sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O DESDOBRAMENTO NA VISÃO DA DOUTRINA DE KARDEC !

O DESDOBRAMENTO na VISÃO da Doutrina de KARDEC !

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Durante a vida, a criatura vivencia aspectos distintos de uma mesma realidade. Pela matéria densa, graças aos recursos dos órgãos sensoriais, ela se relaciona com o meio ambiente — é a vida de relação — e pelo espírito, experimenta vivências mais complexas quando projetado na dimensão extra-física. Enfoques doutrinários bem caracterizam as propriedades gerais do perispírito e, entre elas, a que se relaciona com a emancipação da Alma.

"A visão à distância que certos sonâmbulos possuem, provém do deslocamento da alma, que vê o que se passa nos lugares para onde se transporta. Em suas peregrinações está sempre revestida de seu perispírito, agente de suas sensações, mas que jamais está inteiramente desligado do corpo, assim como dissemos." (Allan Kardec, Obras Póstumas)

Havendo condições propícias, o perispírito liberta-se da vestimenta carnal e vivência as conhecidas Experiências-Fora-do-Corpo, podendo em certas circunstâncias tornar-se visível e ser identificado por outras pessoas. Allan Kardec, o insigne sistematizador da Doutrina Espírita, dedicou o capítulo VII, de "O Livro dos Médiuns", a uma apreciação do citado fenômeno.

Muito embora não tenha feito alusão a nenhuma técnica específica, descreveu alguns casos de projeção à distância com aparição do duplo, o que ele denominou de Bicorporeidade. É neste capítulo que colhemos parte de interessante diálogo entre o Codificador e o espírito de Santo Alfonso de Liguori:

"O sono do corpo é indispensável para que o Espírito apareça em outros lugares?— A Alma pode se dividir quando se sente transportada para um lugar diferente daquele onde se encontra o corpo. Pode acontecer que o corpo não durma, embora isso seja muito raro, mas não estará jamais num estado perfeitamente normal, porém está sempre num estado mais ou menos extático".

Outros investigadores do passado estudaram o assunto detalhadamente, sendo mais conhecidos os trabalhos de Durville, Cel. de Rochas, Baraduc, Charles Lancelin e especialmente Ernesto Bozzano, de tal forma que, pelos espíritas, o fenômeno já é de certa maneira conhecido, pelo menos teoricamente.

Naturalmente, todo fenômeno subordina-se a uma causa e a emancipação da Alma não poderia fugir aos ditames da Lei. Entre as causas mais frequentes de desdobramento do Corpo Astral citamos o sono fisiológico e os transes mediúnico, sonambúlico e magnético.

Porém, o mais comum dos mecanismos desencadeantes é, sem dúvida, o sono fisiológico. Enquanto o corpo repousa, ocorre o afrouxamento dos laços vitais e o espírito se emancipa em regime de liberdade parcial, permanecendo ligado ao campo físico pelo cordão fluídico. A atividade onírica reflete a liberdade do espírito durante o sono.

"Sabei que, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que no estado de vigília. Tem a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros Espíritos, seja deste mundo, seja do outro". (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, item 402)

Questão de capital importância nos ensinamentos kardequianos refere-se ao seguinte fato: tudo o que se disse com relação às atividades oníricas do perispírito durante o sono é válido também para o desdobramento desencadeado por outras causas. Uma vez liberto da matéria, por qualquer uma das causas citadas, o psicossoma pode projetar-se no espaço é volitar igualmente como os desencarnados, se bem que permaneça preso ao corpo de carne pelo "fio de prata" a lhe impedir o desprendimento total.

Mas é neste estado de liberdade relativa enquanto o corpo repousa que ocorre o afrouxamento dos laços vitais e o espírito emancipado visita as paragens da dimensão extra-física, contata os seres incorpóreos, examina pacientes situados em cidades distantes, tal como acontece no desdobramento apométrico, pelo simples fato do corpo astral encontrar-se subordinado a uma regra geral:

— o perispírito dos seres encarnados, quando em estado de emancipação momentânea, goza das mesmas prerrogativas dos espíritos desencarnados. Outro aspecto interessante relacionado com o dito fenômeno refere-se ao desdobramento desencadeado por vários fatores causais além do sono. E "O Livro dos Espíritos", com suas diretrizes seguras, dirime qualquer dúvida a respeito no item 407: "É necessário o sono completo para a emancipação do espírito? — Não.

O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele aproveita, para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espirito estará livre".

No caso, entenda-se o emprego do termo entorpecimento como a qualificação de um estado psicofisiológico, semelhante ao do transe, e que predispõe o sujeito ao fenômeno do desdobramento por qualquer uma daquelas causas conhecidas. Daí, o porquê de no sonambulismo natural e também no magnético, bem analisados por Kardec, a capacidade de percepção extra-sensorial tornar-se de fato mais ampliada, visto que ocorre "um estado de independência da alma, mais completo que no sonho; então as faculdades adquirem maior desenvolvimento. A alma tem percepções que não atinge no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito."(O Livro dos Espíritos, item 425)

A capacidade de visão à distância manifesta-se num grau mais elevado em certos sonâmbulos, e isto tem sido comprovado na prática, porquanto, "(...) há disposições físicas que permitem ao espírito libertar-se mais ou menos facilmente da matéria", (item 433, O L.E.)
Além de tudo, valiosa orientação nos chega ao conhecimento quando Kardec na questão 435, argumenta: "O sonâmbulo pode ver os outros espíritos?

— A maioria os vê muito bem ". E a resposta, certamente, não poderia ser de outra forma em termos de objetividade! De acordo com a visão pragmática a que nos propomos, indagamos se a clarividência dos sonâmbulos lúcidos seria uma qualidade sujeita ao rígido condicionamento de uma predisposição orgânica, cuja eclosão e desenvolvimento subsequente ocorreriam independentemente das condições volitivas, ou seria uma condição a ser desenvolvida através de exercícios constantes ao lado do componente imediato de aplicação prática no campo da mediunidade tarefa. A resposta ao item 449 de "O L.E."., de certa forma satisfaz plenamente a nossa indagação:

"— Na maioria das vezes ela é espontânea, mas a vontade também muitas vezes desempenha um grande papel." E na questão seguinte, complementando o raciocínio, os espíritos se manifestam de forma a não deixar dúvidas quanto à possibilidade do desenvolvimento continuado da clarividência, aliás, como já havíamos percebido na prática apométrica:

"— Sim, o trabalho sempre conduz ao progresso, e o véu que encobre as coisas se torna transparente." Destarte, o que se enfatiza no presente discurso, voltamos a repetir, é a necessidade do aproveitamento intencional dos recursos anímicos, conjugados às possibilidades mediúnicas de cada sensitivo em estado de desdobramento induzido por ação magnética.

No Espiritismo contemporâneo, apesar do progresso das idéias patrocinado pela esclarecedora obra do espírito André Luiz, como veremos mais adiante, pouco se tem falado a respeito da mediunidade sonambúlica e sua correlação com o desdobramento, e menos ainda, de seu cultivo e aplicação nas reuniões mediúnicas.

No entanto, no século XIX o mestre lionês, investigando a complexidade das manifestações anímico-mediúnicas, disserta convenientemente sobre a percepção sonambúlica que, a seu turno, alicerça com muita propriedade a tese da Apometria que ora defendemos.

De maneira que convidamos o distinto leitor a rever cuidadosamente o capítulo VIII, de "O Livro dos Espíritos", com a absoluta certeza de que, ao concluí-lo, verificará que os assuntos: desdobramento, sonambulismo, magnetismo e visão à distância estão de tal forma integrados ao contexto kardequiano que, ao nosso ver, constituem-se verdadeira base doutrinária da técnica apométrica.

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