sexta-feira, 17 de agosto de 2018

LOUCURA E SUAS CAUSAS.

Loucura e suas Causas por Sérgio Biagi Gregório

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Loucura e suas Causas
Sérgio Biagi Gregório

1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que o Espiritismo traz em seu bojo os principais subsídios para vencer os sintomas da loucura e do suicídio.
2. CONCEITO
Louco – que perdeu a razão; alienado, doido, demente. Que está fora de si; contrário à razão ou ao bom senso; insensato. Em termos simbólicos, o louco está fora dos limites da razão, fora das normas da sociedade. Segundo o Evangelho, a sabedoria dos homens é loucura aos olhos de Deus, loucura aos olhos dos homens: por detrás da palavra loucura se esconde a palavra transcendência. (Dicionário de Símbolos)
Alucinação – Erro, ilusão da pessoa que crê ter percepção que realmente não tem. "Ver uma coisa que não está ali". "Ouvir uma voz". Quando continuados e persistentes, são apontados como sintomas de distúrbios mentais.
Alienação – Desarranjo das faculdades mentais. A expressão é usada como sinônimo de loucura (alienação mental); entretanto, é mais geral do que esta. Produz lesões que se distinguem em: parciais, gerais e mistas. As primeiras compreendem os delírios e os impulsos alucinatórios; as segundas, a depressão e a exaltação da inteligência; as terceiras, a dissociação de idéias e a abolição da inteligência. (Enciclopédia Brasileira Mérito)
Idiotia – define-se como sendo um sujeito que nunca ultrapassará dois ou três anos de idade mental. O que é um idiota na idéia materialista? Nada: apenas um ser humano. Conforme a Doutrina Espírita, é um ser dotado da razão, como todo o mundo, mas enfermo de nascença pelo cérebro, como outros membros. (Equipe da FEB, 1995)
3. HISTÓRICO
Por uma condição moral, a sociedade procura excluir uma parte de si mesma. Até o final da Idade Média, a figura excluída era a do leproso. Dada a intensa regressão dos leprosários, procurou-se outro objeto de exclusão: o louco que, durante o período da Idade Média, era sinônimo de possesso.
Ao entrarmos na fase do iluminismo, a razão desarmará a loucura. René Descartes (1596-1650) diz: "se minha existência é garantida por meu pensamento, eu, que penso, não posso estar louco". A loucura desaparece do exercício do pensar. O campo da exclusão é agora o Hospital Geral.
Quando foram criados os Hospitais Gerais, uma parte desses edifícios foi reservada aos alienados, mas os médicos da época não sabiam tratá-los por outros meios que não fossem os mais primitivos e bárbaros.
Em 1792, o alienista Pinel iniciou um trabalho racional, libertando-os do regime inumano a que estavam sujeitos. O alienado, então, deixou de ser considerado como possesso, para ser tratado como doente. Daí em diante a Ciência realizou grandes progressos no tratamento dos enfermos mentais, atingindo, em nossos dias, importante estádio de valiosas pesquisas, no campo da Psicanálise, com as teorias de Freud, Jung, Adler e Adolfo Meyer. (Enciclopédia Brasileira Mérito)
4. CAUSAS ORGÂNICAS DA LOUCURA
4.1. PREDISPOSIÇÃO FÍSICA
A primeira das causas é a própria predisposição física do indivíduo. Há muitas pessoas que reencarnam com um estoque de fluido vital limitado, como conseqüência de desregramentos cometidos em outras existências. Esse quadro mórbido fica como que em potência, esperando o desenrolar de suas atividades no plano dos encarnados. Chegado o momento, a doença se atualiza de maneira indelével.
4.2. CÉREBRO FRACO
A causa – cérebro fraco – é uma extensão da anterior. Sendo limitado em sua capacidade, o cérebro não é capaz de elaborar muitas informações, o que lhe dá um desgaste maior do que pode suportar. Nesse mister, a loucura pode acontecer em todas as áreas do saber: Ciência, Artes, Religião, inclusive no meio espírita.
4.3. IDEIA FIXA
A terceira causa orgânica é a idéia fixa. O cérebro não tendo capacidade de se diversificar, acaba por aderir a uma única idéia, conhecida por monoideísmo. Falta-lhe, nesse caso, a autocrítica, elemento por demais útil na elaboração dos raciocínios. Da mesma forma que a causa anterior, essa idéia fixa pode se referir a uma Religião, a uma Ciência, ou a uma Arte.
5. CAUSAS MORAIS E ESPIRITUAIS
5.1. DECEPÇÕES, DESGRAÇAS E AFEIÇÕES CONTRARIADAS
Visitados por um malogro sem esperança, por uma desilusão, por um desengano ou por um desapontamento, quantos não são os que procuram o suicídio como solução? Um exemplo clássico: briga entre namorados. Parece que o mundo desmorona e não se tem mais objetivo para viver.
Quantos não se suicidam porque perderam grandes fortunas na bolsa de valores?
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas são os maiores excitantes à loucura e ao suicídio.
5.2. PAVOR DO DIABO
Entre as causas da loucura, devemos ainda incluir o pavor do diabo que, com o seu poder destruidor, já desequilibrou muitos cérebros. Sabe-se o número de vítimas que ele tem feito ao abalar imaginações fracas com essa ameaça, que cada vez se procura tornar mais terrível através de hediondos pormenores? A religião seria bem fraca se, por não usar o medo, seu poder ficasse comprometido.
5.3. AS OBSESSÕES E AS POSSESSÕES
De acordo com Bezerra de Menezes, é preciso incluir a causa da influência espiritual menos feliz, pois nos seus estudos a respeito do tema, percebeu que há loucura com e sem lesão cerebral. Para ele, primeiramente há um desfalecimento; depois, um arrastamento. (Menezes, 1983)
6. ORIENTAÇÕES EXTRAÍDAS DAS OBRAS ESPÍRITAS
6.1. VALOR RELATIVO DAS COISAS TERRENAS
"O verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhes parecem tão pequenas, tão mesquinhas, em face do futuro que o aguarda; a vida é para ele tão curta, tão fugitiva, que as tribulações não lhe parecem mais do que incidentes desagradáveis de uma viagem. Aquilo que para qualquer outro produziria violenta emoção, pouco o afeta, pois sabe que as amarguras da vida são provas para o seu adiantamento, desde que sofra sem murmurar, porque será recompensado de acordo com a coragem demonstrada em suportá-las". (Kardec, 1995, p. 43)
6.2. A FORÇA ESPÍRITA COMO ANTÍDOTO À FRAQUEZA MORAL
"A loucura tem como causa primeira uma relativa fraqueza moral que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de certas impressões, em cujo número figuram, ao menos em três quartas partes, a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida. Dar aos homens a força necessária para ver essas coisas com indiferença, é, pois, atenuar nele a causa mais freqüente da loucura e do suicídio. Ora, essa força ele a colhe na Doutrina Espírita bem compreendida. Em presença da grandeza do futuro que ela desenrola aos nossos olhos e de que dá prova patente, as tribulações da vida se tornam tão efêmeras, que deslizam sobre a alma como a água desliza sobre o mármore, sem deixar traços... A contrariedade sofrida seria insuficiente ou nula, e uma desgraça imaginária não o teria arrastado a uma desgraça real.
Em resumo, um dos efeitos, e nós podemos apontar, um dos benefícios do Espiritismo, é o de dar à alma a força que lhe falta em muitas circunstâncias, e é nisto que ele pode reduzir as causas de loucura e de suicídio. Não está aí a verdadeira filosofia". (Revista Espírita de 1860, p. 191 e 192)
6.3. A FÉ NO FUTURO ACALMA O CORAÇÃO
"A calma e a resignação, hauridas na maneira de encarar a vida terrestre, e na fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura são devidos à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem força de suportar; se, pois, pela maneira como o Espiritismo lhe faz encarar as coisas deste mundo, ele recebe com indiferença, com alegria mesmo, os reveses, as decepções que o desesperariam em outras circunstâncias, é evidente que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, preserva sua razão dos abalos que, sem ela, o sacudiriam". (Kardec, 1984, cap. V, item 14, p. 79)
6.4. AS CONSEQÜÊNCIAS DA INDISCIPLINA E DA IGNORÂNCIA
"Excetuados os casos puramente orgânicos, o louco é alguém que procurou forçar a libertação do aprendizado terrestre, por indisciplina ou ignorância. Temos neste domínio um gênero de suicídio habilmente dissimulado, a auto-eliminação da harmonia mental, pela inconformação da alma nos quadros de luta que a existência humana apresenta. Diante da dor, do obstáculo ou da morte, milhares de pessoas capitulam, entregando-se, sem resistência à perturbação destruidora, que lhes abre, por fim, as portas do túmulo. A princípio, são meros descontentes e desesperados, que passam despercebidos mesmo àqueles que os acompanham mais de perto. Pouco a pouco, no entanto, transformam-se em doentes mentais de variadas gradações, de cura quase impossível, portadores que são de problemas inextricáveis e ingratos. Imperceptíveis frutos da desobediência começam por arruinar o patrimônio fisiológico que lhes foi confiado na Crosta da Terra, e acabam empobrecidos e infortunados". (Xavier, 1977, p. 210)
7. CONCLUSÃO
O Espiritismo, antes de ser o causador da loucura e do suicídio, é o seu grande médico, pois, através de seus princípios, o ser humano consegue haurir muita calma e muita resignação em todas as circunstâncias desfavoráveis de sua existência.
Sérgio Biagi Gregório

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHEVALIER, J., GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA MÉRITO.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
KARDEC, A. Revista Espírita de 1860. São Paulo: Edicel.
MENEZES, A. B. de. A Loucura sob Novo Prisma: Estudo Psíquico-Fisiológico. 4. ed., Rio de Janeiro, 1983.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

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