sábado, 26 de maio de 2018

CONHEÇA A HISTÓRIA DO JORNAL NO SUL DE MINAS.

´Conheça a história do jornal no Sul de Minas

Esta uma uma matéria importantíssima que me foi enviada por Bruno, acadêmico de jornalismo na UNICAMP. Uma matéria que deve ser lida por todos, especialmente por estudantes e acadêmicos de jornalismo. Com toda dificuldade daquela época nós tínhamos vários jornais que eram montados manualmente letra por letra, tipo um quebra cabeça. E 
eles davam conta. Hoje com toda tecnologia as coisas parecem mais difíceis ou pelo menos não vemos tanto idealismo e garra como podemos perceber em nossos antepassados.
Fico muito lijongiado com os comentários postados, de pessoas, muitas delas que eu não
 faço a menor ideia de quem seja, mas gostaria de ter o endereço de e-mail de vocês, 
porque temos muita coisa pela frente a nível cultural, educacional, empresarial, turístico, esportivo e social. Seria muito importante te-los como conselheiros de nosso trabalho, para que possamos lutar por uma sociedade mais justa, intelectualizada, conhecedora da sua história e importância. Quem puder ou tiver interesse por favor
entre em contato através do e-mail jjosemiltonjunqueira@gmail.com
Boa leitura a todos.



IMPRENSA E POLÍTICA NO SUL DE MINAS: A DEFESA DO LIBERALISMO - 10/04/2010
 00h24

OBSERVAÇÃO: Este texto, que está sendo disponibilizado para consulta eletrônica, 
está publicado na Revista Línguas e Instrumentos Linguísticos 18/ Universidade Estadual de Campinas: Pontes Editores, 2007: Campinas: Unicamp, 1997-2005, pp. 
63-85.


IMPRENSA E POLÍTICA NO SUL DE MINAS: A DEFESA DO LIBERALISMO MODERADO. A DEMONIZAÇÃO DO CONTRÁRIO.


Autor: Isaías Pascoal: Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas – UNICAMP, Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Auxiliaram na pesquisa: Lílian da Silva Pascoal: graduada em Jornalismo pela UNIVÁS (Universidade do Vale do Sapucaí), MBA Executivo em Gestão Empresarial pela FGV e Conexão e Desenvolvimento Empresarial; Elaine Cristina de Oliveira (graduada em Jornalismo pela UNIVÁS (Universidade do Vale do Sapucaí).


RESUMO: Este artigo procura investigar de que forma se constituiu a imprensa no sul de Minas no período final do Primeiro Reinado e durante a fase Regencial. Quem são os 
editores, o que os movia, como procediam e como agiam cotidianamente são as questões 
que pretende responder. Salienta que o clima político envolvente, marcado por crises e profundas divisões, mais a presença de homens com espírito empreendedor foram os elementos fundamentais para o nascimento da primeira experiência jornalística da região.

ABSTRACT: This article aims at investigating the way that the Minas southern press was constituted in the final period of the Primeiro Reinado and during the Regencial period. It searches for answers to questions such as who the editors are, what their objectives and procedures were, and how they did behave. It also emphasizes the fact that the involving political atmosphere, wich was marked by crisis and deep divisions, added to the presence 
of men with a enterprising spirit were the essencial elements to the rising of the first journalistic experience in the region.

INTRODUÇÃO

O período imediatamente anterior à independência do Brasil, e os 25 anos subseqüen-
tes, viram surgir um grande número de jornais em todas as províncias que constituíam
 o Império. Nada de excepcional. Situações de grande agitação política são pródigas 
para o aparecimento de jornais. Durante a Revolução Francesa o fenômeno havia 
sido observado.
A situação social do Brasil era de intensa agitação política. Começavam os embates 
que conduziram o país a um longo período de incertezas e graves conflitos internos.
No clima político que então se criou, a imprensa se transformou no mais importante 
canal de defesa, divulgação de opiniões e ataques aos adversários. Não era raro que um 
político famoso, ou um grupo que circulava em seu redor, criasse um jornal 
como instrumento de luta e difusão de idéias.
Neste momento, o sul de Minas começava a exibir sua influência na Corte, 
tanto economicamente, por meio do comércio de produtos alimentícios oriundos 
da agropecuária, fumo, algodão, produtos acabados, quanto politicamente, por meio 
de importantes personalidades da região que tiveram forte atuação no cenário 
nacional, como o padre e senador José Custódio Dias, Honório Hermeto Carneiro Leão,
 o Barão de Alfenas, o padre e senador José Bento e Bernardo Jacintho da Veiga, 
entre outros. Os dois últimos, além de políticos, tiveram grande atuação na impren-
sa regional, marcada por uma constante preocupação com as lides políticas.
Em 7 de setembro de 1830 surgiu, na freguesia de Pouso Alegre, o primeiro jornal do sul 
de Minas, e um dos primeiros da província de Minas. Tratava-se do Pregoei-
ro Constitucional, que foi criado pelo padre e deputado geral José Bento. Sua duração 
não passou de um ano. O Pregoeiro era editado em sua própria tipografia, que ser-
viu, posteriormente, para imprimir as edições do Recopilador Mineiro, o segundo jornal 
que apareceu na Vila de Pouso Alegre, então já emancipada da Vila de Campanha. Du-
rou de fevereiro de 1833 a agosto de 1837.
De setembro de 1832 a agosto de 1837, foi editado na Vila de Campanha o 
Opinião Campanhense, por Bernardo Jacintho da Veiga. Juntamente com O 
Pregoeiro Constitucional e com o Recopilador Mineiro, difundiram o ideário político 
do liberalismo na região, então, a grande bandeira de luta da oposição brasileira a D. 
Pedro I.
Não era fácil produzir um jornal na época. Os três, no entanto, circulavam duas vezes 
por semana e foram editados em tipografia própria, o que era mais surpreendente ainda.
O que eles pretendiam, qual era a motivação que levou seus proprietários a montar 
uma estrutura complexa para publicá-los e como era o trabalho dos que a eles 
se dedicavam são as questões investigadas neste artigo.

1 - O SURGIMENTO DOS JORNAIS


O início:

A história da imprensa no sul de Minas, no período em questão, foi escrita por políticos 
que mantinham relações com personalidades influentes no cenário político do país.
O padre, deputado, depois senador José Bento e Bernardo Jacintho da Veiga, deputado e presidente da Província de Minas, auxiliados por Quadros Aranha e Lourenço Xavier da 
Veiga, criaram no sul de Minas três importantes jornais que contribuíram para a região ser conhecida e se tornar um reduto fiel ao grupo político que reunia os Liberais Moderados, hegemônicos 
no cenário político nacional marcado por graves dissensões internas.
Desde que eclodiram os conflitos que opuseram o grupo político do imperador D. Pedro I 
ao dos brasileiros, no período que ficou conhecido historicamente como Primeiro Reina-
do, por todo país muitos jornais foram aparecendo e se transformaram num importan-
te instrumento de luta política. Minas não constituiu exceção.
 Entre 1824 e 1830 surgiram: em Ouro Preto, o Abelha de Itacolomi e O Universal
em São João Del-Rei, o Astro de Minas; em Diamantina, o Eco da Serra; em Maria-
na, o Estrela Marianense; em 7 de setembro surgiu o Pregoeiro Constitucional em 
Pouso Alegre e, no fim deste ano, no Serro, começou a ser  publicado o Sentinela 
do Serro.

Os jornais:

Em 1830, a dissensão entre D. Pedro I e os Liberais brasileiros chegou ao auge. Como 
em todo país, a freguesia de Pouso Alegre se agitou com os conflitos que indicavam 
a chegada a um ponto de ruptura entre os dois grupos. O Imperador era acusado 
de autoritário e absolutista. A Câmara dos Deputados e inúmeros jornais espalhados 
por todo país manifestavam a sua oposição ao que consideravam desmando irresponsá-
vel do Imperador. Foi neste cenário que surgiu O Pregoeiro Constitucional. Criado 
pelo padre José Bento, na época deputado geral, teve seu primeiro número publicado 
em 7 de setembro de 1830. Era um jornal de pequena tiragem e saía todas as quartas 
e sábados. Sua pauta principal se constituía na oposição ao governo imperial, 
sob a inspiração do Liberalismo, ideologia que serviu de bandeira de luta contra Dom
 Pedro I, considerado autoritário e absolutista. Após a abdicação de D. Pedro, em abril 
de 1831, o jornal perdeu o sentido da sua luta e desapareceu. O nome do jornal expres-
sava o motivo que o fez aparecer: em nome da constituição do Brasil, lutar para garantir 
a liberdade e a atuação da Câmara frente ao absolutismo imperial. A última publicação 
de que se tem notícia data de 4 de junho de 1831.
Dois anos depois, no dia 7 de setembro, surgiu em Campanha, editado por 
Bernardo Jacintho da Veiga, irmão de Evaristo da Veiga (figura proeminente na política 
e no jornalismo da época) o Opinião Campanhense, jornal que durou até 5 de agosto 
de 1837. O periódico de Bernardo Jacintho da Veiga defendeu o governo regencial 
e procurou, como então faziam os Liberais Moderados no poder, frear o carro revolucio-
nário que ameaçava a ordem interna, a integridade do país e a hierarquia social. Seu 
ideal era contribuir para a construção da ordem social e política, e institucionalizar 
a revolução de 7 de abril, data da abdicação de D. Pedro I, que deu lugar à ascensão 
do grupo moderado ao poder. Era o início da fase que ficou conhecida como 
Período Regencial.
 Em 06 de fevereiro de 1833, o padre e deputado José Bento passou a editar outro jornal, o Recopilador Mineiro, que durou até 1837. O Recopilador relatava importantes momentos do cenário político brasileiro e exerceu um significativo papel ideológico na articulação da população, nas regiões circunvizinhas às Vilas de Pouso Alegre e Campanha, em apoio ao governo regencial. A sua atuação mais virulenta se deu no episódio conhecido como Sedição Militar de Ouro Preto, em 1833, quando o governo legal da província de Minas, que era apoiado pelo governo regencial, foi derrubado por um grupo de rebeldes. Todo o sul de Minas a ele se opôs. Sem tergiversações, participou da luta para que  a ordem e a legalidade 
fossem restauradas.
Os jornais de Pouso Alegre e Campanha, além de difundir opiniões, articularam bases 
de apoio ao governo regencial e seus aliados na província de Minas. Exerceram um papel 
de educação (doutrinação) política dos mais significativos. O seu prestígio não 
estava circunscrito ao sul de Minas. Alfredo Valladão, historiador da Vila de 
Campanha, menciona o prestígio desses jornais fora do sul de Minas e da própria 
província. Assinaturas eram recebidas nas cidades vizinhas, São João Del Rei, Ouro Preto,
 São Paulo, Guaratinguetá e Rio de Janeiro. (VALLADÃO, 1945: 215)
 A Aurora Fluminense, jornal editado por Evaristo da Veiga, teve grande influência 
na linguagem e na visão política dos três jornais. Servia de modelo. Além dos 
ideais compartilhados pelos autores, os textos do Aurora eram publicados e analisados 
nas páginas do Pregoeiro Constitucional, do Opinião Campanhense e do 
Recopilador Mineiro.
Foi neste período de formação do Estado Nacional, mergulhado em conflitos, em 
revoltas separatistas, que a imprensa brasileira emergiu. O sul de Minas exercia, então, 
um papel significativo na política nacional. Possuía uma estreita relação política 
e econômica com a Corte e com ela se alinhou na defesa dos ideais do 
Liberalismo, praticamente, unânime na região. A imprensa regional, representa-
da pelo Pregoeiro Constitucional, pelo Recopilador Mineiro e pelo 
Opinião Campanhense, em parceria com A Aurora Fluminense no Rio de 
Janeiro, brandiram o ideário liberal em sua versão moderada. O conservadorismo 
dos Restauradores e o irredentismo dos Exaltados eram vistos como elementos impe-
ditivos para a constituição da ordem social e política, num momento turvado por toda 
sorte de conflitos. Na ótica do Liberalismo moderado, nada era mais urgente 
que a “pacificação” da nação e a consolidação do Estado.
O que subjaz a todo esse processo é a profunda integração das forças sociais e 
políticas dominantes no sul de Minas com as forças políticas hegemônicas na 
Corte. Primeiro no apoio aos moderados, na primeira fase regencial e depois, 
aos conservadores. Ambos, cada qual em sua época, procuravam cumprir o papel 
histórico que se propuseram: a construção e institucionalização do Estado como instru-
mento garantidor e fomentador das relações econômicas e progresso material, baseado 
no trabalho escravo e na supremacia dos proprietários de terra, grandes comer-
ciantes e magistrados. No processo de construção da sua identidade política, ligada 
aos ideais do grupo liberal, a figura de D. Pedro I se prestou exemplarmente a servir 
como o outro que é combatido e demonizado, para realçar o essencial que precisava 
ser preservado. De grande líder da emancipação política do Brasil, aureolado de 
herói nacional, aos poucos D. Pedro foi se transformando no “tirano”, “duque de Braga-
nça”, por sua intransigência em não compactuar com a elite brasileira representada
 no parlamento.

Foi o temor da restauração de D. Pedro ao trono uma das maiores forças da 

união para os liberais moderados entre 1831-1834. Nesta fase, a resistência à 

mera cogitação da possibilidade do retorno do ex-imperador se tornou obsessiva. A rejeição ao imperador era automática para grande parte da sociedade brasileira, 

o mal maior a ser evitado. Era uma forma de manter unida a nação diante das 

forças dispersivas, da contestação à ordem, e dos graves perigos que a ameaça-

vam. A rejeição e os estereótipos aplicados a D. Pedro I simbolizavam a resolu-

ção dos brasileiros em não infletir. Com a sua pessoa estava sepultado o 

seu esquema político de não abrir espaço ao exercício do poder pela elite brasileira.

 A longa transição política, vinda desde 1822, terminou com a abdicação, quando o exercício da política foi nacionalizado e os brasileiros se tornaram senhores 

dos destinos políticos do seu país. Estava em suas mãos a oportunidade de cons-

truir o arranjo interno da forma como sonharam. A rejeição ao ex-imperador, o 

temor da sua volta, a obsessão em barrar qualquer aceno nesse sentido, 

foram transferidos aos restauradores, ou caramurus. Foram vistos como inimigos 

da pátria, perigosos, sediciosos, a ser combatidos sem trégua. Foi o temor da 

sua força que ajudou na coesão do grupo moderado. Ser tachado de restaurador, 

ou caramuru, era o mesmo que inimigo da nação e dos autênticos brasileiros, 

como os moderados e seus seguidores então se consideravam. Os restaura-

dores foram demonizados também. Era uma forma de construir a própria identida-

de: não-caramuru, portanto, autêntico patriota, a serviço da causa brasileira. 

Os jornais, os documentos das câmaras, estão repletos de palavras duras, 

ofensivas em relação aos que eram adeptos da volta de D. Pedro, ou simples-

mente, um clichê aplicado aos adversários.


Contra as ações dos restauradores no Rio de Janeiro, pouco depois da abdicação 

de D. Pedro, num momento de grave crise política, os mineiros extravasaram 

seus sentimentos:


“Amigos sinceros da liberdade, não podem os abaixo-assinados observar 

sem a maior indignação que monstros incapazes de viver no meio dos 

brasileiros promovam a anarquia...” (Idem, p. 109)

 

A Câmara de Mariana se refere aos sediciosos de 1833, que tentaram derrubar

 o governo legal em Ouro Preto, aliado à Regência, assim:

 

“Ao flagelo da mais aviltante ignominiosa restauração, que nos bate à porta ... 

pelas ameaças dos facínoras cúmplices, ou cabeças da sedição de março (...) 

Essa câmara vos assegura toda a cooperação em tudo, quanto for de fazer guerra

 à Restauração e seus propugnadores (...) Ódio eterno à restauração; derramar 

o sangue se necessário for ... contra os inimigos do sempre memorável dia 

7 de abril.” (Idem, pp. 246-247) 

A Câmara de Pouso Alegre tacha os sediciosos de “governo intruso e usurpa-

dor, organizado por loucos e sediciosos, desordeiros e entusiastas 

do absolutismo;” (Apud Queirós, 1933: 52-53) “atrabiliários, loucos, desor-

deiros, ambiciosos de mando, colaboradores da restauração do Duque de Bragan-

ça”. (Idem, p. 62)

Esses exemplos ilustram de que forma era possível construir a própria identi-

dade com características positivas opondo-se ao inimigo caracterizado 

como destruidor, desordeiro, subserviente aos interesses não-nacionais.

Mas a construção da identidade patriótica não era apenas uma obra de destrui-

ção. Para completar o quadro era necessário erigir o pólo oposto, posi-

tivo, identificado como patriota, brasileiro, a quem todos serviam com gratidão 

e desinteresse, fautor dos mais caros objetivos da sociedade brasileira. Se o 

inimigo era o ex-imperador, o anelo dos brasileiros seria o seu filho, a quem 

a regência servia e com ela, todos os “bons brasileiros”, dispostos a dar o 

próprio sangue para garantir-lhe o trono. Pedro de Alcântara foi reconhecido 

e celebrado como o que nasceu no Brasil. Os moderados e, mais tarde, 

os regressistas, não se cansavam de alardear a fidelidade insofismável que os 

ligava ao futuro imperador. Mesmo quando estourou a rebelião liberal de 1842 

em Minas, todas as lideranças fizeram questão de enfatizar que não era contra 

ele e sim contra o seu ministério. A pessoa do imperador era intocável. Ao 

menos ideologicamente, o vácuo aberto pela queda de Pedro I foi imediata-

mente preenchido por Pedro II, a quem os moderados e boa parte dos brasilei-

ros juraram amor eterno (Idem, p. 53).

O quadro está completo: para a elite sul mineira, D. Pedro II faz um contraponto a 

seu pai e a seus seguidores. Esses são execráveis. Aquele indica o patrio-

tismo, objeto do desvelo e da dedicação de quem não quer a desordem, a anarquia 

e se dá à nação: os liberais moderados e a “boa sociedade” que os segue e 

lhes garante base de apoio.

O ritual político de celebração de datas e fatos importantes, relacionados aos 

valores que formatam os ideais do grupo moderado, enraíza e fortalece 

os sentimentos e crenças que vão construindo a cultura política da sociedade 

sul mineira, ao mesmo tempo em que direciona as suas ações práticas para

 a realização dos objetivos, conscientes ou não, que caracterizam o grupo que 

chegou ao poder com a abdicação de D. Pedro, ao qual a sociedade sul mineira 

aderiu resolutamente. Este processo se completa com a sua oposição incisiva 

ao grupo dos liberais exaltados.

Os moderados representarão os exaltados de forma pejorativa. Serão tachados 

de anarquistas, incendiários, que colocam em risco a constituição, a estabili-

dade social, o Estado Nacional e a unidade do império, todos valores consensuais 

da elite brasileira. Por isso, serão considerados inimigos da liberdade, que para 

os moderados era inseparável da ordem. Evaristo da Veiga expressou bem 

esse ponto, ele que não se cansava de dizer que sem ordem não era possível gozar 

a liberdade: “Nada de jacobinismo de qualquer cor que ele seja. Nada de excessos. 

A linha está traçada: é a da Constituição.” (Aurora Fluminense, 1829: nº 13)

Os exaltados aparecem como inimigos da liberdade, principais responsáveis 

pelo “vulcão da anarquia” que punha em risco a sociedade, como dizia Feijó. 

Quando era regente único, na Fala do Trono de 1836, expressou a instabilidade 

que divisava, usando cores fortes e ao mesmo tempo expressando os valores 

que contrapunha os moderados aos exaltados, a quem prometia combater 

sem tréguas:


“... para sujeitá-los à obediência, não romper-se a integridade do Império ... A falta 

de respeito e obediência às autoridades, a impunidade excitam universal clamor 

em todo o império. É a gangrena, que atualmente ataca o corpo social ... O vulcão 

da anarquia ameaça devorar o Império.” (Fala do Trono, 1993: 173)


A visão negativa sobre os exaltados é expressa na sua própria denomina-

ção. Exaltado é o que não é moderado. Se o moderado buscava a paz social, 

a estabilidade das instituições, a manutenção das relações sociais, a integridade 

do império, o exaltado punha em risco todo esse projeto.

O quadro é bem completo: inimigos da liberdade, anarquistas, contra a 

ordem: monstros. Também se pode notar a força dessa imagem na transcrição 

que Alfredo Valladão faz da representação  que a Câmara da Vila de Campanha 

dirigiu ao Imperador e às Câmaras Legislativas, contra a agitação exaltada na 

Corte, no dia 15 de junho de 1831:


“... Esta câmara, Senhor, os habitantes de seu Município ... estão prontos a voar em socorro da Representação Nacional, do Governo e de todas as Autoridades constituídas, que se acharem coactas da Anarquia ... sustentadas como exige o bem 

da Nação Brasileira, cujos destinos felizes não hão de ser de certo entregues a um punhado de anarquistas, que insultam a lei, e tudo que há de mais sagrado sobre a terra.” (Apud Valladão, 1945: 84)


 As forças dominantes política, social e economicamente no Brasil e no sul de 

Minas não podiam comungar os objetivos dos exaltados. Eles punham em risco 

o consenso longamente acalentado pelas forças denominadas de moderadas, que 

se achavam possuidoras da racionalidade política, com um destino histórico 

a cumprir, qual seja, o de forjar a nação e o estado brasileiros, num momento 

tão crítico da vida nacional. As forças exaltadas apontavam para uma outra forma 

de organização política do espaço interno, que não transmitia segurança para 

as elites. Assim como os caramurus tiveram a sua imagem construída de 

forma negativa, os exaltados foram associados a valores destruidores das bases 

que os moderados vinham procurando firmar. Ao estereotipar de forma negativa 

os inimigos, os moderados construíram de forma positiva a própria 

imagem. Apareciam como os homens da ordem, nem por isso contrários à liber-

dade. Essa era a conseqüência daquela. Homens da constituição, do 

governo representativo e parlamentar, que assim se prestavam a realizar o 

destino que a história lhes colocara desde a independência e tornado premente 

pela abdicação. Só assim o futuro da nação estaria garantido, a prosperidade 

material assegurada, mesmo que ao preço da escravidão, uma instituição cente-

nária que não podia ser tocada de uma hora para outra. Mas a civilização esta-

ria garantida e com ela o futuro da pátria (Mattos, 1990: 281-283). E José 

Bento, certamente, não correria o risco de ter de colocar o Brasil entre os países 

que não haviam alçado à condição de livres politicamente, ao lado dos turcos, 

como fez no seu jornal, dividindo os países em livres e escravos em nível político. 

(O Pregoeiro Constitucional, 1830: nº 11)

As discussões:

Quando surgiu, o Pregoeiro Constitucional, sob a ótica do Liberalismo, se opôs a Dom
 Pedro I de forma resoluta e agressiva. Suas matérias eram mais doutrinárias e filosó-
ficas, com pouca preocupação em descrever fatos. Os textos eram extensos, fa-
ziam comparações entre governos tirânicos (Turquia) e os democráticos (Inglaterra), 
e exaltava a ideologia Liberal, na realidade, a grande bandeira de luta dos que se 
opunham ao imperador.
 Já o Opinião Campanhense e o Recopilador Mineiro pertenceram à fase regen-
cial, quando D. Pedro I já havia renunciado ao poder. Na época, o interesse primordial 
era garantir a ordem política e social e o governo dos Liberais Moderados que passaram 
a dirigir o país. Nestes dois periódicos há mais relatos de acontecimentos. São 
menos filosóficos e doutrinários. Abrem-se a anúncios que no 
Pregoeiro Constitucional sequer existiam.
O mote principal são os fatos políticos. Afinal, os leitores estavam interessados 
em acompanhar o rumo da política no país, de longe, a maior preocupação.
Os acontecimentos do exterior também eram assuntos de interesse dos leitores. Os 
jornais reservavam um espaço para o noticiário internacional, sobretudo se relevante para 
a situação interna crítica. Tomar conhecimento do que se passava fora do 
país, principalmente na Europa, servia como norte para as lideranças políticas brasileiras.
Na edição do Recopilador Mineiro, datada de 22 de abril de 1835, um artigo trata da 
Santa Aliança (organização militar conservadora que reunia os países que haviam der-
rotado Napoleão Bonaparte):

“Os movimentos desta tenebrosa e admirável combinação de soberanos despóticos tan-
tas vezes hão sido objecto de consideração nestes ultimos tempos que algumas 
palavras sobre sua formação original, e sobre a repulsa do nosso defunto Rei a tomar 
parte della, podem ser de alguma utilidade nesse critico momento. Quando a 
brilhante estrela de Napoleão desse arbitro dos reis, cessou de resplandecer, quando 
os imperadores da Áustria e Rússia e o rei da Prussia  se juntaram em Paris no ano 
de 1815, organizou-se esse projeto jesuitico.”

As notícias internacionais chegavam com muito atraso ao sul de Minas, cerca de três 
meses após o seu acontecimento. A imprensa não conseguia nem mesmo publicar 
notícias de uma outra província sem que isso levasse ao menos um mês.
Pregoeiro Constitucional, de 20 de outubro de 1830, nº 13, fala sobre a revolução 
que explodiu em Paris no mês de julho. A carta vinda de Londres, com data de 31 de 
julho, fazia parte do suplemento do Diário Mercantil, “contendo as últimas interes-
santes notícias á cêrca do Estado Político da França”:

 “Londres 31 de Julho – Uma carta de Pariz de 28 recebida por um expresso diz o 
seguinte. Pariz está em uma completa revolução. Esta manhãa as armas Reaes 
forão arrancadaas do palácio, e queimadas na praça pública. A população correndo 
em desordem pelas ruas desarmava toda a tropa, que encontrava. Ao meio dia apare-
cerão alguns Guardas Nacionae (em uniforme) que havia sido extinctos há poucos anos, 
e algumas patrulhas dos mesmos rondavam em diversos bairros da Capital. E hora e 
meia, e agora secrevo ao extrondo da mosquetaria da Guarda Real, e fogo d’Artilharia, 
que se dirigem para a rua de S. Diniz. Dizem que esta praça foi declarada  em estado 
de sitio, e o comando das tropas confiado ao Duque de Raguse: feixou-se a praça 
do Commercio (Bourse)...”

As matérias do exterior publicadas também se pautavam em política em 
conflitos. O Recopilador Mineiro, de 19 de dezembro de 1833, nº 89, trazia 
uma transcrição do Jornal do Commercio que fazia análise sobre a invasão da Ilha 
das Malvinas pela Inglaterra, explicitando o apoio dos brasileiros aos argentinos:

“Invadidas as Ilhas Malvina pela Corveta de S. M.Britaneia (...) Entretanto a Regencia 
do Imperio  do Brazil, (...), tem sido um dos primeiros que de modo mais franco e nobre 
deu uma prova inequivoca de que olha para a Causa da America, como propria, e que
 em qualquer tempo se collocará á frente dos Estados Americanos para resistir ao 
poder Europêo. Estamos autorisados a publicar que a Regencia  do Brazil, sem 
outra iniciativa além de circular nosso Governo, ordenou seu Ministério Plenipotenciário 
em Londres o Cavallheiro Mello Mattos, coopere por todos os modos possiveis  a 
sustentar as reclamações do Ministro da Republica Argentina a respeito da usurpação 
das Malvinas por parte da Inglaterra”.

Outros comentários:

Além do dia-a-dia da política nacional e internacional, os jornais faziam comentários sobre 
o comportamento feminino. A chegada dos correios divertia seus leitores com anedotas. 
Os jornais até noticiavam o falecimento de seus desafetos.
Em 16 de outubro de 1830, na edição de nº 12 do Pregoeiro Constitucional, é noticiada 
a morte do presidente de Sergipe:

“Consta-nos que morreu o Presidente de Sergipe; muitas vezes a morte de um 
mau empregado, é origem de paz, e tranqüilidade!”

O Recopilador Mineiro de 9 de novembro de 1833 trazia ao fim de sua edição 
uma anedota:.
“Anedocta
Aconselhava-se a um velho que cazesse: elle respondeu, que não gostava de 
mulheres velhas: Disserão-lhe que tomasse uma moça: oh! Replicou elle, eu sou velho, 
e não posso supportar as velhas, como uma moça me ha-de supportar?”
Este era o cotidiano retratado pelos jornais. Os acontecimentos políticos eram esperados 
e lidos com interesse. A sociedade sul-mineira se desenvolvia e procurava se espelhar 
na Corte em sua maneira de ser, de vestir e viver.  Os homens liam e discutiam as 
notícias em rodas de amigos, enquanto as mulheres faziam suas visitas.

2 – FUNDADORES

2.1. - José Bento Leite Ferreira de Melo: Padre, político e jornalista:
O fundador do Pregoeiro Constitucional e do Recopilador Mineiro nasceu em 
Campanha em 6 de janeiro 1785. Em 1807, foi para São Paulo onde fez seus 
estudos teológicos e foi ordenado sacerdote em 1809. Em 1810, usando do prestígio 
que possuía com D. Mateus, bispo de São Paulo, conseguiu que se elevasse o povoado 
e arraial do Mandu, onde tomaria posse como reverendo em 1811, à freguesia. 
A partir de então, a vida religiosa de José Bento se confunde com sua vida política 
e jornalística, tornando-se um político com influência em âmbito nacional. José Bento 
viajava constantemente. Criava contatos, estabelecia vínculos políticos e amizades 
em Pouso Alegre, Campanha, Ouro Preto, Rio de Janeiro e São Paulo.
Foi vereador por mais de um período em Campanha. Em 1821, tornou-se membro 
do colégio eleitoral de Minas Gerais. Foi eleito para ocupar um lugar na primeira 
Junta Administrativa da província. Em 1826, foi eleito deputado à Assembléia Geral 
do Império, a primeira legislatura do Brasil. Deixando em segundo plano sua 
vocação sacerdotal, José Bento reelegeu-se em 1830 para segunda legislatura. Em 
1834, finalmente, foi indicado e escolhido pela Regência para ocupar uma vaga no 
senado.  Ciente da posição que ocupava no cenário nacional, José Bento estabeleceu, 
em 1830, uma tipografia em Pouso Alegre, onde foram publicados os seus jornais. 
José Bento foi também o criador do partido Liberal em Pouso Alegre. Utilizando-se 
da imprensa, difundiu o ideário liberal na sua versão moderada, opôs-se ao autoritarismo
de D. Pedro I, apoiou e integrou o grupo dos moderados que chegou ao poder em 1831,
 em sua luta para conter a grave crise social e política.
Participou ativamente da tentativa de golpe de estado em 1832. Na tipografia do 
O Pregoeiro Constitucional foi editada a Constituição de Pouso Alegre, que 
seria implantada se o golpe tivesse sido vitorioso.
Em 22 de março de 1833, José Bento foi vítima da Sedição Militar de Ouro 
Preto. Participava do Conselho do Governo Provincial. Foi preso ao lado do vice-
presidente da província de Minas, deputado Bernardo Pereira de Vasconcelos. Seu 
jornal, na época o Recopilador Mineiro, foi o veículo de informação, doutrinação e crítica  
à quebra da legalidade pelos insurretos. A Sedição foi derrotada e os seus 
mentores, presos. São inúmeras as páginas do Recopilador sobre a revolta e a defesa 
da legalidade.
O senador também é lembrado no golpe da Maioridade. Em parceria com Antônio Carlos
 de Andrada, irmão de José Bonifácio, José Bento é considerado um dos 
principais mentores e executores do Golpe.
Sua projeção política o ligou a várias figuras importantes no cenário nacional. José 
Bento conheceu Evaristo da Veiga, proprietário da Aurora Fluminense. Tornou-se 
amigo íntimo do padre Feijó, ministro da justiça em 1831 e regente único em 
1835. Defendeu com veemência as qualidades de Feijó. Os textos do Recopilador 
se referem ao regente como um homem sóbrio, honesto, trabalhador, enérgico, ligado à 
vida agrícola, qualidades tão idiossincráticas dos mineiros. Foi com o apoio maciço 
dos mineiros que se elegeu regente único em 1835.

2.2Os irmãos Veiga de Campanha:
Bernardo:
Era irmão de Evaristo da Veiga. Morava em Campanha, no sul de Minas. Criou 
o jornal Opinião Campanhense. Era auxiliado pelo irmão, Lourenço Xavier da Veiga.
Bernardo teve importante atuação política na região. Conquistou sucessivamente a 
cadeira de deputado da Assembléia Provincial, a de presidente de Minas em 1838 e 1842 
e, finalmente, a cadeira de deputado da Assembléia Geral. Ao lado de José 
Bento, disseminou o ideário liberal no sul de Minas e trabalhou para dar sustentação 
social aos governos regenciais. 
A influência de Evaristo da Veiga era imensa. Evaristo se tornou uma das persona-
lidades mais influentes do Brasil entre fim do Primeiro Reinado e a sua morte em 1837.
 Foi eleito deputado por três legislaturas consecutivas representando Minas Gerais.
Atuou no parlamento como deputado por Minas Gerais; na imprensa, através da 
Aurora Fluminense; e, finalmente, na Sociedade Defensora. Empenhado na defesa 
das liberdades constitucionais como condição de prosperidade para o Brasil, Evaristo 
criou um estilo e uma conduta de moderação que conciliava o apego à ordem e ao 
decoro com as reivindicações liberais.
Em 1827 apareceu o jornal A Aurora Fluminense. Em pouco tempo, Evaristo passou 
de colaborador a proprietário do jornal. E se empenhou na defesa dos ideais do liberalis-
mo político. Em sua época, o jornalismo se caracterizava pela ausência de objetividade. 
Os autores tomavam partido de idéias, causas, grupos políticos e pessoas. A lingua-
gem utilizada era marcada pela verborragia e ausência de moderação. O tom era incisivo 
e desafiador. Evaristo tentou criar um outro padrão de fazer jornal.
Seus editores almejavam uma “linguagem imparcial”, guiada pela “razão” e pela 
“virtude”, buscavam “clareza, moderação”. Inspirados pelo Aurora Fluminense, José
 Bento e Bernardo Jacintho fundaram a imprensa no sul de Minas. Semelhantes 
eram o padrão de linguagem utilizada e os objetivos que procuravam atingir.


3 - AS MÁQUINAS

As impressões do século XIX:
Atualmente, qualquer máquina de off-set imprime, em média, 20 mil páginas por hora. Porém, os recursos existentes em 1830 permitiam a impressão de apenas 200 folhas por dia. Essa era a realidade de tipografias como a do Pregoeiro Constitucional, que publicou inúmeros jornais além de outros documentos de igual importância, utilizando o Prelo como ferramenta de impressão.
Os jornais eram impressos em um sistema manual que exigia do operador habilidade e paciência para dispor os caracteres um a um na caixa de impressão; e força física para suportar o peso das enormes gavetas que guardavam os caracteres.

 Montando os jornais:
Quando um serviço era encomendado, o tipógrafo tinha de ter em mente as medidas de páginas, o tipo e corpo de . Definidas as medidas, era preciso encontrar as letras nos cavaletes, que eram uma espécie de gaveta onde os tipos ficavam guardados. Os tipos
usados nas décadas de 20 e 30 do século XIX eram formados através da união e 
fundição de 75% de chumbo, 25% de ferro e 5% de antimônio.
Cada tamanho e tipo de letra ficavam reservados em uma gaveta. A gaveta continha repartições, ou quadrinhos de madeira, que eram ocupados pelas letras do alfabeto. Os
 tipos eram dispostos em locais específicos para facilitar o trabalho de impressão. Em 
cima e a esquerda da gaveta ficavam os tipos que representavam as letras maiúsculas. 
À direita, e também na parte superior, ficavam as letras seguidas pelos acentos e sinais 
de pontuação.
É por causa da disposição dos tipos nas gavetas que as letras maiúsculas são chamadas 
de Caixa Alta e as minúsculas de Caixa Baixa. No centro da bandeja que ficavam as 
vogais minúsculas, que eram as letras mais usadas. Logo após vinham as demais letras minúsculas. Por fim, os numerais ficavam na parte inferior da bandeja junto com os tipos que faziam o papel de espaço na hora da impressão.
O tamanho dos tipos variavam desde o corpo 6 até  96 cíceros, que era a unidade de 
medir usada pelos tipógrafos. Um cícero corresponde a quase ½ centímetro.

Ossos do ofício:
Para a formação das palavras, os tipos eram agrupados manualmente como peças de um quebra cabeça, e dispostos um a um, numa espécie de régua, chamada de componedor. Formadas as palavras, os tipos eram ajustados com o auxílio de um barbante amarrado dos lados para impedir que algum deles se soltasse.
Depois das palavras, era preciso montar as páginas. Os tipos reunidos iam sendo coloca-
dos na ordem em que formavam as frases dando origem às páginas que eram sobre-
postas em chapas de aço chamadas de bolandeira ou rama. A bolandeira segurava os 
tipos todo enfileirado e na hora da impressão, a tinta era passada sobre os tipos que 
depois eram pressionados sobre uma folha em branco, ou papel jornal.
Só, então, estavam prontos os jornais. É importante ressaltar que todo o trabalho de unir 
os tipos era ainda mais complicado se se considerar que todos os tipos eram colocados 
de maneira invertida para que saíssem de forma correta na hora da impressão.

4 - PROJETO GRÁFICO E OUTROS ARRANJOS:

Pregoeiro Constitucional tinha quatro páginas de texto na maioria de suas publica-
ções, e era impresso em duas colunas, no formato de 20 cm x 30 cm 
in-folio. O Recopilador Mineiro também utilizou a mesma disposição tipográfica 
e dimensões.
A diagramação e formato do Opinião Campanhense é, aparentemente, a mesma 
utilizada pelo Pregoeiro Constitucional e pelo Recopilador Mineiro.
As normas da diagramação que buscavam a utilização racional e estética do espaço 
gráfico, em função de uma melhor comunicação, ainda não existiam. O que importava 
era o conteúdo do jornal, sua mensagem e seu texto.
Sem um padrão rígido a ser seguido, algumas edições traziam um número maior ou 
menor de páginas. As edições eram concluídas conforme fosse necessário um 
volume maior ou menor de páginas, porém em sua maioria, eram preenchidas 
quatro páginas de texto.
Outra característica desses jornais era a de não haver títulos que nomeassem as 
matérias. Os títulos eram substituídos por palavras que nomeavam as sessões dos 
jornais, como interior, correspondência, exterior, ofícios, anúncios.
Entre as colunas onde os textos ficavam dispostos só havia uma separação por espaços 
em branco. O fim dos textos era sinalizado com um traço horizontal no centro da coluna 
e um espaço em branco entre o fim deste texto e o início do próximo.
Na maioria das vezes não havia o nome das pessoas que escreviam os textos. Quando 
os artigos eram escritos pelos auxiliares ou pelo proprietário, o texto terminava assinado 
O Redactor. Nos textos transcritos de outros jornais vinha a especificação de qual 
veículo, seu número e data. Já nas correspondências, os artigos ou eram assinados 
pelo nome do autor ou por um pseudônimo.
Recopilador inovou ao estabelecer linhas delimitando as colunas do jornal e traços 
do início ao fim da coluna que sinalizavam o fim dos textos. Tornou-se mais agradável 
sob o ponto de vista estético, e bem mais fácil de ser lido.

PONTOS DE VENDA:

Embora o meio principal de acesso aos jornais fosse por assinaturas, eles podiam 
ser comprados: no Rio de Janeiro, na loja de João Pedro da Veiga e C.; em Ouro Preto, 
na loja de Manoel Soares do Couto; em São João Del Rei, com Martiniano Severo de 
Barros e C.; na Vila de Campanha, com Bernardo Jacintho da Veiga; em São Paulo, 
aos cuidados de Joaquim Antônio Alves Alvim; em Guaratinguetá, na loja de 
Antonio Clemente dos Santos e, em Pouso Alegre.

A pauta:

A imprensa sul-mineira surgiu e se desenvolveu em meio aos tumultos políticos e 
sociais característicos do período. Nas décadas de 30 e 40 do século XIX, a política 
foi o assunto principal de todos os jornais, não só da região. Foi assim que o jornalismo 
se fez.  Os jornais tinham uma razão ideológica em sua essência. A política era a pauta, 
a informação, a notícia e o foco analítico.
Informação se confundia com doutrinação. As razões políticas dos proprietários 
eram a condição suficiente para a criação de um jornal. Os leitores sabiam qual o tipo 
de ideologia de cada veículo, o que defendia, que causa abraçava. Era um jornalismo 
feito por homens engajados politicamente.

Os anúncios, ofícios e correspondências:

Apesar de a política ser o alvo central dos periódicos do século XIX, os jornais
 impressos também reservavam parte de seu espaço para a prestação de serviços.
 Eram publicados editais da Câmara Municipal, suas principais decisões, seus ofícios 
e realizações de leilões.
Havia também anúncios. Geralmente eram notícias de escravos fugidos, mudanças 
de estabelecimentos, avisos ou horário de atendimento de pessoas públicas. Publica-
vam cartas de leitores com reclamações, reivindicações e sugestões, que, posterior-
mente, eram comentadas pelos redatores.
 Na edição de sábado do Pregoeiro Constitucional, de 11 de dezembro de 1830, nº 27, 
um autor que se intitulava O Impertinente, escreveu um artigo elogiando a condução 
do jornal, dando sugestões de matérias a serem abordadas:
“... Quando li os primeiros números do seu excellente periodico enchi-me 
de contentamentos, e concebi as mais lisongeiras esperanças a prol dos nossos 
Aldeões, não só por ser muito bem escrito, mas muito principalmente por serem 
utilíssimas as matérias, de que v.m prometteu tratar no prospecto, e disse commigo 
mesmo: agora sim é que saberemos melhor zelar nossos direitos, e respeitar os alheios; 
o Pregoeiro Constitucional escrito em Pouso Alegre espalhará em torno de nós saluta-
res principios da bem entendida liberdade porque livre dos excessivos portes do cor-
reio girará por toda parte produsindo geral utilidade. Os sabios o apreciarão pela belleza 
de seus discurso, e boa escolha das materias; os liberaes por suas doutrinas, e pela ener-
gia com que são apresentadas; os rusticos pela legibilidade de seus caracteres; e todos 
em geral por ser mais um defensor de nossos sagrados direitos (...) Não quero que 
o Pregoeiro refira todos os actos do governo, pois não é folha official; quero porém 
que d’entre elles escolha alguns, que por sua celebridade mereção ser de todos conhe-
cidos, taes são o decreto da demissão do marquez de Barbacena, (com sabias reflexões 
da Aurora) o da prorogação da sessão extraordinaria &c.)”
O redator do Pregoeiro Constitucional, além de publicar essa carta crítica ao jornal, 
que ocupou as duas colunas da primeira página do jornal, ainda respondeu a 
ela, agradecendo pela contribuição opinativa do tal Impertinente:

       “Resta-nos agora severar-lhe, que muito grata nos será a continuação de suas judiciosas advertencias, certo de que jámais nos pejaremos de confessarmos o erro, em 
que tivemos cahido.
                                                       O Redactor”      
                         
Em outra edição do Recopilador Mineiro há mais uma destas correspondências. Um
 leitor que assina como Seu constante leitor, pede ao redator que publique o seu texto 
que comenta uma matéria anterior sobre a inviabilidade de algumas medidas tomadas 
por um fiscal. As medidas diziam respeito à conservação de estradas e limpeza de casas
e ruas. O leitor tem a sua carta publicada na edição de 5 de fevereiro de 1834, nº 101.
O número 85 do Recopilador Mineiro traz a correspondência de um assinante sobre 
seu descontentamento com o tratamento que os redatores deram a um texto da 
edição número 83. A carta, possivelmente, tenha sido publicada na íntegra:

“Lendo no seu número 83 respeito os donativos de um Sr. Fazendeiro, que muita 
promessa  para a despeza do atterrado do Servo, e depois, nem dinheiro, e nem 
serviço, que não tem nome, e para o Leitor advinhar. Srs Redactores é coiza que se 
nunca soube e nem saberei advinhar, e nem tão pouco sei donde há Mestre, que me
 ensine essa arte, por tanto é justo que os Srs. Redactores, não deixem os seus Leitores 
em confuzão, a ponto de fazer mil juízos temerarios sobre quem serà esse 
nobre Fazendeiro tão honrado, e tão boas palavras, e poucas obras. Quem pergunta, 
quer saber, e é do seu dever ensinar seus Leitores, e não mandá-los advinhar. Um 
seu assignante”
A participação desse leitor anônimo obrigou os redatores a se retratarem no 
próximo número. Era a demonstração de que os leitores estavam atentos ao que 
se publicava.  Não eram apáticos aos artigos.
Também é possível perceber que a publicação de anúncios demonstrava o tipo de 
comércio e relacionamento entre os moradores das cidades e vilas. Geralmente 
eram pessoas querendo vender seus préstimos e reclamar escravos. Alguns anúncios 
são curtos, outros são notas que ocupam praticamente meia coluna.
Recopilador Mineiro, nº 85, publica um aviso da abertura de uma clínica médica 
nas redondezas:
“Existe um novo estabelecimento Médico Cirúrgico, e um Laboratório Químico 
e Farmacêutico, o qual oferece ao País vantajosos resultados, debaixo de qualquer 
ponto, que seja considerado. Ali os socorros Médicos e Cirúrgicos são atendidos por 
um Doutor em Medicina, da Faculdade de Londres, e Paris ...”
Ainda nesta mesma edição se encontram anúncios de um escravo fugido, com recom-
pensa para quem encontrá-lo, e a venda de uma coleção das “Leis Novíssimas até 
1831”, na própria tipografia onde se publica o jornal.

As :

Os primeiros jornais de Pouso Alegre e Campanha tinham suas principais ção dentro 
do próprio veículo. Os responsáveis pela elaboração dos jornais eram os políticos 
e personalidades que atuavam no contexto político nacional e da região.
Os jornais também aproveitavam as correspondências vindas da Cortes e até seus 
de leitores, que, ao escreverem seus artigos, comentavam a situação política do 
momento. Gonsallense foi um desses leitores que participaram como . Ele que pede para 
o redator do Pregoeiro Constitucional publicar em seu periódico a correspondência 
que elogia o jornalista João Batista Badaró (Líbero Badaró), assassinado em 20 
de novembro daquele ano. E o pedido é atendido na edição de nº 22, de dezembro de 
1830:

 “...a narração que lhe peço transcreva no seu Periódico (se julgar digna) não para glória 
do mártyr da liberdade do Brasil, o Doutor João Batista Badaró, porque são muitos os 
seus títulos, e entre estes o de ser assassinado pelo Japi-Assú, mas sim para desafogo 
de corações Mineiros; que só sabem incensar as aras da virtude, único  idolo que adorão,
 e para que o Brasil saiba as ultimas honras aqui feitas ao seu defensor de seus direitos ...”

Outros colaboradores dos jornais foram os periódicos de outras cidades e regiões do
 país. Constantemente eram encontradas nas páginas destes jornais notícias do Jornal 
do Commercio, Aurora Fluminense, Diário de Pernambuco, Correio Mercantil, dentre 
outros.

A linguagem:
Não era moderada. Era incisiva, apaixonada e parcial, muitas vezes, agressiva e 
não poupavam os desafetos dos insultos. Logo que D. Pedro I deixou o Brasil, 
Jose Bonifácio ficou como tutor do príncipe Pedro, futuro imperador. Bonifácio era tido 
como inimigo pelos Liberais Moderados, e a ele eram tecidos todos os tipos de 
adjetivos. O Recopilador Mineiro, nº 92, contesta a tutoria de Jose Bonifácio e escreve:

“Até quando a inocência puerícia de V.M.I. será deixada nas frias e paralisadas mãos de 
um velho estulto, decrépito, petulante e resinguento! Faltará meio de provar-se o que 
é notório, o que toda a Nação repete, as crianças cantam e os velhos mofam: que 
Jose Bonifácio d’Andrade e Silva precisa Tutor, e não pode mais sê-lo de V.M.I e de 
suas Augustas Irmãs? (…) Pode e deve qualquer Juiz de Órfãos, remover um Tutor, que 
mal administre os bens, e as pessoas de seus Pupillos.”

O mesmo texto que tece insultos a Bonifácio, mostra a força de Minas no cenário político 
do país, reforçando a imagem do jornal como um meio de contestação política e 
mobilização da sociedade:

“A Sociedade Defensora em Pouso Alegre, reunida em Assembléia Geral de seus 
sócios, não quer passar por arrogante. Ela denuncia a V.M.I que, vista a apatia do 
Governo Geral, vai usar das faculdades cívicas e promover o processo de incapaci-
dade física e moral do Tutor Imperial. (…) Seja dito de uma vez, já não temos paciência: 
a sociedade acusará os Ministros, que podendo não curam seu dever. Não 
ameaçamos: falamos sem rebuço: já não e tempo de cortejar o crime: Acordai 
varões ilustres, que serás o Trono, salvais o Império!”

As transcrições

Na época era comum os jornais transcreverem matérias uns dos outros, pois as ção 
eram os próprios jornais. Muitas matérias do Pregoeiro Constitucional, do Opinião Campanhense e do Recopilador Mineiro tinham origem nas transcrições de textos de 
outros periódicos. A Aurora Fluminense era um dos veículos prediletos para a reprodu-
ção de textos. Um exemplo é o trecho do Aurora que foi publicado na edição de 19 de fevereiro de 1834 pelo Recopilador Mineiro:

“Sem dúvida, o golpe mestre, dado pelo Governo no dia 15 de dezembro de 
1833, precedido, como foi pela explosão de colera que desconcertou gravemente a 
função retrograda, fez-lhe deixar as suas mais bellas posições, e metteo o desalento 
nas fileiras da Restauração que parecia avançar triumphante, ganhando todos os 
dias algumas polegadas de terreno na importante Capital do Imperio.”

PECULIARIDADES

Apesar de a pauta principal ser a política, é possível encontrar outras discussões, 
como a pena-de-morte. O Pregoeiro Constitucional, número 13, de 20 de outubro 
de 1830, trata com indignação o assunto:
“Passou em fim na Câmara dos Senhores Deputados a pena de morte sendo vencida por 
47 votos contra 21. É este um dos factos, de que não sabemos dar a razão, por isso antes 
d´elle nem mesmo o podíamos conceber como possível hoje que não se acredita 
n´esse absurdo escandaloso antigo principio_ de que  o Rei era o senhor de nossa 
cabeça. Em que direito se fundarão os Senhores Deputados para decretar a pena de 
morte? seria no Direito Natural? Não de certo, pois que este ignora semelhante 
pena (...) Seria no Direito Público? Muito menos, pois que sendo este um apêndice 
d´aquelle, não pode haver no primeiro uma disposição, cuja razão sufficiente 
n´este segundo. A pena de morte não tem caráter de pena, mas de barbaridade, e tyrania; 
a pena de morte  é a arma do terror, e o instrumento do despotismo; a pena de morte 
não suavisa os costumes; a pena de morte não previne os delictos; a pena de morte 
acanha e oprime a educação; a pena de morte não é popular; a pena de morte em fim 
não é remissível..... Desaventurada Innocencia!!! Ainda um dia podeis no Brasil morrer 
aos pés da ignorância, da perversidade, e do servilhismo, e lisonja vil!!!”A indignação 
do autor é tamanha, que fica visível na pontuação do texto e na agressividade das 
palavras.”

 

6 - O DESAPARECIMENTO DOS JORNAIS


Passados os anos de efervescência política, acalmados os ânimos e definido o perfil 
político e institucional do Brasil, tem fim a causa pela qual lutavam os jornais do sul 
de Minas. As edições semanais vão se distanciando até se encerrarem por completo. E, 
por quase duas décadas, nenhum jornal apareceu na região. O silêncio só foi quebrado 
a partir de 1854, quando surgiram em Campanha o jornal A Nova Província e, 
mais tardiamente, em Pouso Alegre, em 1873, o jornal O Mineiro.
O que aconteceu? Desapareceu o principal móvel que impulsionou o aparecimento 
dos jornais no Brasil nas décadas de 20 e 30 do século XIX. Num primeiro momento, 
a indisposição dos brasileiros com D. Pedro I e, posteriormente, na Regência, a luta 
para definir a organização do Estado Nacional e garantir a ordem social e política.
Enquanto o clima sócio-político foi propício, apareceram pessoas com recursos
 econômicos suficientes, com cultura e vontade de fazer jornal. José Bento, 
Bernardo Jacintho, Lourenço Xavier da Veiga, Pe. Quadros Aranha (auxiliar de José
 Bento) eram empreendedores o suficiente para produzi-los.
A partir da segunda metade da década de 30, porém, os misteres políticos destes 
homens ocupam-lhes quase todo o tempo. A vida política do senador José Bento o 
absorve. Em 1837, ele fica, praticamente, seis meses na Corte, em função de 
suas atividades. Seu auxiliar, Quadros Aranha, se torna vereador de Pouso Alegre 
e, posteriormente, deputado estadual e geral. Com Bernardo Jacintho da Veiga 
não é diferente. Em 1838, ele deixou Campanha para ocupar o cargo de presidente 
da província de Minas. Os fundadores da imprensa no sul de Minas já não dispõem 
de tempo para tocar seus jornais. Estão profundamente envolvidos com a vida política 
da região e do país. As suas atividades jornalísticas ficam relegadas a segundo plano.
A partir de 1840, a situação política começa a tomar outro rumo. As revoluções se 
tornam cada vez mais esparsas e as instituições e a legislação do país se definem. O
 Brasil se estabiliza. O problema político que instigou o nascimento da imprensa se dissipa.
Sem o clima político dos anos anteriores, e sem a disposição pessoal dos seus criadores, 
a imprensa desapareceu. Um clima de quietismo político deu a impressão de uma 
ressaca pelos tempos agitados dos anos anteriores. Foi necessário que uma 
nova conjuntura propiciasse o surgimento de novos veículos de comunicação não 
mais dependentes dos fatores políticos intensos e dramáticos, como os da fase final 
do Primeiro Reinado e do Período Regencial.
É só a partir da década de 50 e 60 do século XIX que estes fatores emergiram. As 
cidades haviam crescido um pouco mais. A vida econômica alcançou estabilidade 
e maturidade. Pessoas interessadas, com recursos financeiros e bagagem 
cultural, apareceram.   Era um novo momento e é nele que elas fizeram ressurgir 
o jornalismo, não mais sob o clima passional dos períodos anteriores, agora espectro 
de tempos passados, mas, sem dúvida, com a mesma paixão dos pioneiros.
Pregoeiro Constitucional, Recopilador Mineiro, Opinião Campanhense são 
a expressão de um momento trágico de conflitos políticos e desavenças sociais agudas. 
Daí a sua postura exacerbada em relação aos adversários e à forma como analisavam 
os fatos. O seu discurso era parcial, feito a partir de uma perspectiva tomada como
absoluta e, por isso mesmo, incapaz de perceber o outro como interlocutor portador de 
uma visão diferente sobre a forma de organizar o Estado-Nação e sua instituciona-
lidade. Mais que qualquer outro fator, os homens que orbitaram em torno do 
consenso liberal moderado, quiseram definir a cidadania como um projeto de construção 
de uma ordem social e política nacionalista sem os exageros da visão dos grupos exalta-
dos, e sem o conservadorismo dos restauradores.
Para este projeto todos os meios foram envidados. Desde a militância política 
no parlamento, assembléias e câmaras municipais, à participação em organizações civis 
e, sobretudo, à difusão e defesa de idéias e ações por meio de jornais. Por sua 
estreita ligação com a Corte, o sul de Minas não ficou de fora do processo. A ele 
se entregou com a fúria e a consciência de ser portador de uma missão: a construção 
da nacionalidade brasileira.
O conceito nacionalismo foi talvez o mais poderoso, o mais capaz de articular idéias 
e direcionar à ação os sujeitos que à época estavam no centro do palco. Palco que 
estava se definindo em todos os seus suportes, sejam políticos, institucionais, culturais 
ou lingüísticos. Daí a explicação para os radicalismos e do tom salvacionista tão visíveis 
na época.


8 – BIBLIOGRAFIA:

Livros:
AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira: Introdução ao estudo da cultura no Brasil.
Rio de Janeiro: Editora UNB e Editora URRJ, 1996.

QUEIROZ, Amadeu de. A história de Pouso Alegre e sua imprensa. Pouso Alegre: 
[s.l.], reedição em maio de 1998.

REZENDE, Francisco de Paula Ferreira de. Minhas recordações. São Paulo: Ed. 
da Universidade de São Paulo, 1988.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa Nacional. 4.ed. Rio de Janeiro: Mauad, 
1999.

SOUZA, Octávio Tarquínio de. Evaristo da Veiga: História dos fundadores do império no 
Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1988.

VALLADÃO, Alfredo. Vultos nacionais. Rio de Janeiro: ed. José Olímpio, 1955.
_________. CAMPANHA DA PRINCEZA. Vol. III. São Paulo: Empresa Graphica da 
Revista dos Tribunais LTDA, 1942.

PASCOAL, Isaías. Economia agrária e poder político no sul de Minas: Formação de 
uma identidade política, construída na primeira metade do século XIX. 
(Dissertação apresentada no Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e 
Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP)- abril de 2000.

Jornais:
Opinião campanhense, nº 1, de 7/04/1832; nº 39, de 29/12/1832.

Pregoeiro Constitucional, nº 1, de 7/04/1830; nº 10, de 9/10/1830; nº 11, de 13 /10/1830; 
nº 12, de 16/10/1830; nº 13, de 20/10/1830; nº 15, de 27/10/1830; nº 16, de 30/10/1830; 
nº 19, de 10/11/1830; nº 21, de 17/11/1830; 11/12/1830; nº 22, de 12/1830.

O Recopilador Mineiro, de 09/11/1833nº 82, de 23/11/1833; nº 85, de 12/1833; nº 87, 
de 11/12/1833; nº 89, de 19/12/1833; nº 91, de 28/12/1833; nº 92, de 01/01/1834; 
nº 101, 05/02/1834; nº 105, de 19/02/1834; nº109, de 05/03/1834; nº 219, de 11/04/1835; 
nº 220, de 15/04/1835; nº 222, de 22/04/1835; nº223, de 25/04/1835; nº 224, 
de 29/04/1835;  nº 232, de 27/05/1835; nº 233; de 30/05/1835; nº 235, de 06/06/1835.

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