segunda-feira, 30 de junho de 2014

VAIAR O HINO NACIONAL? O QUE É ISSO, MINHA GENTE?



Concordo plenamente com o comentário do blogueiro Sakamoto mas, na hora do hino nacional do Brasil, também ouvi vaias. De quem seriam? Parece-me obvio. 
De qualquer maneira, vai aqui o nosso repúdio aos torcedores mal educados.

Vaia ao Hino do Chile: a torcida brasileira que nos envergonha para o mundo

Leonardo Sakamoto
O que leva uma pessoa a vaiar o hino de outro país enquanto ele é executado em um jogo de Copa do Mundo? Entendo que, em bando, os seres humanos não raro ficam mais idiotas. Isso é facilmente comprovável, por exemplo, por algumas torcidas organizadas que
 compensam suas frustrações cotidianas e reafirmam identidades de forma tosca através da violência.




Contudo, não são as torcidas organizadas que preenchem as arquibancadas dos estádios 
de futebol nestes jogos da seleção (aliás, se fossem, ao menos empurrariam o time o tempo 
inteiro ao invés de ficarem em silêncio, com cara de susto e medo, diante de momentos tensos), mas grupos com maior poder aquisitivo, dado o preço de boa parte dos ingressos.
Renda pode até estar diretamente relacionada à obtenção de escolaridade de melhor qualidade. Mas escolaridade definitivamente não está relacionada com educação. Ou respeito. Ou bom senso. Ou caráter.
E considerando que, provavelmente, muitos dos que vaiaram o hino do Chile quando executado à capela foram os mesmos que, minutos depois, estavam cantando “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor'', posso concluir que o sujeito é guiado pela aversão ao estrangeiro característica da xenofobia. Aversão potencializada e exposta pela covarde sensação de segurança por ser maioria e estar em casa.
Vaiar o hino do adversário não é uma brincadeira. Muito menos uma catarse coletiva, uma indignação contra a cantoria à capela do outro. Nem ajuda na partida. Pelo contrário, mostra para o mundo que está assistindo pela TV que nós, brasileiros, podemos ser tão preconceituosos quanto os preconceituosos que, não raro, nos destratam no exterior simplesmente por sermos brasileiros.
Aos vizinhos chilenos, portanto, peço que nos perdoem. Parte de nossos conterrâneos não sabe o que faz.

30 DE JUNHO DE 2014.

DIA DO COMINHONEIRO.

A atriz DIRA PAES comemora hoje 45 anos de idade.



UM PRESENTE PARA TODOS.

Assunto: Fwd: Fw: Este vídeo é um presente para todos...!!!

COMO A EDUCAÇÃO BRASILEIRA COMEÇOU A MUDAR.

Como a educação brasileira começou a mudar

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Oficina do Projeto Autonomia, iniciativa da UnB, em Brasília. Lançada em 2012, procura investigar e refletir sobre práticas educacionais inovadoras
Em todo o país, coletivos e escolas enxergam atraso dos métodos educacionais vigentes e constroem alternativas. É hora de mapear e articular este movimento
Por Tathyana Gouvêa Junho de 2013. Homens e mulheres das mais diversas idades, classes sociais e etnias nas ruas do Brasil. De Norte a Sul, de megalópoles a pequenas cidades do interior do país, as manifestações populares ganharam as ruas e a mídia brasileira. Dentre as diversas reivindicações estava a melhoria da educação. Para entendermos tal clamor das ruas é preciso compreender que o Brasil, por muitos séculos, teve um sistema educacional para poucos. Apenas com o Manifesto dos Pioneiros, de 1932, a educação laica, pública, gratuita, obrigatória e única entrou na pauta das políticas públicas. Durante todo o século XX a luta foi para garantir a educação de todos (uma nação que na época já tinha mais de 100 milhões de pessoas). Ainda na década de 1970 as dificuldades eram grandes. Mesmo conseguindo que todos estivessem matriculados no 1º ano, a desistência e a reprovação eram altíssimas, resultando em apenas 40% de alunos matriculados no ano seguinte. O sistema foi se adequando para reter os alunos na escola: criaram-se os ciclos, a progressão automática, e outras tantas estratégias para consolidar a escola como a principal, única e oficial instituição de transmissão dos conhecimentos socialmente valorizados, demanda esta introduzida inclusive por órgãos internacionais. No final do século XX o país tinha garantido a entrada e permanência, chegando em 2006 com 98% das crianças de 7 a 14 anos na escola.
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Pactuação entre educadores e alunos, numa das iniciativas do Projeto Autonomia, da UnB
Mas essa marca foi alcançada com o crescimento do número de escolas e profissionais vinculados a elas sem valorizar a cultura local, a formação dos profissionais, as adequadas condições de trabalho, etc., resultando em um ensino massificado, baseado em apostilas e provas (internas e externas). É diante desse cenário que surgem as manifestações de 2013, cujo clamor era “melhorar a qualidade”, sem direcionar essa demanda para alguma solução, sem especificar o que a população entendia por qualidade. Se por um lado a demanda é genérica nas ruas, as diversas pessoas que já trabalham por uma melhor educação nos diversos cantos do país apareceram nesse momento como articuladores, esboçando possíveis respostas. Ainda que evidenciem ou não em suas falas e ações a correlação com as manifestações (até porque a grande maioria deles já desenvolvia seus projetos antes disso), o fato é que é possível perceber no país um novo discurso se formando em contraposição à escola convencional. Os projetos que já existiam estão hoje mais fortes e atraindo maior interesse. Novos projetos estão sendo criados e algumas redes começam a se formar e ganhar força (como a Rede Nacional de Educação Democrática), culminando, por exemplo, em um novo manifesto, intitulado “III Manifesto pela Educação” (fazendo referência aos manifestos de 32 e 59, ambos seguidos e “abafados” por golpes de Estado). Diferentemente dos outros manifestos, este foi escrito por educadores e contesta a própria estrutura da escola. Suas proposições vão desde a comunidade de aprendizagem e o ensino integral em tempo integral até a permissão do ensino domiciliar. Este documento teve assinaturas coletadas por internet  e está aberto para contínuas contribuições e debate. Foi entregue em Novembro de 2013 ao Ministério da Educação durante a primeira Conane (Conferência Nacional de Alternativas para uma Nova Educação), realizada em novembro de 2013, em Brasília.
Conane foi um marco do movimento que vem ganhando força no Brasil por ter atraído diversas iniciativas de todo o território nacional, dando maior visibilidade a cada uma delas, fomentando também a troca de experiências e a criação de uma rede. O evento foi o resultado coletivo de uma série de iniciativas que vale a pena descrever, para exemplificar as redes que vêm se formando e como atuam. O professor José Pacheco, da Escola da Ponte em Portugal, mudou-se para o Brasil e passou a trabalhar junto a escolas e projetos brasileiros (em 2013 chegou a fazer cerca de trezentas viagens para visitar os mais de cem projetos que acompanha pelo país). Inspirado por ele, um grupo de educadores criou em 2008 a rede “Românticos Conspiradores”. Essa rede se mobiliza principalmente pela internet, trocando informações e conteúdo, mas também realiza encontros presenciais, visando à superação do paradigma educacional vigente. Em 2012 fizeram o 3º Encontro Nacional da Rede Romântico Conspiradores. Por sua vez, o Coletivo Gaia Brasília, formado em 2012, ligado às práticas sustentáveis, e oProjeto Autonomia, criado em 2010 na Universidade de Brasília (UnB) para investigar e refletir sobre práticas educacionais inovadoras, começaram a se articular para fazer um evento em Brasília dando seguimento às atividades do Manifesto. Em 2013 ocorre ainda a chegada no Brasil de quatro europeus, motivados pelas notícias a respeito das manifestações, reunidos sob um projeto chamado “EduOnTour”. Este coletivo visava fazer um giro pelo país levantando diversas iniciativas, articulando e mobilizando a rede. Esses jovens reuniram todos esses interesses e propuseram o Conane. Além do evento, a iniciativa alimentou o mapa do Brasil no Reevo e terá ainda a produção de um documentário. A ideia de um levantamento de práticas também foi desenvolvida pelo coletivo Educ-Ação no livro “Volta ao Mundo em 13 escolas” e pelo “Caindo no Brasil”, que em breve terá um livro e um mapeamento lançados. Sobre mapeamentos é importante constar que a socióloga brasileira Helena Singer, em 1995, foi quem fez oestudo pioneiro no mundo levantando as práticas educacionais democráticas pelos 5 continentes. Além de inúmeros coletivos que estão sendo criados, fomentando um novo olhar para a educação, as Fundações têm tido um importante papel dentro do movimento. Elas viabilizam algumas iniciativas e organizam diversos encontros para se pensar o futuro da educação. De maneira geral, atuam diante de uma abordagem tecnológica, buscando atrelar empresas de software, especialmente startups, com empresas educacionais, na tentativa de trazer inovação para a área, passando, portanto, por um redesenho da organização escolar. É possível perceber que o movimento de repensar o modelo escolar vigente ganha força no país também em função dos conteúdos que começam a ser veiculados na grande mídia. A rede Globo e o grupo Abril têm veiculado reportagens, documentários, entrevistas, etc. em que escolas não convencionais são apresentadas ao grande público. Com uma abrangência menor, porém com uma comunicação mais efetiva e profunda, está uma série de filmes que tratam sobre um novo olhar para a educação e a escola, como o documentário argentino de grande repercussão no Brasil “Educação Proibida” (2012), ou ainda “Sementes do nosso quintal” (2012) e “Quando Sinto que Já Sei”, que será lançado este ano. Esses e outros filmes que tratam dessa temática, com destaque à infância, foram apresentados naCiranda de Filmes em 2014, estimulando o olhar de muitos paulistas a uma nova e possível educação. As práticas alternativas à escola convencional sempre existiram no país e no mundo, algumas sufocadas por movimentos ditatoriais, como os Colégios Vocacionais da década de 1960 em São Paulo, outras que desde que iniciaram suas atividades seguem se sustentando e se tornam cada vez mais estruturadas e de interesse para a sociedade, como as escolas Waldorf. A diferença que evidenciamos agora é a convergência dos discursos para a superação da escola convencional. Educadores, jornalistas, empresários e governo reconhecem, ainda que por razões diversas, o fracasso do sistema de ensino brasileiro e do modelo escolar vigente e partem, em certo grau juntos, para desenhar algo novo e que ainda é bastante incerto. O foco na criança, no respeito ao seu ritmo e aos seus interesses, em uma escola que dialogue mais com a comunidade, com conteúdos ligados diretamente à realidade das crianças e jovens, com um espaço flexível, aberto e dinâmico, parece ser uma tendência. Mas em alguns importantes pontos essa discussão ainda não chegou, provavelmente por serem temas divergentes e não aglutinadores, em um movimento que ainda está se estruturando. Algumas dessas questões seriam: o papel do professor, o currículo, as formas de avaliação, a sustentação de projetos de caráter pessoal, o repasse de verba pública, a coexistência de modelos diante de uma rede pública estruturada, baseada em vestibular e avaliações externas, dentre outras. De qualquer maneira, é notável o avanço que o movimento teve em menos de um ano das manifestações no Brasil. Que os debates continuem e as possibilidades floresçam! ____ Este artigo é baseado na tese de doutorado que venho desenvolvendo desde 2012 e que será concluída em 2016 junto à Faculdade de Educação da USP. O objetivo deste estudo é analisar o movimento de renovação escolar que está acontecendo no Brasil. Se você tem comentários, criticas ou sugestões que possam contribuir com esta investigação, por favor, me escreva! (tathyana.gouvea@gmail.com)

domingo, 29 de junho de 2014

GLOBO E ABRIL SE UNEM PELA EDUCAÇÃO.

Globo e Abril se unem pela Educação

G1 - 10/06/2014
Globo e Abril anunciaram hoje uma parceria no Prêmio Educador Nota 10, criado há 17 anos pela Fundação Victor Civita, para incentivar as boas práticas de educação no ensino infantil e fundamental. Em uma iniciativa inédita, os dois maiores grupos de comunicação brasileiros estarão unidos, com suas respectivas fundações, Fundação Roberto Marinho e da Fundação Victor Civita, no reconhecimento do trabalho de professores e gestores escolares da rede pública.

A parceria reafirma o compromisso de ambos os grupos com a Educação, ampliando o potencial de mobilização de cerca de 2 milhões de professores e gestores do ensino público. O Prêmio Educador Nota 10 é o mais importante da categoria na América Latina, e visa contribuir para a qualidade do ensino nas escolas, evidenciando a importância da educação das crianças e jovens e a melhoria da educação no Brasil.

O acordo foi celebrado por José Roberto Marinho, vice-presidente de Responsabilidade Social das Organizações Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho, e Victor Civita Neto, presidente Fundação Victor Civita, em encontro realizado na sede do grupo Abril.

“É um prazer unir a Fundação Roberto Marinho e a Globo à Fundação Victor Civita e Abril em prol da Educação do nosso país. Apoiar o ‘Educador Nota 10’, tão importante para os educadores do país, é enriquecedor. O prêmio valoriza não só a educação curricular, mas a formação de novos educadores em um mundo cheio de desafios”, comentou José Roberto Marinho.

“Para a Fundação Victor Civita é uma enorme satisfação contar com a parceria da Globo e da Fundação Roberto Marinho nesta missão de valorizar educadores e buscar a melhoria da Educação Básica do Brasil. Estamos ansiosos pelo início de uma aliança sólida e duradoura”, destacou Victor Civita Neto.

O engajamento da Globo e da Abril em torno da causa também foram destacadas pelos principais executivos das empresas. “O nosso compromisso com a Educação é permanente, faz parte da nossa programação, do nosso conteúdo, do entendimento de que devemos contribuir para a transformação do nosso país. Está presente no jornalismo, nas campanhas institucionais, no entretenimento. Colocamos nossa capacidade de mobilização a serviço da Educação”, afirmou Carlos Henrique Schroder, diretor geral da Globo.

Para Fábio Barbosa, presidente executivo da Abril S.A, “o conceito do prêmio é a valorização do educador, que está na linha de frente no processo de educação. É uma satisfação contar com esta parceria, que representa mais esforços em torno da mesma causa: conquistar uma educação de qualidade no Brasil. Esta aliança possibilitará produzir um prêmio mais eficaz no âmbito do reconhecimento de educadores e na disseminação de boas práticas educacionais”.

Sobre o Prêmio Educador Nota 10

O Prêmio Educador Nota 10 foi criado há 17 anos pela Fundação Victor Civita, e já reconheceu o trabalho de mais de 180 educadores no Brasil – entre professores, diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais. A edição deste ano tem como tema “Conhecimento é o maior valor”. As inscrições de cases de boas práticas educacionais ou de gestão escolar podem ser feitas até o dia 6 de julho pelo site www.educadornota10.org.br

No ano passado, cerca de 3 mil participantes concorreram ao prêmio, que têm seus projetos analisados por um grupo de especialistas em Educação. Os 10 trabalhos vencedores recebem um vale-presente de R$15 mil, e o ganhador da categoria Educador do Ano, que será anunciado em cerimônia de premiação do dia 20 de outubro, na Sala São Paulo, também recebe mais um vale-presente no valor de R$ 5 mil, assim como a instituição em que o trabalho foi desenvolvido.

Quem pode participar

Podem se inscrever educadores das redes públicas e privadas e de escolas comunitárias ou filantrópicas de acesso público, urbanas ou rurais de todo o território nacional. Os professores devem atuar em Educação Infantil ou no 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental (incluindo Educação de Jovens e Adultos – EJA), nas disciplinas de alfabetização, língua portuguesa, educação física, história, arte, língua estrangeira, ciências, matemática e geografia. Já diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais precisam estar à frente de turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio (incluindo EJA).

Inscrição:

- As inscrições estão abertas e vão até 6 de julho, e devem ser feitas exclusivamente no site: www.educadornota10.org.br. É preciso ler e aceitar o regulamento, preencher a ficha de inscrição e anexar o trabalho.

- A premiação é destinada a experiências escolares que possam ser comprovadas (por meio de produção de alunos, registros de classe etc.) e que tenham sido realizadas no ano letivo de 2013 ou no 1º semestre de 2014. No entanto, para ser inscrito, o trabalho deve estar concluído e ter sido avaliado, sendo que cada participante poderá inscrever apenas um trabalho. O trabalho, mesmo que desenvolvido em grupo, deve ser inscrito no nome de apenas um(a) educador(a). No caso de experiências coletivas, devem ser mencionados no relato os demais participantes.

Sobre a Fundação Victor Civita

A Fundação Victor Civita foi criada em 1985, como uma das primeiras iniciativas brasileiras no campo social. Desde então, sua missão tem sido contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil, produzindo conteúdo que auxilie na capacitação e valorização de professores e gestores e influencie políticas públicas.

Sobre a Fundação Roberto Marinho

Com mais 30 anos de trajetória, a Fundação Roberto Marinho atua nas áreas ambiental, educacional e cultural, criando modelos, metodologias e projetos que são replicados por meio de parcerias com agentes públicos e privados em todas as regiões do país.

A INEXISTÊNCIA DE PROFISSIONAL QUALIFICADO LEVA À INOPERÂNCIA.


A inexistência de profissional qualificado leva à inoperância

Diário do Nordeste - 30/09/13


A proposta de criação e manutenção de bibliotecas em todas as escolas públicas da Educação Básica federal, estadual e municipal - prevista no Projeto de Lei (PL) da Câmara Nº 28/2012 e em tramitação no Senado - trouxe à tona a precária situação de funcionamento desses espaços essenciais ao processo de alfabetização e letramento dos alunos. Basta ressaltar que na rede municipal de Fortaleza essas unidades são denominadas de salas de leitura por contarem, via de regra, com acervos reduzidos ou desatualizados e não disporem de um profissional habilitado ao seu funcionamento.

Embora tenha repercutido positivamente entre educadores de Fortaleza, o PL suscitou, ainda, outros questionamentos, tais como quanto à indefinição da destinação de recursos para a sua implementação e por permitir a atuação, nesses espaços, não apenas dos bibliotecários mas também de professores “readaptados”, ou seja aqueles que apresentam problemas de saúde e estão fora de sala de aula.

Sobre essa possibilidade, a presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 3ª Região CE/PI, Maria Herbênia Gurgel Costa, lembra que o bibliotecário detém o conhecimento para organizar e dinamizar acervos. “Esse profissional está qualificado com competência para tratar e disseminar a informação de forma ordenada”, frisou Herbênia Gurgel, que é ainda diretora da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira.

Confira a entrevista com Maria Herbênia Gurgel Costa:

Qual a opinião da senhora sobre o Projeto de Lei Nº 28/2012?
O relator, senador Cássio Cunha Lima, apresentou substitutivo ao projeto que prevê a contratação de bibliotecários ou profissionais de educação em bibliotecas escolares públicas e privadas. Estudos demonstram que uma das principais causas da inoperância das bibliotecas nas escolas é a inexistência de profissional qualificado, ou seja, bibliotecário, para coordenar as suas atividades e responsabilizar-se pelo seus funcionamentos. Aspecto que, por contraste, denuncia a fragilidade da presença do professor readaptado, ou outros funcionários das escolas (até auxiliares de serviços), à frente das bibliotecas das escolas, já que a estes faltam habilidades e conhecimentos técnicos específicos para o exercício das atividades projetadas.

Existe alguma outra legislação ou proposta de legislação prevendo a existência de bibliotecas nas escolas da rede pública?
Em março de 2010, a sanção da Lei Nº 12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas escolares, garantiu um direito inalienável, ou seja, que até o ano de 2020 todas as instituições do País, públicas e privadas, deverão ter bibliotecas, com prazo máximo de dez anos respeitada a profissão de bibliotecário.

E a rede privada como fica?
A rede privada fica, igualmente, contemplada pela Lei Nº 12.244.

A cidade de Fortaleza e o interior cearense têm bibliotecários em número suficiente para colocar em funcionamento bibliotecas em todas as escolas da rede pública, como prevê o PL Nº 28/2012?
O Conselho Federal de Biblioteconomia, cuja missão é ser agente de excelência na promoção e fortalecimento das ações do profissional de biblioteconomia, promoverá um curso à distância, para formar técnicos em biblioteconomia, com edital lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e chancela das universidades públicas federais e estaduais, com previsão de início para o segundo semestre de 2014. Mantendo a proposta de acompanhamento e supervisão do bibliotecário. Desta feita, busca-se suprir as necessidades e exigências do mercado. Em biblioteca, bibliotecário!

29 DE JUNHO DE 2014.

SIMÃO PEDRO, O SÃO PEDRO, primo de Jesus no ano 1 antes de Cristo.

SERGINHO GROISMAN coe]memora hoje 64 anos de nascimento.

LEOVEGILDO JUNIOR, entra hoje para o time dos sex. 60 anos dedicados aos esporte.

Há 56 anos na Suécia, o futebol brasileiro começava a coleção de títulos mundiais.
BRASIL CAMPEÃO MUNDIAL DE FUTEBOL.

Comemorando hoje 55 anos de vida o cantor NEGUINHO DA BEIJA FLÔR.

sábado, 28 de junho de 2014

28 DE JUNHO DE 2014.

A Há 173  Anos, nascia hum dos muitos Ilustres campanhenses, AMÉRICO LOBO LEITE PEREIRA.

Completaria 69 Anos Hoje o compositor e cantor RAUL SEIXAS.

BIBLIOTECA PROMOVE ATIVIDADES ESPECIAIS EM CLIMA DE COPA.

Biblioteca de SP promove atividades especiais em clima de Copa do Mundo

Catraca Livre - 03/06/2014
A Biblioteca de São Paulo (BSP), equipamento da Secretaria de Estado da Cultura, começa o mês celebrando o Mundial com diversas atividades especiais em alguns de seus programas permanentes, como o “Pintando o 7″, o “Brincando e Aprendendo” e “A Hora do Conto”. Todas as atividades têm entrada Catraca Livre.

A Biblioteca também realizará a oficina “Torcida BSP!”, com inúmeras brincadeira e curiosidades sobre o mundo do futebol. Além disso, haverá a apresentação do grupo teatral e circense “Jogando no Quintal”, no dia 7, sábado, às 16h, em que os integrantes da cia. apresentarão um espetáculo de improviso, com estrutura de uma partida de futebol. Abaixo, segue programação:

A programação especial da Biblioteca para a Copa está disponível no site oficial.

A BSP foi inaugurada em 8 de fevereiro de 2010. Faz parte do conjunto de iniciativas da Secretaria de Estado da Cultura do Governo de São Paulo para incentivar e promover o gosto pela leitura. Localizada no Parque da Juventude, foi concebida para ser um projeto inovador de inclusão social por meio da leitura. Conta com uma programação cultural diária e ações em acessibilidade e serviço social.

ESTAMOS LOUCOS?

ESTAMOS LOUCOS?  Doc nº 49 - 2014

www.fortalweb.com.br

Nunca se viu tanta propaganda nas TV. Tudo se tornou maravilha no
País.
Todo mundo joga futebol. Estádios são arenas. Governo federal vende a
beleza do Brasil. Os governos estaduais são maravilhas de gestão e cada um
com varinha mágica, transformando ruas em avenidas, estradas secundárias em
estradas de 1º mundo. Prefeituras mudando a cidade. Novas avenidas, túneis,
iluminações e por aí vai tudo dançando samba.

O VERDE AMRARELO  enfeita as ruas e tem gente que com  tudo isso
ainda
pede ao BOM DEUS que o Brasil não seja campeão. Pode um negócio deste?
Brasil é Brasil e ganhando ou perdendo é sempre o querido País onde
nascemos. 

Ninguém pensa depois da COPA. A inflação vai continuar? Os deputados
envolvidos em coisas não republicanas vão continuar deputados? Os partidos
já fizeram os acordos e como entender que o partido A afirme que vai apoiar
o candidato B, mas em 5 Estados da Federação votam em C em 10 no D e o que
sobra no B. Tudo certo. Como são PARTIDOS não podem ser inteiros. O povo é
que não entende. É só compreender que a língua portuguesa está evoluindo.
As palavras vão ter significados diferentes. INTEIRO É PARTIDO e PARTIDO é
INTEIRO. 
 
A propaganda gasta pelos governos FEDERAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS
(dinheiro do nosso bolso) tem sua razão de ser. Vai ter eleição em outubro
e como vivemos numa DEMOCRACIA quem está no governo pode gastar em
propaganda que o povo paga, mas a oposição não pode.
VIVA A COPA.

VIVA A PROPAGANDA POLÍTICA FEITA QUE NÃO PODE SER FEITA.

MARAVILHA. A BOLA DE 2014 NÃO É A MESMA DE 1938. PARECE INCREÍVEL? NÃO
ACHA?

NÃO É PARA ENLOQUECER?

NÃO É DE ENLOUQUECER?

http://youtu.be/MeYmEDrh3SE 

É PARA VIBRAR. O PEITO ESTUFA DE AMOR

  https://www.facebook.com/photo.php?v=800136463360433

GRUPO  GUARARAPES
23 DE JUNHO DE 2014

REPASSE AMIGO. VAMOS GANHAR A ELEIÇÃO. NÃO VOTE EM 13. 

O COMPREENSÍVEL DESABAFO DA ELITE.

Monica Schalka     
Em semana de termos chulos, entro na onda. Estou de SACO CHEIO de ouvir o tal do Lula falar em trabalhadores como se esses fossem uma classe específica de quem recebe baixos salários. Sou casada há quase 30 anos com um super trabalhador. Entrou em uma faculdade de primeiríssima aos 16 anos, formou-se aos 21, aos 24 anos já sustentava uma família e , desde então, tem trabalhado ininterruptamente.
Por mais de 30 anos, esse trabalhador acorda todos dias às seis e meia da manhã. Cumpre uma jornada de 10 a 12 horas diárias de trabalho. Finais de semana gastos com a empresa são rotina. Paga impostos milionários que só Deus --- e talvez você e seu grupo — saibam para onde vão. Passou sua vida inteira se aprimorando em estudos e criou 3 filhos dentro desses mesmos valores. Filhos estudiosos e já trabalhadores também, colaborando em impostos e avanços em nossa sociedade.
Portanto, Lula, ainda no embalo dos jargões da semana, hoje somos elite, sim! Com muito orgulho, com muito amor e, acima de tudo, com muito esforço. Nos tornamos elite às custas de empenho, sacrifícios e muita dedicação. Em minha casa, meus filhos quando querem evoluir, trancam-se em um quarto e estudam. Estudam muito. E dessa forma galgam novos patamares. Algo bem distinto do que o "prodígio" Lulinha faz…

Assim, já que xingar uma “dama” é deselegante, — no que concordo integralmente, ainda mais sendo ela uma autoridade — deixo para você minha indignação com o que tenta fazer deste país: Lula, vá tomar no c você! Com todas as poucas letras que a palavra contém... (Chego até lamentar serem tão poucas...)
Acompanha uma fotinho minha, bem de elite, sim. O colar que está no pescoço, porém, se foi, levado por um assaltante que deixou bem claro que "se nem o presidente estuda e rouba pra c, por que eu também não posso fazer o mesmo..??” Como vê, Lula, existem trabalhadores e "trabalhadores”. Fico feliz por não fazer parte do mesmo grupo que você e "meu/seu" assaltante.
E aos amigos que nunca me viram usar de palavrão, deixo aqui minhas desculpas... Espero que entendam essa exceção.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

LIVRO HOMENAGEIA A COPA PARA A NOVA GERAÇÃO.

Livro “Um drible, dois dribles, três dribles” homenageia a Copa para a nova geração

Revista Crescer - 13/06/2014
A banda Pequeno Cidadão, um projeto dos músicos Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto, acaba de lançar o livro “Um drible, dois dribles, três dribles”. Terceiro volume da série - o segundo é “Manual do Pequeno Cidadão Skatista” e o primeiro apresentava o personagem principal, Pequeno Cidadão, que parte do seu Planeta X e aprende que escolher o que fazer da vida é o “grande X da questão” -, a novidade é uma homenagem ao futebol, esporte que marca presença ainda mais importante no país em 2014.

Este é o primeiro infantil de Marcelo Rubens Paiva, inspirado pela canção “Futezinho na escola”, que está no primeiro CD da banda e é uma composição de Daniel, filho de Taciana e Edgar Scandurra.

O livro conta a história do menino Joaquim por meio do futebol, num momento em que grandes transformações acontecem na sua vida, como a mudança de escola. Assim como o anterior, detalhes técnicos são apresentados de maneira saborosa, com um manual do pequeno torcedor, mais do que bem-vindo em época de Copa.

“Ler (criar o hábito da leitura), ouvir música (tocar um instrumento ou cantar no banheiro) e praticar esportes são fundamentais na infância. A gente acredita muito nos benefícios do esporte na vida de uma criança e no desenvolvimento de um adulto saudável. Esta é a mensagem que queremos passar com o livro”, diz Taciana para a CRESCER.

Conversamos também com o artista gráfico, videomaker e ilustrador mineiro Jimmy Leroy, que já trabalhou para as emissoras de TV MTV e Nickelodeon, é fã de futebol e responsável pela arte de todas as capas e livros da coleção. A série é indicada para crianças a partir de 7 anos.

CRESCER: Você é fã de futebol?
Jimmy Leroy: Me apaixonei ainda criança pelo esporte bretão, nasci em Belo Horizonte, e nos anos 60 o Cruzeiro tinha um time fabuloso com grandes craques: Tostão, Raul, Piazza, Dirceu Lopes... Além disso o Brasil foi tricampeão do mundo no México, o que influenciou muito a minha geração. Sempre gostei de jogar, comentar e assistir.

C.: Como você descreveria a capa?
J.L.: A capa é a cara do livro. Vou seguir a linha das capas que já criei para o Pequeno Cidadão, sempre com uma cena de ação do personagem, visão subjetiva de uma criança, um ângulo que mostra pernas e pés driblando sobre fundo com cor chapada bem forte. Assim descrevo a estética e o estilo que estou usando.

C.: Conte um pouquinho sobre o processo de criação das ilustrações deste livro.
J.L.: Venho pesquisando o universo do futebol e assistindo muitos jogos enquanto desenho... Meu processo é bastante simples, pesquiso fotos e vídeos de situações, dribles, jogadas e materiais históricos, sempre usando muito a minha memória. Quando criança, morei em um bairro com dois campos de futebol. Nos fins de semana, jogava e assistia várias partidas. Geralmente começo a desenhar fazendo um rascunho da cena a lápis, rabiscando as posições dos braços e pernas sem desmanchar nada. Em seguida, com uma nova folha, redesenho a cena copiando meu próprio traço sobre uma mesa de luz, com uma canetinha hidrográfica preta. Terminada a base, transfiro para o computador, faço pequenas correções e coloco a cor. Começo muitos desenhos ao mesmo tempo e vou continuando os que estão melhores. Os mais difíceis, que não querem ficar bons, sou obrigado a redesenhar até eu gostar. No entanto, o meu traço já tem um caráter meio estranho, meio natural, um pouco errado, assim acabo deixando certas imperfeições.

C.: O que você mais gosta sobre este novo projeto?
J.L.: Adorei a parceria com o Marcelo, que eu já era fã. Li “Feliz ano velho” na adolescência e me marcou muito. Amei o texto do livro, muito informal e amigo, como uma criança gosta de ler. Vai ser um livro gostoso para a criança que está iniciando no tema, e que gosta de ler e praticar esportes.

C.: O que você mais gosta sobre o Pequeno Cidadão? Como surgiu a parceria de vocês?
J.L.: Conhecia a Taciana há muito tempo. Trabalhei junto com ela em momentos diferentes, com o Edgar e o Antonio também. Tinha o Arnaldo (Antunes) no início. São todos amigos. Me chamaram e eu levei algumas ideias. Gostaram de um desenho que mostrava as pernas de um garoto de tênis cano alto com um cachorrinho do lado. Tudo fluiu a partir dai e fui desenvolvendo uma linguagem. O que eu mais gosto do Pequeno Cidadão é a tranquilidade com que tratam temas infantis complexos. Além de ser divertido, rock n’roll’, colorido... Tem bagunça de criança, muita verdade e naturalidade.

C.: Qual sua memória mais antiga de um desenho que você fez? Você lembra qual foi o primeiro?
J.L.: Me lembro quando tinha uns 4/5 anos e desenhei um personagem de lata de cera, que tinha escovas nos pés. Os meus pais mostrando este desenho para os meus tios e avós, foi minha maior glória na infância.

PROFESSORES, HUMILHAÇÃO E RESISTÊNCIA.

Professores, humilhação e resistência

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Carreira mergulhou, há 25 anos, em ruína. Escola tornou-se o serviço público mais vulnerável. Mas eles jamais deixaram de lutar
Por Valerio Arcary*
Mais valem lágrimas de derrota do que a vergonha de não ter lutado.
Sabedoria popular brasileira
Qualquer avaliação honesta da situação das redes de ensino público estadual e municipal revela que a educação contemporânea no Brasil, infelizmente, não é satisfatória. Mesmo procurando encarar a situação dramática com a máxima sobriedade, é incontornável verificar que o quadro é desolador. A escolaridade média da população com 15 anos ou mais permanece inferior a oito anos, e é de quatro entre os 20% mais pobres, porém, é superior a dez entre os 20% mais ricos.[1] É verdade que o Brasil em 1980 era um país culturalmente primitivo que recém completava a transição histórica de uma sociedade rural. Mas, ainda assim, em trinta anos avançamos apenas três anos na escolaridade média.
São muitos, felizmente, os indicadores disponíveis para aferir a realidade educacional. Reconhecer as dificuldades tais como elas são é um primeiro passo para poder ter um diagnóstico aproximativo. A Unesco, por exemplo, realiza uma pesquisa que enfoca as habilidades dominadas pelos alunos de 15 anos, o que corresponde aos oitos anos do ensino fundamental.[2] O Pisa (Programa Internacional de avaliação de Estudantes) é um projeto de avaliação comparada. As informações são oficiais porque são os governos que devem oferecer os dados. A pesquisa considera os países membros da OCDE além da Argentina, Colômbia e Uruguai, entre outros, somando 57 países.
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Em uma avaliação realizada em 2006, considerando as áreas de Leitura, Matemática e Ciências o Brasil apresentou desempenho muito abaixo da média.[3] No caso de Ciências, o Brasil teve mais de 40% dos estudantes situados no nível mais baixo de desempenho. Em Matemática, a posição do Brasil foi muito desfavorável, equiparando-se à da Colômbia e sendo melhor apenas que a da Tunísia ou Quirguistão. Em leitura, 40% dos estudantes avaliados no Brasil, assim como na Indonésia, México e Tailândia, mostram níveis de letramento equivalentes aos alunos que se encontram no meio da educação primária nos países da OCDE. Ficamos entre os dez países com pior desempenho.
As razões identificadas para esta crise são variadas. É verdade que problemas complexos têm muitas determinações. Entre os muitos processos que explicam a decadência do ensino público, um dos mais significativos, senão o mais devastador, foi a queda do salário médio docente a partir, sobretudo, dos anos oitenta. Tão grande foi a queda do salário dos professores que, em 2008, como medida de emergência, foi criado um piso nacional. Os professores das escolas públicas passaram a ter a garantia de não ganhar abaixo de R$ 950,00, somados aí o vencimento básico (salário) e as gratificações e vantagens. Se considerarmos como referência o rendimento médio real dos trabalhadores, apurado em dezembro de 2010 o valor foi de R$ 1.515,10.[4] Em outras palavras, o piso nacional é inferior, apesar da exigência mínima de uma escolaridade que precisa ser o dobro da escolaridade média nacional.
Já o salário médio nacional dos professores iniciantes na carreira com licenciatura plena e jornada de 40 horas semanais, incluindo as gratificações, antes dos descontos, foi  R$1.777,66 nas redes estaduais de ensino no início de 2010, segundo o Ministério da Educação. Importante considerar que o ensino primário foi municipalizado e incontáveis prefeituras remuneram muito menos. O melhor salário foi o do Distrito Federal, R$3.227,87. O do Rio Grande do Sul foi o quinto pior, R$1.269,56.[5] Pior que o Rio Grande do Sul estão somente a Paraíba com R$ 1.243,09, o Rio Grande do Norte com R$ 1.157,33, Goiás com R$ 1.084,00, e o lanterninha Pernambuco com R$ 1016,00. A pior média salarial do país corresponde, surpreendentemente, à região sul: R$ 1.477,28. No Nordeste era de R$ 1.560,73. No centro-oeste de R$ 2.235,59. No norte de R$ 2.109,68. No sudeste de R$ 1.697,41.
A média nacional estabelece o salário docente das redes estaduais em três salários mínimos e meio para contrato de 40 horas. Trinta anos atrás, ainda era possível ingressar na carreira em alguns Estados com salário equivalente a dez salários mínimos. Se fizermos comparações com os salários docentes de países em estágio de desenvolvimento equivalente ao brasileiro as conclusões serão igualmente escandalosas. Quando examinados os salários dos professores do ensino médio, em estudo da Unesco, sobre 31 países, há somente sete que pagam salários mais baixos do que o Brasil, em um total de 38.[6] Não deveria, portanto, surpreender ninguém que os professores se vejam obrigados a cumprir jornadas de trabalho esmagadoras, e que a overdose de trabalho comprometa o ensino e destrua a sua saúde.
O que é a degradação social de uma categoria? Na história do capitalismo, várias categorias passaram em diferentes momentos por elevação do seu estatuto profissional ou por destruição. Houve uma época no Brasil em que os “reis” da classe operária eram os ferramenteiros: nada tinha maior dignidade, porque eram aqueles que dominavam plenamente o trabalho no metal, conseguiam manipular as ferramentas mais complexas e consertar as máquinas. Séculos antes, na Europa, foram os marceneiros, os tapeceiros e na maioria das sociedades os mineiros foram bem pagos. Houve períodos históricos na Inglaterra – porque a aristocracia era pomposa – em que os alfaiates foram excepcionalmente bem remunerados. Na França, segundo alguns historiadores, os cozinheiros. Houve fases do capitalismo em que o estatuto do trabalho manual, associada a certas profissões, foi maior ou menor.
A carreira docente mergulhou nos últimos vinte e cinco anos numa profunda ruína. Há, com razão, um ressentimento social mais do que justo entre os professores. A escola pública entrou em decadência e a profissão foi, economicamente, desmoralizada, e socialmente desqualificada, inclusive, diante dos estudantes.
Os professores foram desqualificados diante da sociedade. O sindicalismo dos professores, uma das categorias mais organizadas e combativas, foi construído como resistência a essa destruição das condições materiais de vida. Reduzidos às condições de penúria, os professores se sentem vexados. Este processo foi uma das expressões da crise crônica do capitalismo. Depois do esgotamento da ditadura, simultaneamente à construção do regime democrático liberal, o capitalismo brasileiro parou de crescer, mergulhou numa longa estagnação. O Estado passou a ser, em primeiríssimo lugar, um instrumento para a acumulação de capital rentista. Isso significa que os serviços públicos foram completamente desqualificados.
Dentro dos serviços públicos, contudo, há diferenças de grau. As proporções têm importância: a segurança pública está ameaçada e a justiça continua muito lenta e inacessível, mas o Estado não deixou de construir mais e mais presídios, nem os salários do judiciário se desvalorizaram como os da educação; a saúde pública está em crise, mas isso não impediu que programas importantes, e relativamente caros, como variadas campanhas de vacinação, ou até a distribuição do coquetel para os soropositivos de HIV, fossem preservados. Entre todos os serviços, o mais vulnerável foi a educação, porque a sua privatização foi devastadora. Isso levou os professores a procurarem mecanismos de luta individual e coletiva para sobreviverem.
Há formas mais organizadas de resistência, como as greves, e formas mais atomizadas, como a abstenção ao trabalho. Não é um exagero dizer que o movimento sindical dos professores ensaiou quase todos os tipos de greves possíveis. Greves com e sem reposição de aulas. Greves de um dia e greves de duas, dez, quatorze, até vinte semanas. Greves com ocupação de prédios públicos. Greves com marchas.
Conhecemos, também, muitas e variadas formas de resistência individual: a migração das capitais dos Estados para o interior onde a vida é mais barata; os cursos de administração escolar para concursos de diretor e supervisor; transferências para outras funções, como cargos em delegacias de ensino e bibliotecas. E, também, a ausência. Tivemos taxas de absenteísmo, de falta ao trabalho, em alguns anos, inverossímeis.
Não obstante as desmoralizações individuais, o mais impressionante, se considerarmos futuro da educação brasileira, é valente resistência dos professores com suas lutas coletivas. Foram e permanecem uma inspiração para o povo brasileiro.

*Valerio Arcary,
 é professor do IF/SP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia), e doutor em História pela USP

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