domingo, 5 de junho de 2011

ALGUNS DOS FILHOS ILUSTRES DA CAMPANHA


Lendo um pouco da nossa história, fica a pergunta. Onde estão as nossas lideranças atuais? É chegada a hora de se fazer um investimento maciço na educação e oferecer aos nossos jovens oportunidades de uma boa formação. Jovens, façam a sua parte, se interessando pela nossa rica história.
Filhos Ilustres
Matéria extraída do blog de Giovani Rodrigues. O Campanhense
Escrito por André Luiz Ferreira   
Ter, 17 de Fevereiro de 2009 16:38
CURIOSIDADES CAMPANHENSES

VOCÊ SABIA QUE CAMPANHENSES OCUPARAM CARGOS EM MINISTÉRIOS, NO SENADO, NA CÂMARA FEDERAL, NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA E NOS GOVERNOS DE MINAS E DO PARANÁ?

VOCÊ SABIA QUE UM CAMPANHENSE JÁ FOI VEREADOR E PREFEITO DE SÃO PAULO-SP - UMA DAS MAIORES CIDADES DO MUNDO?


VOCÊ SABIA QUE CAMPANHENSES FUNDARAM AS CIDADES DE DOIS CÓRREGOS E RIBEIRÃO PRETO- NO ESTADO DE SP?
CAMPANHA TAMBÉM RECEBEU COMO PRIMEIRO BISPO DA DIOCESE, UM CAMPANHENSE, DOM FERRÃO.

Campanha serviu de Berço para Vital Brazil e Padre Victor. Ela também é "mãe" de Maria Martins, Ministro Alfredo Valladão, Ministro Américo Lobo, Ministro Rocha Azevedo, José Borges da Costa, entre outros.

Confira quem foram e quais seus feitos pelo país e pelo mundo, aqui no Câmara On-line.


Francisco de Paula Ferreira de Rezende - Ministro do Supremo Tribunal Federal - Vice-Governador de Minas Gerais
Descendente de família portuguesa que havia se estabelecido em Campanha em meados do século XVIII, Francisco de Paula Ferreira de Rezende foi o filho primogênito de uma família pequena ( apenas 02 filhos sobreviventes de um total de 08 irmãos) e muito poderosa na cidade. O sobrado no qual nasceu e viveu durante muitos anos era um dos mais imponentes prédios da Rua Direita ( O Solar dos Ferreiras - antiga Prefeitura -hoje em ruínas).

Após concluir seus estudos primérios e secundários em Campanha, formou-se em Ciências Jurídicas e sociais na Faculdade de Direito de São Paulo (1855). Devido às influências políticas de sua família, logo foi nomeado Promotor Público em Campanha (1856) e Juiz de órfãos do termo de Queluz. Foi Deputado da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (1864-1865).

Com a República, foi nomeado 3o. Vice-Governador de Minas Gerais e também Ministro do Supremo Tribunal Federal. Durante a sua vida, colaborou com diversos jornais de Minas Gerais e escreveu também outros livros, como o "Minhas Recordações", onde narra a sua infância em Campanha MG

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Senador José Bento - Sacerdote, Político, Jornalista e Senador

José Bento Leite Ferreira de Melo nasceu em Campanha (MG), em 6 de janeiro de 1785. Depois de ter feito os primeiros estudos em sua terra natal, animado pela vocação que manifestava pala careira eclesiástica, transferiu-se, o futuro Senador José Bento, segundo Amadeu de Queiroz, para São Paulo, aos vinte e dois anos de idade.

Enquanto fazia os estudos superiores no Convento de Carmo, residiu naquela cidade em casa do Bispo Dom Matheus, seu amigo e protetor. Ordenado sacerdote, em 1809, iniciou trabalhos para conseguir criar a Freguesia no povoado conhecido por Capela do Mandu, desmembrada de Santana do Sapucaí. Com essa criação, foi nomeado Vigário de Vara e em 20 de Fevereiro de 1811, tomou posse do cargo.

Sacerdote, político e jornalista foi também agricultor, além de notável tribuno.

Possuia uma tipografia onde publicou o jornal “Pregoeiro Constitucional”, o primeiro do Sul de Minas e o
qunto de toda a Província.

Foi Deputado Geral, Comendador da Ordem de Cristo e Senador de grande prestígio no Império.

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Barão de Parima - Coronel - delimitou as fronteiras do Brasil com a Bolívia e a Venezuela
Coronel Francisco Xavier Lopes de Araújo ou Barão de Parima (1828-1886), Nasceu em Campanha MG. Formado em Engenharia pela Escola Militar, chegou ao posto de coronel. Dentre suas atividades,destacam-se: o levantamento da Carta do Rio de Janeiro, as demarcações de fronteiras do Brasil, a direção do Observatório Nacional.
Durante o Segundo Reinado eram nomeados para o cargo de Chefe de Comissão de Limites, pelo Ministério das Relações Exteriores, pessoas do mais alto nível e da plena confiança do Governo - quase sempre militares com sólidos conhecimentos geográficos, afeitos à rude vida do campo e das fronteiras. Inúmeros são os exemplos, entre eles, o campanhense Barão de Parima - que delimitou as fronteiras do Brasil com a Bolívia e a Venezuela. 
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Monsenhor José do Patrocínio Lefort (Campanha, 5 de junho de 1914 — 15 de dezembro de 1997) foi um sacerdote brasileiro da Diocese da Campanha MG. Foi historiador, genealogista, Arquivista, heraldista, filateslista, numismata e orquidófilo de reconhecido destaque.
Monsenhor Lefort era filho de Francisco Augusto Lefort e de Palmira Antonieta Alves e descendente do francês François Lefort, que veio para o Brasil em 1855, tendo falecido a 8 de novembro de 1906, na cidade mineira da Campanha.
Realizou todos seus estudos em Campanha, onde sempre residiu. Ordenou-se sacerdote em 5 de dezembro de 1937, em Mariana. Foi professor de grego, latim, francês, álgebra, geografia, corografia e cosmografia no Seminário da Diocese da Campanha e em colégios daquela cidade mineira. Exerceu, por longos anos, o cargo de chanceler do Bispado de Campanha, cujos arquivos organizou e franqueou aos genealogistas de todo o país. Historiador renomado, desde 1939, dedicou-se à pesquisa de fatos históricos e personagens do sul de Minas Gerais.
O seu falecimento abriu enorme lacuna na vida intelectual do Brasil, em especial na História e na Genealogia.
Bibliografia: Dentre as obras de sua autoria, destacam-se as seguintes: Anuário Eclesiástico da Diocese da Campannha (25 volumes -1939/1963); Varginha (1953); O Sul de Minas e as Bandeiras (1963); Descoberta e povoamento do Sul de Minas (1970); A Cidade da Campanha (1970); Padre Vítor -o campanhense trespontano (1989 - 2 edições); Nhá Chica - Francisca de Paula de Jesus Isabel (1989 - 3 edições); A Família Vilela apítulo de "As Três Ilhoas"" , de José Guimarães (1990); Famílias Campanhenses (1995)
Fonte: Enciclopédia Sapo Saber
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Ministro Alfredo de Vilhena Valladão



Jurista, Escritor, Jornalista, Historiador e Ministro (Nasceu em 1873- Faleceu em 1959).


O Ministro Alfredo de Vilhena Valladão, filho do Senador Gomes Valladão e de D. Maria Amália de Vilhena Valladão, nasceu em Campanha (MG) em 11.9.1873. Além de ter sido jornalista desde 1901, foi Professor da Faculdade de Direito de Minas Gerais e da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.  Era Ministro aposentado do Tribunal de Contas da União, cargo que havia exercido de 1916 a 1935, e foi 1º Vice-Presidente do IHGB Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que o homenageou com o título de Grande Benemérito.
Entrou em 1905, como representante do Ministério Público, para o Tribunal de Contas da União, órgão recém-instituído pela Constituição de 1891, a primeira da República, dedicando-se a escrever trabalhos de doutrina sobre os principais temas do Tribunal, formulando as reformas que se faziam necessárias na jurisprudência.
En 1908 fez parte do Congresso Jurídico Brasileiro, sustentando na Seção de Direito Civil a doutrina de unificação do Direito privado.  Na Seção de Direito Comercial manifestou-se contrário à atribuição conferida pela Carta Magna de 1891 aos Estados, de legislarem sobre o Direito Processual.
Jurista de elevada competência, foi nessa área o autor do "Projeto do Código de Águas e da Indústria Hidrelétrica", contando também, entre suas obras, com "Rios Públicos e Particulares", "Direito das Águas" e "Ministério Público". 
Como historiador, publicou "Campanha da Princesa", "Da Aclamação à Maioridade", "Vultos Nacionais" e "Brasil e Chile na Época do Império, Amizade sem Exemplo".

Pelos relevantes serviços prestados ao País, teve seu nome inscrito no Livro do Mérito, tendo recebido a Medalha da Ordem da Inconfidência de Minas Gerais e a de Grande Oficial da Ordem do Mérito do Chile.



Após longa enfermidade, o Ministro Alfredo Valladão faleceu na Casa de Saúde São Sebastião, no bairro carioca do Catete, em 17.11.1959, aos 86 anos de idade.




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Ministro Américo Lobo - Ministro do Supremo Tribunal Federal

Américo Lobo Leite Pereira, filho do professor e comendador Joaquim Lobo Leite Pereira e de Ana Leopoldina Lobo Leite Pereira, nasceu a 28 de junho de 1814 em Campanha MG.
Descendente pelo lado paterno das famílias Lobo Leite Pereira e Coelho Seabra e pelo lado materno das famílias Lopes de Araújo e Toledo Pisa, foi casado com Manoela Urbana de Queiroz Lobo, cujos pais pertenciam às famílias Rezende e Barrios Bueno (o casamento foi realizado em 1864).
Era irmão do notável engenheiro Francisco Lobo Leite Pereira, antigo comandante da Escola Central (hoje Escola Nacional de Engenharia), (anteriormente Escola Politécnica do Rio de janeiro); de Fernando Lobo Leite Pereira (deputado, senador, antigo Ministro das Relações Exteriores e da Justiça e Negócios Interiores do Governo do Marechal Floriano Peixoto, constituinte de 1891 e vice-presidente do Banco do Brasil em 1895, de que foi posteriormente diretor) e de Joaquim Lobo Leite Pereira, médico, propagandista da República, jornalista, etc.

Aos 15 anos de idade perdeu seu pai e assume, como primogênito, a chefia da família. Logo, em seguida, falece sua mãe.
Diz Múcio Leão (Jornal do Brasil de 22.10.1937) “Fernando Lobo, juntamente com seus dois irmãos mais velhos, fez curso secundário no Seminário de São Bento, no Rio de Janeiro”. Entretanto, o Ministro Alfredo Valadão, na sua conferência no Instituto dos Advogados, por ocasião do centenário de nascimento de Américo Lobo, declama “feitas as humanidades na terra natal”.

O estudo da língua latina, cujo perfeito ensino constituía a base de Athenas Sul-Mineira (como era conhecida a Cidade da Campanha - pela sua cultura), abriu sua inteligência lúcida e imaginosa, precocemente revelada, e assim se familiarizou com as Orações de Cícero, as Odes de Horácio, as Bucólicas, as Geórgicas e a Eneida de Virgílio.

Américo Lobo segue para São Paulo, onde se matricula, afinal, na Faculdade de Direito. Faz um curso brilhante. Bacharelou-se em 13 de dezembro de 1862. Quatro meses depois, nomeado Juiz Municipal e de Órfãos de Pouso Alegre (MG). A 30 de setembro de 1865, removido para o Termo de Rio Pardo. Em 1867, pediu demissão do cargo, empolgado que estava pela política, sendo eleito deputado geral pelo 5º Distrito de sua Província natal, fazendo parte das hostes liberais.

Dissolvida a legislatura, voltou para Campanha. Onde instalou sua banca de advogado, transferindo-se em 1870 para a cidade de Leopoldina.
Abraçando a causa republicana, regressou, sem tardança, à política, fez a propaganda da Republica e da Abolição, com toda a força de sua inteligência e do seu espírito combativo.

Proclamou a República, por Decreto de fevereiro de 1890, nomeado governador do Estado do Paraná, em substituição do Dr. Uladislau Herculano de Freitas Guimarães, mas por breve período, seis meses. Exonerou-se a 01 de agosto, para candidatar-se à Constituinte, já atritado com o governo central por haver criado barreiras fiscais entre os Estados do Paraná e Santa Catarina.

Eleito em 15 de setembro, ainda em 1890, foi senador pelo Estado de Minas Gerais, durante três anos.

Os Anais do Senado e a conferência do Ministro Alfredo Valladão, falam como cumpriu o seu mandato. A reforma monetária foi dos muitos projetos apresentados por Américo Lobo, pelo qual o nome da nova moeda seria o “cruzeiro” (Souza Costa, que criou o cruzeiro em 1942, não se esqueceu do nome daquele que o idealizou).

Em Decreto de 15 de outubro de 1894, foi nomeado, e a oito de dezembro tomou posse do cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Pela sua conduta no mais alto Tribunal do país, pelo brilho das sentenças e pelo espírito de justiça, Lúcio de Mendonça comparou-o a Magnaud.

Américo Lobo, não obstante à sua vida intensa, foi apaixonado cultor das letras. Poeta, escreveu mais de uma centena de poemas e sonetos. Traduziu, em alexandrinos a “Evangelina”, o “Canto de Hiawatha” e os “Poemas da Escravidão” de Longfellow; “Tartufo”, de Molière; “O Corvo”, de E. Poe; algumas bucólicas de Virgílio e outras poesias de autores franceses, ingleses, americanos em latinos. Traduziu também as Decisões Constitucionais de Marshall (Presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América do Norte).

De Américo Lobo, disse, ainda Lúcio de Mendonça: “A lei, para ele, não podia ter a rigidez fria de uma régua, sim, mas como um raio solar que fere consolando e esclarecendo, como que adotara por lema a sentença SUMMUM JUS, SUMMA INJURIA, ou como quase se traduzia em verso português: Da vingança é congênere a justiça demasiada justa”.
Em setembro de 1890, Américo Lobo, hábil na retórica, pronunciou em discurso, na cidade de Leopoldina, em frente ao Teatro Alencar, as seguintes palavras antológicas “Minas possui tudo, meus senhores. É de todas as províncias a mais poderosa e a mais rica! Só lhe falta mar. E, creiam, se o mar, além, suspira e geme, é porque está longe de Minas”.

Tinha cinco filhos: José, advogado, poeta, falecido em 03.12.1921; Estevam Lobo Leite Pereira, advogado, deputado federal, Lente da Escola de Direito de Belo Horizonte, escritor, etc., falecido em 13.09.1908; Maíra Elisa, falecida em 13.07.1956; Américo Lobo Leite Pereira Junior, falecido a 19.07.1943 e Antonio Lobo Leite Pereira, inspetor federal do ensino secundário, advogado, conhecedor profundo da matemática, latim e grego e também sânscrito.

Faleceu quando ocupava o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de outubro de 1903. Sucedeu-o, interinamente, Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva, de 28 de julho a 28 de agosto.


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DR. AMÉRICO GOMES RIBEIRO DA LUZ - (AMÉRICO LUZ)
CAMPANHENSE ANTIESCRAVISTA E FUNDADOR DA ESTRADA DE FERRO MUZAMBINHO.
Américo Gomes Ribeiro Luz nasceu em Campanha a 02 de julho de 1854. Era filho do Dr. Antônio Máximo Ribeiro da Luz (Juiz de Direito da Comarca) e Dona Mariana Brandina Gomes Ribeiro da Luz.
Iniciou seu curso de humanidades em São João Del Rei no colégio do professor Luiz Dalle, terminando-o no ateneu Fluminense. Formou em medicina ano de 1879. Clinicou de início em Três Corações durante dois anos, indo para Muzambinho em 1881.
No exercício da profissão mostrou-se dedicado e competente, deixando por onde passava, atos de filantropia. Dotado de grande personalidade e grande magnetismo pessoal,  foi político respeitado, habilidoso, generoso e humano.
Logo após sua chegada a Muzambinho casou-se com Hortência Coimbra da Luz, filha do Cel. Cesário Coimbra, chefe político local. (Aqui ocorre um fato interessante pois 03 de seus irmãos também se casam com 03 filhas do  Cel.   Cesário Coimbra).
Dr. Américo Luz, ganhou projeção como um apaixonado lutador antiescravista tendo esta bandeira lhe proporcionado simpatizante e muitos antipatizantes como proporciona sempre toda luta pela liberdade.
Em 12 de maio de 1881, foi feita uma reunião na Câmara de Vereadores de Muzambinho  liderada  por  Américo  Luz  com  o objetivo de alforriar (libertar) os escravos. Em 1887 juntamente com o Dr. Carlos de Miranda Jordão e Cel Francisco Navarro de Morais Salles fundaram a Estrada de Ferro Muzambinho. Em 1913 transferiu-se para Juiz de Fora onde exerceu o cargo de Diretor Presidente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, cargo este que ocupou até o dia de sua morte em 17 de novembro de 1927.
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Álvaro Gomes da Rocha Azevedo

Advogado, Vereador e Prefeito de São Paulo/SP. Ministro Tribunal de Contas e Deputado Federal

Nasceu em Campanha, em 26 de janeiro de 1864 e faleceu em São Paulo, 30 de outubro de 1942).

Exerceu os cargos de Deputado Federal, Vereador e Prefeito de São Paulo (de 16 de agosto de 1919 a 15 de janeiro de 1920).

Foi também intendente da comarca de Mococa e Ministro do Tribunal de Contas.



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JOSÉ BORGES DA COSTA - UM DOS FUNDADORES DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - SP
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JOSÉ ALVES MIRA - FUNDADOR DA CIDADE DE DOIS CÓRREGOS - SP
 José Alves Mira nasceu em 1808, natural de Campanha, em Minas Gerais, de onde saiu com seu seu pequeno comboio de Ouro Fino em direção ao centro-oeste de São Paulo em busca de novas terras.
Junto com ele, veio seu irmão Luiz Mira e seu filho mais velho, João Alves de Mira e Mello. Traziam mantimentos, principalmente, sal e toucinho, além das ferramentas e as armas para proteção pessoal. Um aspecto curioso desses comboios é que havia burros com dois enormes jacás presos em seus lombos, aonde vinham às crianças e os idosos.
José Alves Mira chegou ao distrito de Brotas por volta de 1846. Nessa época os comboios já contavam com trilhas batidas para caminhar. Os mapas indicavam o planalto ocidental paulista em grande parte, como "zona desconhecida", quando sequer Bauru existia. Desse modo, José Alves Mira sabia que aqui teria terras disponíveis e certamente chegou informado sobre as condições da região. Passando pelo povoado de Brotas, seguiu até atingir as terras da Queixada, um dos bairros do futuro município de Dois Córregos, instalando-se nas imediações.
As condições de vida da região e a fundação da capela de "Dois Córregos"
Sendo os primeiros habitantes de nossa região provenientes do Sul de minas, podemos afirmar que os costumes mineiros prevaleciam. Desse modo, a criação de gado, gênero suíno e a fabricação de queijo eram atividades indispensáveis, sem contar a plantação de arroz, feijão, café, fumo, milho e algodão.
As mulheres, desde meninas, tinham de aprender a manejar o tear, não apenas na preparação do enxoval, mas para vestir os membros da família. Colhia-se o algodão para que a roupa fosse feita, a coloração era dada a partir da tinta anil vinda dos distantes centros de comércio, das sementes vermelhas do urucum à disposição, além do branco natural, quase sempre alvejado com a utilização do anil em contato com a água. Mas se a circunstância exigisse a cor preta do luto, o próprio carvão vegetal solucionaria o problema.
A chegada de novos comboios (mineiros em busca das terras periféricas) e o conseqüente aumento da população tornou necessário a construção de uma capela, principalmente porque a capela de Brotas ficava muito distante, tendo nada menos que o rio Jacaré - Pepira e a serra de Brotas como obstáculo. Conforme depoimentos, José Alves Mira soltou um carro de boi carregado de madeiras, na descida da estrada do Prata, acima da margem direita do rio do Quinca, com a condição de construir a capela no local onde o carro de boi parasse. O carro de boi parou atrás do local onde hoje se ergue a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo. E em 4 de Fevereiro de 1856 foi inaugurada a capela, feita de barro e coberta de sapé. Foram, depois, esquadrados os quarteirões para o início da povoação urbana.
Em 1856 José Alves Mira e Mariano Lopes, proprietários da Fazenda Rio do Peixe, resolveram doar vinte alqueires de terra da mencionada fazenda sob a invocação de Divino Espírito Santo, onde se constituiria no local a cidade de Dois Córregos.
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 Vital Brazil Mineiro da Campanha
Médico, herpetólogo e higienista brasileiro nascido em Campanha, Minas Gerais, um dos maiores nomes da história da pesquisa médica no Brasil e o descobridor do soro antiofídico.

O seu estranho nome foi criado por seu pai, José Manoel dos Santos Pereira Júnior, que resolveu colocar em cada um dos seus oito filhos um nome diferente como vingança contra sua própria família, com a qual estava brigado. Assim seu nome foi composto com Vital, o nome do santo do dia, Brazil, que na época se escrevia com z, Mineiro de Minas Gerais, e Campanha, cidade natal no sul de Minas. Sua mãe, D. Mariana Carolina Pereira de Magalhães era prima de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Passou a infância nas cidades mineiras de Campanha, Itajubá e Caldas, trabalhando desde os 9 anos para ajudar a família. Com 15 anos foi para S. Paulo com a família, onde passou o resto da sua juventude entre o trabalho e os estudos preparatórios para cursar Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, então única escola de medicina no sul do país. Assim, com 21 anos ele foi para o Rio, onde trabalhou como escrevente da polícia e professor, para sustentar-se e custear seus estudos na Faculdade.

Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1891), indo inicialmente clinicar em Botucatu, interior de São Paulo. Após um período em Paris, iniciou as campanhas (1892) contra a febre amarela, a cólera e a peste bubônica, no Estado de São Paulo.

Preparou os primeiros soros comprovadamente eficazes contra os venenos dos crótalos e das cobras do gênero Bothrops, no Instituto Bacteriológico de São Paulo (1898). Após sua criação por Adolfo Lutz, assumiu a direção do Instituto Soroterápico (1899) que originaria a fundação do Instituto Butantã (1905), onde começou a pesquisar um tipo de soro antiofídico. Na época empreendeu dois tipos de campanha, uma trocava doses de soro por mais cobras vivas para fabricar mais soro e a outra era de esclarecimento da população rural sobre quais as cobras venenosas e as não.

Foi à Europa estudar no Instituto Pasteur, visitou diversos países e voltou ao Brasil (1914). Foi no Congresso Científico Pan-Americano (1915), que teve oportunidade de aplicar seu soro, no Bronx.

Mudando-se para Niterói, RJ, fundou o Instituto de Higiene, Soroterapia e Veterinária (1919), para preparo de soros e vacinas, hoje Instituto Vital Brasil. Viúvo (1913), casou-se novamente (1920) com Dinah Carneiro Vianna.

Voltou a dirigir o Butantã (1924), mas o deixou novamente para reassumir a direção do Vital Brasil (1927), permanecendo ali pelo resto da vida.

Dentre suas obras escritas destacaram-se: O ofidismo no Brasil (1906) e A defesa contra o ofidismo (1911), versão francesa 1914).
Participando de campanhas contra epidemias, contraiu peste bubônica e febre amarela e morreu em 8 de maio (1950), no Rio de Janeiro, aos 85 anos, ainda na direção do Instituto Vital Brazil.

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Maria Martins

A campanhense Maria de Lourdes Alves, conhecida como Maria Martins (1900-73). filha de João Luiz Alves, jurista, literato e político que aqui iniciou sua carreira é, ainda hoje, a maior escultora brasileira conhecida internacionalmente. Maria Martins casou-se ainda muito moça, com o escritor, historiador e ensaísta, Otávio Tarquínio de Souza. Depois casou-se com Carlos Martins, nosso Embaixador em Bruxelas, Paris, Tóquio e nos Estados Unidos.

Maria Martins sempre o acompanhou em suas viagens. Na Ásia, ela colheu enormes conhecimentos daquele continente. Visitou a China quando começou a abrir as portas para o mundo, chegando a entrevistar Mao-Tsé-Tung. Suas viagens lhe renderam um livro – Ásia Maior, mas sua grande importância foi no campo da escultura. Em viagens pela Europa e Estados Unidos, desenvolveu sua técnica em bronze, conheceu André Breton criador do Manifesto Surrealista e tornou-se amiga do artista Marcel Duchamp, posteriormente seu amante, que chegou a realizar trabalhos em sua homenagem e utilizou-a como modelo.

As obras de Maria Martins fazem parte do acervo artístico do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), Museu de Arte Moderna em São Paulo (MAM), Paço das Artes da USP; também encontram-se trabalhos no Rio de Janeiro e na França. Uma boa parte de seu acervo pertence a colecionadores particulares. Como disse o crítico de arte Mário Pedrosa, as suas obras de caráter surrealista têm profundas raízes no barroco brasileiro.

A casa onde nasceu Maria Martins está localizada à Praça Dom Ferrão da Campanha e conserva algumas características da arquitetura colonial.
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Padre Victor

Padre Victor nasceu em Campanha - MG, no dia 12 de abril de 1827 e foi batizado aos 20 de abril do mesmo ano, pelo Pe. Antônio Manoel Teixeira. Era filho da escrava Lourença Maria de Jesus. Sua madrinha de batismo foi a senhora Marianna Bárbara Ferreira.

Dom Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana - MG, visitou Campanha - MG no ano de 1848. O alfaiate Victor procurou Dom Viçoso nesta ocasião, manifestando-lhe o desejo de ser padre. O Bispo o recebeu com grande alegria. Dirigiu-se da cidade de Campanha - MG ao Seminário de Mariana - MG, tendo sido aceito em 05 de junho de 1849. O bispo Dom Viçoso o apoiava e estimava, chegando a proclamar as virtudes deste jovem. Ordenado em 14 de junho de 1851, permaneceu em Campanha - MG, como coadjutor, de 17 de agosto de 1851 até 13 de junho de 1852, vindo para Três Pontas - MG em 14 de junho do mesmo ano, como Vigário Encomendado.

Logo que assumiu seus trabalhos na paróquia, visitava doentes, amparava os inválidos, zelava pela infância desvalida, atendia a população em suas necessidades. A sua dedicação, as suas virtudes o fizeram admirado por todos, pois assumiu a direção da paróquia com zelo e carinho, desta maneira colocando-se acima de todas as críticas. Procurou catequizar e instruir o seu povo, chegando a criar a escola “Sagrada Família”, com uma organização perfeita. Por ele passaram brasileiros de grande projeção social: Dom João de Almeida Ferrão, primeiro bispo de Campanha - MG; o Cônego José Maria Rabello, que foi o coadjutor de Padre Victor. Padre Victor fez de muitos filhos de famílias humildes homens de cultura que passaram a viver da inteligência, nas mais variadas profissões.

Padre Victor pregou, pelo exemplo, a fé, a esperança, a fortaleza, a prudência, a justiça, a obediência, a castidade, a temperança, a humildade, o temor a Deus e, sobretudo, a caridade. Amava a Deus na pessoa do seu semelhante, de modo especial nos mais pobres. Os paroquianos, em suas necessidades recorriam a ele. Era bom, porém enérgico. “Padre Victor vivia de esmolas e dava esmolas”.

Paroquiou Três Pontas - MG, por cinqüenta e três (53) anos. Faleceu no dia 23 de setembro de 1905. A notícia abalou a cidade e toda a região que já o venerava. A população chorou a morte de seu líder, de seu protetor, do mensageiro entre Deus e os homens. Ficou insepulto três dias e de seu corpo exalava perfume. Em vista do grande número de pessoas que compareceram ao sepultamento, foi necessário fazer uma procissão pelas ruas da cidade, voltando novamente à Matriz, por ele construída e onde foi enterrado.
Em processo de Beatificação no Vaticano.
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José Pedro Xavier da Veiga - Jornalista, Senador e o precursor nos estudos sobre jornalismo em Minas 
     
José Pedro Xavier da Veiga foi um dos grandes intelectuais mineiros do século 19, um jornalista de destaque, um importante historiador e político. Além disso, foi o precursor nos estudos sobre jornalismo nas Minas Gerais. Sua monografia  “A imprensa de Minas Gerais 1807-1897” (In: Revista do Arquivo Público Mineiro, Ano III, 1898. pp. 169-249) foi o primeiro trabalho sobre jornalismo produzido no Estado. Ele era de uma família de grande tradição na política, na imprensa e na cultura. Um exemplo disso foi seu tio Evaristo da Veiga, o redator da Aurora Fluminense, que contribui bastante para a abdicação de D. Pedro I, fundador do Jornal  Aurora Fluminense, no Rio de Janeiro, uma referência do jornalismo brasileiro no século 19.
No dia 13 de abril de 1846, nasceu José Pedro Xavier da Veiga, em Campanha, nas Minas Gerais. Edilane Maria de Almeida Carneiro e Marta Eloísa Melgaço Neves descrevem bem a história dele na introdução da obra prima de Xavier da Veiga, Efemérides mineiras, reeditada em 1998, pela Fundação João Pinheiro.
Até os 10 anos, ele não freqüentou a escola, por ter saúde muito frágil. Mas seu pai o alfabetizou, e o convívio com a família culta, que participava muito da vida política, o incentivou a tornar-se intelectual e militante.
Aos 11 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, trabalhando por cinco anos na livraria de seu tio João Pedro. Com 12 anos, apesar da pouca idade, participou da fundação da Sociedade de Ensaios Literários, e na revista da entidade publicaria seus primeiros textos. Na primeira edição da revista, em 1863, ele trazia o artigo "Estrela do Sul (Província de Minas)", defendendo a bandeira de sua família, ou seja, a criação de uma nova província no sul das Minas.
Em 1867, Xavier da Veiga foi para São Paulo cursar a Faculdade de Direito. Lá teve a oportunidade de conviver com pessoas que influenciariam a história das Minas e do Brasil, como Silviano Brandão, Afonso Pena, Feliciano Pena e Crispim Jacques Bias Fortes. No entanto, por problemas pulmonares, teve que retornar a Campanha antes de terminar o curso.

De 1870 a 1878, foi escrivão dos Órfãos, em Lavras, onde estabeleceu um cartório e passou a militar no Partido Conservador. Ele seria uma das lideranças conservadoras da província (depois estado), elegendo-se em vários pleitos como deputado estadual e uma vez senador, e se destacaria defendendo questões nobres como a educação pública e a abolição da escravatura.
Xavier da Veiga dedicou boa parte de sua carreira política à defesa da educação pública. Em 1872, quando ainda era escrivão em Lavras, fundou a Sociedade Propagadora da Instrução. "Pautando-se sempre pela defesa da instrução pública e ampliando seu enfoque para além das propostas de ensino primário, propôs em anos posteriores a criação de cadeiras noturnas e de escolas de ensino profissional e agrícola." (Introdução de Carneiro e Neves, in Veiga, 1998, p. 23). Sua última luta política foi contra a mudança da capital das Minas, de Ouro Preto. Quando foi administrar o Arquivo Público Mineiro, largou a vida política.

Em 1878, Xavier da Veiga mudou-se para Ouro Preto e comprou, com Pedro Maria da Silva Brandão, uma tipografia. No ano seguinte os sócios lançavam o jornal A Província de Minas, que se apresentava como órgão do Partido Conservador. No primeiro número a publicação explicava que tinha como objetivo defender os conservadores de "injustiças cruéis" e "perseguições revoltantes". O jornal circulou até novembro de 1889, quando ocorreu a proclamação da República.


Mineiro importante

A partir de 27 de novembro de 1889, Xavier da Veiga passou a publicar o jornal A Ordem, "inaugurando um novo propósito: demonstrar a necessidade de que o novo regime republicano fosse aceito pacificamente em Minas Gerais" (Introdução de Carneiro e Neves, in Veiga, 1998, p. 20). A publicação circulou até 31 de dezembro de 1892.
Uma grande contribuição de Xavier da Veiga foi criação da Revista do Arquivo Público Mineiro, em 1896. Um ano antes ele havia abandonado sua cadeira de senador para fundar o Arquivo Publico Mineiro. O órgão seguia os princípios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), e tinha como objetivo reunir fontes primárias importantes para a história e geografia das Minas Gerais.
No decreto de criação do Arquivo Público Mineiro estava prevista a criação de uma revista, o que foi feito por Xavier da Veiga. O primeiro número, de 1896, organizado em quatro fascículos, publicou muitas fontes primárias. E, na revista, saíram ensaios de grande importância para a historiografia mineira. O próprio Xavier da Veiga escreveu importantes textos, como "A imprensa em Minas Gerais (1807-1897)", que inaugurou os estudos jornalísticos no estado, e "Minas Gerais e Rio de Janeiro (Questão de Limites)", que ajudou na negociação sobre a fronteira entre os dois estados. Ele trabalhou no APM até morrer e foi responsável pelos cinco primeiros números da revista, que depois ficaria a cargo do também importante jornalista, político e historiador Augusto de Lima.
A monografia de Xavier da Veiga, publicada na Revista do Arquivo Publico, nº 3, de 1898, com o título "A imprensa em Minas Gerais (1807-1897)", faz nascer os estudos sobre jornalismo no estado. Com 80 páginas, o texto faz um relato do primeiro século da imprensa nas Minas, e traz um inventário com as publicações que surgiram nestes 100 anos.

O estudo, até hoje, é utilizado por historiadores e pesquisadores do jornalismo. Ninguém conseguiu superar Xavier da Veiga, sua monografia continua a principal referência sobre a história da imprensa mineira. Surgiram registros e análises de fatos isolados, de jornalistas ou da história do jornalismo em cidades das Minas; mas faltam publicações que tenham um olhar "macro" sobre a memória da imprensa no estado.
Fonte: Observatório da Imprensa – O Precursor dos Estudos do Jornalismo em Minas – Autor do Texto: Jairo Faria Mendes em 3/8/2004
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 DOM JOÃO DE ALMEIDA FERRÃO - 1º BISPO DA DIOCESE DA CAMPANHA MG
 A cidade de Campanha, considerada berço do Sul de Minas, sempre contou com filhos ilustres. Dentre considerado número de diletos filhos, como encontramos noticiado no jornal “Almanach Sul-Mineiro” de 1874, encontramos o Capitão Francisco Ferrão de Almeida Trant, descendente de distinta família de militares, que prestou serviços à causa pública e foi por longos anos um dos escrivães do Juízo, além de protetor e regente da Irmandade das Mercês, à qual era confiada a capela das Mercês, e fiel benfeitor da Igreja das Dores. Com fé forte e confiante, conduziu sua família. Um de seus filhos, João de Almeida Ferrão, foi ordenado e tornou-se o primeiro bispo da Campanha.
          D. Ferrão, nasceu em Campanha a 30 de julho de 1853. Seus estudos primários, na época denominado de “estudos de humanidades”, foram feitos na cidade natal. Depois, em Três Pontas/MG continuou seus estudos sob a Tutela do Servo de Deus Padre Francisco de Paula Victor, o ”Pe. Victor, “o santo de Três Pontas”, homem de grandes virtudes. Seguiu para Mariana onde concluiu essa etapa, sob a direção e os cuidados de D. Viçoso, cuja fama de santidade também é conhecida. O seminarista Ferrão recebeu das mãos do santo Bispo, em maio de 1873, após concluir os estudos de teologia do Seminário do Caraça, a tonsura e as ordens menores. Fruto de todo processo formativo, D. Ferrão tinha uma fé robusta e inteligência privilegiada. Recebeu o sub-diaconato em 30 de março de 1875. Foi ordenado diácono por Dom João Antônio dos Santos, o virtuoso Bispo de Diamantina, no dia 24 de junho de 1876 na Catedral de Diamantina e no dia seguinte, 25 de junho de 1876 o presbiterato.
          Pe. João chegou a Campanha em 16 de julho de 1876, cantou sua primeira missa na antiga Matriz no dia 30 de julho, dia de seu aniversário natalício. Foi capelão da Igreja das Dores, Provedor e Diretor do Ginásio São Luís Gonzaga (Campanha) permanecendo em Campanha até 1886, depois foi pároco de Machadinho (hoje Poço Fundo/MG) até sua transferência para a Diocese de São Paulo. Em São Paulo, sob o convite de D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho foi professor de Filosofia e de Teologia Dogmática no Seminário de São Paulo, e Pároco de Carmo da Escaramuça (atual Paraguaçu/MG) que então pertencia àquela diocese. Neste período ele seguiu para Europa, junto com D. Silvério Gomes Pimenta, bispo de Mariana, tendo percorrido a França, a Itália, a Espanha, o Egito até chegar à Terra Santa. Regressando a Campanha, seguiu em 1897 para ser professor de Francês no Ginásio Normal de Três Pontas, até 1898 quando foi nomeado Vigário de Varginha.
          Em agosto de 1901, chamado por D. João Baptista Correa Nery, seguiu para Pouso Alegre/MG, onde foi professor de Direito Canônico e de Moral no Seminário de Pouso Alegre, Prelado Doméstico de Sua Santidade o Papa Leão XIII (07-10-1903), Conselheiro Diocesano (28-02-1904), Protonotário Apostólico de Pio X (27-08-1905), Cônego Catedrático e Arcipreste do cabido de Pouso Alegre (18-03-1907) e Vigário Geral de Pouso Alegre em 28 de outubro de 1901. S. Excia era Conde da Santa Sé e Assistente ao Sólio Pontifício.
          Desde o final do século XIX cogitava-se a criação de uma diocese no Sul de Minas Gerais, o que acabou se concretizando em 1901 com a fundação da Diocese de Pouso Alegre. No entanto, a cidade de Pouso Alegre não era a única a postular receber a sede de um bispado. Campanha, mesmo porque como já afirmamos, sendo o “berço” do Sul de Minas também através de seus tantos diletos e influentes filhos, buscaram para a terra natal, tão ilustre presente e graça de Deus. Isto exigiu esforço de muitos campanhenses, de forma singular e aprofundado o indispensável e incansável empenho do então Monsenhor Ferrão, Vigário Geral de D. Nery, para a fundação e ereção da Sé da Campanha, que ao ser criada teve como Administrador Apostólico D. Nery e em 29 de abril de 1909, nomeado por Sua Santidade o Papa Pio X, São Pio X, o Monsenhor João de Almeida Ferrão, para ser “príncipe da Igreja”, servidor do Senhor, Pai e Pastor, um Bispo zeloso.
          Mons. Ferrão foi preconizado Bispo Diocesano da Campanha a 27 de abril de 1909 e sagrado bispo por S. Emª. Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, cardeal do Rio de Janeiro, auxiliado por Dom Nery (agora bispo de Campinas/SP) e de Dom Antônio Assis (então bispo de Pouso Alegre/MG), a 12 de setembro de 1909 em uma solene cerimônia na Igreja Matriz de Campanha, agora elevada à Igreja Mãe da Diocese da Campanha, Catedral do bispado. O lema de seu Brasão episcopal foi “Dominus Fortitudo Nostra” - O Senhor é Nossa Fortaleza (Salmo 42,2).
          Tomando posse da Diocese, logo fundou o Seminário de Nossa Senhora das Dores, o Ginásio Diocesano São João, organizou as Paróquias da Diocese, seus colégios e escolas, suas Associações Religiosas, além de trazer inúmeras congregações religiosas para a Diocese. Dom Ferrão visitou inúmeras vezes a Diocese, e por alguns anos o fez sobre um cavalo. Suas visitas seguiam o Ritual oficial das Visitas Pastorais dos Bispos, seguindo todo cerimonial e pompa. Com muito cuidado e organização, constituiu vultosas quantias tanto em dinheiro, quanto em patrimônio para a sobrevivência da Diocese e manutenção do Seminário. Por alguns anos prestou bons serviços a Dom Epaminondas, no bispado de Taubaté, onde efetuou muitas ordenações religiosas e diocesanas.
          D. Ferrão dispensou sempre profundo respeito e amizade sincera aos seus filhos espirituais, desde os empregados mais humildes, bem como para com seus seminaristas que “eram a pupila de seus olhos paternais”, até os velhos sacerdotes que o ajudavam no múnus pastoral.
          Com 83 anos de vida, faleceu em Campanha na noite de Natal (24 para 25 de dezembro de 1935). “Mal soaram as badaladas que anunciavam a meia-noite santa, o grande Bispo estremeceu uns instantes e, entre as orações dos que o cercavam, entrega a sua alma cândida ao Senhor” (assim anunciava ao Clero e aos Fiéis a infausta notícia, o bispo Coadjutor Dom Inocêncio).

15 comentários:

  1. Nilton Messias de São Paulo comentando:
    Nota 10 para seu blog! Você mencionou campanhenses fundadores de cidades paulistas. Vou conferir, mas acho que Franca, São Carlos também são campanhenses os seus 'fundadores'. Aí em Campanha existe INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO. No site deles e nos jornais, revistas e livros, que todos os IHGs publicam periodicamente, costumam ser abundantes os textos com essas temáticas. Mas seu blog está excelente! Campanha, por incrível que pareça não tira partido desse potencial cultural que só ela possui! São poucas as cidades no Brasil importantes como Campanha! Vocês poderiam usufruir economicamente dessa riqueza cultural!

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    1. Caro leitor Nilton Massias, sua participação muito nos honra. É provável que algumas cidade na região de Franca, Mococa... tenham tido alguma influência pelo menos de campanhenses, pois esta região bem como todo Sul e Sudoeste de Minas era Campanha.Infelismente nosso IHG está praticamente desativado, o que é lamentável, e o senhor tem razão quando fala que nós não sabemos tirar proveito da nossa história. Não sabemos mesmo. A partir de agora é que vou tentar realizar algo através deste blog. Conto com o senhor, bem como com todos que tiverem ao menos uma sugestão para nos dar. Grato.

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  2. Vanda Nogueira de Campinas posta o seguinte comentário: Não só as publicações do IHG de Campanha (que ainda não tive o prazer de conhecer, de ler nenhuma!), mas publicações de outros IHGs, notadamente, da região Sudeste, não só Minas, mas Rio e São Paulo, tanto das capitais como do interior publicam muito sobre a rica história de Campanha. Campanha precisa se relacionar mais com outras cidades. o isolamento de Campanha é algo que salta aos olhos! Era para Campanha ser uma cidade extremamente conhecida, divulgada, mas só em determinados meios se tem acesso a essas "ricas informações culturais campanenses"! Cabe a Campanha e aos campanhenses esse papel! E esse blog está de parabéns pela iniciativa de colocar Campanha na vitrine! Deveriam divulgar todas as páginas oficiais que Campanha possui da área cultural na internet! É um conteúdo de interesse de todo o Brasil!

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  3. Dimas Azevedo Serra (ES): Mto interessante a iniciativa do seu blog! Campanha é mm mto impte e não é fácil encontrar informações sb ela na net! Que sua iniciativa seja copiada por muitos e as valiosas informações sb a cidade cheguem aos milhõs de internautas. Vcs só têm a ganhar com isso! Vida longa ao blog!

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  4. Zé Milton seu blog está mara! Está bombando! É o blog dos blogs! Parabéns!

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  5. O blog está 10! Uma deliciosa viagem por Campanha, a nossa cidade mãe! É parada obrigatória para todos sulmineiros! Parabéns! Edson Silva Três Corações

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  6. Parabéns José Milton! Campanha precisava de um meio de comunicação como esse! Só vc mm! Há tto por fazer em Campanha e ninguém faz! E assim aqui nos manifestamos! Conceição Andrade

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  7. "Lendo um pouco da nossa história, fica a pergunta. Onde estão as nossas lideranças atuais? É chegada a hora de se fazer um investimento maciço na educação e oferecer aos nossos jovens oportunidades de uma boa formação. Jovens, façam a sua parte, se interessando pela nossa rica história."
    ACHEI ESPETACULAR ISSO! SOU PROFESSORA APOSENTADA, ESTUDEI EM CAMPANHA E NÃO ME CONFORMO DE VER CAMPANHA COMO ESTÁ: DESCUIDADA, ABANDONADA, DESCAREDITADA!
    CAMPANHA PRECISA VOLTAR A SER A CAMPANHA!
    Maria do Carmo Gouvea,SP.

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  8. Sou Bruno, acadêmico, calouro de jornalismo, na Unicamp e estou impressionado com a importância de Campanha, a cidade-mãe do Sul de Minas e escandalizado com o fato de saber que em Campanha não existe um Museu da Imprensa. Que absurdo! Não posso acreditar! LEIA ISSO:
    http://mais.uol.com.br/view/m0yiwic42nfl/imprensa-e-poltica-no-sul-de-minas-a-defesa-do-liberalismo-0402983462C8890346?types=A&

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    1. Caro Bruno, boa noite.É um prazer te-lo como leitor. O link abaixo tem que ser divulgado. É muito interessante. Grato.

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  9. CAMPANHA PRECISA ETERNIZAR A SUA IMPORTÂNCIA EM DEZENAS DE MUSEUS, COMO A GURIZADA DE AGORA VAI SABER DE TODA ESSA HISTÓRIA? A HISTÓRIA DO BRASIL PASSA POR CAMPANHA! VCS JÁ SACARAM ISSO? BRUNO! VIAJO PARA AÍ NESSE FIM DE SEMANA!

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  10. Parabéns ao blog! Parabéns por mostrar ISTO É CAMPANHA! Campanha precisa acordar e depois agir! Que esse blog consiga despertar Campanha. É inexplicável como uma cidade com um potencial cultural desses, podendo gerar emprego e renda a partir da cultura nada faz! Se o poder público não faz, a sociedade deve se organizar e tomar frente, fazer! Bete Ribeiro de Rezende de Varginha

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  11. Eu sou campanhense e sei muito pouco sobre a cidade, FALTA EDUCAÇÃO! É NECESSÁRIO QUE ENSINEM TUDO ISSO, TODA ESSA IMPORTÂNCIA DE CAMPANHA PARA OS ALUNOS NAS ESCOLAS! Rodrigo Moura

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  12. CAMPANHA PRECISA, URGENTEMENTE, DIMINUIR O ÍNDICE DE FESTAS, BEBIDAS E DROGAS E AUMENTAR O ÍNDICE DE EDUCAÇÃO! VÂNIA CARVALHO!

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  13. Parabéns José Milton.
    Temos que juntar forças para continuar divulgando nossa História. Quando divulguei pela primeira vez este texto "Filhos Ilustres" da Campanha - no site da Câmara Municipal, foi o link mais acessado em 2009. Confira:

    http://www.camaracampanha.mg.gov.br/site/filhos-ilustres.html

    Atualmente nosso site tem colaborado e muito com a propagação da História. O Site da Câmara tem sido referência para estudantes da Rede Municipal de Ensino e inclusive outras pessoas que adoram a história de Campanha. Que bom que veio acrescentar em mais um espaço para divulgação. Quanto mais espaços de divulgação tivermos, mais será o "Nome de Campanha" que será exaltado.

    André Luiz Ferreira
    http://www.camaracampanha.mg.gov.br/

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