Existe um método para estudar?
Bruno Rissatto - Blasting News - 09/07/2017A palavra “#Estudar” remete a inúmeras incertezas e confusões sobre uma definição clara e precisa do que significa tal conceituação. Algumas pessoas assemelham “estudar” com decorar, ler, escrever, assistir aula, elaborar um cronograma de estudos etc. Mas o que de fato determina afirmarmos que alguém está estudando de maneira correta ou que está estudando de forma errada?
Com base na psicologia histórico-cultural, na dialética do conhecimento, tentaremos definir o #método preciso, cientificamente analisado, que determina qual a melhor forma para #aprender um conteúdo específico.
Existe um processo pelo qual aprendemos, e entendendo como este processo funciona, nos possibilitará ter uma eficiente e rápida aprendizagem nas próximas vezes em que formos pegar um caderno ou um livro para ler.
A dialética do conhecimento
O conhecimento funciona da seguinte forma: primeiro nos deparamos diante de um mundo de coisas e situações diversas, todavia, estas coisas estão no mundo externo, e para aprendermos devemos nos apropriar, internalizar este mundo.
Grosso modo, o conhecimento sempre parte do externo para o interno, e o indivíduo ao se apropriar do objeto do conhecimento, retorna a ele – agora o compreendendo em seu modo mais amplo – com uma nova e mais desenvolvida forma psíquica e basilar para futuros conhecimentos mais avançados.
Analisemos o processo da aprendizagem da fala de uma criança. Antes da criança pequena começar a falar as primeiras palavras, a linguagem já existia independentemente dela. A criança nasce numa cultura já “pronta” e seu desenvolvimento requer uma apropriação desta cultura.
A linguagem, portanto, existe fora dela, externamente a ela. Deve por conseguinte internalizar este código de comunicação paulatinamente, aos poucos.
A criança no início da fala não sabe o significado da palavra – a sua essência – ela apenas está aprendendo sua sonoridade. Ao aprender a pronunciar determinada palavra, o psiquismo da criança ganha uma forma mais desenvolvida que possibilitará à ela aprender outra nova palavra, e assim por diante, mas sempre apoiada em uma base biológica que permite este desenvolvimento acontecer.
O método para estudar
Como então aplicamos a presente análise nos estudos em si e por conseguinte ter a certeza de que estamos estudando da maneira correta? Para aplicarmos o método, devemos usar como analogia a aprendizagem da criança.
Pensemos num conteúdo específico de química, matemática – que ainda não o sabemos e que é um tipo de conhecimento avançado – ou um texto de filosofia super complexo. Devemos ter a consciência, a priori, que não há possibilidade de aprender tais conteúdos de forma imediata, da mesma maneira que o bebê não começa conjugando os verbos ou fazendo concordância nominal.
Primeiro ele parte do simples, conteúdo este pelo qual seu psiquismo está apto a aprendê-lo no momento.
Para isso servem as aulas e por isso é importante assistir às aulas. O professor nada mais é que um facilitador e auxiliador no processo da aprendizagem. Mas quem estuda e deve estudar é o próprio indivíduo.
Vejamos o seguinte exemplo para compreendermos o método de estudo.
O aluno se depara com um texto específico de filosofia, o qual contém uma linguagem super avançada. Naturalmente, na primeira vez que o aluno ler o texto, não irá entender praticamente nada do que está ali escrito. Entretanto, ao assistir à aula sobre o conteúdo em si, o professor terá facilitado parcialmente a compreensão do presente texto.
Na próxima vez em que o aluno retornar ao texto de filosofia, ele terá – através da aula do professor – ganho uma nova forma de conhecimento que servirá de base para uma melhor compreensão do conteúdo, melhorando paulatinamente o entendimento da leitura.
Aplicando o método
O método para estudar pode ser sintetizado na seguinte linha de pensamento: antes da aula, é imprescindível que o aluno leia e estude; por mais que o mesmo não entenda nada do conteúdo.
Logo, após a explicação da aula, o aluno deve retornar a ler e estudar o conteúdo – desta vez o compreendendo mais – por conta e através da explicação do professor. Por conseguinte, o aluno deve repetir este processo sucessivamente, criando novas formas basilares de pensamento que o possibilitará a apropriar-se de novos aprendizados e de novos conteúdos mais avançados.
O método para estudar, portanto, se encontra neste processo dialético da apropriação de novos conteúdos. Aprendendo num determinado nível de complexidade, deve-se partir para o próximo e assim consecutivamente.
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