sexta-feira, 26 de abril de 2013

A OPOSIÇÃO TEM QUE SE UNIR.



A oposição tem que se unir e mostrar o que quer para o país
(Acílio Lara Resende, jornalista)
                            Não se trata de nenhum saudosismo. Não superestimo o passado, mas apenas o respeito. Sinto que há no ar, hoje, um cansaço generalizado, que se traduz em impaciência quando não em revolta para com nossos políticos, pertençam eles ao governo ou à oposição. O jogo político se tornou desagradável aos nossos olhos e aos nossos ouvidos. E, com isso, a crônica política, que ainda não desapareceu da imprensa escrita, mas ganhou a internet, perde a cada dia o encanto que já teve.   
                            Os últimos 12 anos, por exemplo, que abrangem os governos Lula e Dilma Rousseff, têm sido marcados pela mediocridade e pela ausência de criatividade. E, agora, por mera estratégia, ou talvez porque não passe mais pela sua cabeça ser outra vez presidente, de maneira precoce para uns, mas no momento certo para os que desejam manter o poder a qualquer custo, Lula forçou a barra e assumiu a coordenação da reeleição. Com isso, o governo, dois anos antes do seu término, se transformou em mero instrumento de campanha eleitoral. 
                            Não é a política em si, sem dúvida essencial ao ser humano, que aborrece. Na teoria, ela tem sua graça. A questão é a política partidária. Os atores que tomaram posse hoje do palco político (e isso não se deu só aqui, mas no mundo todo e, obviamente, por culpa dos eleitores) deixam muito a desejar. Entre nós, há as exceções de praxe, mas os que mais se fazem notar, no governo ou no Congresso Nacional, são muito ruins. Relevem-me os que não merecem vestir a carapuça, pois sei que os há, mas em quantidade modesta. Além disso, infelizmente, talvez por se sentirem acuados, ninguém os percebe…
                            Não é fácil governar um país com essa “tropa” de ministros, que emperra tudo ou só faz política partidária. O vocábulo aí pode parecer inadequado, leitor, mas não o uso com o objetivo de atingir os briosos soldados de qualquer arma. Nem me refiro aos escoteiros, nem aos animais equídeos, sejam de carga ou não. Também não me refiro à grande porção de gado vacum quando transportado de um pasto para outro. Refiro-me, apenas, à multidão inútil de ministros de Estado…
                            São, ao todo, 39 “excelências”. Informação divulgada na internet nos diz que os países campeões de ministros de Estado são, em primeiro lugar, a China, que tem 44, e, em segundo, o Canadá, que tem 18. Os Estados Unidos têm 15 e a Alemanha, 14. O México tem 19 e a Argentina, dez. A presidente Dilma não conhece todos os seus, mas, com absoluta certeza, só despacha com um número reduzidíssimo deles.
                            Duas fotos, na internet, valem mais que mil palavras. Uma é dos 39 ministros de Dilma Rousseff reunidos em volta de uma enorme mesa oval; a outra é dos 15 ministros de Barack Obama (que têm nas mãos não só graves problemas internos, mas a maior economia do mundo) em volta de uma mesa igualmente oval. E bota ridículo nisso!
                            E o mais preocupante em tudo isso é que ainda não se percebe no país, para se contrapor a um governo que sabe bem não só o que quer, mas para onde quer ir, uma oposição unida, consciente da sua real obrigação, além de munida do velho e desvalorizado espírito público.
                            Se não se construir uma oposição capaz de interpretar essa insatisfação que está no ar, nosso país, a partir de janeiro de 2015, estará outra vez entregue a um grupo centrado apenas na manutenção do poder, e com sérios riscos, evidentemente, à nossa frágil democracia.
                            Não há democracia sem alternância no poder.

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