sábado, 22 de outubro de 2011

MEDALHAS DE OURO PARA OS VINHOS DA CAMPANHA

OS VINHOS DA CAMPANHA GANHARAM
MEDALHA DE OURO
           

Segundo interessante e valiosa notícia estampada no jornal  “A CAMPANHA” de 1902, o “Ten. Cel. Adolfo Lion Teixeira, nascido na Campanha no ano de 1833, de pai francês e mãe brasileira, implantou na Campanha a indústria vinícula a que se consagrou por mais de quarenta anos e foi um dos primeiros dessa indústria no Brasil. Os seus vinhos lograram grande fama pela sua alta qualidade alcançando Medalha de Ouro na  5º. Exposição Industrial Mineira de 1872  e a medalha de OURO na Exposição Universal de Paris em 1899. Foi um grande benemérito da Campanha, que tanto trabalhou pelo seu progresso. Faleceu no dia 31 de Julho de 1902, as 10 horas da noite. A cidade chorou a perda. Mons. Ferrão (que ainda não era Bispo, naturalmente) celebrou a missa na capela de sua residência por sua alma e a Câmara Municipal fez constar em ata voto de pesar pela grande perda”.

         O seu estabelecimento era muito bem equipado, contando com processos práticos e engenhosos que, após dispendiosas experiências, produzia vinhos tão perfeitos como dos melhores produtos importados e, por isso mesmo, como vimos da nota acima, premiados com justiça em várias exposições, inclusive na França, terra tradicional dos melhores vinhos da Europa e do mundo. Mas Adolfo Lion era, antes de tudo, um idealista patriota, homem dotado de grande visão, que pretendia, acima dos interesses pessoais, o progresso de sua pátria, sobretudo no setor de agricultura, com a sua vasta experiência obtida na cultura da uva, e que desejava oferecê-lá, como valiosa cooperação sua ao Governo, segundo atesta ata da Câmara Municipal da Campanha, lavrada em 6-12-1833, e presidida pelo respeitável Cidadão Bernardo Saturnino da Veiga.

         Espírito altamente construtivo e empreendedor, Adolfo Lion Teixeira, avançado em mais de cem anos de seu tempo, não se contentava com as metas já atingidas e vitoriosas e projetava novas, pondo-as em ação, como a que o jornal campanhense “A Consolidação”, em seu nº de 10-10-1896, teve a seguinte notícia, sob o título: “ Fábrica de Cerveja”. Inaugurou-se hoje no estabelecimento vinícula do infatigável e benemérito  Industrial Te. Cel. Adolfo Lion Teixeira, a sua fábrica de cerveja,  novo ramo da indústria que o distinto campanhense intenta implantar nesta cidade. Recebendo ali muitos convidados, o Te. Cel. Adolfo as fez percorrer o edifício construído para o novo estabelecimento e examinaram os aparelhos da fabricação e depois ofereceu-lhes a prova da espumante bebida, que todos apreciaram e acharam excelente. A prova é um  modo de dizer, pois houve conviva que bebeu nada menos que 10 “choppes”, em menos de  uma hora. Não obstante, ninguém perdeu a “Tramontana”.
                                                                                                                                 Documento encontra-se  no Centro de Estudos da Campanha.
VINHOS CAMPANHENSES PARA D.PEDRO II

O ilustre e austero cidadão, Tenente Coronel Adolfo Lion Teixeira, idealista e patriota, dotado de grande visão e espírito empreendedor, implantou na Campanha, sua terra natal, onde nasceu no ano de 1833, a que se dedicou por mais de 40 anos, tornando-se um pioneiro dessa nobre atividade em Minas e no Brasil.
         Os seus vinhos, de várias espécies, adqueriram grande fama pelas suas altas qualidaes, conquistando Medalha de Ouro, galardão este honroso, que confere consagração e merecimento, por ser a França a terra tradicional dos melhores  vinhos da Europa e do mundo.
         O seu estabelecimento vinículo era muito bem equipado com aparelhagem montada com a mais apurada técnica, daí a excelência dos seus produtos tão perfeitos como os melhores estrangeiros, como vimos.
         Admirador e fiel súdito de S.M. o Imperador D. Pedro II, entendeu de eviar-lhe, o bem sucedido industrial campanhense, por intermédio do seu conterrâneo e amigo, o distinto e prestigioso Deputado Geral, Dr. Olimpio de Vilhena Valladão, uma caixa dos seus selecionados vinhos, como atesta o importante documento abaixo transcrito, de 27 de junho de 1884, pertencente ao Arquivo Grão Pará de Petropólis:
        
“Nesta data, remeto ao Exmo. Deputado, Dr. Olímpio Valladão, um caixote com vinho fabricado por mim, para ser entregue a Vossa Magestade  a quem peço permissão para oferecê-lo como espécimen de uma indústria nacional e prova de ser  este clima favoravel ao cultivo da videira.
        Naturalmente não se pode exigir muito de quem, como eu tem levado anos a fazer experiências, cujos resultados, pela própria natureza de tal indústria, não podem ser percebidos e avaliados senão em longos períodos, com resultados de pelo menos um ano, o que dificulta extraordinariamente a chegar-se a formar juizo seguro sobre o valor de tais experiências.
Também, não me animaria, embora o desejasse muito, a ilustrada apreciação de Vossa Magestade, vinho de minha fábrica, si não me animasse a benévola apreciação que dele fez Sua Alteza o Sr. Conde d’Eu.
        Para que Vossa Magestade me releve a ousadía e a insignificância do presente, confio sobretudo no seu elevado develo pelo progresso da indústria nacional,  progresso para o qual tenho procurado concorrer com o extraordinário esforço e trabalho, achando por fim o modo de cultura e de poda da videira, processo de fabrico e de conservação do vinho exclusivo deste clima, filhos de uma experiência de 18 anos e diversos quase em tudo dos europeus.
        É como cultor obscuro, mas desvelado da indústria nacional, a qual ainda inerente a furtuna do Brasil, que me dirijo a Vossa Magestade, convencido de que o produto de minha fábrica terá o valor que a Vossa Magestade merecer.
        Oxalá o não ache muito indigno de lhe ser oferecido: isso me animará a perseverar e abrirá ao comércio de tal produto imensos horizontes nesta terra onde ninguém mais de que Vossa Magestade se acha habilitado para examinar, dar valor e proteger os artefatos da indústria brasileira.”
        Faço votos sinceros pela saúde de Vossa Magestade.
De Vossa Magestade afeiçoado e atencioso criado
      Adolfo Lion Teixeira.
Campanha, 27 de Junho de 1844

         Aí está um expressiva demonstração, além de cortez, altamente patriótica de um eminente cidadão progressiva, probo, trabalhador e de grande gabarito moral e, sobretudo, vivamente empenhado no desenvolvimento industrial do país, formulada ao venerando monarca brasileiro, como um sudito fiel e respeitoso.
         Lion Teixeira tomou a iniciativa de presentear D. Pedro II com o seu apreciado vinho, aproveitando a chegada do bondoso Imperador a Três Corações para a inauguração do ramal ferroviário daquela cidade, valendo-se, para isso, dos bons ofícios e do prestígio do Deputado Geral, Dr. Olímpio Valladão, seu fraternal amigo.
                                                                                                                           Documento encontra-se no Centro de Estudos da Campanha.

Um comentário:

  1. Prezado blogueiro Zé Milton,tentamos colocar várias palavras-chave no campo de busca, de pesquisa do seu blog relacionadas com este tema: vitivinicultura, uvas, vinhos. Estamos com a informação de que Campanha foi a primeira cidade em Minas a plantar uvas, a produzir vinhos, mas isso muito antes do senhor citado nessa reportagem nascer:1833. Não conseguimos encontrar nada a esse respeito aqui no seu blog, existe a informação e não encontramos, ou não há essa postagem aqui. Poderia nos ajudar com mais informações sobre Campanha, uvas e vinhos em 1800, primeiras décadas do século XIX? E hoje, quem produz vinho aí ou nas imediações? Os locais coincidem com os mesmos de 200 anos atrás? Visitaremos a cidade nos próximos dias, se já tiver localizado tais informações e puder compartilhar aqui no blog, antecipamos agradecimentos. Eduardo Junqueira

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