sábado, 31 de março de 2018

MENSAGEM DE PÁSCOA

Mensagem de Páscoa

Mensagem de Páscoa
Amigos, intitulei a postagem de hoje como “Mensagem de Páscoa” apenas pelo seu conteúdo, mas creio ser importante esclarecer, para aqueles que desconhecem, que os espíritas não comemoram a páscoa, embora respeitem e reconheçam a sua importância para aqueles que a celebram.
Para a Doutrina Espírita, não há a “Semana Santa”, o “Sábado de aleluia”, o “Domingo de Páscoa”, ou ainda o “Senhor Morto”. Aliás, a prática da “malhação do Judas”, comum nesta época, é absolutamente incoerente com a prática espírita, pois destoa do perdão recomendado pelo próprio Jesus, princípio este que, entre outros tantos recomendados pelo Mestre, norteiam a Doutrina Espírita.
O principal objetivo da Doutrina Espírita é a melhora moral do homem. E acreditamos que isso se faz no dia-a-dia, independentemente de feriados ou ocasiões especiais.
Vamos, então, à mensagem (desejando muita paz a todos)...
* * *
Oportunidades desprezadas
Era a semana da Páscoa. Nunca mais haveria dias de tal significado.
O Pastor estava entre os homens e os homens não O identificaram.
Naquele primeiro dia dos quatro últimos de Sua jornada na Terra, Jesus estava no Templo de Jerusalém. Como muitas vezes anteriores, passara o dia a ensinar às gentes que O desejassem ouvir.
E como das vezes anteriores, sofreu os ataques dos sacerdotes, daqueles mesmos que eram os líderes religiosos de um povo ávido de justiça e consolo.
Então, no entardecer, quando o dia começava a morrer, deixando-se abraçar lentamente pela noite, o Mestre demonstrou Seu cansaço.
Não era o cansaço do povo, das gentes sofridas, das dores multiplicadas que Lhe chegavam, em ondas constantes.
Era o cansaço por verificar o desprezo à religiosidade justamente dos que deveriam ser os mais interessados na preservação do patrimônio religioso.
E eles desprezavam a mensagem de que era portador o Messias.
Num lamento, falou Jesus e o Evangelista Mateus anotou:
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que são enviados a ti. Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos do mesmo modo que a galinha recolhe debaixo das asas os seus pintinhos! E tu não o quiseste. Eis que a tua casa ficará deserta.
Jesus se encontrava na capital religiosa do mundo de então, em plena semana da festa religiosa mais importante do ano.
Ele era o Rei, o Enviado, o Pastor das almas e eles não se davam conta disso.
Todos se preparavam para a comemoração da Páscoa e não aproveitavam a presença celeste entre eles, o Mensageiro mais excelso que a Terra conheceu.
Era um momento especial e os homens o deixaram escorrer por entre os dedos.
* * *
Hoje, ainda, existem oportunidades desprezadas por muitas criaturas.
Deixamos de atender o convite do Pastor para correr em busca de valores efêmeros. Coisas que hoje são valorizadas e amanhã não mais farão parte do rol de itens importantes.
Somente os valores reais são imperecíveis, inalteráveis no tempo.
A serenidade com que Sócrates recebeu a pena de morte que lhe foi imposta é a mesma serenidade que desfrutam todos os que compreendem que a vida é uma passagem rápida por um mundo de formas e inconsistências.
A paz de espírito que movia Gandhi é a mesma hoje, para todos os que abraçam a proposta da não-violência.
O amor ao próximo que motivou Albert Schweitzer a se embrenhar na África Equatorial Francesa para atender aos seus irmãos é o mesmo que moveu Madre Teresa de Calcutá, nas estradas da Índia e nas ruelas do mundo.
É tempo de pensar!
É tempo de reformular ações.
Tudo para que não venhamos a nos transformar em uma casa vazia, um lugar deserto.
Tudo para que nos voltemos para as coisas do Espírito, atemporais, imperecíveis.
O que equivale a dizer: sem apegos materiais. Conscientes de que os bens da Terra são para serem usados, para nos servirem, não para nos dominarem.
Conscientes de que as chances de crescimento devem ser aproveitadas, porque nunca se reprisarão da mesma forma, na mesma intensidade...
Pensemos nisso!
(Redação do Momento Espírita)

sexta-feira, 30 de março de 2018

A PRECE DE CRITAS

A PRECE DE CÁRITAS

A Prece de Cáritas

A Prece de Cáritas é muito conhecida, principalmente no meio espírita. É uma oração muito forte, que alcança a profundidade da alma e proporciona uma elevada serenidade e paz de espírito.
Origem e história
A prece de Cáritas tem sido constantemente orada por várias gerações de espíritas, umbandistas e espiritualistas. Quando recitada com a entonação correta, é uma prece de proteção extremamente eficaz, mesmo para iniciantes.
Diz-se que “CÁRITAS” era um espírito que se comunicava através da médium Madame W. Krell, num grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da história do espiritismo.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de 25 de dezembro, de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, outras comunicações conhecidas, como: “A esmola espiritual” e “Como servir a religião espiritual”.
Todas as mensagens que Madame W. Krell psicografava em transe encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em Maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, a própria prece de Cáritas escrita em francês (tal e qual como foi transmitida).
A oração
“Deus nosso Pai,
que Sois todo poder e bondade,
dai força àqueles que passam pela provação,
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
dai ao viajante a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai,
dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito, a verdade,
à criança o guia,
ao órfão, o pai.
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores,
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra,
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lagrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos.
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição,
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.”
O Site dos Espíritas
18/03/2018 / JEFERSON
Crédito: Orações Poderosas

quinta-feira, 29 de março de 2018

A MATERIALIZAÇÃO DE JESUS NA PÁSCOA

A MATERIALIZAÇÃO DE JESUS NA PÁSCOA

 De acordo com as tradições judaicas as festas referentes à Páscoa estão ligadas a dois fatores: o primeiro é a libertação do povo Hebreu do cativeiro no Egito, aproximadamente 1.280 anos a.C., e o segundo tem raiz no aspecto agrícola: era a época em que se comemorava o fim do inverno e início da primavera; o primeiro mês da colheita da cevada, (Êxodo cap. 12 e Deuteronômio cap. 16).
CRISTIANISMO
No ano 235 d.C. por decreto do Primeiro Concílio de Niceia a Páscoa passou a ser também uma festa cristã em Celebração à Ressurreição do Cristo. Hoje para os cristãos o Período Pascal, com duração de 50 dias, tem início no Domingo da Páscoa e estende-se até o Dia do Pentecostes.
ESPIRITISMO
A Doutrina Espírita, embora respeitando todas as correntes religiosas com seus livros sagrados tais como o Talmude, o Corão, o Torá, o Bhagavad Gita, o I Ching e outros não menos respeitáveis, optou pelo Novo Testamento e os ensinos morais de Jesus Cristo.
Por isso, vamos encontrar as lições ensinadas por Jesus nas obras da Codificação e mais detalhadamente em "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Outros eventos ligados a vida do Cristo como seus milagres, sua família, nascimento e morte receberam de Allan Kardec um estudo no Cap. XV do livro "A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo". A questão da ressurreição teve uma atenção especial que inicia no item 54, "Prodígios por ocasião da morte de Jesus" e finaliza no item 66 com o seguinte comentário de Kardec:
"Jesus, portanto teve como todos nós, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é comprovado pelos fenômenos materiais e os fenômenos psíquicos que assinalaram sua vida".
Em o "Livro dos Médiuns", segunda parte, capítulos 1, 4, 7 e 8, o Codificador apresenta o resultado de suas observações e diálogos com os Espíritos sobre esse corpo fluídico. Fica então evidenciado que o corpo fluídico sobrevive à morte do corpo carnal e, serve de instrumento ao Espírito para fazer-se visível e até mensurável através do fenômeno de ectoplasmia.
Experiências posteriores realizadas por notáveis homens de ciência como Willian Crooks, Alexandre Aksakof, Ernesto Bozzano e Gustave Geley, entre outros, corroboraram as conclusões de Allan Kardec. Esses estudos, desse certa forma, comprovaram a possibilidade da ressurreição de Jesus no Domingo da Páscoa. O ressurgimento do Mestre, entretanto, não teria se realizado com o corpo físico que pereceu na cruz mas, com o seu corpo incorruptível, o corpo fluídico,(espiritual).
Podemos constatar que Jesus apresentou um conjunto grandioso de ensinamentos através de seus exemplos mas, talvez um dos fatos mais significativos foi sua demonstração da imortalidade do Ser.
ATUALIDADE
Acreditamos que pela transcendência do assunto (ressurreição), ele mereceria mais estudos, mais análises e debates por todos os adeptos e das Instituições Espíritas, principalmente em ocasiões como a "Semana Santa". Afinal, já havia dito São Paulo: "Se não há ressurreição, vã é a nossa fé".
UMA BOA PÁSCOA PARA TODOS.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A QUARESMA E O ESPIRITISMO...

A QUARESMA E O ESPIRITISMO...

A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os crentes para a grande festa da Páscoa. Durante este período os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da caridade e da oração. A Quaresma dura 40 dias. Começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Ramos. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo,
é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como “pretensos” filhos de Deus.

Essa também é uma época muito especial para o Plano Espiritual.
Afinal a Espiritualidade está sempre atenta a todas as possibilidades de ajuda, de resgate e de esclarecimento dos nossos irmãos desencarnados que estão passando por momentos de “loucura”, “fuga de si mesmo”, “arrependimento”, enfim, que estão estagiando nas trevas criadas por eles mesmos. É essa oportunidade que o Plano Superior aproveita para poder resgatar aqueles que tocados por esse período de penitência e meditação, se desvinculam de seu sofrimento íntimo e rogam por socorro. Afinal de contas são milhares de cristãos, que nesse momento mudam a psicosfera do Plano Físico e Espiritual e tocam aqueles que lhes são caros e que estão estagiando nas zonas umbralinas, e são esses últimos os mais beneficiados por esse recolhimento, porque eles ficam mais suscetíveis aos socorristas de todas as horas.

É por esse e por vários outros motivos que toda religião ou crença tem seu valor, sua necessidade de existir e todos estão certos dentro do que acreditam. E como o nosso Pai Maior não nos desampara em momento algum, a sua misericórdia chega através das mãos daqueles que nos possam atingir.

A CARIDADE É A ESSÊNCIA DE TUDO!!!
Devemos ter sempre a fraternidade em nossos lábios e aproveitar a época oportuna e orar pela humanidade. Se já o fazemos, continuemos com nossas preces nos unindo agora aos nossos irmãos de outras religiões para que o amor esteja sempre presente em nossos corações. "O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo;"

Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo VIII

ALUNOS DO 5º ANO DO DOM OTHON VISITAM EXPOSIÇÃO.

               A galerinha do 5º ano da Escola Municipal Dom Othon Motta esteve na manhã de hoje no Foto Fênix, conhecendo as histórias da nossa Campanha. Alunos mais jovens, na faixa de 10 anos, me chamaram a atenção pelo grande interesse  em querer saber sempre mais.

terça-feira, 27 de março de 2018

UM PONTO DE ENCONTRO DE MUITAS HISTÓRIAS.

                 O ambiente da exposição no Foto Fênix ficou muito agradável e ótimo para um bate papo, revendo fotos nos albinhos. Quantas história, cada um tem para contar!

ALUNOS DA ESCOLA DOM OTHON VISITAM EXPOSIÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CAMPANHA.

               Tivemos hoje pela manhã, a visita dos alunos da Professora Sandra Guimarães da Escola Municipal Dom Othon Motta. Chamou a atenção, a curiosidade das crianças querendo saber detalhes de muitas fotos. Alguns ficaram de voltar para ampliar os conhecimentos, pois vão participar de um concurso de redação, onde os cinco melhores trabalhos serão enviadas ao IFEC que vai juntamente com o Foto Fênix escolher a melhor redação de cada sala.

segunda-feira, 26 de março de 2018

TURMA DA 7ª A VISITA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA.

               Alunos do 7º ano da Escola Estadual Dom Inocêncio marcaram presença na Exposição de Fotos Históricas da Campanha. Alguns alunos se mostraram bastante interessados e fizeram alguns questionamentos a respeitos de determinadas fotos. Dos trabalhos que todos farão sobre a exposição, os 5 melhores serão enviados para Foto Fênix que escolherá o melhor de cada classe. Os alunos vencedores serão premiados pelos seus trabalhos. 

sábado, 24 de março de 2018

O ESCRITOR SILVIO ROMERO



SÍLVIO ROMERO
               Grande escritor brasileiro de fama nacional, sergipano de nascimento (nasceu em Lagarto). Casado com Maria Vasconcelos da Silveira Ramos Romero. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Recife. Residiu em Campanha de 1904 a 1905 (sua residência era na Rua Marquês do Herval, hoje Evaristo da Veiga, onde funcionou o Colégio Santo Antônio e depois pensão de Dona Tarcilia de Carvalho). 
               Aqui nasceu a 18/01/1905 o seu filho Odorico. Muito colaborou no jornal “A Campanha” de propriedade de João Batista de Melo. Esse grande homem de letras, com projeção em todo o país, escreveu em Campanha e imprimiu o 3º volume de seu livro “História da Literatura Brasileira” ou “Evolução da Literatura Brasileira”, obra de 152 páginas na Tipografia de “A Campanha” (1905), o que mostra a qualidade dos serviços dos tipógrafos campanhenses. Sílvio Romero foi Promotor em Estância e Juiz de Fora em Parati.
                Faleceu aos 63 anos no Rio de Janeiro. Para saber mais, consultar: “Os Correios na História da Campanha”, de Thomaz Aquino Araújo e Carmegildo Filgueiras, 1973: “Notícias Históricas da Cidade da Campanha”, de Antônio Casadei, 1987.
Leonardo Lima

sexta-feira, 23 de março de 2018

ALUNOS DO 6º ANO DA ESCOLA ESC.EST.D.INOCÊNCIO NA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA.

               Alunos de três salas da Professora Cida Muniz da Escola Estadual Dom Inocêncio visitaram a Exposição de Fotos Históricas da Campanha, (CAMPANHA DE ONTEM) nas dependências do Foto Fênix. Ao todo, 87 alunos que tomaram conhecimento de um pouquinho da nossa história, e alguns se mostraram interessados e devem voltar para conhecer melhor.
               Foi um prazer recebe-los. Que venham outras turmas, se gostaram.

quinta-feira, 22 de março de 2018

EXPOSIÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CAMPANHA.

EXPOSIÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CAMPANHA
          Este é o ambiente , que foi carinhosamente preparado para que você tenha um pouco mais de conhecimento da nossa rica história.








               As obras que vocês vão ver aqui, a grande maioria pertenceu ao acervo de meu avô Paulino Araújo Ferreira Lopes, algumas de autores desconhecidos e por mim. As reproduções artísticas, foram feitas  pelo Daniel Paiva e eu.

               A exposição que hora apresentamos, deveria ter sido no dia 09 de março por ocasião dos 178 anos em que Campanha foi elevada a cidade, o que lhe rendeu imenso prestígio político a nível  estadual e nacional. Mas optamos pelo feriadão da Semana Santa, para possibilitar que pessoas residentes fora, tivessem a oportunidade de visitar.

               Daqui a 19 anos, Campanha estará comemorando os seus 300 anos de descobrimento. Penso que devemos nos espelhar no passado para projetarmos  o nosso futuro.

               Embora eu não tenha puxado intelectualmente por inúmeros antepassados, que fizeram história, não só em Campanha, mas em todo Brasil, tais como Francisco de Paula Ferreira Lopes e Bernardo Saturnino da Veiga, depois dos meus 50 passei  a me interessar muito pela nossa cultura e educação.

               Lendo um pouco da nossa história, vi que nossos antepassados após o ciclo do ouro, deram muita importância para a educação e cultura. E a educação dos mineiros, especialmente dos sul mineiros tem todo um diferencial, que certamente todos vocês já devem ter ouvido de muitos que nos visitam.

              Do alto dos meus 67 anos , passei por pelo menos três gerações e a cada dia que passa, vamos constatando a vertiginosa queda da nossa educação e cultura. Por que isto acontece? Quais as causas de tanto desinformação e interesse?

               Este foi o motivo da criação do IFEC – Instituto Fênix de Educação e Cultura. Esta exposição será o nosso ponto de partida, visando mostrar a todos um pouco da nossa rica história. Outros eventos culturais e educacionais  estão sendo estudados, antecipando a criação de um educandário que espero seja o grande marco dos 300 anos da Campanha.

               Em 2037, por ocasião do 3º século da Campanha espero que ela esteja sendo governada por ex-alunos do IFEC, um sonho que haverá de se tornar realidade.

               Quero fazer um agradecimento a todos que foram importantes para a realização deste evento;
Giovanni Dias Ferreira Pinto que foi o primeiro incentivador. Mesmo estando distante por motivos profissionais,  sempre teve uma palavra de atenção e incentivo.
Paulo Astério de Lambari , la do Vagão 98. Ao conhecer o seu canto cultural, composto de uma livraria, um café e um salão de apresentações variadas, pude ver que o momento de começar algo é agora. Se ficarmos esperando as condições propícias, jamais sairemos do lugar. 
Daniel de Paiva da Extremis Company, uma empresa de tecnologia digital especialista em desenvolvimento de sistemas como site, software e aplicativo e consultoria.  E é impressionante como nos identificamos e ele está sempre atento aos detalhes técnicos para me alertar.
A prefeitura da Campanha na pessoa do prefeito Luiz Fernando Tavares, o departamento de Cultura que viabilizou a presença do professor Samuel, nos honrando com sua arte.
 Meus filhos Alexandre e Glauber, que mesmo estando longe tem sempre uma palavra de apoio. Glauber foi quem sugeriu o nome Fênix, que tem todo um significado com os nossos objetivos e Alexandre o criador da 1ª e 2ª logo do Foto Fênix e que fará também a logo do IFEC.
Minha mãe dona Clarinha e minha companheira Ducelene Sales que sempre me incentivaram e compreenderam as minhas ausências por conta do projeto.
Meu amigo Wilson Melo, um parceiro de todos os momentos, sempre me incentivando e trazendo uma palavra de entusiasmo.
E finalmente o amigo Leonardo Lima, uma verdadeira enciclopédia ambulante em termos de história, especialmente no que diz respeito a Campanha. Boa parte do que eu sei da nossa cidade, devo a ele.
Respondendo a um questionamento. Todas as fotos expostas estão a venda.

Estão todos convidados para fazerem uma viagem no tempo e descobrirem a história, o significado, a importância de cada foto.
José Milton


quarta-feira, 21 de março de 2018

AMANHÃ O LANÇAMENTO DA EXPOSIÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CAMPANHA.

          Começa amanhã a Exposição de Fotos Históricas da Campanha.  Todos estão convidados para conhecerem um pouco da nossa rica história.De 22 a 31 de março , das 9h as 17 horas.
          As escolas que tiverem interesse poderão fazer reserva de horários para cada classe, pelo telefone 3261.1380

terça-feira, 20 de março de 2018

PELA LEITURA NAS PERIFERIAS.

Pela leitura nas periferias

Felipe Gurgel - Diário do Nordeste 
Se a queixa entre os pais da classe média, durante as férias escolares de seus filhos, gira em torno da "falta do que fazer" com o tempo livre das crianças, imagina quando não se há dinheiro para bancar colônias de férias ou funcionários para cuidar dos pequenos. Na comunidade de Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), a biblioteca comunitária Wagner Vinício é o único equipamento cultural do local.

"Esse espaço é o grande atrativo para a comunidade. As crianças ficam ansiosas quando estão de férias, e todas precisam da biblioteca para interagir. Através da literatura, elas podem vislumbrar conquistas e uma outra realidade para seu futuro (normalmente cercadas pela falta de direitos básicos no cotidiano das periferias)", observa Carlos Honorato, membro da Rede de Bibliotecas Comunitárias da capital fluminense.

Ele e mais uma série de articuladores, envolvidos com as 12 redes de bibliotecas comunitárias por todo o Brasil, participam do V Seminário da Rede de Leitura Jangada Literária, em Fortaleza. O evento acontece nesta terça (27) e quarta (28), no auditório Valnir Chagas da Faculdade de Educação (Benfica) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Além do intercâmbio entre os participantes, o encontro aborda os rumos da política do livro, leitura e biblioteca.

Palestrante da conferência de abertura ("Bibliotecas Comunitárias em conexão pela leitura como um direito humano", nesta terça, às 9h10), Cida Fernandez, do Centro de Cultura Luís Freire, de Olinda (PE), pontua que o debate passa pelo papel dessas bibliotecas como uma "sala de estar da comunidade", e de amenizar (sem substituir) a ausência do Estado nas periferias, bem como pelo direito à educação e à cultura.

"A gente entende (a rede de bibliotecas comunitárias) como uma rede complementar à pública, baseado na própria Constituição Federal. Essa complementaridade devia ser articulada ao Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. Se eu tenho no Recife, por exemplo, três bibliotecas públicas, e sete comunitárias, você reduz custos se integrar os dois lados", observa Cida.

Ela coloca que, embora a biblioteca comunitária tenha um forte caráter humanizador, o principal desafio para se sustentar esses equipamentos, hoje, é justamente o recurso humano. Os editais públicos voltados à rede, normalmente, não contemplam as pessoas que trabalham como atendentes.

Como os moradores da comunidade trabalham ou estudam, o atendente que se voluntaria para estar na biblioteca comunitária é uma figura "flutuante" (às vezes um voluntário morador de classe média), de origem diversa.

Voluntariado

"Ninguém quer pagar essas pessoas pra trabalhar. E isso é uma visão muito atrofiada do trabalho comunitário. A gente tem buscado transformar isso, na perspectiva de transformar a vida de jovens que, trabalhando como voluntários, se desenvolvem, inclusive para ingressar no mercado de trabalho mais qualificados, depois", explica Cida Fernandez.

Carlos Honorato confirma que esse é um "calcanhar de Aquiles" para o sustento das bibliotecas comunitárias em todo o País. "São equipamentos super organizados, não são 'primos pobres' da rede de leitura. Toda comunidade devia ter uma biblioteca assim. A que eu atuo, fica a uma hora e meia de distância do Centro do Rio. Então, só quem tem um vínculo forte, com o livro e com a leitura, faria esse deslocamento", expõe ele.

Cida questiona que a situação não muda se o rumo da política pública não for outro, diferente do atual. "A situação vinha avançando, mas com o golpe do (governo) Temer mudou tudo. Livros, materiais, tudo isso se consegue. Mas o sujeito que atende nesses espaços só será valorizado com investimento das políticas públicas, através dos editais e da definição de critérios para as bibliotecas comunitárias receberem dinheiro do governo", sinaliza ela.

Juventude

Uma base da criação das bibliotecas comunitárias é atender as crianças pequenas. "É quase o que acontece naturalmente", destaca Cida Fernandez. Além do contato saudável com o livro, esses espaços são mais apropriados para que elas possam estudar.

"A biblioteca comunitária tem o foco de chamar a juventude. Algumas nascem de movimentos juvenis. De jovens que protagonizam todas as ações. A ideia das bibliotecas comunitárias é que a comunidade forme leitores. Quando as crianças pequenas vão pra lá, com o tempo os pais vão também. Estimula toda a família", pontua Cida.

Rede

A Rede de Leitura Jangada Literária, organizadora do evento, atua há cinco anos e é formada por sete bibliotecas comunitárias de Fortaleza e São Gonçalo do Amarante. Os equipamentos atendem, em média, 10 mil pessoas por ano, e atuam nos bairros Jardim Iracema, Álvaro Weyne, Padre Andrade, Floresta, Presidente Kennedy, na capital cearense, e em São Gonçalo.

Mais informações

V Seminário da Rede de Leitura Jangada Literária. Nesta terça (27), a partir das 9h (abertura), e quarta (28), no Auditório Valnir Chagas da Faculdade de Educação da UFC (R. Waldery Uchôa, 01, Benfica). Acesso gratuito. Contato e programação completa: jangadaliteraria.com

O QUE É AÇÃO CORRETA?

O que é a Ação Correta?


          Aquilo a que chamamos felicidade ou êxtase é para mim pensamento criativo. E o pensamento criativo é o movimento infinito do pensamento, da emoção e da ação. Isto é, quando o pensamento, que é emoção, que é a ação em si, está desimpedido no seu movimento, não está compelido ou influenciado ou limitado por uma ideia, e não procede do contexto da tradição ou do hábito, então esse movimento é criativo. Desde que o pensamento – e não repetirei de cada vez emoção e ação – desde que o pensamento esteja circunscrito, preso por uma ideia fixa, ou se ajustar apenas a um contexto ou condição e se tornar portanto limitado, esse pensamento não é criativo.
          Portanto a questão que cada pessoa ponderada coloca a si mesma é como pode despertar este pensamento criativo; porque quando há este pensamento criativo, que é movimento infinito, então não pode haver qualquer ideia de uma limitação, de um conflito.
Ora bem, este movimento do pensamento criativo não procura na sua expressão um resultado, uma consecução; os seus resultados e expressões não são a sua culminação. Ele não tem culminação ou meta, porque está eternamente em movimento. A maior parte das mentes procuram uma culminação, uma meta, uma consecução, e moldam-se à ideia de sucesso, e tal pensamento, tal maneira de pensar está continuamente a limitar-se a si próprio. Ao passo que se não houver ideia de consecução mas somente o movimento contínuo do pensamento como compreensão, como inteligência, então esse movimento do pensamento é criativo. Isto é, o pensamento criativo cessa quando a mente é mutilada pelo ajustamento através da influência, ou quando funciona com o contexto de uma tradição que não foi compreendida, ou a partir de um ponto fixo, como um animal amarrado a um poste. Enquanto esta limitação, este ajustamento existir, não pode haver pensamento criativo, inteligência, que por si só é liberdade.
          Este movimento criativo do pensamento nunca procura um resultado nem chega a uma culminação, porque o resultado ou a culminação é sempre a consequência de cessação e movimento alternados, ao passo que se não houver procura de um resultado, mas só movimento contínuo de pensamento, então isso é pensamento criativo. Mais uma vez, o pensamento criativo está livre da divisão que cria conflito entre pensamento, emoção e ação. E a divisão só existe quando existe a procura de uma meta, quando há ajustamento e a complacência da certeza.
          A ação é o movimento que é em si pensamento e emoção, conforme expliquei. Esta ação é a relação entre o indivíduo e a sociedade. É conduta, trabalho, cooperação, a que chamamos realização. Isto é, quando a mente funciona sem procurar uma culminação, uma meta, e pensando por isso criativamente, esse pensamento é ação, que é a relação entre o indivíduo e a sociedade. Ora, se este movimento do pensamento for claro, simples, direto, espontâneo, profundo, então não há conflito no indivíduo contra a sociedade, porque então a ação é a própria expressão deste movimento vivo, criativo.
Portanto, para mim não existe a arte de pensar, existe só o pensamento criativo. Não há técnica de pensamento, mas somente o funcionamento espontâneo, criativo da inteligência, que á a harmonia da razão, emoção e ação, não divididas ou separadas umas das outras.
          Ora bem, este pensamento e sentimento, sem a procura de uma recompensa, de um resultado, é uma verdadeira experiência, não é? Na verdadeira experiência, na verdadeira experimentação, não pode haver a procura de resultado, porque esta experiência é o movimento do pensamento criativo. Para experimentar, a mente tem que estar continuamente a libertar-se do meio com o qual colide no seu movimento, o meio a que chamamos o passado. Não pode existir pensamento criativo se a mente estiver impedida pela procura de uma recompensa, pela busca de uma meta.
          Quando a mente e o coração estão à procura de um resultado ou de uma obtenção, desse modo complacência e estagnação, tem que haver uma prática, uma superação, uma disciplina, devido à qual chega o conflito. A maior parte das pessoas pensa que praticando uma determinada ideia, libertarão o pensamento criativo. Ora, a prática, se chegarem a observá-la, a ponderar sobre ela, nada mais é que o resultado da dualidade. E uma ação nascida desta dualidade tem que perpetuar essa distinção entre mente e coração, e uma ação assim torna-se meramente a expressão de uma conclusão calculada, lógica, auto-protetora. Se existir esta prática da auto-disciplina, ou este domínio contínuo ou influência pelas circunstâncias, então a prática é apenas uma alteração, uma mudança em direção a uma finalidade; é apenas ação dentro dos confins do pensamento limitado a que chamam auto-consciência. Portanto a prática não ocasiona o pensamento criativo.
          Pensar criativamente é originar harmonia entre mente, emoção e ação. Isto é, se estão persuadidos de uma acção, sem a procura de uma recompensa no final, então essa acção, sendo o resultado da inteligência, liberta todos os obstáculos que foram colocados na mente através da falta de compreensão.
          Receio que não estejam a compreender isto. Quando exponho uma nova ideia pela primeira vez, e não estão habituados a ela, achá-la-ão naturalmente muito difícil de compreender; mas se refletiram sobre ela, verão o seu significado.
          Onde a mente e o coração são dominados pelo medo, pela falta de compreensão, pela compulsão, uma mente assim, embora possa pensar dentro dos limites, dentro das limitações desse medo, não está realmente a pensar, e a sua acção tem sempre que lançar novas barreiras. Por isso a sua capacidade de pensar está sempre a ser limitada. Mas se a mente se libertar através da compreensão das circunstâncias, e em consequência agir, então essa mesma acção é pensamento criativo.
Pergunta: Poderia por favor dar um exemplo de um exercício prático de consciência constante e escolha na vida diária?
          Krishnamurti: Faria essa pergunta se houvesse uma cobra venenosa no seu quarto? Nessa altura não perguntaria, “Como vou manter-me desperto? Como hei-de estar intensamente desperto?” Faz essa pergunta apenas quando não tem a certeza de que há uma cobra venenosa no seu quarto. Ou está inteiramente inconsciente disso, ou quer brincar com essa cobra, quer desfrutar da dor e dos prazeres da cobra.
          Por favor acompanhem isto. Não pode haver consciência, essa vivacidade de mente e emoção, enquanto a mente estiver presa tanto na dor como no prazer. Isto é, quando uma experiência lhes confere dor e ao mesmo tempo lhes dá prazer, vocês nada fazem sobre ela. Vocês só agem quando a dor é maior que o prazer, mas se o prazer for maior, não fazem absolutamente nada sobre isso, porque não há conflito agudo. É somente quando a dor tem mais peso que o prazer, quando é mais aguda que o prazer, que vocês exigem uma ação.
          A maior parte das pessoas espera que a dor aumente antes de agir, e durante este período de espera, querem saber como estar conscientes. Ninguém lho pode dizer. Esperam que a dor aumente antes de agirem, isto é, esperam que a dor através da sua compulsão as force a agir, e nessa compulsão não há inteligência. É somente o meio que as força a agir de uma determinada maneira, não a inteligência. Por isso quando a mente fica presa nesta estagnação, nesta falta de tensão, naturalmente haverá mais dor, mais conflito.
Pelo aspecto das coisas politicamente, a guerra pode rebentar de novo. Pode rebentar dentro de dois anos, ou de cinco, ou de dez. Um homem inteligente pode ver isto e inteligentemente agir. Mas o homem que está estagnado, que está à espera que a dor o force à ação, conta com um caos maior, um sofrimento maior, que lhe dê ímpeto para agir, e por isso a sua inteligência não está a funcionar. Só há consciência quando a mente e o coração estão tensos, estão em grande tensão.
          Por exemplo, quando vêem que a possessividade tem que conduzir à incompletude, quando vêem que a insuficiência, a falta de riqueza interior, a futilidade, têm sempre que produzir dependência, quando reconhecem isso, o que acontece à vossa mente e ao vosso coração? A ânsia imediata é preencher essa superficialidade; mas além disso, quando vêem a inutilidade da acumulação contínua, começam a ter consciência de como a vossa mente funciona. Vêem que na mera acumulação não pode haver pensamento criativo; e contudo a mente procura a acumulação. Consequentemente ao darem-se conta disso, criam um conflito, e esse mesmo conflito dissolverá a causa da acumulação.
          Pergunta: De que maneira poderia um homem de estado que compreendesse o que o senhor está a dizer, dar-lhe expressão nos assuntos públicos? Ou não é mais provável que se retirasse da política quando compreendesse as suas falsas bases e objetivos?
          Krishnamurti: Se ele compreendesse o que estou a dizer, não separaria a política da vida na sua totalidade; e não vejo porque deveria retirar-se. Afinal, a política atualmente é apenas o instrumento da exploração; mas se ele considerasse a vida como um todo, não só política – e por política ele quer dizer apenas o seu país, o seu povo, e a exploração de outros – e considerasse os problemas humanos não como nacionais mas como problemas do mundo, não como problemas americanos, hindus ou alemães, então, se ele compreendesse aquilo de que falo, seria um verdadeiro ser humano, não um político. E para mim, essa é a coisa mais importante, ser um ser humano, não um explorador, ou meramente um especialista num curso de ação específico. Tentei explicar isso ontem na minha palestra. Penso que é onde reside o mal. O político só lida com a política; o moralista com a moral, o chamado instrutor espiritual com o espírito, cada um pensando que ele é o especialista, e excluindo todos os outros. Toda a nossa estrutura de sociedade se baseia nisso, e portanto estes líderes dos vários departamentos geram maiores estragos e maior miséria. Ao passo que se nós como seres humanos víssemos a ligação íntima entre todos eles, entre políticos, religião, a vida econômica e social, se víssemos a ligação, então não pensaríamos e agiríamos separadamente, de maneira individualista.
          Na Índia, por exemplo, há milhões de pessoas a morrer à fome. O Hindu que é nacionalista diz; “Vamos em primeiro lugar tornar-nos intensamente nacionais; então seremos capazes de resolver este problema da fome.” Ao passo que para mim, a maneira de resolver o problema da fome é não tornar-se nacionalista, mas antes pelo contrário; a fome é um problema mundial, e este processo de isolamento apenas incrementa mais a fome. Portanto se o político lidar com os problemas da vida humana apenas como um político, então esse homem cria maior devastação, maior mal, maior miséria. Mas se ele considerar o todo da vida sem diferenciação entre raças, nacionalidades e classes, então ele é verdadeiramente um ser humano, embora possa ser um político.
          Pergunta: O senhor disse que com dois ou três outros que compreendessem, poderia mudar o mundo. Muitos acreditam que eles compreendem, e que há outros que igualmente compreendem, tais como artistas e homens de ciência, e contudo o mundo não mudou. Por favor fale sobre a maneira em que mudaria o mundo. Não está por acaso a mudar o mundo, talvez lenta e subtilmente, mas não obstante definitivamente, através do que fala, da sua vida, e da influência que indubitavelmente terá no pensamento humano nos anos vindouros? É esta a mudança que tencionava, ou era algo que imediatamente afetasse a estrutura política, econômica e racial?
          Krishnamurti: Receio nunca ter pensado na iminência da ação e do seu efeito. Para se ter um resultado duradouro, verdadeiro, tem que haver, por trás da ação, uma grande observação, pensamento, e inteligência, e muito poucas pessoas estão disposta a pensar criativamente, ou a ficar livres da influência e do preconceito. Se começarem a pensar individualmente, serão então capazes de cooperar inteligentemente; e enquanto não houver inteligência não pode haver cooperação, mas apenas compulsão e por isso caos.
Pergunta: Até que ponto pode uma pessoa controlar as suas próprias ações? Se somos, em qualquer altura, a soma da nossa experiência prévia, e não existe o eu espiritual, é possível que uma pessoa aja de qualquer outra maneira do que aquela que está determinada pela sua herança original, a soma da sua educação passada, e os estímulos que simultaneamente atuam sobre ela? Se assim é, o que causa a mudança no processo físico, e como?
          Krishnamurti: “Até que ponto pode um pessoa controlar as suas próprias ações?” Uma pessoa não controla as suas próprias ações se não compreendeu o meio. Nessa altura ela está só a agir sob compulsão, sob a influência do meio; uma ação assim não é de todo acção, mas apenas reação ou auto-proteção. Mas quando uma pessoa começa a compreender o meio, quando vê o seu pleno significado e valor, e é então senhora das suas próprias ações, então é inteligente: portanto não importa qual seja a condição, ela funcionará inteligentemente.
          “Se somos, em qualquer altura, a soma da nossa experiência prévia, e não existe o eu espiritual, é possível que uma pessoa aja de qualquer outra maneira do que aquela que está determinada pela sua herança original, a soma da sua educação passada, e os estímulos que simultaneamente atuam sobre ela?”
          Novamente, o que disse aplica-se a isto. Isto é, se ela age meramente a partir da carga do passado, seja a sua herança individual ou racial, tal ação é apenas uma reação de medo; mas se compreende o subconsciente, isto é, a sua acumulação passada, então está livre do passado, e por isso livre da compulsão do meio.
          Afinal, o meio é do presente bem como do passado. Não se compreende o presente devido à turvação da mente pelo passado; e libertar a mente do subconsciente, dos obstáculos inconscientes do passado, não é levar a mente de volta ao passado, mas estar plenamente consciente no presente. Nessa consciência, nessa plena consciência do presente, todos os obstáculos do passado entram em atividade, agitam-se à nossa frente, e nessa agitação, se estiverem conscientes, verão o significado do passado, e por conseguinte compreenderão o presente. “Se assim é, o que causa a mudança no processo físico, e como?” Tanto quanto compreendo o interlocutor, ele quer saber o que produz esta ação, esta ação que lhe é forçada pelo meio. Ele age de uma maneira específica, compelido pelo meio, mas se compreendesse o meio inteligentemente, não haveria compulsão fosse ela qual fosse; haveria compreensão, que é a própria ação.
Pergunta: Vivo num mundo de caos, politicamente, economicamente e socialmente, limitado por leis e convenções que restringem a minha liberdade. Quando os meus desejos colidem com estas imposições, tenho que transgredir a lei e arcar com as consequências, ou reprimir os meus desejos. Onde há, então, num mundo assim, alguma possibilidade de fugir da auto-disciplina?
          Krishnamurti: Falei sobre isto muitas vezes, mas tentarei explicá-lo outra vez. A auto-disciplina é apenas um ajustamento ao meio, provocada pelo conflito. É a isso que chamo auto-disciplina. Vocês estabeleceram um padrão, um ideal, que atua como uma compulsão, e forçam a mente a ajustar-se a esse meio, forçando-o, modificando-o, controlando-o. Que acontece quando fazem isso? Estão na realidade a destruir a criatividade; estão a perverter, a suprimir o afeto criativo. Mas se começarem a compreender o meio, então já não há repressão ou o mero ajustamento ao meio, a que chamam auto-disciplina.
          Como podem então compreender o meio? Como podem compreender o seu pleno valor, o seu pleno significado? O que os impede de ver o seu significado? Em primeiro lugar, o medo. O medo é a causa da procura de proteção e segurança, segurança essa tanto física, como espiritual, religiosa ou emocional. Enquanto houver essa procura tem que haver medo, que cria então uma barreira entre a vossa mente e o vosso meio, e gera por isso conflito; e não podem dissolver esse conflito enquanto estiverem somente preocupados com o ajustamento, a modificação, e nunca com a descoberta da causa fundamental do medo.
          Portanto onde houver esta procura de segurança, de uma certeza, de uma meta, impedindo o pensamento criativo, tem que haver ajustamento, chamado auto-disciplina, e que é apenas compulsão, a imitação de um padrão. Ao passo que quando a mente vê que não existe tal coisa como a segurança na acumulação de coisas ou de conhecimento, então liberta-se do medo, e por conseguinte é inteligência, e isso que é inteligência não se disciplina a si próprio. Só há auto-disciplina onde não há inteligência. Onde há inteligência, há compreensão, livre da influência, do controle e do domínio.
Pergunta: Como é possível despertar o pensamento num organismo onde o mecanismo requerido para a apreensão das ideias abstractas está ausente?
          Krishnamurti: Pelo processo simples do sofrimento; pelo processo da experiência contínua. Mas sabem, refugiamo-nos tanto por trás dos falsos valores que paramos de todo de pensar, e depois perguntamos “O que é que fazemos? Como vamos despertar o pensamento?” Cultivamos medos que se tornaram glorificados como virtudes e ideais, por trás dos quais a mente se refugia, e toda a ação procede desse refúgio, desse molde. Por isso não há pensamento. Vocês têm convenções, e ao ajustamento a estas convenções chama-se pensamento e ação, que não é de todo pensamento e ação, porque nasce do medo, e por isso estropia a mente.
          Como podem despertar o pensamento? As circunstâncias, ou a morte de alguém que amam, ou uma catástrofe, ou depressão, forçam-nos ao conflito. As circunstâncias, as circunstâncias externas, forçam-nos a agir, e nessa compulsão pode haver o despertar do pensamento, porque estão a agir através do medo. E se começarem a ver que não podem esperar pelas circunstâncias para os forçar a agir, então começam a observar as próprias circunstâncias; começam então a penetrar e a compreender as circunstâncias, o meio, não esperam pela depressão para os tornar pessoas virtuosas, mas libertam a mente da possessividade, da compulsão.
          O sistema aquisitivo está baseado na ideia de que podem possuir, e que é legal possuir. A posse glorifica-os. Quanto mais tiverem, melhor, mais ilustres são considerados. Vocês criaram este sistema, e tornaram-se escravos desse sistema. Podem criar uma outra sociedade, não baseada na aquisitividade, e essa sociedade pode força-los, como indivíduos, a submeterem-se às suas convenções, tal como esta sociedade os compele a submeterem-se à sua aquisitividade. Qual é a diferença? Absolutamente nenhuma. Vocês como indivíduos estão simplesmente a ser forçados pelas circunstâncias ou pela lei a agir numa determinada direção, e por isso não há de todo pensamento criativo; ao passo que se a inteligência começasse a funcionar, então não seriam escravos de nenhuma das duas sociedades, da aquisitiva e da não-aquisitiva. Mas para libertar a mente, tem que haver grande intensidade; tem que haver esta contínua vigilância, observação, a qual gera ela própria o conflito. Esta vigilância produz ela própria uma perturbação, e quando há essa crise, essa intensidade de conflito, então a mente, se não fugir, começa a pensar de uma maneira nova, a pensar criativamente, e esse pensar é em si eternidade.
Filosofia. Textos de J.Krishnamurti em Português

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