Passa Quatro, uma hóstia especial, tão antiga e tão marcante, chamada tonsura. O corte circular no alto da cabeça como que dizendo: este é um homem de Deus, respeita-o.
Chega o grande dia 08/12/1950: sua ordenação diaconal aqui na Campanha. Dom Inocêncio Engelke o acolhe entre os escolhidos por Deus. Já não pertence à família, aos amigos... Pertence a uma comunidade!
Sua ordenação presbiteral, no entanto, ocorre dia 07/06/1952 na terra de suas primeiras letras, do anjinho guardador, das missas fervorosas, das catequistas, dos pais zelosos, de uma família feliz... É lá na Santa Catarina, a Natércia querida, que nasce finalmente o “fermento” pronto para a massa.
Seu primeiro e grande trabalho, porém, não é o espinho de uma paróquia, e sim, o sublime e estafante mister de ensinar. Torna-se professor a partir do dia 01 de julho de 1951, no Seminário, o mesmo que o acolheu ainda rapazote. Quanto tempo ali serviu?        “Apenas” 35 anos. Simultaneamente com o magistério é nomeado Cura da Catedral, exercendo essa função no período de 01 de janeiro de 1964 a 16 de fevereiro de 1968! Portanto, durante quatro anos e um mês! Nesse período procedeu a uma necessária e urgente reforma no teto da catedral, elevando o ponto do telhado. O interior de nossa casa, também, recebe melhorias. Em algumas capelas sua atuação foi marcante. Sem nunca abandonar o Seminário e, consequentemente, sua terra campanhense, vai auxiliando em diversas paróquias como Administrador Paroquial. São elas: Monsenhor Paulo, Heliodora, Natércia, novamente Monsenhor Paulo, Cristina, Soledade de Minas, novamente Monsenhor Paulo, Careaçu, novamente Heliodora e Cordislândia.
Em Caxambu do dia 02 de abril de 1991 a 31 de Agosto de 1993 é investido no cargo de vigário paroquial. De 01/09/93 a 03 de junho 1996 é Auxiliar Paroquial em São Gonçalo do Sapucaí. Na paróquia de Cordislândia também exerce a função de Auxiliar. Ainda há muito o que citar. Direi apenas que hoje, ao invés de estar gozando de uma aposentadoria, é Auxiliar na Paróquia de sua terra, Campanha. Na Diocese, sempre atendeu ao chamado de seus superiores: foi Vigário Geral de Dom Othon Motta e de Dom José D’ Ângelo Neto, foi Juiz do Tribunal Eclesiástico, Juiz Auditor da Câmara Auxiliar Permanente, Presidente do Cabido Diocesano, Coordenador Diocesano de Pastoral, Ecônomo, esse um cargo muito espinhoso. Sua atuação, no entanto, não fica presa ao campo espiritual. Muito atuou em Campanha, também na esfera material, sempre no interesse da população. O que fez, porém de modo sempre discreto. Cito aqui, apenas como exemplo, um dos seus trabalhos realizados em benefício da Campanha:
No final da década de 60 ou início da década de 70, não me lembro bem, a cidade precisava, entre outras necessidades, de telefones. Campanha dispunha apenas de 50 ou 60 telefones.
Desses, porém, alguns estragados, outros pertencentes a pessoas que faleceram ou mudaram da cidade, fazia o número cair para uns 35 ou 30. Dentre esses parcos números tinha alguns que até hoje não entendi a razão do local onde estavam instalados. Por exemplo: um no hangar do Campo de Aviação.
Como essa casinha vivia fechada ele não tinha nenhuma utilidade. Mas estava lá. Outro era localizado no Matadouro Municipal. Também não descobri até hoje o motivo do aparelho naquele lugar. Seria para o magarefe telefonar para a vaquinha lá no meio do pasto e dizer com voz fúnebre: Mimosa, teu marido já era!?
Era esse o panorama da telefonia em nosso município e, porque não dizer, de quase todas as cidades circunvizinhas. Um grupo de cidadãos sabedores de que a concessão da Companhia Telefônica Brasileira, a CTB, estava prestes a findar, formou uma equipe para conseguir junto a Câmara Municipal providências para não se renovar tal concessão. E, simultaneamente, organizou uma firma para assumir o serviço telefônico. Entre essas pessoas cito aqui algumas: Tomáz de Aquino Araújo, Orlando Pires, Geraldo Lima, Ênio Lemes, um rapaz nos seus vinte e poucos anos que não desejo citar o nome, Celso Augusto Fonseca etc.
Precisava essa comissão de um nome para ser o coordenador do movimento, um nome em que não houvesse dúvida da nobilíssima intenção de bem servir a comunidade. Convidado o padre José Hugo, e com a aquiescência do senhor bispo, aceitou e dirigiu com grande entusiasmo os trabalhos. Não se conseguiu pleno êxito nesse mister, porém obrigou a Câmara a mudar sua postura.
Resultado: foi renovada a concessão e a CTB se comprometeu a colocar aparelhos semi-automáticos, em substituição ao magneto manual. O número de linhas passou para trezentas .
Não tenho o direito de continuar narrando esse episódio, pois já demonstrei o decidido apoio do nosso homenageado às causas de sua terra campanhense. Tudo realizado com discrição e sem nenhum tipo de remuneração.
Hoje festejamos os 60 anos de sua vida sacerdotal, que continua jorrando bondade, mostrando a virtude em sua magnificência.
Poderia estar ele agora gozando das delícias de uma aposentadoria. Dizer com orgulho: “Combati o bom combate” porém, ele continua cumprindo a missão benfazeja de ser fermento na massa.
Quantos de nós não nos aconselhamos com ele? Quantos aguardam, ansiosos, a palavra orientadora que muitas vezes muda os nossos destinos?
Sábio não é o que tem pleno conhecimento de uma causa. Sábio é aquele que sabe bem ouvir e melhor orientar. Sábio não se aposenta aos sessenta, pois o descanso é dos fracos.
Ao terminar essas singelas, porém verdadeiras palavras eu quero agradecer. Não um agradecimento ao nosso homenageado, porém ao nosso magnânimo Deus:
Obrigado meu Deus por essa dádiva preciosa, esse tesouro incalculável, essa vida irrepreensível que há sessenta anos mitiga nossas dores, nos alenta nos momentos tortuosos de nossa existência, alerta-nos para os sublimes valores do ser humano e nos abençoa com a Vossa poderosa mão e nos perdoa os pecados.
Obrigado, meus Deus, pelo presente de sessenta anos. Agora, vamos para os setenta, afinal sessenta não é o fim de nada. É uma parada para se tomar fôlego.
Obrigado, meu Deus! Obrigado meu Deus! Mil vezes, obrigado meu Deus!

Matéria publicada no Folha Campanhense.


Um comentário:

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