Transitoriedade da Existência Física
O homem carnal, mais preso à vida corporal do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, mantém-se num estado de ansiedade e de tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.
O homem moral, que se colocou acima das necessidades artificiais, criadas pelas paixões, experimenta, já neste mundo, prazeres que o homem material desconhece. A moderação dos desejos dá ao seu Espírito calma e serenidade. Feliz pelo bem que faz, não há decepções para ele e as contrariedades deslizam sobre sua alma sem lhe deixarem nenhuma impressão dolorosa (O livro dos espíritos, q. 941, nota).
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Conta-se que no século XIX, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito.
Seu objetivo era visitar um famoso rabino.
O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.
– Onde estão os seus móveis? – perguntou o turista
E o rabino, bem depressa, perguntou também:
– Onde estão os seus?
– Os meus? – Disse o turista. – Mas eu estou aqui de passagem?!
– Eu também! – Disse o rabino.
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A existência material, iniciada no momento da concepção e extinta na denominada morte, é uma passagem. Por mais que dure 80, 100 anos, transcorre com rapidez.
A reencarnação, definida como o retorno do Espírito a um novo corpo físico, constitui-se em valiosa oportunidade de desenvolvimento intelectual e moral. Por essa razão, deve ser bem aproveitada.
A cada dia deveríamos nos preparar para a morte, para bem morrer, considerando ser o passamento a nossa porta de entrada na vida real, permanente. Para isso, é importante aprender a bem viver a existência material, transitória, facultada pela experiência da pluralidade das existências.
Aprendemos com Jesus que é necessário cuidar das duas vidas: a material e a espiritual. Quando nos dedicamos exclusivamente à materialidade, tornando-nos consumistas, hedonistas, egoístas, perdemos a noção dos valores reais com os quais devemos alimentar a intimidade de nossos seres.
A compreensão dos ensinamentos de Jesus só é possível com o entendimento da vida futura. O maior patrimônio que Deus concedeu aos seus filhos foi tê-los criado Espíritos imortais. A imortalidade é a dádiva por excelência a que o Espírito está destinado por concessão divina.
O Espiritismo combate assim o Materialismo que ainda alimenta o imaginário de boa parte de homens e mulheres que não creem na vida após a morte ou que não dão importância às questões da espiritualidade.
Para otimizar o aproveitamento da nossa atual existência, é importante manter a firmeza da vontade para o cultivo de virtudes imperecíveis que nos conduzirão ao autoconhecimento e realização interior. A melhor maneira de nos autodescubrir é a convivência salutar com os semelhantes.
Extratos do livro Anotações espíritas, ditado por Espíritos diversos e psicografado por Divaldo Pereira Franco. Ed. FEB.
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