segunda-feira, 30 de abril de 2018

BANDA DOM FERRÃO

Esta é a Banda Dom Ferrão por volta dos anos 40. Quem puder identificar os músicos, vai ajudar muito. Conhecidos aqui temos o Sr. Ari Lemes, Sr. Benedito ar parado, Dunga Nascimento, Verdi Sales e Jaú Sales. A foto foi tirada por Paulino Araújo no Grupo Escolar Zoroastro de Oliveira.

LEITURA FAZ COM QUE ENTREMOS NO MUNDO!

Leitura faz com que entremos no mundo, diz diretor da Biblioteca Nacional argentina

Sylvia Colombo folha.uol.com.br 15/03/2018
Com um cargo já ocupado por um de seus mentores intelectuais, Jorge Luis Borges (1899-1986), Manguel expandiu as atividades da biblioteca em quantidade e qualidade de conferências, exposições, digitalização de acervo, entre outras coisas.
Recebeu, por outro lado, críticas quando assumiu, pois a então nova gestão do presidente Mauricio Macri havia decidido enxugar o quadro de funcionários da instituição.

Quando Manguel chegou, havia cartazes contra o governo nas paredes e certa insatisfação entre os que ficaram. O que se vê hoje é um ambiente como ele queria, mais leve e despolitizado, com uma preocupação clara de promover eventos e atividades sobre autores de distintas ideologias.

No Brasil, Manguel tem agora lançado "O Leitor Como Metáfora" (ed. Sesc SP), e, em abril de 2019, chegará pela Companhia das Letras o livro que há pouco terminou de escrever ("Packing My Library"), em que faz digressões a partir do ato de desmontar, ao lado de seu companheiro, a biblioteca de mais de 40 mil títulos que tinha numa casa na França.

Por que o sr. diz que "O Leitor Como Metáfora" é uma continuação dos temas tratados em "Uma História da Leitura"?

Este sempre foi o meu tema, o que significa ser um leitor. O papel de leitor está associado ao do cidadão, porque é por meio da palavra escrita que aprendemos os códigos de nossa sociedade.

Nos dá acesso à memória da sociedade por meio de escritos dos nossos antepassados. Isso não ocorria em sociedades orais, onde a memória se transmite por meio do relato das pessoas mais velhas aos mais jovens. Ou seja, é uma memória que ocorre no tempo em que está sendo narrada.

O extraordinário da memória escrita é que a transmissão se faz pelo tempo e o espaço, como se estes não existissem. Posso conversar com Sêneca.

Isso sempre é algo positivo?

Não necessariamente. Depende de que sociedade falamos. Se é uma sociedade que define limites ao cidadão sobre o que pode ler, é negativo.

No período da escravidão nos EUA, havia penas duríssimas a quem ensinasse negros a ler. E muitas vezes eram religiosos, interessados em que lessem a "Bíblia". Quem estava no poder temia que escravos poderiam ler textos abolicionistas e pôr em risco a ordem.

Quando uma pessoa aprende a ler, pode ler tudo, e isso por muito tempo assustou quem estava no poder. Impôs-se um dilema, pois não se pode construir uma sociedade democrática em que cidadãos não leem, pois ler te permite votar, comprar, ir ao banco, trabalhar, pagar impostos.

Mas a leitura também faz com que se tenha acesso a certa visão do mundo que permite fazer perguntas. Por exemplo, a mulher não tinha há alguns anos a categoria social de pessoa jurídica. Havia coisas que não podia fazer.

A obrigação de cidadão, frente a essas leis, é, gradualmente, questioná-las. Isso leva a transformações. E é nessa tensão entre a imposição de regras e seu questionamento que a sociedade existe.

Neste livro, o sr. põe muita atenção no tema das metáforas relacionadas àquele que lê.

Sim, e como vão mudando. Quando se começou a associar a ideia da sabedoria por meio dos livros com a da torre de marfim, o significado era diferente. Refletia prestígio.

Aquele que lia tinha acesso a uma sabedoria que os outros não tinham. [O poeta nicaraguense] Ruben Darío (1867-1916), por exemplo, falava dos poetas como para-raios celestes. É uma metáfora linda, e positiva.

No fim do século 19 e começo do 20, com a ebulição dos movimentos sociais, a ideia do intelectual na torre de marfim se tornou pejorativa, como alguém separado das sociedade, ou por ter nível intelectual mais alto, em posição hierárquica no topo, inatingível.

Hoje há metáforas ainda mais depreciativas do leitor. Você vê isso nas escolas, como se tratam os garotos que leem, são chamados de "nerds", são associados a quem se afasta da coisa pública, um ignorante, quando é todo o contrário, porque é a leitura que faz com que entremos no mundo.

E a mudança do significado das metáforas, como explica no livro, está diretamente ligada a conjunturas históricas?

Sim, e que variam de uma sociedade para outra. Na Argentina, após a ditadura militar (1976-1983), não posso dizer que "fulano está desaparecido" só porque não o encontro para convidá-lo a uma festa. Cai muito mal, tenho que achar um sinônimo. "Desaparecido", a partir dos anos 1970, é aquele que foi levado pela repressão e nunca mais voltou.

Outro tema do livro é a relação entre leitura e viagem. O que mudou, com relação aos dias de hoje, com o fato de que o leitor viaja mais? Teoricamente, ele precisa menos de livros para conhecer outros países?

Não concordo. Podemos ler uma notícia sobre um país no qual há 9 milhões de crianças que passam fome. Somos capazes de ler isso e incorporar, e mudar de assunto.

Mas quando lemos "Os Miseráveis", de Victor Hugo (1802-1885), sentimos uma empatia por esse personagem que rouba um pedaço de pão que, aí sim, nos faz ter a sensibilidade para entender algo do drama que significa 9 milhões de crianças passando fome.

A realidade física das informações não basta para o entendimento completo de algo.

Posso ir a São Paulo e conhecer algumas esquinas, hotéis, e me lembrar dos cantos que recorri, e de que havia ruído e confusão e nada mais.

Mas é só quando leio a um autor como Raduan Nassar (autor de "Lavoura Arcaica", obra de 1975 que se passa numa asfixiante situação familiar no interior de São Paulo) posso ter uma ideia mais clara de como são as relações familiares, como se gera a violência nessa sociedade, e qual o peso da religião e da tradição.

A literatura me proporciona isso. Essa é a São Paulo que reconheço, procuro. E vejo nas pessoas a essência do que Nassar viu. Uma boa biblioteca proporciona muito mais conhecimento do mundo do que um pacote de viagem em que se promete "conhecer" 15 cidades em tantos dias.

Como avalia a proliferação dessas ficções de fantasia, sempre entre os best-sellers? São uma literatura escapista?

É preciso ter cuidado com esse termo. Escapista pode ser um adjetivo para nomear uma literatura que tira uma pessoa da realidade sem levá-la a lugar algum. Como Paulo Coelho. É totalmente escapista porque é absolutamente artificial. Não há nenhum lugar na obra de Paulo Coelho em que um leitor possa entrar. Portanto é má literatura.

Eu diria que é criminosamente uma má literatura, porque dá a ilusão de que se está lendo algo e não há nada ali.

A pessoa que lê Paulo Coelho não está lendo nada.

Mas isso não se aplica a outro tipo de literatura que às vezes também é rotulada como escapista, mas que, sim, te leva a algum lugar. E aí eu mencionaria J.R.R Tolkien (1892-1973), Philip K. Dick (1928-1982) e Margaret Atwood. Eles te levam a outros mundos para que se reflita sobre este.

O que o sr. acha da recente polêmica sobre os que defendem boicote a artistas, escritores, cineastas que não sejam um exemplo de retidão moral?

Isso sempre existiu. Um dos maiores escritores do século 20 é o francês Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Era um antissemita convicto, mas os editores franceses já tinham isso resolvido.

Seus panfletos antissemitas nunca entraram em nenhuma antologia nem foram reeditados, ao menos não por editoras sérias, pois não são considerados literatura. Mas isso não nos deve impedir de admirar sua genialidade como escritor.

Esse tipo de perseguição dita moral ocorreu com outros, como Oscar Wilde (1854-1900). Diria que ocorre desde os princípios do cristianismo, quando se perseguiam intelectuais pagãos isso acontece.

Mas hoje isso está mais intenso, talvez potencializado pelas redes sociais?

Nego-me a achar que isso deva ser levado tão à sério e, sim, me espantam os linchamentos públicos. Margaret Atwood escreveu uma carta contra a expulsão de um professor da Universidade de British Columbia que foi afastado ao ser acusado de assédio por uma aluna.

Ela escreveu não defendendo o suposto assédio, obviamente, mas lembrando que não podemos saltar etapas do julgamento justo, senão voltaremos à barbárie. E só por isso, recebeu críticas muito violentas de grupos feministas.

É muito assustador o nível das reações nos dias de hoje, nesse sentido estou de acordo. Mas sempre houve essa cobrança sobre a vida pessoal dos intelectuais.

Como se deve combater isso?

(Risos) Não sei, como combater a estupidez? Creio que com educação, leitura, bom senso. Mas a estupidez também sempre esteve aí, então confesso que não sei. Acho que se todos aprendermos a ler, pode ser que sejamos menos estúpidos, menos preconceituosos, mas tampouco isso é uma garantia.

COMO O ESPIRITISMO ENCARA OS TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS?

COMO O ESPIRITISMO ENCARA OS TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS?

O assunto não foi, evidentemente, tratado por Kardec, mas o Dr. Jorge Andréa, no seu livro Psicologia Espírita, págs. 42 e 43, examinando o tema, assevera que não há nenhuma dúvida de que, nas condições atuais da vida em que nos encontramos, os transplantes devem ser utilizados.
“A conquista da ciência é força cósmica positiva que não deve ser relegada a posição secundária por pieguismos religiosos. Por isso, chegará o dia em que poderemos avaliar até que ponto as influências espirituais se encontram nesses mecanismos, a fim de que as intervenções sejam coroadas de êxito e pleno entendimento”.
Perguntaram a Chico Xavier se os Espíritos consideram os transplantes de órgãos prática contrária às leis naturais.
Chico respondeu: “Não. Eles dizem que assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, aos nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito”.
Todos podemos doar nossos órgãos ou há casos em que isso não se recomenda?
É claro que todos podemos.
A extração de um órgão não produz reflexos traumatizantes no perispírito do doador.
O que lesa o perispírito, que é nosso corpo espiritual, são as atitudes incorretas perpetradas pelo indivíduo, e não o que é feito a ele ou ao seu corpo por outras pessoas.
Além disso, o doador desencarnado é, muitas vezes, beneficiado pelas preces e pelas vibrações de gratidão e carinho por parte do receptor e de sua família.
A integridade, pois, do perispírito está intimamente relacionada com a vida que levamos e não com o tipo de morte que sofremos ou com a destinação de nossos despojos.
Há casos, no entanto, que a doação ou a extração de órgãos não se recomenda.
No dia 6 de fevereiro de 1996, atendemos um Espírito em sofrimento, que recebera o coração de um jovem morto num acidente, o qual, sem haver compreendido que desencarnara, o atormentava no plano espiritual, reclamando o coração de volta.
Curiosamente, o Espírito que recebera o órgão sabia estar desencarnado e lembrava até haver doado as córneas a outra pessoa.
Indagaram a Chico Xavier: “Chico, você acha que o espírita deve doar as suas córneas? Não haveria nesse caso repercussões para o lado do perispírito, uma vez que elas devem ser retiradas momentos após a desencarnação do indivíduo?”.
Respondeu o bondoso médium mineiro (“Folha Espírita”, nov/82, apud “Chico, de Francisco”, pág. 84):
“Sempre que a pessoa cultive desinteresse absoluto em tudo aquilo que ela cede para alguém, sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer remuneração, nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão, sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção de posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de dar, porque não vai afetar o perispírito em coisa alguma.
No caso contrário, se a pessoa se sente prejudicada por isso ou por aquilo no curso da vida, ou tenha receio de perder utilidades que julga pertencer-lhe, esta criatura traz a mente vinculada ao apego a determinadas vantagens da existência e com certeza, após a morte do corpo, se inclinará para reclamações descabidas, gerando perturbação em seu próprio campo íntimo. Se a pessoa tiver qualquer apego à posse, inclusive dos objetos, das propriedades, dos afetos, ela não deve dar, porque ela se perturbará”.
Anos depois dessa resposta, registrou-se o caso Wladimir, o jovem suicida que foi aliviado em seus sofrimentos post-mortem graças às preces decorrentes da doação de córneas por ele feita, mostrando que, mesmo em mortes traumáticas como essa, a caridade da doação, quando praticada pelo próprio desencarnante, é largamente compensada pelas leis de Deus.
(O caso Wladimir é narrado no livro “Quem tem medo da morte?”, de Richard Simonetti.)
Do site “O Consolador” - Estudos Espíritas

sábado, 28 de abril de 2018

PRECISAMOS DE PROFESSORES LEITORES!

Pilar Lacerda: "Precisamos de professores leitores!"

Galeno Amorim 22/03/2018
Para a educadora Pilar Lacerda, Diretora da Fundação SM Brasil, o grande problema para formar uma geração de novos e bons leitores é que a maior parte dos professores não é leitor. Com a experiência de professora de sala de aula, ex-secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, ex-presidente da Undime (União de Dirigentes Municipais de Educação) e ex-responsável no MEC pela Educação Básica no país, Pilar faz uma avaliação contundente e reforça o coro: "precisamos de professores leitores".
 
Depois de ter passado desde a sala de aula até o comando das políticas públicas, tanto no âmbito local quanto no nacional, qual é, na sua opinião, o pulo do gato para a escola brasileira conseguir formar leitores que gostem de ler mesmo depois de estarem distantes dos bancos escolares?
R) A primeira questão a pontuar é a formação do professor. Precisamos ter professores leitores para que essa atividade em sala de aula seja prazerosa – e a maior parte dos professores não é leitor. O segundo ponto importante é ter programas de leitura nas escolas, o que não significa leitura obrigatória e preenchimento de fichas. Entre as experiências que tenho visto que dão certo, destaco as escolas que têm programas de leitura que envolvem horas livres, ler em outros lugares que não a sala de aula, música ambiente, além do envolvimento de todos o setores. Conheci uma escola no Nordeste que tinha uma boa nota no IDEB, em que terça-feira todo mundo parava por uma hora para ler. A coordenação colocava cestas com jornais, revistas, quadrinhos, livros, e todo mundo lia – merendeira, professor, porteiro, criança... Isso não acontece espontaneamente, não acontece obrigatoriamente, mas acontece com planejamento. A importância da leitura, de formar leitores e de ter uma comunidade leitora tem que fazer parte do Projeto Pedagógico da escola.  Na Fundação SM, temos um programa de fomento à leitura, o Myra, que visa apoiar o aprimoramento das competências leitoras de estudantes de escolas públicas. Na prática, promove encontros de leitura, com uma hora de duração cada, em que um voluntário lê com uma criança, estabelecendo uma relação de um para um, e construindo diversos diálogos entre o texto, outros livros e vivências. Entre os resultados do Programa, chama a atenção que 79% dos estudantesatendidos pelo Myra tiveram melhoria de desempenho acima da média de suas turmas.

Como se forma professores leitores que já chegaram à escola sem muita familiaridade e gosto pela leitura literária?
Pilar Lacerda: O professor também tem que ter um tempo de leitura na sua formação – mas que seja uma leitura de sua escolha. É importante respeitar o gosto do professor. Existe uma tendência a desqualificar o best seller, a Bíblia, o livro didático ou de autoajuda e, muitas vezes, essa pode ser a porta de entrada para outras leituras. Eu penso que é mais importante ter um professor que leia o que quiser, mas que entenda o que lê, do que um professor que lê aquilo que, entre aspas, é considerado “bacana, de qualidade, profundo” e não se envolve. Se ele não gosta ou não entende o que lê, não vai persistir nesse processo. Também é interessante lembrar que  existem outras formas de leitura, lembrar do cinema como leitura, do teatro como leitura, da arte com leitura. Um projeto que eu conheci – e que eu sei que funciona com professores – levou alunos do ensino médio para a exposição do Picasso, depois exibiu um filme sobre a vida do artista, propôs uma pesquisa sobre o que foi Guernica, estimulou a busca por biografias. Com isso, os meninos e os professores passam a ver e a ler coisas que interessam. Estabelecer vínculos com outras leituras também é muito importante.

Setores expressivos de educadores brasileiros têm manifestado preocupação diante do modo com que a novíssima Base Curricular Nacional chegou. Na sua opinião, ela traz boas ou más notícias para a prática da leitura literária nas escolas?
Pilar Lacerda: Eu não acho que a Base Nacional Comum Curricular vai operar milagres, ela em si não provoca transformação. No entanto, há um dado preocupante que é a obrigatoriedade da alfabetização até o segundo ano, diminuindo um ano no processo, o que pode provocar mais reprovação, mais tensão em sala de aula, e menos atenção com esta alfabetização mais aprofundada e mais reflexiva. Existe uma preocupação com o desenvolvimento de competências, como a de explicar o mundo, de entender o mundo, isso tudo passa pela reflexão e formação do leitor. Pode-se trabalhar a alfabetização como um processo que não termina no final do segundo ano, a alfabetização e o letramento como processos mais reflexivos, de interpretação e crítica, e não simplesmente de decifração de códigos, porque a alfabetização é mais do que isso. É importante envolver o prazer da leitura no processo de alfabetização. A leitura não pode andar perto de fracasso, perto de reprovar a criança, perto de tratá-la como uma pessoa incompetente, incapaz. Precisamos ter cuidado com a  alfabetização até o final do segundo ano, principalmente em relação a uma grande massa que vem de famílias não leitoras, a professores que também não são leitores muito reflexivos, para não punir a parte mais frágil dessa historia inteira que é a criança de 6 e 7 anos, que está entrando na escola.

O MEC acaba de anunciar a padronização dos livros de literatura que voltará a comprar, a partir de 2019. Isso é um problema para a prática da leitura ou somente para o mercado editorial?
Pilar Lacerda: Anunciar que vai voltar a comprar livro de literatura é muito bom, porque as crianças precisam ter acesso ao livro, a escola tem que ter um acervo bom. Mas a padronização é ruim para a prática da leitura. A leitura literária, principalmente a infantil e juvenil, pressupõe vários formatos. A decisão não vai atrapalhar o mercado editorial, porque o mercado editorial vai adaptar a obra, no entanto, a obra que foi pensada para ter um formato x ou y terá que ser enquadrada em três formatos definitivos. Isso pode tornar o processo mais barato, pode tornar mais acessível, com a compra de imensas quantidades, mas há uma perda da qualidade literária.

Link para Fundação SM: http://fundacaosmbrasil.org 

VITAL BRAZIL MINEIRO DA CAMPANHA ESTARIA FAZENDO 153 ANOS DE NASCIMENTO.


Vital Brazil Mineiro da Campanha
Médico, herpetólogo e higienista brasileiro nascido em Campanha, Minas Gerais, em 28 de abril de 1865 um dos maiores nomes da história da pesquisa médica no Brasil e o descobridor do soro antiofídico.

O seu estranho nome foi criado por seu pai, José Manoel dos Santos Pereira Júnior, que resolveu colocar em cada um dos seus oito filhos um nome diferente como vingança contra sua própria família, com a qual estava brigado. Assim seu nome foi composto com Vital, o nome do santo do dia, Brazil, que na época se escrevia com z, Mineiro de Minas Gerais, e Campanha, cidade natal no sul de Minas. Sua mãe, D. Mariana Carolina Pereira de Magalhães era prima de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Passou a infância nas cidades mineiras de Campanha, Itajubá e Caldas, trabalhando desde os 9 anos para ajudar a família. Com 15 anos foi para S. Paulo com a família, onde passou o resto da sua juventude entre o trabalho e os estudos preparatórios para cursar Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, então única escola de medicina no sul do país. Assim, com 21 anos ele foi para o Rio, onde trabalhou como escrevente da polícia e professor, para sustentar-se e custear seus estudos na Faculdade.

Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1891), indo inicialmente clinicar em Botucatu, interior de São Paulo. Após um período em Paris, iniciou as campanhas (1892) contra a febre amarela, a cólera e a peste bubônica, no Estado de São Paulo.

Preparou os primeiros soros comprovadamente eficazes contra os venenos dos crótalos e das cobras do gênero Bothrops, no Instituto Bacteriológico de São Paulo (1898). Após sua criação por Adolfo Lutz, assumiu a direção do Instituto Soroterápico (1899) que originaria a fundação do Instituto Butantã (1905), onde começou a pesquisar um tipo de soro antiofídico. Na época empreendeu dois tipos de campanha, uma trocava doses de soro por mais cobras vivas para fabricar mais soro e a outra era de esclarecimento da população rural sobre quais as cobras venenosas e as não.

Foi à Europa estudar no Instituto Pasteur, visitou diversos países e voltou ao Brasil (1914). Foi no Congresso Científico Pan-Americano (1915), que teve oportunidade de aplicar seu soro, no Bronx.

Mudando-se para Niterói, RJ, fundou o Instituto de Higiene, Soroterapia e Veterinária (1919), para preparo de soros e vacinas, hoje Instituto Vital Brasil. Viúvo (1913), casou-se novamente (1920) com Dinah Carneiro Vianna.

Voltou a dirigir o Butantã (1924), mas o deixou novamente para reassumir a direção do Vital Brasil (1927), permanecendo ali pelo resto da vida.

Dentre suas obras escritas destacaram-se: O ofidismo no Brasil (1906) e A defesa contra o ofidismo (1911), versão francesa 1914).
Participando de campanhas contra epidemias, contraiu peste bubônica e febre amarela e morreu em 8 de maio (1950), no Rio de Janeiro, aos 85 anos, ainda na direção do Instituto Vital Brazil.
Fonte: dec.ufcg.edu.br

ESCRITORAS DIZEM QUE LIVROS DE FICÇÃO AJUDAM A SUPERAR DOENÇAS.

Escritoras dizem que livros de ficção ajudam a superar doenças

André Biernath - saude.abril.com.br
Elas se conheceram enquanto estudavam literatura na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e, desde então, tornaram-se amigas inseparáveis. Entre uma indicação de livro e outro, Ella e Susan criaram o serviço de biblioterapia, em que ficções são prescritas para tratar os mais diferentes males — de câncer e perna quebrada a falta de entusiasmo e enjoo matinal.

O resultado desse trabalho é o recém-lançado Farmácia Literária (Verus Editora), que reúne prescrições de leituras para tudo o que é chateação. Fizemos uma entrevista exclusiva por e-mail com a dupla, que você confere abaixo. E não perca: na edição de janeiro de SAÚDE, que chega às bancas na semana que vem, você poderá conferir uma reportagem completa sobre o livro.

A biblioterapia é bem conhecida e aceita no Reino Unido?

Quando nós dizemos que somos biblioterapeutas, a maioria das pessoas dizem: “O que é isso?”. Então, não, o conceito é bem novo por aqui também. A palavra foi retirada do Grego Antigo e significa “curar por meio dos livros”. O conceito é o mesmo desde aquela época.

Mas nós gostamos de pensar que somos as primeiras a trazê-lo para o uso contemporâneo. É interessante notar a forma como as pessoas reagem quando explicamos. Algumas simplesmente não entendem (provavelmente elas não leem ficção). Já as que compreendem geralmente dizem para nós: “Por que alguém não pensou nisso antes?”

É como se todos soubéssemos subconscientemente que, além do entretenimento, mudamos quando lemos romances. Só não tínhamos um nome para isso. Outro dia nós estávamos dando uma palestra na França e, no final, um sujeito chegou até a gente e disse: “Vocês deram sentido para minha vida. Eu li ‘biblioterapeuticamente’ durante toda a minha vida e não sabia disso”.

Vocês acham que é possível implementar um programa de biblioterapia em hospitais e asilos? Como uma iniciativa dessas poderia beneficiar os pacientes?

Sim, estudos estão mostrando que ler pode ser extremamente efetivo para estresse, ansiedade e até mesmo para casos de depressão moderada e falta de confiança. Nós amaríamos ver uma cópia de Farmácia Literária na sala de espera de todos os especialistas. No Reino Unido, os médicos da família podem se valer de um esquema de prescrição de livros. A ideia surgiu a partir da Agência de Leitura, uma organização não governamental que seleciona obras para pacientes depressivos.

Veja também: Biblioterapia, um santo remédio para a cabeça

Por que vocês resolveram prescrever apenas livros de ficção? Como eles podem ajudar alguém a superar seus problemas?

De certa maneira, nós estamos reagindo à expansão dos livros de autoajuda que ocorreu durante os anos 1990. Nós sentimos que a literatura era uma fonte poderosa subutilizada. E olha que é difícil pensar em problemas da vida que não tenham sido experimentados por algum personagem literário de maneira bastante intensa.

Na ficção, nós encontramos a experiência humana em sua maneira mais profunda e intensa. São fatos que não são explorados como deveriam nas interações do dia a dia. Ler sobre personagens que passaram ou sentiram coisas que estou vivenciando agora nos deixa menos solitários.

E, claro, outros livros nos mostram como olhar sob diferentes ângulos, além de nos inspirar a tomarmos atitudes que são grandes. Existe uma relação entre a “teoria da mente” e ler ficções literárias, de acordo com estudos recentes. A leitura desenvolve nossa capacidade de empatia, de nos colocar no lugar do outro. Pois é isso que fazemos nos livros: ver as coisas de outra perspectiva.

Mas vocês não acham que outros estilos de livros — como as biografias e os de autoajuda — não poderiam ser uma importante ferramenta para tratar algumas doenças?

Susan Elderkin: Certamente existe um espaço para os livros de autoajuda. Eu me lembro de ler um deles nos anos 1990 e ficar bem inspirada. Mas ter contato com a coragem de Atticus Finch, de O Sol é para Todos [escrito por Haper Lee] foi o que realmente ficou comigo por muitos e muitos anos. Ele sentia o medo e fazia as coisas mesmo assim.

Eu não lembro praticamente nada daquele livro de autoajuda. Mas eu nunca me esquecerei de como Atticus Finch permaneceu firme naquilo que acreditava, em oposição a toda uma comunidade sedenta por sangue. Biografias também podem ser bastante inspiradoras. Mas nós geralmente já conhecemos como nosso herói de carne e osso é — mesmo que ele seja uma pessoa como Gandhi, Steve Jobs ou Cristiano Ronaldo.

É muito mais difícil achar a ficção certa, ou seja, saber qual delas vai me ajudar a superar um relacionamento malsucedido ou qual me dará o empurrão necessário para largar o emprego em que estou preso por anos. A literatura — a melhor literatura — é sobre como navegamos nosso próprio caminho por meio dos obstáculos da vida. Seu território é a própria vida e a forma como lidamos com o dia a dia. Nós não podemos imaginar passar toda a existência sem romances e histórias que nos ajudem a situar quem somos. O que importa para nós é explorar os diferentes significados do que é ser humano.

Uma pergunta pessoal: qual livro foi o responsável pelo amor pela leitura que vocês possuem?

Susan Elderkin: Para mim foi O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e as aventuras subsequentes que se passam em Nárnia na famosa série escrita por C.S. Lewis. Eu me lembro de, quando criança, ler escondida atrás da porta de meu quarto, porque torcia para que ninguém me encontrasse e me fizesse descer para o jantar.

Eu viajei para muitos universos por meio desse livro. Nárnia foi real e vívida para mim mais do que qualquer coisa que experimentei. As emoções que me fez sentir foram fortes. Anos depois, quando eu era estudante na Universidade de Cambridge — onde conheci Ella nas aulas de literatura inglesa —, havia um estacionamento onde fomos andar de bicicleta várias vezes. Eu sempre fui meio mística em relação àquele lugar. Esperava o momento de acender a minha lanterna na névoa e, no meio do caminho, encontrar sem querer o poste de Nárnia e o Mr. Tummus, o fauno que guia Lucy nas primeiras incursões pela nova terra.

Eu pensava que todo mundo imaginava a mesma coisa nesse lugar. Eu amo saber que a leitura é uma experiência compartilhada como esta. Pense como é para a geração que viveu com Harry Potter. Todos eles cresceram conhecendo as mesmas pessoas, passeando pela mesma escola, por meio dos meios livros. Eles dividiram uma cultura!

Ella Berthoud: Foi Os 101 Dálmatas, de Dodie Smith, que me encantou. Foi o primeiro livro que me lembro de ler. Eu fiquei presa naquela narrativa trágica do sequestro dos filhotes. As descrições vívidas do chá e da torrada e o fogo que fazem parte do livro ficaram comigo para sempre. Essa ainda é, até os dias de hoje, a minha leitura de conforto preferida.

Acesse: Leia livros e viva mais

A edição brasileira do livro Farmácia Literária inclui alguns dos mais importantes escritores da língua portuguesa, como Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Eça de Queiróz e José Saramago. Qual a importância de adaptar para cada país?

Nosso livro já foi publicado em mais de 20 países e nós sabíamos desde o começo que seria absolutamente vital que cada edição abraçasse a literatura local. Precisávamos incluir os títulos que formaram e moldaram a psique da nação ao longo das gerações.

Leitores contemporâneos precisam ver o mundo que eles conhecem refletido em nosso livro, na linguagem que é a mais confortável possível. Então nós trabalhamos para que cada edição fosse mudada em 25 a 30% com novas sugestões de leituras e, em alguns casos, novas curas. Alguns novelistas que escrevem em português já faziam parte do Farmácia Literária original. José Saramago, que nós duas adoramos, e também Fernando Pessoa, cujo Livro do Desassossego é a solução para a insônia.

Claro, nenhum desrespeito pelo Pessoa. Nós amamos seu ritmo compassado, quase soporífico. A coisa mais maravilhosa sobre esse livro é que não há problema se você dormir no meio de uma sentença ou se você se esquecer onde parou na noite anterior. É um texto que perdoa e ama de um jeito que te coloca numa espécie de transe. E não é tão excitante. Logo, é uma ótima coisa para passar os olhos se você não consegue pregá-los.

Eu li Farmácia Literária inteiro e uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o estilo leve e humorístico. Vocês acham que essa forma de escrever ajuda a cativar os leitores?

O livro está cheio de piadas, provavelmente por causa de nossa amizade. Como toda boa amizade, ela está baseada num senso de humor compartilhado. Nós amamos falar sobre literatura e sempre rimos muito juntas — o livro apenas reflete isso. Em alguns trechos, só escrevemos para fazer a outra gargalhar.

Nós acreditamos que o bom humor é importante a toda boa escrita. Os melhores novelistas usavam o humor, mesmo que suas histórias fossem sobre algo triste, sério ou terrível. O humor pode e deve coexistir com a escuridão.

O PRINCIPAL CUIDADO QUE SE DEVE TER COM QUEM ESTÁ MORRENDO...

O principal cuidado que se deve ter com quem está morrendo... (Os meses finais de quem está desencarnando)

A jornada na Terra sempre chega ao fim. Algumas vezes é necessário que o processo da velhice, doença e morte seja acompanhada de perto por alguém.

Esta pessoa pode ser você, que terá a responsabilidade de garantir o respeito, a dignidade e o conforto físico de seu parente amado.

Acredito eu que não exista gesto mais nobre de amor. Tenho a certeza que também não existe momento mais oportuno para o aprendizado e para a vivência espiritual.

Muitas pessoas sentem-se desconfortáveis frente à morte. Mas, acredite, para o espírito é um momento belo e grandioso. Este texto tem a missão de desmistificar a morte, facilitar sua vida ao lado da pessoa que se prepara para partir e te ajudar a viver plenamente o amor que existe dentro de você (sem medo e sem receio).

"A separação da alma e do corpo é dolorosa?

— Não; o corpo, freqüentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.

No momento da morte, a alma tem, às vezes, uma aspiração ou êxtase, que lhe faz entrever o mundo para o qual regressa?

— A alma sente, muitas vezes, que se quebram os liames que a prendem ao corpo, e então emprega todos os seus esforços para os romper de uma vez. Já parcialmente separada da matéria, vê o futuro desenrolar-se ante ela e goza por antecipação do estado de Espírito."

Ajudar alguém nos últimos meses ou anos é uma das maiores responsabilidades que alguém pode ter. Sob certos aspectos é bem mais difícil que criar uma criança. A criança coleciona conquistas, o idoso ou o doente coleciona dificuldades. Mas, porém, virão conquistas; conquistas para o espírito e para o amadurecimento pessoal. Nesta fase os grandes ganhos não são exteriores, são interiores.

Tenha claro esta realidade: há muito aprendizado nos últimos anos de vida. 

E mais, são alguns dos aprendizados mais importantes para o futuro do espírito.

Uma criança nasce e aprende a falar e a andar. São ganhos que parecem grandes, mas que se perdem com o falecimento. Já os aprendizados dos últimos anos são realmente centrais para o espírito. Por exemplo: uma pessoa muito orgulhosa, ao se ver necessitada de ajuda, descobriu na humildade a paz que lhe faltou por toda a vida. Ela dizia: "Meu Deus, porque não aprendi a viver assim antes?" Não aprendeu antes, mas aprendeu quando as limitações físicas se fizeram mais fortes.

Alguém poderia dizer; "antes tarde do que nunca". Quem conhece a vida espiritual sabe que NUNCA é tarde para esta transformação positiva. Esta transformação será muito importante por décadas e séculos. 

Por isto, não fique tão triste com as perdas que acompanham a velhice e as doenças. São oportunidades únicas. São oportunidades importantíssimas.

Primeiro porque "tira de cima da pessoa" o peso da sociedade. A sociedade é uma prisão brutal para grande parte das pessoas. Somos orgulhosos, esta é a verdade. São raríssimos os seres humanos que não são orgulhosos. A doença e as limitações da idade jogam por terra grande parte das vaidades, orgulho e desejo de ser aceito (os místicos dizem: tudo desaba). É um choque que coloca o ego da pessoa lá embaixo; algumas até deprimem. Mas, a queda do ego é a porta aberta para a emersão do que é realmente importante para o espírito.

São bilhões de pessoas que tem na velhice e nas doenças as últimas oportunidades para realizar seu progresso espiritual.

Importante: aprenda a olhar para a pessoa amada como um espírito que dá os últimos passos e que tem as últimas oportunidades de realizar conquistas nesta vida (nesta encarnação). 

O corpo perde, mas o espírito pode ganhar. O corpo vai finalizar, mas a vida espiritual ainda é longa. Por isto, tranquilize-se com as perdas. Tenha serenidade para acompanhar estas perdas. Cuide com carinho, mas treine-se para o desligamento. Aceite cada passo que a natureza der; traga conforto e use sempre um diálogo espiritualizado para facilitar o entendimento e a superação das dificuldades.

Treine com a mensagem de Jesus: "seja feita a Sua vontade". Nada é perda, tudo é transformação. Tenha paciência, porque você é apenas alguém que acompanha uma trajetória que é muito pessoal e especial - a trajetória do seu ente querido até a libertação do corpo.

Veja a morte como saudade para quem fica e liberdade para quem vai. É uma libertação, porque chegará um momento em que os aprendizados serão pequenos; este é o momento de voltar para a vida espiritual.

As pessoas tem medo da morte, porque não confiam de fato na realidade espiritual. A morte é dar um salto de confiança rumo a um novo nascimento, desta vez para a vida sem o corpo físico. A morte "bem morrida" é uma morte repleta de confiança. É caminhar para o que o corpo desconhece com a confiança de que ali está o melhor para si mesmo. 

A morte é, na imensa maioria das vezes, o melhor que a pessoa pode esperar. Mesmo uma mãe que deixa seus filhos pequenos deve se soltar e entrar em confiança: "este é o melhor caminho". Estamos treinados para perceber a morte como ruim, como triste, como sofrimento. Dizemos do morto: "coitado!" Esta ideia é fruto de uma concepção errada. Do outro lado há, muitas vezes, uma festa. É chegada a hora, o melhor está acontecendo, existem reencontros - porque não seria festa? 

"O Espírito encontra imediatamente aqueles que conheceu na Terra e que morreram antes dele?

— Sim, segundo a afeição que tenham mantido reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao mundo dos Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a muitos que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que estão na erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai visitar." 

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos

sexta-feira, 27 de abril de 2018

DUAS PALESTRAS IMPERDÍVEIS NO PRÓXIMO SÁBADO E TERÇA-FEIRA.

Duas palestras imperdíveis no GEFROMP no dia 28 (Sábado), amanhã e dia 01 de maio, terça-feira próxima, marcando os 10 anos de fundação da casa em Campanha.

ESCOLA ESTADUAL VITAL BRASIL NOS ANOS 70.

               Turma de estudantes da Escola Vital Brasil nos anos 70. Me ajudem aí a lembrar de todos.
Aurora, Adrimara, Ana Cecília, Glaucia, Lídia Furtado, Giselda, Vera , Rosilene, Lilia, Vitória, Maria Helena, Vânia, Tininha, Alexandre e Haroldinho...

APUROS DE UM MORTO DIANTE DA PARTILHA DOS BENS!

APUROS DE UM MORTO DIANTE DA PARTILHA DOS BENS!

Quando Apolinário Rezende acordou, além da morte, viu-se terrivelmente sacudido por estranha emoção. Ouvia a esposa, Dona Francina, a chamá-lo em gritos estertorosos. E qual se fosse transportado a casa por guindaste magnético, reconheceu-se, de chofre, diante dela, que se descabelava chorosa.

- “Ingrato! Ingrato!” – era o que a viúva dizia em pensamento, embora apenas tartamudeasse interjeições lamentosas com a boca. Julgando no corpo de carne, Rezende, em vão, se fazia sentir. Gritava pela companheira. Pedia explicações.
Esmurrava a mesa em que a senhora apoiava os cotovelos.

Dona Francina, entretanto, procedia como quem lhe ignorava a presença. O infeliz, no primeiro instante, julgou-se dementado. Acreditava em pesadelo e queria retornar à vida comum, despertar...

Beliscava-se inutilmente. Nisso, escutou o próprio nome no andar térreo. 

Despencou-se e encontrou Maria Iza, a copeira que se habituara a estimar como sendo sua própria filha, em conversação discreta com o advogado que lhe era amigo íntimo. O Dr. Joaquim Curado ouvia, atento a moça, que lhe confidenciava uma infâmia. A empregada, que sempre lhe recolhera a melhor atenção, não se pejava de acusá-lo, afirmando que o pequeno Samuel, o menino que lhe nascera, quatro anos antes, do coração de mãe solteira, era filho dele, Rezende. A serviçal, no extremo da calúnia, dramatizava em pranto. Dizia despudorada, que seu filhinho Samuel não podia privar-se da herança, que ela, em outros tempos, vivia sofrendo injuriosas cenas de ciúme, por parte da patroa, e que estava agora resolvida a colocar a questão em pratos limpos.

Apolinário cerrou os punhos e dispunha-se a esbofeteá-la, quando o causídico asseverou: “Bem, desde que o Rezende morreu...” O pobre Espírito liberto sofreu tremendo choque. Morrera então? Que significava tudo aquilo? Sentia-se louco...

Gritou desesperado, lembrando fera aguilhoada no circo, mas os dois interlocutores nem de leve lhe perceberam a reação, e o entendimento continuo...

Chorando copiosamente, Apolinário ficou sabendo que o inventário dos seus bens seguia em meio, que Maria Iza alegava-se seduzida por ele e exigia mais de dois milhões de cruzeiros, parte igual ao montante que se reservava a cada um de seus filhos.

O Dr. Joaquim falava em exame de sangue e pedia provas. A moça notificou que Renato, o filho caçula de Dona Francina, fora testemunha da experiência infeliz a que se submetera, em acedendo às tentações que lhe haviam movidas pelo morto.
Aterrado, Rezende viu seu próprio filho mais novo entrar, a chamado, no parlatório doméstico, apoiando a invencionice.

O jovem, que ultrapassara os vinte e dois de idade, preocupava-o sempre, pelo caráter leviano; contudo, não foi sem espanto que passou a escutá-lo, confirmando a denúncia. Perante o advogado, surpreendido, Renato anunciou que simplesmente tocado pela compaixão, deliberara ajudar Maria Iza, declarando que o pai, pilhado por ele em vários encontros com ela, resolvera confiar-lhe a verdade, salientando que, um dia, quando viesse a falecer, o menino Samuel não devia ser esquecido, de vez que lhe devia a paternidade. Rezende, tomado de repugnância, desmentia tudo, até que lhe pareceu ouvir os pensamentos do filho, compreendendo, por fim, que Renato se mancomunara com a copeira, de modo a senhorear metade da importância que a ela fosse atribuída pela Justiça.

Entendeu a chantagem. O rapaz pretendia o maior quinhão e, para isso, não vacilava enxovalhar-lhe o nome. Abatido, procurou Reinaldo, o filho mais velho, moço de comportamento exemplar; entretanto, foi achá-lo no gabinete, conformado com a situação. O irmão desfechara habilmente o golpe e o primogênito preferia perder parte da herança a desrespeitar a memória do pai.

Voltou Rezende ao quarto da esposa e debalde quis confortá-la. Dona Francina ensopara o lenço de lágrimas. Não chorava tanto o dinheiro de que deveria dispor. Lastimava a suposta infidelidade do falecido marido. Recordava todos os dias felizes, em que ambos haviam desfrutado confiança perfeita... Era preciso ser desumano para que lhe mentisse, qual o fizera, dentro do próprio lar. Ansiava conservá-lo puro, na lembrança, viver o resto da existência preparando-se para reencontrá-lo; entretanto...

Esforçava-se Rezende para consolá-la, a procurar em si mesmo a razão por que sofria semelhante prova, quando lhe ocorreu um estalo na consciência. Via-se recuar, recuar... Sim, sim, Maria Iza recebera dele tão somente considerações respeitosas; contudo, Julieta surgia-lhe agora... Fora-lhe a companheira da juventude, quarenta anos antes... Menina de condição modesta agüentara-lhe a ingratidão. Cedera aos seus caprichos de moço impulsivo e passara a aguardar-lhe um filhinho, confiando no casamento. 

Examinando, porém, as próprias conveniências obrigara Julieta a sujeitar-se a vergonhoso processo abortivo e, em seguida, ao vê-la frustrada, abandonou-a na vala do meretrício.

Rezende, atormentado em dolorosas reminiscências, inquiria a si próprio se a calúnia de Maria Iza seria a resposta do destino ao sarcasmo em que lançara Julieta... Onde encontrar a vítima de outra época? Por outro lado, ali estava Dona Francina, a reclamar-lhe assistência, e Maria Iza, a quem devia perdoar a seu turno.

Tateava o crânio em fogo. Atravessava o primeiro dia de consciência acordada, depois da morte, e parecia estar no ínfero mental, desde muito tempo. Caiu a noite e Rezende permaneceu aflito junto da esposa, tentando em vão, falar-lhe durante o sono...

Manhã cedo, Dona Francina levantou-se, orou à frente da própria imagem dele, na foto de cabeceira, tomou grande ramo de flores e saiu na direção de um templo.

Apolinário seguiu-a, reconhecendo emocionado, que a esposa encomendara um ofício religioso, a benefício da sua felicidade. Findas as preces, Dona Francina tocou para o cemitério. Só então Rezende veio saber que a leal companheira comemorava o sexto mês de sua partida. Cento e oitenta e três dias de inconsciência na vida espiritual!

Assombrado, fitou a esposa, que se ajoelhara à frente do seu próprio túmulo. Entre angustiado e curioso, inclinou-se para a lápide e soletrou espantadiço: “Aqui jaz Apolinário Rezende.” E, em letras menores: “Orai pelo descanso eterno de sua alma”.

Quando leu as palavras “descanso eterno”, Rezende passou a refletir sobre as agonias morais a que era submetido, desde a véspera, e, embora sentindo imenso desejo de chorar esqueceu a quietude do campo santo e desferiu, em desespero, enorme gargalhada...

quinta-feira, 26 de abril de 2018

SÓ FALTA VOCÊ, MAMÃE

Um ambiente acolhedor para guardar aquela lembrança do Dia das Mães. Para ficar melhor, só falta você mamãe e os filhos. Agende uma sessão e venha nos visitar no Foto Fênix. Contatos:  3261.1380 ou 9.8848.1380

26 DE ABRIL DE 1810 FOI BATIZADA NHÁ CHICA.

Nhá Chica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Beata Nhá Chica
Imagem de Nhá Chica, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em São Lourenço, Minas Gerais.
Beata
Nascimento1810 em São João del-ReiMinas Gerais
Brasil Colônia Estado do Brasil
Reino de Portugal Portugal
Morte14 de junho de 1895 (85 anos) em BaependiMinas Gerais
Flag of Brazil (1889-1960).svg Brasil
Veneração porIgreja Católica
Beatificação04 de Maio de 2013Baependi por Angelo Amato
Festa litúrgica14 de junho
Gloriole.svg Portal dos Santos
Francisca de Paula de Jesus, conhecida popularmente como Nhá Chica nasceu em São João del-Rei,na freguesia de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, no ano de 1810. Mudou-se para a cidade de   Baependi em 14 de junho de 1895), é uma leiga brasileira considerada canonizada 
pela Igreja Católica.

Índice

  [esconder
  • 1Biografia
  • 2Beatificação
  • 3Ligações externas
  • 4Referências

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filha e neta de escravos, Francisca de Paula de Jesus nasceu em 1810, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, um dos atuais cinco distritos de São João del-Rei, município do estado brasileiro de Minas Gerais, onde também foi batizada no dia 26 de abril de 1810. Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, no sul deste estado, onde ela viveu até 14 de junho de 1895, data de seu falecimento. Francisca foi sepultada dia 18 de junho no interior da capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, mandada construir por ela.
Francisca ficou órfã aos dez anos. Mulher humilde, era fervorosa devota de Nossa Senhora da Conceição, e, a pedido da mãe, passou a vida inteira a dedicar-se à prática de caridade. Leiga, foi chamada ainda em vida de "a mãe dos pobres", sendo respeitada por todos os que a procuravam, desde os mais humildes aos homens do Império. Durante 30 anos, reuniu doações para construir a capela de Nossa Senhora da Conceição, onde hoje funciona o Santuário da Conceição, na cidade mineira de Baependi. Francisca de Paula de Jesus era conhecida por Nhá Chica, sendo que "nhá" é corruptela de "sinhá", por sua vez corruptela de senhora, forma respeitosa de se tratar aos mais velhos.

Beatificação[editar | editar código-fonte]

Nhá Chica, já em vida, passou a ser aclamada pelo povo como a Santa de Baependi, por sua fé. O Processo Informativo Diocesano começou em 16 de julho de 1993, tendo sido encerrado em 1995, quando foi para Roma. O Relator deste processo foi o padre José Luís Gutiérrez. A causa ficou parada até 1998, quando assumiram como Postulador o Frei Paolo Lombardo, OFM e como vice-postuladora a irmã Célia Cadorin, Ciic (mesma religiosa que atuou nas causas de Madre Paulina e Frei Galvão). Desde 1991 que Nhá Chica é reconhecida como Serva de Deus, título que recebeu oficialmente da Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano.
Em 18 de junho de 1998 foi feito o reconhecimento de seus restos mortais, na presença de autoridades eclesiásticas, membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica, da Comissão Histórica e de médicos legistas. Ainda em 1998, o Tribunal Eclesiástico Pela Causa de Beatificação de Nhá Chica apresentou à Diocese de Campanha um provável milagre para ser enviado e analisado pelo Vaticano.
A causa de Beatificação de Nhá Chica aguardava desde 2007 o anúncio de sua beatificação, quando uma graça foi atribuída a Nhá Chica. Ana Lúcia Meirelles Leite, uma professora moradora de Caxambu, em Minas Gerais, teria sido curada de um problema congênito no coração, caso considerado muito grave pelos médicos. A cura teria se dado sem a necessidade de intervenção cirúrgica, tendo então sido atribuída às orações pela intercessão de Nhá Chica. O fato se deu em 1995. A graça foi aceita pelo Vaticano, que analisa o pedido de beatificação. No entanto, o início da campanha pela canonização teve seu início ainda no ano de 1952. A instalação da Comissão em prol da Beatificação se iniciou em 1989, e foi depois instalada em definitivo no dia 14 de janeiro de 1992.
A publicação da Positio, documento que reúne todos os dados e testemunhos recolhidos durante a fase Diocesana, corresponde à primeira etapa do processo de beatificação e aconteceu no dia 30 de outubro de 2001. O documento seguiu para o Vaticano para ser apreciado pela Congregação para as Causas dos Santos.
Em 30 de abril de 2004, os bispos brasileiros reunidos em sua 42ª Assembléia Geral da CNBB assinaram um documento pedindo a beatificação de Nhá Chica. O documento, que reuniu 204 assinaturas de Bispos de 25 estados brasileiros, foi encaminhado pela Diocese de Campanha ao então Papa João Paulo II.
No dia 8 de junho de 2010, a Congregação para as Causas dos Santos deu parecer favorável às virtudes da Serva de Deus Nhá Chica. Já em 14 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI aprovou o decreto da Congregação para as Causas dos Santos, que atestava as virtudes heróicas da Serva de Deus. Nhá Chica pode receber o título de Venerável, estando assim mais próxima da beatificação.
Aguardou-se, desde então, o reconhecimento por parte da Santa Sé, do milagre da cura, atribuído à intercessão de Nhá Chica, da professora Ana Lúcia Meirelles Leite, até que no dia 13 de outubro de 2011, a Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos, depois de analisar o possível milagre da cura de Ana Lúcia, declarou que a cura não teria explicação científica. Em 28 de junho de 2012, o Papa Bento XVI autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar o decreto do milagre atribuído à intercessão de Nhá Chica.
A beatificação aconteceu no dia 4 de maio de 2013, em Baependi, em cerimônia presidida pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o cardeal Angelo Amato, representante da Santa Sé, que anunciou a data de 14 de junho como a festa litúrgica em memória de Nhá Chica. Desta forma, Nhá Chica se tornou a primeira leiga e negra brasileira a ser declarada beata pela Igreja Católica.

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