Os lugares mágicos e lendários de Umberto Eco
dn.pt - 21/12/2015
O autor de O Nome da Rosa será o intelectual perfeito para tratar de lendas. Afinal, montou uma meticulosa narrativa medieval que planeou com todos os condimentos do romance histórico, e o livro tornou-se um dos melhores exemplos deste género literário. Pode olhar-se para a biblioteca que Umberto Eco inventou para a abadia em que tudo acontece e suspeitar se J.K. Rowling não se inspirou nela para as fantasmagóricas escadas da escola de Hogarts - mesmo que digam que foi a Livraria Lello, no Porto.
Após esse best-seller, Eco tem publicado muitos títulos, alguns deles declaradamente provocadores, como aquele em que analisava os anos 1970 à luz dos romances do agente 007 de Ian Fleming. Em História das Terras e dos Lugares Lendários, as provocações continuam, agora ao nível do imaginário que os habitantes da Terra têm sobre o seu próprio planeta, das suas vivências em sítios dados à fácil criação de mitos, bem como da elaboração de "factos" que sobrevivem a diferentes séculos e mentalidades.
Nestas quase 500 páginas, o pensador que sempre assumiu o gosto por listagens - até escreveu A Vertigem das Listas - dá o gosto ao dedo e leva-nos numa viagem por uma infindável série de terras e lugares lendários. Esta narrativa não pretende tratar de lugares literários fictícios, por exemplo, como a casa da Madame Bovary, nem de outros lugares ficcionais inspirados em lugares reais: "Onde os leitores tentam encontrar vestígios dos livros que amam." O que o autor milanês pretende é isto: "Interessa aqui terras e lugares que, agora ou no passado, criaram quimeras, utopias e ilusões porque muita gente acreditou que realmente existissem ou tivessem existido algures."
Por isso, Umberto Eco define assim a busca da qual resulta este volume: "Há terras e lugares lendários dos mais variados géneros e que têm apenas uma característica em comum: sejam eles dependentes de lendas antiquíssimas cuja origem se perde na noite dos tempos sejam produto de invenções modernas, todos criaram fluxos de crenças." Em poucas palavras, refere o autor, "é da realidade dessas ilusões que este livro trata".
Após esse best-seller, Eco tem publicado muitos títulos, alguns deles declaradamente provocadores, como aquele em que analisava os anos 1970 à luz dos romances do agente 007 de Ian Fleming. Em História das Terras e dos Lugares Lendários, as provocações continuam, agora ao nível do imaginário que os habitantes da Terra têm sobre o seu próprio planeta, das suas vivências em sítios dados à fácil criação de mitos, bem como da elaboração de "factos" que sobrevivem a diferentes séculos e mentalidades.
Nestas quase 500 páginas, o pensador que sempre assumiu o gosto por listagens - até escreveu A Vertigem das Listas - dá o gosto ao dedo e leva-nos numa viagem por uma infindável série de terras e lugares lendários. Esta narrativa não pretende tratar de lugares literários fictícios, por exemplo, como a casa da Madame Bovary, nem de outros lugares ficcionais inspirados em lugares reais: "Onde os leitores tentam encontrar vestígios dos livros que amam." O que o autor milanês pretende é isto: "Interessa aqui terras e lugares que, agora ou no passado, criaram quimeras, utopias e ilusões porque muita gente acreditou que realmente existissem ou tivessem existido algures."
Por isso, Umberto Eco define assim a busca da qual resulta este volume: "Há terras e lugares lendários dos mais variados géneros e que têm apenas uma característica em comum: sejam eles dependentes de lendas antiquíssimas cuja origem se perde na noite dos tempos sejam produto de invenções modernas, todos criaram fluxos de crenças." Em poucas palavras, refere o autor, "é da realidade dessas ilusões que este livro trata".
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