COMO O ESPÍRITO VÊ O CORPO APÓS A MORTE ?
A ideia que geralmente se faz dos Espíritos torna a princípio incompreensível o fenômeno das manifestações. Elas não podem ocorrer sem a ação do Espírito sobre a matéria. Por isso, os que consideram o Espírito completamente desprovido de matéria perguntaram, com aparente razão, como o pode agir materialmente. E nisso precisamente está o erro. Porque o Espírito não é uma abstração, mas um ser definido, limitado e circunscrito.
O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, é sob essa forma que os reconhecemos.
Observamo-los anteriormente no momento em que acabavam de deixar a vida. Acham-se perturbados; tudo para eles é conclusão; veem o próprio corpo perfeito ou mutilado, segundo o gênero de morte; por outro lado, veem a si mesmo e se sentem vivos. Alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertencia e não compreendem como possam estar separados. Continuam a se ver em sua forma anterior, e essa visão provoca em alguns, durante certo tempo, uma estranha ilusão: julgam-se ainda vivos. Falta-lhes a experiência desse novo estado para se convencerem da realidade.
Dissipando-se esse primeiro momento de perturbação, o corpo lhes aparece como velha roupa de que se despiram e que não querem mais. Sentem-se mais leves e como livres de um fardo. Não sofrem mais as dores físicas e são felizes de poderem elevar-se e transpor o espaço, como faziam muitas vezes em vida nos seus sonhos. Ao mesmo tempo, apesar da falta do corpo constatam a inteireza da personalidade: tem uma forma que não os constrange nem os embaraça tem a consciência do eu, da individualidade. Que devemos concluir disso? Que a alma não deixa tudo no túmulo mas leva com ela alguma coisa.
Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que trataremos mais tarde, demonstraram a existência no homem de três componentes:
1º) a alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral;
2º) o corpo, invólucro material e grosseiro de que é revestido temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais;
3º) o perispírito, invólucro fluídico, semi-material, que serve de liame entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro que a alma abandona.
O outro envoltório desprende-se e vai com a alma, que dessa maneira tem sempre um instrumento. Este último, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós em seu estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido captá-lo e submetê-lo à análise.
Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, portanto, na própria vida corpórea. É o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo.
Para nos servimos de uma comparação, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento. É, enfim, esse agente misterioso, inapreensível, chamado fluido nervoso, que desempenha tão importante papel na economia orgânica e que ainda não se considera suficientemente nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
Estudo Sobre Espiritismo
O Livro dos Médiuns, Allan kardec
vinhas-de-luz
O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, é sob essa forma que os reconhecemos.
Observamo-los anteriormente no momento em que acabavam de deixar a vida. Acham-se perturbados; tudo para eles é conclusão; veem o próprio corpo perfeito ou mutilado, segundo o gênero de morte; por outro lado, veem a si mesmo e se sentem vivos. Alguma coisa lhes diz que aquele corpo lhes pertencia e não compreendem como possam estar separados. Continuam a se ver em sua forma anterior, e essa visão provoca em alguns, durante certo tempo, uma estranha ilusão: julgam-se ainda vivos. Falta-lhes a experiência desse novo estado para se convencerem da realidade.
Dissipando-se esse primeiro momento de perturbação, o corpo lhes aparece como velha roupa de que se despiram e que não querem mais. Sentem-se mais leves e como livres de um fardo. Não sofrem mais as dores físicas e são felizes de poderem elevar-se e transpor o espaço, como faziam muitas vezes em vida nos seus sonhos. Ao mesmo tempo, apesar da falta do corpo constatam a inteireza da personalidade: tem uma forma que não os constrange nem os embaraça tem a consciência do eu, da individualidade. Que devemos concluir disso? Que a alma não deixa tudo no túmulo mas leva com ela alguma coisa.
Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que trataremos mais tarde, demonstraram a existência no homem de três componentes:
1º) a alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral;
2º) o corpo, invólucro material e grosseiro de que é revestido temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais;
3º) o perispírito, invólucro fluídico, semi-material, que serve de liame entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro que a alma abandona.
O outro envoltório desprende-se e vai com a alma, que dessa maneira tem sempre um instrumento. Este último, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós em seu estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido captá-lo e submetê-lo à análise.
Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, portanto, na própria vida corpórea. É o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo.
Para nos servimos de uma comparação, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento. É, enfim, esse agente misterioso, inapreensível, chamado fluido nervoso, que desempenha tão importante papel na economia orgânica e que ainda não se considera suficientemente nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
Estudo Sobre Espiritismo
O Livro dos Médiuns, Allan kardec
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