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Leia e tire suas conclusões.
07/02/2016 - Copyleft
A crise na previdência é forjada!
Em tese de Doutorado, pesquisadora denuncia a farsa da crise da Previdência no Brasil
forjada pelo governo com apoio da imprensa.
Com argumentos insofismáveis, Denise Gentil destroça os mitos oficiais que encobrem
a realidade da Previdência Social no Brasil. Em primeiro lugar, uma gigantesca farsa
contábil transforma em déficit o superávit do sistema previdenciário, que atingiu a cifra de
R$ 1,2 bilhões em 2006, segundo a economista.
O superávit da Seguridade Social – que abrange a Saúde, a Assistência Social e a Previdência
O superávit da Seguridade Social – que abrange a Saúde, a Assistência Social e a Previdência
– foi significativamente maior: R$ 72,2 bilhões. No entanto, boa parte desse excedente vem
sendo desviada para cobrir outras despesas, especialmente de ordem financeira – condena
a professora e pesquisadora do Instituto de Economia da UFRJ, pelo qual concluiu sua tese
de doutorado “A falsa crise da Seguridade Social no Brasil: uma análise financeira do período
1990 – 2005” (clique e leia a tese na íntegra).
Nesta entrevista ao Jornal da UFRJ, ela ainda explica por que considera insuficiente o
novo cálculo para o sistema proposto pelo governo e mostra que, subjacente ao debate
sobre a Previdência, se desenrola um combate entre concepções distintas de
desenvolvimento econômico-social.
Jornal da UFRJ: A ideia de crise do sistema previdenciário faz parte do pensamento
Nesta entrevista ao Jornal da UFRJ, ela ainda explica por que considera insuficiente o
novo cálculo para o sistema proposto pelo governo e mostra que, subjacente ao debate
sobre a Previdência, se desenrola um combate entre concepções distintas de
desenvolvimento econômico-social.
Jornal da UFRJ: A ideia de crise do sistema previdenciário faz parte do pensamento
econômico hegemônico desde as últimas décadas do século passado. Como essa concepção
se difundiu e quais as suas origens?
Denise Gentil: A ideia de falência dos sistemas previdenciários públicos e os ataques às
Denise Gentil: A ideia de falência dos sistemas previdenciários públicos e os ataques às
instituições do welfarestate (Estado de Bem- Estar Social) tornaram-se dominantes em
meados dos anos 1970 e foram reforçadas com a crise econômica dos anos 1980. O
pensamento liberal-conservador ganhou terreno no meio político e no meio acadêmico.
A questão central para as sociedades ocidentais deixou de ser o desenvolvimento econômico
e a distribuição da renda, proporcionados pela intervenção do Estado, para se converter no
combate à inflação e na defesa da ampla soberania dos mercados e dos interesses individuais
sobre os interesses coletivos. Um sistema de seguridade social que fosse universal, solidário
e baseado em princípios redistributivistas conflitava com essa nova visão de mundo. O
principal argumento para modificar a arquitetura dos sistemas estatais de proteção social,
construídos num período de crescimento do pós-guerra, foi o dos custos crescentes dos
sistemas previdenciários, os quais decorreriam, principalmente, de uma dramática trajetória
demográfica de envelhecimento da população. A partir de então, um problema que é
puramente de origem sócio-econômica foi reduzido a um mero problema demográfico,
diante do qual não há solução possível a não ser o corte de direitos, redução do valor dos
benefícios e elevação de impostos. Essas idéias foram amplamente difundidas para a
periferia do capitalismo e reformas privatizantes foram implantadas em vários países da
América Latina.
Jornal da UFRJ: No Brasil, a concepção de crise financeira da Previdência vem sendo
Jornal da UFRJ: No Brasil, a concepção de crise financeira da Previdência vem sendo
propagada insistentemente há mais de 15 anos. Os dados que você levantou em suas
pesquisas contradizem as estatísticas do governo. Primeiramente, explique o artifício
contábil que distorce os cálculos oficiais.
Denise Gentil: Tenho defendido a idéia de que o cálculo do déficit previdenciário não
Denise Gentil: Tenho defendido a idéia de que o cálculo do déficit previdenciário não
está correto, porque não se baseia nos preceitos da Constituição Federal de 1988, que
estabelece o arcabouço jurídico do sistema de Seguridade Social. O cálculo do resultado
previdenciário leva em consideração apenas a receita de contribuição ao Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS) que incide sobre a folha de pagamento, diminuindo dessa
receita o valor dos benefícios pagos aos trabalhadores. O resultado dá em déficit. Essa,
no entanto, é uma equação simplificadora da questão. Há outras fontes de receita da
Previdência que não são computadas nesse cálculo, como a Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social), a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido),
a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a receita de concursos
de prognósticos. Isso está expressamente garantido no artigo 195 da Constituição e
acintosamente não é levado em consideração.
Jornal da UFRJ: A que números você chegou em sua pesquisa?
Denise Gentil: Fiz um levantamento da situação financeira do período 1990-2006. De
Jornal da UFRJ: A que números você chegou em sua pesquisa?
Denise Gentil: Fiz um levantamento da situação financeira do período 1990-2006. De
acordo com o fluxo de caixa do INSS, há superávit operacional ao longo de vários anos. Em
2006, para citar o ano mais recente, esse superávit foi de R$ 1,2 bilhões.
O superávit da Seguridade Social, que abrange o conjunto da Saúde, da Assistência Social
O superávit da Seguridade Social, que abrange o conjunto da Saúde, da Assistência Social
e da Previdência, é muito maior. Em 2006, o excedente de recursos do orçamento da
Seguridade alcançou a cifra de R$ 72,2 bilhões.
Uma parte desses recursos, cerca de R$ 38 bilhões, foi desvinculada da Seguridade para
Uma parte desses recursos, cerca de R$ 38 bilhões, foi desvinculada da Seguridade para
além do limite de 20% permitido pela DRU (Desvinculação das Receitas da União).
Há um grande excedente de recursos no orçamento da Seguridade Social que é desviado
Há um grande excedente de recursos no orçamento da Seguridade Social que é desviado
para outros gastos. Esse tema é polêmico e tem sido muito debatido ultimamente. Há uma
vertente, a mais veiculada na mídia, de interpretação desses dados que ignora a existência
de um orçamento da Seguridade Social e trata o orçamento público como uma equação que
envolve apenas receita, despesa e superávit primário. Não haveria, assim, a menor diferença
se os recursos do superávit vêm do orçamento da Seguridade Social ou de outra fonte
qualquer do orçamento.
Interessa apenas o resultado fiscal, isto é, o quanto foi economizado para pagar despesas
Interessa apenas o resultado fiscal, isto é, o quanto foi economizado para pagar despesas
financeiras com juros e amortização da dívida pública.
Por isso o debate torna-se acirrado. De um lado, estão os que advogam a redução dos gastos
Por isso o debate torna-se acirrado. De um lado, estão os que advogam a redução dos gastos
financeiros, via redução mais acelerada da taxa de juros, para liberar recursos para a
realização do investimento público necessário ao crescimento. Do outro, estão os
defensores do corte lento e milimétrico da taxa de juros e de reformas para reduzir gastos
com benefícios previdenciários e assistenciais. Na verdade, o que está em debate são as
diferentes visões de sociedade, de desenvolvimento econômico e de valores sociais.
Jornal da UFRJ: Há uma confusão entre as noções de Previdência e de Seguridade Social
Jornal da UFRJ: Há uma confusão entre as noções de Previdência e de Seguridade Social
que dificulta a compreensão dessa questão. Isso é proposital?
Denise Gentil: Há uma grande dose de desconhecimento no debate, mas há também os
Denise Gentil: Há uma grande dose de desconhecimento no debate, mas há também os
que propositadamente buscam a interpretação mais conveniente. A Previdência é parte
integrante do sistema mais amplo de Seguridade Social.
É parte fundamental do sistema de proteção social erguido pela Constituição de 1988, um
É parte fundamental do sistema de proteção social erguido pela Constituição de 1988, um
dos maiores avanços na conquista da cidadania, ao dar à população acesso a serviços
públicos essenciais. Esse conjunto de políticas sociais se transformou no mais importante
esforço de construção de uma sociedade menos desigual, associado à política de elevação do
salário mínimo. A visão dominante do debate dos dias de hoje, entretanto, frequentemente
isola a Previdência do conjunto das políticas sociais, reduzindo-a a um problema fiscal
localizado cujo suposto déficit desestabiliza o orçamento geral. Conforme argumentei antes,
esse déficit não existe, contabilmente é uma farsa ou, no mínimo, um erro de interpretação
dos dispositivos constitucionais.
Entretanto, ainda que tal déficit existisse, a sociedade, através do Estado, decidiu amparar
Entretanto, ainda que tal déficit existisse, a sociedade, através do Estado, decidiu amparar
as pessoas na velhice, no desemprego, na doença, na invalidez por acidente de trabalho,
na maternidade, enfim, cabe ao Estado proteger aqueles que estão inviabilizados, definitiva
ou temporariamente, para o trabalho e que perdem a possibilidade de obter renda. São
direitos conferidos aos cidadãos de uma sociedade mais evoluída, que entendeu que o
mercado excluirá a todos nessas circunstâncias.
Jornal da UFRJ: E são recursos que retornam para a economia?
Denise Gentil: É da mais alta relevância entender que a Previdência é muito mais que
Jornal da UFRJ: E são recursos que retornam para a economia?
Denise Gentil: É da mais alta relevância entender que a Previdência é muito mais que
uma transferência de renda a necessitados. Ela é um gasto autônomo, quer dizer, é uma
transferência que se converte integralmente em consumo de alimentos, de serviços, de
produtos essenciais e que, portanto, retorna das mãos dos beneficiários para o mercado,
dinamizando a produção, estimulando o emprego e multiplicando a renda. Os benefícios
previdenciários têm um papel importantíssimo para alavancar a economia. O baixo
crescimento econômico de menos de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), do ano de 2006,
seria ainda menor se não fossem as exportações e os gastos do governo, principalmente
com Previdência, que isoladamente representa quase 8% do PIB.
Jornal da UFRJ: De acordo com a Constituição, quais são exatamente as fontes que
Jornal da UFRJ: De acordo com a Constituição, quais são exatamente as fontes que
devem financiar a Seguridade Social?
Denise Gentil: A seguridade é financiada por contribuições ao INSS de trabalhadores
Denise Gentil: A seguridade é financiada por contribuições ao INSS de trabalhadores
empregados, autônomos e dos empregadores; pela Cofins, que incide sobre o faturamento
das empresas; pela CSLL, pela CPMF (que ficou conhecida como o imposto sobre o cheque)
e pela receita de loterias. O sistema de seguridade possui uma diversificada fonte de
financiamento. É exatamente por isso que se tornou um sistema financeiramente
sustentável, inclusive nos momentos de baixo crescimento, porque além da massa salarial,
o lucro e o faturamento são também fontes de arrecadação de receitas. Com isso, o sistema
se tornou menos vulnerável ao ciclo econômico. Por outro lado, a diversificação de receitas,
com a inclusão da taxação do lucro e do faturamento, permitiu maior progressividade na
tributação, transferindo renda de pessoas com mais alto poder aquisitivo para as de menor.
Jornal da UFRJ: Além dessas contribuições, o governo pode lançar mão do orçamento
Jornal da UFRJ: Além dessas contribuições, o governo pode lançar mão do orçamento
da União para cobrir necessidades da Seguridade Social?
Denise Gentil: É exatamente isso que diz a Constituição. As contribuições sociais não
Denise Gentil: É exatamente isso que diz a Constituição. As contribuições sociais não
são a única fonte de custeio da Seguridade. Se for necessário, os recursos também virão
de dotações orçamentárias da União. Ironicamente tem ocorrido o inverso. O orçamento
da Seguridade é que tem custeado o orçamento fiscal.
Jornal da UFRJ: O governo não executa o orçamento à parte para a Seguridade Social,
Jornal da UFRJ: O governo não executa o orçamento à parte para a Seguridade Social,
como prevê a Constituição, incorporando-a ao orçamento geral da União. Essa é uma forma
de desviar recursos da área social para pagar outras despesas?
Denise Gentil: A Constituição determina que sejam elaborados três orçamentos: o
Denise Gentil: A Constituição determina que sejam elaborados três orçamentos: o
orçamento fiscal, o orçamento da Seguridade Social e o orçamento de investimentos das
estatais. O que ocorre é que, na prática da execução orçamentária, o governo apresenta não
três, mas um único orçamento chamando de “Orçamento Fiscal e da Seguridade Social”,
no qual consolida todas as receitas e despesas, unificando o resultado. Com isso, fica difícil
perceber a transferência de receitas do orçamento da Seguridade Social para financiar gastos
do orçamento fiscal. Esse é o mecanismo de geração de superávit primário no orçamento
geral da União. E, por fim, para tornar o quadro ainda mais confuso, isola-se o resultado
previdenciário do resto do orçamento geral para, com esse artifício contábil, mostrar que
é necessário transferir cada vez mais recursos para cobrir o “rombo” da Previdência. Como
a sociedade pode entender o que realmente se passa?
Jornal da UFRJ: Agora, o governo pretende mudar a metodologia imprópria de cálculo
Jornal da UFRJ: Agora, o governo pretende mudar a metodologia imprópria de cálculo
que vinha usando. Essa mudança atenderá completamente ao que prevê a Constituição,
incluindo um orçamento à parte para a Seguridade Social?
Denise Gentil: Não atenderá o que diz a Constituição, porque continuará a haver um
Denise Gentil: Não atenderá o que diz a Constituição, porque continuará a haver um
isolamento da Previdência do resto da Seguridade Social. O governo não pretende fazer um
orçamento da Seguridade. Está propondo um novo cálculo para o resultado fiscal da
Previdência. Mas, aceitar que é preciso mudar o cálculo da Previdência já é um grande
avanço. Incluir a CPMF entre as receitas da seguridade é um reconhecimento importante,
embora muito modesto. Retirar o efeito dos incentivos fiscais sobre as receitas também
ajuda a deixar mais transparente o que se faz com a política previdenciária. O que me
parece inadequado, entretanto, é retirar a aposentadoria rural da despesa com previdência
porque pode, futuramente, resultar em perdas para o trabalhador do campo, se passar a
ser tratada como assistência social, talvez como uma espécie de bolsa. Esse é um campo
onde os benefícios têm menor valor e os direitos sociais ainda não estão suficientemente
consolidados.
Jornal da UFRJ: Como você analisa essa mudança de postura do Governo Federal em
Jornal da UFRJ: Como você analisa essa mudança de postura do Governo Federal em
relação ao cálculo do déficit? Por que isso aconteceu?
Denise Gentil: Acho que ainda não há uma posição consolidada do governo sobre esse
Denise Gentil: Acho que ainda não há uma posição consolidada do governo sobre esse
assunto. Há interpretações diferentes sobre o tema do déficit da Previdência e da
necessidade de reformas. Em alguns segmentos do governo fala-se apenas em choque de
gestão, mas em outras áreas, a reforma da previdência é tratada como inevitável. Depois
que o Fórum da Previdência for instalado, vão começar os debates, as disputas, a atuação
dos lobbies e é impossível prever qual o grau de controle que o governo vai conseguir sobre
seus rumos. Se os movimentos sociais não estiverem bem organizados para pressionarem
na defesa de seus interesses pode haver mais perdas de proteção social, como ocorreu em
reformas anteriores.
Jornal da UFRJ: A previdência pública no Brasil, com seu grau de cobertura e garantia
Jornal da UFRJ: A previdência pública no Brasil, com seu grau de cobertura e garantia
de renda mínima para a população, tem papel importante como instrumento de redução
dos desequilíbrios sociais?
Denise Gentil: Prefiro não superestimar os efeitos da Previdência sobre os desequilíbrios
Denise Gentil: Prefiro não superestimar os efeitos da Previdência sobre os desequilíbrios
sociais. De certa forma, tem-se que admitir que vários estudos mostram o papel dos gastos
previdenciários e assistenciais como mecanismos de redução da miséria e de atenuação
das desigualdades sociais nos últimos quatro anos. Os avanços em termos de grau de
cobertura e de garantia de renda mínimapara a população são significativos. Pela PNAD
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), cerca de 36,4 milhões de pessoas ou 43%
da população ocupada são contribuintes do sistema previdenciário. Esse contingente
cresceu de forma considerável nos últimos anos, embora muito ainda necessita ser feito
para ampliar a cobertura e evita que, no futuro, a pobreza na velhice se torne um problema
dos mais graves. O fato, porém, de a população ter assegurado o piso básico de um salário
mínimo para os benefícios previdenciários é de fundamental importância porque, muito
embora o valor do salário mínimo esteja ainda distante de proporcionar condições dignas
de sobrevivência, a política social de correção do salário mínimo acima da inflação tem
permitido redução da pobreza e atenuado a desigualdade da renda.
Cerca de dois milhões de idosos e deficientes físicos recebem benefícios assistenciais e
Cerca de dois milhões de idosos e deficientes físicos recebem benefícios assistenciais e
524 mil são beneficiários do programa de renda mensal vitalícia. Essas pessoas têm direito
a receber um salário mínimo por mês de forma permanente.
Evidentemente que tudo isso ainda é muito pouco para superar nossa incapacidade
Evidentemente que tudo isso ainda é muito pouco para superar nossa incapacidade
histórica de combater as desigualdades sociais. Políticas muito mais profundas e
abrangentes teriam que ser colocadas em prática, já que a pobreza deriva de uma estrutura
produtiva heterogênea e socialmente fragmentada que precisa ser transformada para que a
distância entre ricos e pobres efetivamente diminua. Além disso, o crescimento econômico
é condição fundamental para a redução da pobreza e, nesse quesito, temos andado muito
mal. Mas a realidade é que a redução das desigualdades sociais recebeu um pouco mais de
prioridade nos últimos anos do que em governos anteriores e alguma evolução pode ser
captada através de certos indicadores.
Jornal da UFRJ: Apesar do superávit que o governo esconde, o sistema previdenciário
Jornal da UFRJ: Apesar do superávit que o governo esconde, o sistema previdenciário
vem perdendo capacidade de arrecadação. Isso se deve a fatores demográficos, como dizem
alguns, ou tem relação mais direta com a política econômica dos últimos anos?
Denise Gentil: A questão fundamental para dar sustentabilidade para um sistema
Denise Gentil: A questão fundamental para dar sustentabilidade para um sistema
previdenciário é o crescimento econômico, porque as variáveis mais importantes de sua
equação financeira são emprego formal e salários. Para que não haja risco do sistema
previdenciário ter um colapso de financiamento é preciso que o país cresça, aumente o
nível de ocupação formal e eleve a renda média no mercado de trabalho para que haja
mobilidade social. Portanto, a política econômica é o principal elemento que tem que entrar
no debate sobre “crise” da Previdência. Não temos um problema demográfico a enfrentar,
mas de política econômica inadequada para promover o crescimento ou a aceleração do
crescimento.
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