domingo, 28 de abril de 2019

28.04.2019 - VITAL BRAZIL MINEIRO DA CAMPANHA FARIA 154 ANOS.



VITAL BRAZIL MINEIRO DA CAMPANHA 
Campanhense, nascido a 28/04/1865, sendo filho de José Manoel dos Santos Pereira Júnior e Mariana Carolina dos Santos Pereira. Vital foi casado duas vezes a primeira com Maria da Conceição Philipina de Magalhães e em segundas núpcias com Dinah Carneiro Viana. Do primeiro casamento nasceram os filhos: Mário (natimorto), Vitalina, Alvarina, Mário, Olga (falecida com 6 meses), Vital (falecido com 7 meses), Vital Filho, Ary (falecido com 18 anos), Álvaro, Lygia, Rui e Oswaldo. 
Os filhos do 2º casamento foram: Acácia, Ísis, Eliah, Enos, Horus, Ícaro, Eglon, Lael e Osíris. 
O avô de Vital Brazil era de uma família proprietária de terras e escravos em Itajubá. Para não dividir os bens, as famílias ricas, no século XIX, casavam-se entre si. O avô de Vital Brazil não seguiu esta regra. Preferiu viver sem se casar, por mais de trinta anos com Maria Joaquina do Nascimento, de família de comerciantes, tendo com elas três filhos naturais. Por essa razão o pai de Vital Brazil se sentiu marginalizado por questões materiais. Resolveu então colocar sobrenomes diferentes do seu, inventando-os por ocasião do nascimento de cada um. O primeiro deles nasceu a 28 de abril de 1865, dia de São Vital, na cidade da Campanha, no estado de Minas Gerais. Batizou-o de Vital Brazil Mineiro da Campanha. O pai de Vital Brazil trabalhou como caixeiro-viajante. Por essa razão a família residiu em Itajubá, Caldas e Guaxupé. Em todos esses momentos, o avô de Vital Brazil deu apoio financeiro ao filho. Em 1880 os pais de Vital Brazil mudaram-se com seus filhos para um colégio protestante em São Paulo, onde foram trabalhar. O desejo de Vital Brazil para cursar medicina foi sendo adiado por falta de recursos financeiros para custear seus estudos. Seu pai usando de seu prestígio conseguiu um emprego para Vital Brazil no Rio de Janeiro, onde localizava-se a Faculdade de Medicina.
Depois de várias tentativas suas o Ministro da Justiça, político da região de Itajubá, ofereceu-lhe um emprego de escrevente na Secretaria de Polícia. Com esse emprego e mais as aulas ministradas no Liceu de Artes e Ofícios, permitiram a continuação de seus estudos. Em janeiro de 1892, concluiu o curso de Medicina, sustentando a tese intitulada “As funções do Baço”. Assim que se formou casou-se com Maria da Conceição Filipina de Magalhães e foi contratado pelo Serviço Sanitário de São Paulo. Em 1895 optou pela prática clínica, mudou-se para Botucatu, onde atendeu várias pessoas picadas por cobras. No final do século XIX a produção de café avançava naquela região e muitos camponeses morriam de picada de cobra. Em 1897 Vital Brazil vem para São Pulo indo trabalhar no Instituto bacteriológico dirigido por Adolpho
Lutz. Naquela época a peste ameaçava a vida de milhares de pessoas, sobretudo nas regiões portuárias. O soro demorava muito a chegar no Brasil, pois era produzido na europa. Em 1899 Vitl Brazil passou a chefiar um laboratório do Instituto Bacteriológico, situado na fazenda Butantã, situado num verdadeiro estábulo onde começou a prodozir soro anti-pastoso. No dia 24 de fevereiro de 1901 o Presidente Rodrigues Alves transforma este laboratório no Instituto Butantã que passou a ser dirigido por Vital Brazil. Logo começou a produção do soro anti-pestoso. Seu interesse em soros anti-peçonhentos era grande. Na época, predominavam os estudos do cientista francês Calmett, baseados em cobras Naja, inexistentes no  Brasil. Constatou Vital Brazil que o soro dessa cobra não surtia efeito em animais contaminados com o veneno da jararaca e da cascavel. Assim, ele concluiu que o soro anti-peçonhento deveria corresponder a um tipo de cobra específica. Cabia então produzir este soro e, em seguida, convencer a comunidade científica de sua descoberta. Em 1901 produz as primeiras ampolas e começa a publicar suas descobertas em revistas científicas. Dois nos depois apresenta seu trabalho em um congresso médico realizado no Rio de Janeiro. Feita a descbberta e produzido o soro cabia convencer a sociedade da eficácia do soro anti-peçonhento. A estratégia foi a de estimular os fazendeiros a trocar cobras vivas por soro. Vital Brazil publicou cerca de oitenta artigos em revistas científicas e o livro: Defesa Contra o Ofidísmo. Ele viveu 20 anos no Butantã onde nasceram e cresceram seus filhos do primeiro matrimônio. Em 1913 faleceram sua mãe e sua esposa. Em 1915 o Ex-Presidente Norte Americano Theodore Roosevelt visitou o Instituto Butantã. No mesmo ano Vital Brazil foi convidado a apresentar suas recentes descobertas em um congresso científico em Washington. Na volta, em Nova York, foi informado que o tratador de cobras do Jardim Zoológico local havia sido picado por uma cobra. No hospital em eu foi internado começaram a aplicar o tratamento que se usava na época. O homem piorava a cada hora. A direção do hospital soube da apresentação de Vital Brazil no evento científico e solicitou que o seu soro fosse injetado no paciente, então moribundo. Algumas horas depois o quadro começou a regredir. O paciente sobreviveu. O jornal “The New York Times” descreveu o acidente e a cura com o soro produzido pelo médico brasileiro. Assim as descobertas de Vital Brazil começavam a ter reconhecimento internacional. Em 1919 era enorme a projeção do Instituto Butantã e de seu diretor, transcendendo as fronteiras nacionais e científicas. Nesse mesmo ano Artur Neiva assumiu a direção do Serviço Sanitário de São Paulo começando a intervir no Butantã. Vital Brazil não aceitou essas interferências, pedindo seu afastamento da instituição. Na ocasião recusou convite para trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz. Entre seus assistentes constava Otávio Veiga que era irmão do Presidente do Rio de Janeiro (Raul Veiga). Com isso o governo daquele Estado doou uma área em Niterói e uma verba para a construção do novo Instituto que se chamou “Instituto Vital Brazil”. Portanto, em 1919 começou o grande cientista, a reconstruir sua vida. Outra cidade, outra instituição e constituindo nova família. Com 55 anos de vida e nove filhos, casou-se em 1920 com Dinah Carneiro Viana, 30 anos mais nova eu ele e com quem teve nove filhos. O instituto por ele idealizado tornou-se uma importante empresa privada de pesquisa e produção, fabricando produtos veterinários, biológicos (soros e vacinas) e farmacêuticos). O Instituto oferecia, também, bolsas de pesquisa para estudantes, editava duas revistas científicas e tinha uma biblioteca especializada. Em 1923 o Instituto Vital Brazil passou a funcionar em prédios adaptados no terreno doado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1937 o grande cientista encomenda a seu filho Álvaro o projeto de arquitetura da atual sede da instituição. Conseguiu financiamento junto ao Banco do Brasil para construção do prédio e, em 11 de setembro de 1943 inaugura sua sede definitiva. Dificuldades financeiras, acrescidas com o fim da 2ª Guerra mundial, fez com que o Instituto Vital Brazil passasse por sérios problemas. Em 09/05/1950 morre o grande cientista deixando em mãos de seus sucessores principalmente da viúva dona Dinah a responsabilidade de encontrar meios de salvar o grande instituto da série de problemas financeiros. Depois de diversos transtornos a saída foi repassar parte da instituição para o governo do Rio de Janeiro. Para melhor esclarecimento a respeito do Cientista Vital Brazil, fineza recorrer a esplêndida biografia preparada por seu filho Lael Brazil e que se encontra no Centro de Estudos Monsenhor Lefort. Vital Brazil, personalidade que todo campanhense se orgulha de ter como conterrâneo é nome de uma das principais ruas de sua cidade natal, assim como de uma rodovia que corta a cidade e em sua praça principal se encontra uma estátua a perpetuar sua vida, seu trabalho e sua enorme contribuição ao mundo científico, além de um museu que guarda parte de sua história.



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