segunda-feira, 27 de abril de 2015

O PATRONO, VITAL BRAZIL MINEIRO DA CAMPANHA. O SESQUICENTENÁRIO

História do Cientista Vital Brazil
O Patrono da Escola Estadual Vital Brasil.
Vital Brazil Mineiro da Campanha nasceu em 28 de abril de 1865, em Campanha, Minas Gerais, e faleceu em 8 de 
maio de 1950, na capital carioca. É considerado um dos grandes nomes na história da ciência. Médico e sanitarista, 
Vital Brazil foi um dos primeiros pesquisadores de toxinologia nas Américas e de medicina experimental no Brasil.
Na virada dos séculos XIX e XX, liderou frentes de combate a diversas epidemias que eclodiram no país, como a febre 
amarela, cólera, varíola e peste bubônica. As pesquisas assinadas por ele são pioneiras na produção dos soros 
específicos contra venenos de animais peçonhentos (serpentes, escorpiões e aranhas). Até hoje, salvam milhares de 
vidas. Tais pesquisas romperam paradigmas e contribuíram à inovação de conceitos e práticas nas ciências médicas 
e biológicas. Nenhum outro método de neutralização da peçonha é mais eficaz do que o criado por Vital Brazil, em 1894.

Em 1917, quando recebeu a patente do soro antiofídico, decidiu imediatamente doá-la ao governo brasileiro. 
Preocupava-se principalmente com a Saúde Pública. Dentre os numerosos e determinantes legados deixados por ele, destacam-se a criação do Instituto Butantan (fundado oficialmente em 1901, em São Paulo) e do Instituto Vital Brazil 
(fundado em 1919, em Niterói). Ambas instituições tornaram-se referenciais de excelência na formação de 
pesquisadores,na produção de medicamentos e na divulgação e popularização das ciências no país.

O cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha é o primeiro filho de
 José Manuel dos Santos Pereira Junior (1837-1931) 
de Mariana Carolina Pereira de Magalhães (1845-1913). Depois dele, vieram mais seis irmãs e um irmão. Vital Brazil 
viveu num período revolucionário: entre 1865 e 1950, a humanidade por profundas mudanças: invenções, virada do 
Século XX, Brasil republicano, era Getúlio Vargas, desenvolvimento da ciência, II Guerra Mundial, etc.

O interior mineiro foi pano de fundo da infância de Vital Brazil. O processo de crescimento num lugar distante da Corte e 
de centros urbanos contribuiu para que Vital Brazil focasse, futuramente, na realidade rural. A formação escolar se deu 
em um período que ocorreram mudanças significativas nos métodos de ensino vigentes, sobretudo, pela influência do 
rânsito regular, pelo país, de educadores e missionários protestantes. Estudou na cidade de Caldas sob a orientação 
de um mestre presbiteriano. Em épocas ainda imperiais e escravistas, os genes e valores mineiros de liberdade 
certamente colaboraram para moldar no menino Vital muitas de suas características, como uma das mais 
 referenciadas: a autonomia tanto no pensar, quanto no agir. 
Em 1880, aos 15 anos de idade, mudou-se com sua família para São Paulo, cidade em que conseguiu alcançar 
muitos de seus anseios. Após completar os estudos preparatórios, Vital Brazil foi ao Rio de Janeiro, Corte do Império Brasileiro, onde cursou a Faculdade de Medicina, de 1886 a 1891. Logo após sua formatura, em que defendeu a tese
 “Funções do Baço”, em janeiro de 1892, retornou para São Paulo, onde se casou com sua prima em segundo grau, 
Maria da Conceição Philipina de Magalhães. Maria da Conceição morreu em março de 1913 e deixou ao viúvo Vital 
 Brazil nove filhos.

Vital Brazil contraiu febre amarela em dois momentos. Na segunda vez, em 1893, estava em missão sanitária no 
interior de São Paulo, na cidade de Belém do Descalvado. Sua esposa e sua mãe, apreensivas com os constantes
 riscos que Vital enfrentava nos combates às epidemias, convenceram-no a aceitar o convite para clinicar em Botucatu. 
Na época, aquela era a mais próspera localidade da região do centro-oeste paulista. Em 1º de julho de 1897, Vital 
 Brazil ingressa no Instituto Bacteriológico, instituição que viu ser fundada em 1892, quando já trabalhava para o 
Serviço Sanitário de São Paulo. Por pouco mais de dois anos, a partir desta data, integrou a pequena equipe de 
 médicos que atuava sob a orientação de Adolfo Lutz (1855-1940). Após diagnosticar, combater e contrair a peste 
bubônica na cidade de Santos, entre outubro e novembro de 1899, Vital Brazil retorna ao trabalho no Instituto 
Bacteriológico. Em dezembro deste mesmo ano, inicia a adaptação de um velho rancho na então distante Fazenda 
Butantan, situada a 9 km da capital paulista, com a responsabilidade de montar e organizar ali um laboratório que 
servisse à produção de soro antipestoso. Nesta época, Vital Brazil já possuía estudos avançados sobre o problema 
do ofidismo e tratamento soroterápico.
Vital Brazil fundou e dirigiu o Instituto Butantan por 20 anos, de 1899 a 1919, e foi convidado pelo Governo do Estado 
de São Paulo a retornar à direção desta instituição, por mais 4 anos, em 1924. Criou, cofundou e colaborou com 
diversas revistas científicas, como a Revista Médica de São Paulo, e escreveu dois livros: A Defesa contra o 
Ophidismo, em 1911, reeditado e ampliado em 1914, somente em francês, e Memória Histórica do Instituto Butantan
em 1941. Publicou dezenas de artigos científicos, em diferentes línguas e periódicos. Por meio de alguns testemunhos e citações de cientistas e eminentes personalidades mundiais pode-se chegar a uma avaliação, mesmo que breve, 
sobre a contribuição de Vital Brazil para a Ciência e para a Medicina, assim como sobre o papel que desempenhou 
na História. 

Aos 54 anos de idade, em 1919, viúvo há seis anos, Vital Brazil já havia alcançado reconhecimento mundial pelo 
conjunto da obra acerca da soroterapia específica aplicada aos envenenamentos por animais peçonhentos. Além 
disso, havia contribuído enormemente a diversos campos ligados à saúde pública do país. Casou-se novamente, 
em 1920, com Dinah Carneiro Vianna(1895-1975), e desta união nasceram mais nove filhos. Simultaneamente, Vital 
Brazil já ganhava netos dos filhos do primeiro casamento. Desta forma, constituiu uma grande família. O cientista 
faleceu de uremia (concentração abusiva de ureia no sangue) no início da manhã do dia 8 de maio de 1950, em sua 
residência, no Rio de Janeiro.

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