Campanha MG passa a ter mais um feriado, 12 DE ABRIL. CONSAGRADO À PADRE VICTOR.
Em 17 de setembro de 2015, a vereadora Heloísa Helena Limoeiro Müller apresentou na Câmara Municipal o projeto de lei nº 51/2015 propondo a data de 12 de abril como feriado. Dia consagrado ao Beato Francisco de Paula Victor. Em sessão ordinária do dia 23 de fevereiro de 2016 o projeto foi aprovado e no dia 02 de março de 2016 sancionado pelo Prefeito Municipal Sr. Lázaro Roberto da Silva. As 19:00 haverá uma missa na Catedral de Santo Antônio e logo em haverá uma procissão.
Tentei um contato com o departamento de cultura e turismo local, mas ainda não tive retorno.
Lauro de Oliveira Lima
Natural de Limoeiro do Norte, no Ceará. Nasceu em 12 de Abril de 1921, ano em que, como ele próprio assinala, o paulista Lourenço Filhono Ceará, a convite do Governador Justiniano Serpa, para reformar o ensino elementar e instalar o Instituto de Educação, e em que, na Suíça, Jean Piaget publicava sua primeira obra sobre o desenvolvimento da inteligência na criança.
A primeira escola em que estudou foi a do mestre Zé Afonso, que ensinava todos os meninos da cidade a ler, escrever e contar (ensinava também o “manuscrito”, que era uma espécie de curso de pós-graduação, e a “Tabuada Grande”, a matemática superior). Como não houvesse na cidade escola média onde pudesse prosseguir os estudos, o próprio Lauro tomou a iniciativa de pedir a um primo seu, hoje falecido, ex– Bispo de Afogados, que o levasse para seminário salvatoriano de Jundiaí. Desta forma, passou cinco anos como seminarista. De volta ao Ceará, engajou-se no magistério secundário e casou-se com a neta de Agapito dos Santos, conhecido educador cearense, a professora Maria Elisabeth Santos de Oliveira Lima. Em 1945, obteve por concurso o cargo de Inspetor Federal de Ensino, função que exerceu por vinte anos, dez dos quais como Inspetor Seccional do MEC no Ceará. Formou-se em Direito em 1949, e dois anos depois, em Filosofia.
Deixou o magistério particular para fundar o Ginásio Agapito dos Santos, iniciando, assim, sua carreira como “reformador”, característica básica de sua atuação como educador. Escreveu nessa época a obra “Escola Secundária Moderna”, que foi publicada pelo INEP a convite de Anísio Teixeira (1963), iniciando também seu trabalho com dinâmica de grupo e propondo o método psicogenético. Nos últimos anos de vida, Lauro foi diretor de Pesquisas do Centro Educacional Jean Piaget onde dedicou-se ao treinamento de professores, técnicos e empresários utilizando o método por ele elaborado, denominado Grupo de Treinamento para a Produtividade, que consta de seu livro “Dinâmica de Grupo no lar, na empresa e na Escola”. Além disso manteve-se ativo como escritor, tendo lançado o livro “Piaget: Sugestão aos Educadores” (1999) e “Dinâmica de Grupo” (2002). Em 1996, lançou “Para que servem as escolas?”, pela Editora Vozes, com grande sucesso de vendas.
As histórias se misturam, como sempre acontece na biografia de figuras importantes de uma época, não podendo deixar de haver uma interdependência entre a vida do Professor Lauro e os acontecimentos mundiais, nacionais e internacionais. Assumem matizes especiais acontecimentos como o Golpe Militar de 1964, no Brasil, que cassou seus direitos políticos e provocou uma transformação absoluta em sua vida e na de sua família. Foi, ao mesmo tempo, crise e oportunidade na medida em que levou à necessidade de que novos meios de subsistência fossem tentados, sendo criado o Centro Educacional Jean Piaget como proposta de aplicação do método psicogenético à Educação. A reunião de todo grupo familiar em torno desse projeto criou uma escola que, por décadas, sustentou e sustenta a aplicação das teorias de Jean Piaget em Educação, aprimorando o conceito de Educação pela Inteligência no mais elevado nível.
A morte de Jean Piaget foi outro fato marcante na vida do Professor Lauro, que assistiu o desmonte do Centro de Epistemologia Genética de Genebra consternado. Ainda assim, animou-se a promover três congressos internacionais de educação piagetiana, trazendo dezenas de discípulos do mestre genebrino ao Brasil, para que expusessem a educadores brasileiros os movimentos na pesquisa científica internacional sobre o tema, em diversos países. O falecimento de sua esposa, Maria Elisabeth, abalou profundamente a todos, em particular o Professor Lauro, devido à mágica sintonia que unia ambos há muitos anos e que permitiu a cristalização de projetos que, de outra forma, teriam permanecido no campo das idéias.
Hoje, os Oliveira Lima estão de alguma forma relacionados a atividades educacionais, como educadores, dirigentes, empresários, consultores ou colaboradores de empresas nacionais e estrangeiras. Ao todo teve 7 (sete) filhos: Frederico Luis Santos de Oliveira Lima (nosso FRED), o mais velho, falecido em 2001 nos USA, onde trabalhava como Consultor para a LUCENT (empresa de grande porte na área de comunicação), depois de brilhante passagem pela Xerox e pelo Chase Manhattan bank - Banco Lar Brasileiro, dirigindo a área de Recursos Humanos, Ana Elisabeth Santos de Oliveira Lima (Beta) é a Diretora Superintendente do Centro Integrado Lauro de Oliveira Lima (www.jeanpiaget.com.br), empenhada em conduzir para o futuro a Escola “A Chave do Tamanho”, sediado no Rio de Janeiro, tendo na área administrativa a participação de sua filha Fabiana Elisabeth Santos de Oliveira Lima (farmacêutica), Giovana Maria Lima de Oliveira trabalha no serviço público, Adriana Flávia Santos de Oliveira Lima dá assessoria em escolas, Ricardo Jorge Santos de Oliveira Lima e sua esposa, Eloísa Le Maitre de Oliveira Lima, montaram o Dice English Course and Travel (www.dice.com.br), escola de idiomas que utiliza o método psicogenético para o ensino de inglês. Lauro Henrique Santos de Oliveira Lima que além de Conselheiro do Conselho de Educação de Fortaleza (desde 2008), Vice-presidente do FUNDEB de Fortaleza (desde 2008 é conselheiro), Presidente da ACEPEME - Associação Cearense de Pequenas e Médias Escolas pelo terceiro mandato (2001-2003, 2008-2012 e 2012-2016), segundo secretário do SINEPE-CE (mandato até 2016) é proprietário do Colégio Oliveira Lima (www.piaget.com.br), estabelecido em Fortaleza (CE), que adota a metodologia Psicogenética de seu pai e Liliana Cláudia Santos de Oliveira Lima Kreimer participa da administração da Escola "A Chave do Tamanho" no Rio de Janeiro e tem a seu encargo a organização de eventos esporádicos desta Escola.
Autor de mais de trinta obras relacionadas a educação, e depois de ter escrito sobre sua terra (Limoeiro), o Professor Lauro, aos 81 anos (completados nesse 2002) continua a ser, do alto de sua riquíssima e proveitosa experiência, o melhor exemplo de uma máxima cunhada por ele mesmo: “Não se deve transformar a mediocridade em valor de vida”. Acompanhou o Professor Lauro na peregrinação rumo ao topo de sua carreira pública, desde Inspetor Seccional no Estado do Ceará (MEC) até a Diretoria do Ensino Secundário, em Brasília, para onde se mudou com toda a família. Acompanhou seu esposo também nos momentos desesperadores que se seguiram ao Golpe de Estado de 64, quando o mesmo foi exonerado do cargo de Diretor da Diretoria de Ensino Secundário (abril de 1964), acusado de comunista e subversivo pelo regime militar, sendo aposentado compulsoriamente aos 43 anos de idade. Angústias não faltaram.
Fugindo da repressão, o Professor Lauro viaja numa Kombi de Brasília até Fortaleza por estradas inacabadas, ou mesmo por locais sem qualquer estrada. Consegue chegar, mas é preso por três meses, sendo submetido a um rigoroso Inquérito Policial Militar por suas supostas atividades subversivas, tendo sido inocentado por absoluta falta de provas. No entanto, esse mesmo IPM leva a família a ter que se mudar para o Rio de Janeiro, onde os depoimentos eram tomados periodicamente. Empobrecidos ao extremo, os Oliveira Lima mudam-se para a casa de um dos irmãos de Dna. Elisabeth, Amílcar, que administrava uma pequena fábrica de charutos localizada no bairro do Andaraí. Por falta de melhores acomodações, foram colocados num pequeno quarto nos fundos da construção, junto ao depósito de fumo. Suas dimensões eram tão reduzidas que Dona Elisabeth dormia numa cama, com alguns de seus filhos menores trazidos com ela, enquanto seu marido dormia numa rede estendida sobre a mesma. Pela manhã, desmontavam a rede, arrumavam a cama e, enquanto Dona Elisabeth seguia para o trabalho que havia conseguido na FUNABEM (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor), em Realengo, o Professor Lauro sentava-se à cama, com a máquina de escrever sobre os joelhos, para datilografar seu livro “Educar para a Comunidade” e escrever seus artigos. O sustento vinha desses pequenos bicos e do salário ganho no serviço público, mas isso não durou muito, na medida em que, descoberto o parentesco, Dona Elisabeth foi imediatamente demitida da FUNABEM. Persistente, conseguiu pelas suas qualificações o cargo de Diretora de um renomado colégio católico do Rio de Janeiro, mas em bem pouco tempo foi novamente foi demitida, sem nenhuma explicação - o que já explicava tudo.
Corajosa e com o orgulho típico do nordestino, quase nada aceitou de seu pai, Alcides Castro Santos, próspero comerciante de Fortaleza, tendo preferido trazer para junto de si os filhos, alojado-os em condições precárias, mas mantendo a unidade da família e desenvolvendo em todos um senso de realidade que perdura pela vida afora, sendo uma das características marcantes de todos os Oliveira Lima.
Como se diz popularmente, Dona Elisabeth vivia como os rios, que encontram sua maior força no momento da queda, transformando a adversidade em ações objetivas para a solução dos problemas. A família saiu do Andaraí e conseguiu um apartamento em Copacabana, onde todos os filhos encontraram colégio para a continuidade dos estudos, e paulatinamente a ordem se instaurou onde antes só havia o caos. Na retomada da ação rumo a reorganização da vida, é lançado em 1966 o livro “Escola no Futuro”, de autoria do Professor Lauro, que procura oferecer uma orientação para professores de prática de ensino. Desenvolve também o curso de Dinâmica de Grupo, e passa a viajar por todo o país, ministrando treinamentos para organizações, empresas, escolas e grupos interessados em criar equipes voltadas para a produtividade em alta performance. Em 1972, quando Jean Piaget autoriza por escrito o Professor Lauro a utilizar seu nome em uma instituição dedicada a experimentar as teorias desenvolvidas por ele na área de Educação, é criado o Centro Educacional Jean Piaget, no Rio de Janeiro, e uma nova fase se apresenta na vida dessa família que vem lutando pela sobrevivência nas condições mais adversas. Sob o comando de Dona Elisabeth, a escola se fortalece cresce continuamente, tendo sido alvo incessante do interesse da mídia, das universidades e demais instituições relacionadas a Educação pelo caráter inovador do método psicogenético, desenvolvido pelo Professor Lauro de Oliveira Lima e colocado em prática por ela e outros membros da família. A nota desagradável é a constante perseguição dos órgãos de repressão, sempre atentos aos movimentos da família e provocando todo tipo de incômodo, tentando inviabilizar o crescimento de algo que entendiam como sendo contrário aos interesses dos golpistas.
Na sua história de vida, consta ainda o estoicismo com que lutou contra o diabetes e o contínuo agravamento do estado de saúde através dos tempos, em decorrência de doença renal crônica, que a deixou nos últimos anos de vida com apenas parte de um dos rins. A disciplina com que cuidava de sua saúde sempre foi exemplo para todos. Realizada como profissional, esposa, mãe e mulher, restava ainda sua realização como avó, que deu-se rapidamente em virtude do crescimento da família pelos múltiplos casamentos que foram se sucedendo ano após ano. Cuidando da escola, tratava das questões administrativas, mas era constantemente cercada pelos netos e outros alunos, que a tinham na mais alta conta, pelo carinho que devotava a todos eles. Sem perder o senso de direção com relação aos interesses da empresa, e principalmente quanto a importância do trabalho do Professor Lauro, foi a grande mentora do Primeiro Congresso Internacional de Educação Piagetiana e Primeiro Congresso Brasileiro Piagetiano, que aconteceu no ano de 1980, no Hotel Nacional (RJ) e UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Entretanto, pouco antes da data do congresso, morre Jean Piaget, que seria o maior homenageado.
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