Campanha (Minas Gerais)
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Breve histórico
As primeiras cidades permanentes fundadas em Minas Gerais devem sua origem à ambição pelo ouro, que moveu bandeirantes oriundos de São Paulo a desbravar o interior do Brasil. Na época, a região era ocupada por tribos indígenas nômades ou seminômades. As explorações dos bandeirantes resultaram na fundação de várias cidades, entre elas Campanha.
Campanha é a cidade mais antiga do Sul das Minas Gerais. Foi reconhecida oficialmente em 2 de outubro de 1737. Foi elevada a freguesia em 6 de fevereiro de 1752, a vila em 20 de outubro de 1798 e a cidade em 9 de março de 1840.
O ouvidor Cipriano José da Rocha, saindo de São João del-Rei a 23 de setembro, chegou ao arraial da Campanha no dia 2 de outubro de 1737 e, entusiasmado com a fertilidade do seu solo e com as riquezas das minas de ouro encontradas, deu ao povoado o nome de São Cipriano.
Campanha, desde o século XVIII, esteve presente em fatos históricos do Brasil e de Minas Gerais, como por exemplo a Conjuração Mineira. Inácio de Alvarenga Peixoto, um dos conspiradores e um dos homens mais ricos de Minas Gerais no seu tempo, viveu em Campanha, onde possuía inúmeras fazendas. O esgotamento das minas, alegado por aqueles que se esquivavam ao pagamento de seu débito para com o fisco, já na segunda metade do século XVIII, acentuava-se cada vez mais, prenunciando o fim de uma era de grandeza.
Passado o ciclo de grandes atividades desenvolvidas em torno das minas, sofreram natural estagnação ou decadência todos os rincões de Minas Gerais onde predominavam os interesses ligados à mineração. Campanha, entretanto, manteve-se por muito tempo como centro de industrialização e centro cultural de toda a região sul mineira.
Foi, ainda, sede administrativa e jurídica do Sul de Minas: a primeira, por quase um século e a segunda, além de um século. Pioneira da instrução, em razão mesmo de sua antiguidade, sempre gozou de merecido renome pela notável contribuição que deu à causa do ensino em nossa pátria, desde os primórdios de sua formação histórica, como bem definiu o jurista e historiador campanhense ministro Alfredo de Vilhena Valladão, quando declarou: "Refulgiu pelo ouro da terra e pela fé, pela cultura e pelo civismo de seus filhos".
Ainda alguns anos depois da nossa independência, a instrução pública em Minas Gerais era extremamente limitada, pois além de algumas escolas de primeiras letras que aqui e ali se encontravam e de dois colégios dirigidos por padres, um conhecido em Congonhas do Campo e o outro no Caraça, não existia em toda província outro qualquer estabelecimento de instrução secundária além do seminário de Mariana, onde se preparavam os padres e uma simples cadeira de latim em algumas das principais vilas da província. Campanha era uma dessas vilas privilegiadas e a única no Sul de Minas para onde afluíram estudantes de outros pontos, quer próximos, quer distantes, pois era a sede da Terceira Circunscrição Literária.
O anseio de seus filhos para instrução manifestou-se desde os primeiros tempos, como se evidencia pelo que ocorreu quando foram inaugurados os cursos jurídicos no Brasil, apenas com duas faculdades – uma em São Paulo e a outra em Recife. Na primeira, matricularam-se quatro mineiros, três dos quais campanhenses.
Como não poderia ser diferente dos urbanismos de sua época, a sua população era gente de todas as partes niveladas pela ambição de ouro. A cidade era organizada por camadas humanas relativas a cor, pois sessenta por cento era negra, que constituía a mão de obra escrava, trinta por cento pardos e dez por cento brancos. Estes dominavam politicamente e não se submetiam aos trabalhos pesados.
No percurso de sua história, Campanha recebeu gente vinda de várias partes do Brasil e de diversas categorias sociais. A sua riqueza mineral e vegetativa propiciou o desenvolvimento da sociedade, o que levou a receber visitantes ilustres como a Princesa Isabel, Carlota Joaquina, Conde d'Eu,Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Sílvio Romero, José do Patrocínio, Pedro Ernesto Baptista, Bárbara Heliodora, entre outros. Suas passagens por Campanha marcaram a história da cidade, mas a recíproca é verdadeira. A cidade também os marcou, o que muitas vezes foi registrado nas suas obras culturais, levando-os a construírem moradias (casarões e templos) e permanecerem aqui por um tempo considerado.
Campanha também gerou personalidades reconhecidas internacionalmente, como Vital Brazil Mineiro da Campanha - cientista descobridor do soro antiofídico e Maria Martins - considerada uma das artistas surrealistas mais relevantes do planeta. Sávio Davi dos Reis Paula, artista autodidata, tatuador e musico,com seu desenhos espalhados por todo o planeta.
Agostinho Marques Perdigão Malheiro (1824-1881) jurisconsulto que escreveu um tratado sobre a legislação escravista: A escravidão no Brasil: Ensaio Histórico-jurídico-social em 1866, que é um marco e que influenciou profundamente as ações e políticas para a extinção da escravidão. Como homenagem, os campanhenses deram seu nome a uma de suas ruas.
No passado, a grande extensão do município ocupava a margem esquerda do Rio Grande até o Jaguari, das cumeadas da Mantiqueira até o Rio Pardo, estendendo a sua jurisdição municipal – com legislação num círculo de quase 3 000 léguas. Por essa extensão de terra e pela riqueza natural e cultural, Campanha é considerada a cidade-mãe, fertilizadora das outras cidades – o "berço do Sul de Minas".
Pela sua importância no contexto histórico das Minas Gerais, a cidade sediou, por mais de um século, a Diretoria Regional dos Correios, com jurisdição em todo o sul do estado.
Origem do Nome
O nome da atual cidade se deve à topografia, pois a cidade se encontra localizada numa colina circundada por extensas campinas.
Antigos nomes
§ Santo Antônio do Vale da Piedade do Rio Verde
§ Campanha do Rio Verde
§ Campanha da Princesa da Beira
§ São Cipriano
Filhos ilustres
§ Vital Brasil Mineiro da Campanha, cientista
§ Maria Martins, escultora
§ José Bento Leite Ferreira de Melo, Padre, senador
§ Francisco Xavier Lopes de Araújo, militar, engenheiro e professor brasileiro
§ Álvaro Gomes da Rocha Azevedo, Prefeito de São Paulo, Ministro do Tribunal de Contas da União e Deputado Federal
§ Américo Lobo Leite Pereira, Jurista, Senador, Ministro do Supremo Tribunal Federal
§ Padre Victor, Sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana
§ Francisco de Paula Ferreira de Rezende, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Vice-Governador de Minas Gerais
§ Alfredo de Vilhena Valladão, Ministro do Tribunal de Contas da União
§ Agostinho Marques Perdigão Malheiro, Jurisconsulto, Escritor e Historiador Brasileiro
§ Bernardo Saturnino da Veiga, Jornalista, Escritor e Empresário
§ Gladstone Chaves de Melo. Professor, Jornalista, Diplomata, Vereador e Deputado (RJ)
§ José do Patrocínio Lefort, Historiador e Educador
§ Sergio de Almeida Oliveira, Cardiologista, Professor Emérito da Faculdade de Medicina da USP
Moradores Ilustres
§ Euclides da Cunha - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Militar e Engenheiro
§ João Luís Alves - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Juiz e Prefeito de Campanha
§ Fernando de Azevedo - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, um dos Fundadores da Universidade de São Paulo
§ Manuel Bandeira - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras
§ Bárbara Heliodora – Poetisa e esposa do inconfidente Alvarenga Peixoto
§ João Barbosa Rodrigues - Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Pelo que já li aqui no blog há informações para se acrescentar nesse verbete sobre Campanha na wikipédia... Fernando Gomes
ResponderExcluirO blog está cada dia melhor! Despertando Campanha, a região e num momento importante da mídia regional em que a eptv na internet começou a fazer parte do G1, portal da Globo. Campanha para o mundo: g1.com.br/suldeminas Selma Mendes
ResponderExcluirVou escrever sobre Campanha e encontrei seu interessante blog agora há pouco! Sandro Chaves
ExcluirTb acho que Campanha deve ficar muito atenta aos novos tempos de G1!
ResponderExcluirPelo que já li só aqui no seu blog nem falo de outros porque há centenas e milhares de blogs escritos por entendidos no assunto que falam de Campanha do Sul de Minas com muita base mas só a partir aqui do seu blog já é possível escrever outra história para Campanha com muito mais informação. Quem sabe editar Wikipédia não sei como funciona já pode escrever outro texto. Adoro seu blog cheguei esse fim de semana da folga do carnaval estava sem internet.
ResponderExcluirTeresa Maia de Passos
Campanha? Campanha tem que estudar, abrir os livros e estudar! A desinformação de quem vive, de quem mora em Campanha é assustadoramente grande! Como campanhense, me confesso impressionado com a questão e "o que mais me preocupa é o silêncio dos bons." CAMPANHA PRECISA DE EDUCAÇÃO! CAMPANHA PRECISA CONHECER SUA HISTÓRIA! CAMPANHA PRECISA DE CIDADÃOS! Marcelo Carvalho
ResponderExcluirESSA PÁGINA DA WIKIPÉDIA PRECISA SER CORRIGIDA, REESCRITA, ELA É PÉSSIMA:
ResponderExcluirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_(Minas_Gerais)
Só de ler o seu blog, clicar, pesquisar os links sugeridos nos comentários aqui do seu blog já dá para escrever outra página. Essa página não ajuda Campanha, ao contrário, atrapalha! Vejam isso, urgentemente! Alice Teles
PODERIAM ME AJUDAR????
ResponderExcluirEstou escrevendo sobre EDUCAÇÃO EM CAMPANHA, uma matéria jornalística!
Encontrei no site da prefeitura municipal de Campanha, um "site oficial":
http://www.campanha.mg.gov.br/cidade.html
"Educação e Cultura tornaram Campanha indiscutivelmente a matriz da cultura Sul Mineira, senão vejamos: Já em 1.800 a Câmara instituiu cadeiras de ler e escrever e Gramática Latina; 1830, cadeira de Francês; 1837, cadeira de Filosofia e Retórica; 1859 funda-se o Colégio Campanhense, 1873 instala-se a Escola Normal Oficial, a segunda do estado (a 1ª na capital Ouro Preto) e o Colégio Sion em 1904; Seminário Diocesano; Ginásio Diocesano São João; Academia Sul Mineira de Letras (1939) e o Instituto Histórico e Geográfico (1969). Desde 1832 contou com imprensa, editando-se o jornal “Opinião Campanhense” seguindo a este mais de uma dezena de jornais de grande circulação, isto só no século XIX. Campanha possuía Imprensa própria desde 1831. Editou até um jornal feminista “O Sexo Feminino” em 1873."
Mas em vários outros sites, outras cidades, outras matérias em diversas mídias elogiam a cidade-mãe do Sul de Minas, citando diversos autores campanhenses e comentando sobre a educação em Campanha desde 1700...:
"A educação em Campanha se faz presente desde o início da colonização, o primeiro professor do lugar foi Frei Melchior de Santo Antônio, com seu nome figurando desde 1745..."
E outros colegas que escrevem sobre Campanha, acabei de consultá-los, me disseram que os 'sites' oficiais de Campanha são sempre os mais "equivocados", "desatualizados"... estou sem saber! Em todos os parágrafos desse "TEXTO OFICIAL" da prefeitura, colegas que já trabalham com temas relacionados com a cidade reescrevem, corrigem as informações.
Por que o texto oficial da prefeitura não cita mais informações, muitas tão importantes e tão difundidas?, por que não recua no tempo, mostrando que a cidade já é destaque há tantos séculos?
Vi que os jornalistas participam ativamente de seu blog, se alguém puder me ajudar! Campanha e os temas relativos a Campanha têm sido cada vez mais solicitados e os "sites oficiais" são fracos, poucas informações e todas sempre sendo corrigidas, atualizadas!
Quem puder tecer comentários para me orientar, me ajugar, agradeço. Jornalista (recém-formado) Fausto Mendonça BH
Se me permitem, endossar o comentário sobre a urgente necessidade de atualizar verbete da wikipedia, 'sites' oficiais que apresentam Campanha, pois os 'sites' que não são oficiais e não são de Campanha descrevem muito melhor, de forma muito mais adequada, pertinente e embasada a cidade. É uma questão grave e urgente que precisa ser revista pelos responsáveis em Campanha. Nesse seu próprio blog se encontram links que ajudarão os campanhenses a fazer isso! É lamentável que nesse momento em que Campanha está tão em evidência não existam 'sites oficiais' que bem apresentem a cidade, que é tão importante. Jornalista Carlos Prado
ResponderExcluirCONFORME CONSTA NO "ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO", AOS 22 DE OUTUBRO DE 1807, SUA ALTEZA REAL CONFIRMOU O CAPITÃO ANTÔNIO RIBEIRO DA COSTA CALDAS NO POSTO DE CAPITÃO DA COMPANIA DO DISTRITO DE JACUHI REGIMENTO DE CAVALARIA MILICIANA DA CAMPANHA DO RIO VERDE, CAPITANIA DE MINAS GERAIS. RESIDIU COM SUA FAMÍLIA NA VILA DA CAMPANHA ENTRE OS ANOS DE 1799 A 1830, +/-, ONDE FORAM BATIZADOS TODOS OS SEUS 13 FILHOS NA ATUAL CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO. ERA CASADO COM DONA HONÓRIA FELISBINA PEREIRA CALDAS. ERA NETO MATERNO DE JOSÉ DA COSTA DE OLIVEIRA, CONSTRUTOR E PROPRIETÁRIO DA FAZENDA DOS MACACOS; CONSTRUIU TAMBÉM A MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE CONSELHEIRO LAFAIETE, MG HÁ DE SE CONSIDERAR OS RELEVANTES SERVIÇOS PRESTADOS PELO CAPITÃO ANTÔNIO RIBEIRO DA COSTA CALDAS, NA REGIÃO DE CAMPANHA.
ResponderExcluirMinha bisavó vei de Campanha no fina do século XIX . Se chamava Beralda Maria de Jesus. Tinha duas irmãs , Rita e Agostinha. Depois de se casar com meu bisavô , veio morar em Santa Rita de Caldas-MG.
ResponderExcluirbom dia! gostaria de saber quantos hotéis tem em campanha? Grato pela resposta.
ResponderExcluirTemos três: Cidade Hotel, na rodovia Vital Brazil saindo para Fernão Dias, mais para viajantes - Hotel Victória, bem na entrada principal da cidade e Pousada Vital Brazil, ao lado do Antigo Colégio Sion, com estacionamento e piscina.
ResponderExcluirObrigado pela presteza, caro José Milton.
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