terça-feira, 14 de maio de 2013

APARECIDA CUNHA.

A matéria abaixo, foi publicada na última edição do Folha Campanha. Nesta merecida homenagem à dona Aparecida Cunha, todas as mães, sintam-se homenageadas.


APARECIDA CUNHA

“Para algumas pessoas, envelhecer é apenas mais tempo para deixar uma marca”






Maria Aparecida Pelegrineti Cunha nasceu em Monsenhor Paulo, em 27 de maio de 1923, filha de Luís Antonio da Cunha, um comerciante que chegou a ser Juiz de Paz e de Jesualda Pelegrineti Cunha, uma linda mulher, filha de imigrantes italianos. Logo na primeira infância, duas irreparáveis perdas haveriam de marcar profundamente sua vida. A prematura morte de seu irmãozinho Lázaro, ainda bebê, tornando-a desde então, filha única. Este fato fez com que desejasse, ao se casar, ter muitos filhos. A segunda e de muito maior amplitude, foi aos oito aninhos, quando se viu órfã da mãe. O sentimento foi tão profundo que aí desejou ardentemente viver por muitos e muitos anos, porque lhe parecia absurda a ideia de deixar órfãos os seus filhos. 

Foi então educada no internato do Colégio Notre Dame de Sion, recebendo a coroação de professora com brilhantismo e honra ao mérito. Após concluir a formação curricular, ainda permaneceu por mais um ano no colégio, aprimorando-se como mademoiselle. Falava francês com elegância e desenvoltura. Cultivou as relações de amizade desse tempo, por muitos anos, comparecendo a todos os encontros de turma realizados quase que anualmente. Era entusiasta defensora daquele colégio e foi uma das que mais sofreria quando de seu fechamento.

Passou a assinar Maria Aparecida Cunha Tavares quando, aos 3 de junho de 1947, casou-se com Belmiro Tavares, filho de Domingos Tavares, imigrante português e de Ana Cândida Pereira de família originária de São Gonçalo de Sapucaí.

Com ele teve 7 filhos. A cada gestação, uma nova emoção e a alegria de ser mãe. Amor verdadeiramente incondicional. Apaixonada pelo milagre da vida! Com que abnegação, dedicação e intensidade viveu cada instante da vida de suas 5 meninas (Glycia, Gladys, Sandra, Jesualda e Maria Antônia) e 2 meninos (Belmiro e Luiz Fernando). 

E foi acolhendo os netos (12) e bisnetos (4) com a mesma amorosidade e cuidado. Quanto maior a família, mais feliz. Dizia sempre que sua vontade seria, a exemplo dos índios, viver cercada de pequenas ocas, com seus filhos e netos por perto.

Como outras poucas mulheres de sua época, profissionalizou-se trabalhando nos Correios. Foi uma das precursoras do movimento da independência feminina, da difícil tarefa de conciliar as responsabilidades do trabalho profissional e do lar, com uma prole tão grande. 

Enfrentava os desafios, lia e estudava muito e se destacava nos concursos internos. Foi chefe de seção não se intimidando diante do ainda universo machista vigente à época. Estava à frente, defendia suas opiniões e caracterizava-se pela facilidade de comunicação. Escrevia muito bem. Falava com propriedade. Discursava com eloquência. 

Era divertida. Suas gargalhadas ainda ecoam. Os colegas de trabalho eram grandes amigos. Eram compadres. Quantas histórias!

Grande desportista torcia pelas seleções brasileiras em campo com muito entusiasmo. Lia os jornais, discutia política. Sempre com posicionamentos a favor de justiça, disciplina, educação e respeito.

A aposentadoria chegou e a vida foi se incumbindo das novas adaptações. Às tempestades e à bonança. Férias na praia com a família. Festas cheias de gente. Natal, Réveillon, Carnaval, Páscoa! A mesa farta. O barulho das conversas na cozinha e das algazarras dos netos.

A viuvez trouxe um novo ciclo. Dura realidade. Terceira idade.

Doenças e cuidados. Um lento retorno a si mesma. O mutismo da dor. A borboleta voltou para o casulo, inaugurando a fase da mulher outonal. 

Mas ainda há vida. Ainda há o carinho no olhar, o amor expresso no sorriso das chegadas. Ainda há lágrimas nas despedidas. Anda há sentimentos e gentilezas nas poucas palavras balbuciadas.

Ainda, o sorriso diante da carinha de uma criança. 

Ainda ama e é amada. Ainda beija, ainda abraça. Ainda comemora. 

90 anos de história! 



Depoimentos sobre Aparecida Cunha

“Silêncio... calada! Ela é Maria ... Sagrada no nome, nos gestos e atitudes. Em tudo ‘A parecida’ com a Mãe de Deus!” (Leonardo Lima).



“Nossa amizade começou, quando fizemos juntas o cursinho para postalista dos Correios. Quanta honra para mim ser escolhida para madrinha do Luiz Fernando. Que saudades do tempo da Toloco no Samba, a bordar os collants e do bolo de fubá que o Luiz Dario apreciava tomando café com o Belmiro. Não conheci ninguém que redigisse melhor. Sempre que precisava escrever cartões de bodas, casamentos e formaturas, recorria a seus dotes” (Selma Fonseca Dias).



“Na magia da vida,não sabemos em que ponto da nossa existência seremos plenos.

D.Aparecida alcançou a plenitude nos aspectos mais pungentes da alma humana,em sua caminhada firme e serena. Em um único ser, força, persistência, resignação, AMOR.

Conviver com ela é um presente dos céus” (Anna Emília Nogueira Veiga).



 “Amizade, na vida, é um porto seguro. Aparecida é para mim esse porto, onde todas as minhas alegrias e tristezas foram depositadas. Parabéns pelos 90 anos!” (Neusa Casadei).







 


Um comentário:

  1. Zé Milton , mto obrigado por esta homenagem.Sómente vc dotado de sensibilidade e sabedoria, sabe valorizar as coisas boas da vida...gde abraço, Belmiro

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