A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BOLSA FAMÍLIA:
Os tucanos, democratas e petistas que combateram a pobreza no Brasil
Os tucanos, democratas e petistas que combateram a pobreza no Brasil
Se você pensou em Lula, Fernando Henrique ou
Cristovam Buarque, você está enganado. A ação pioneira nesta área foi de um
político tucano, mas um tucano praticamente desconhecido da maioria das pessoas
e quase nunca lembrado neste debate. Confira abaixo.
1994: CAMPINAS, A PRIMEIRA
EXPERIÊNCIA
Entre 1994 e 1995, o
prefeito de Campinas, José Roberto Magalhães Teixeira (PSDB-SP),
implanta no município o primeiro
programa brasileiro de
transferência condicionada de renda para famílias pobres, condicionando o
recebimento do benefício a ações
sócio-educativas. Os beneficiários deveriam:
(i) residir em Campinas há
pelo menos dois anos;
(ii) manter os filhos na
escola e com bons resultados nos estudos;
(iii) receber os funcionários
da Assistência Social em suas casas periodicamente;
(iv) e freqüentar cursos
profissionalizantes.
Em 12 de janeiro de 1995,
o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) cria oPrograma Comunidade Solidária (MP nº 813/95), com o objetivo coordenar as ações
governamentais voltadas para o
combate à fome e à pobreza.
1995: BOLSA-EDUCAÇÃO, A
EXPERIÊNCIA DE BRASÍLIA
Ao assumir o governo do
Distrito Federal em 1995, Cristovam Buarque (então PT-DF, hoje PDT) implanta
o Programa Bolsa Escola ou Bolsa-Educação (cf. Suplicy; Buarque, 1997), que paga
um salário mínimo a famílias com renda mensal menor que meio salário mínimo per
capita” e “com crianças de 7 a
14 anos de idade”. Os critérios para receber o benefício eram os seguintes:
i) morar no DF por no mínimo
cinco anos.
ii) manter os filhos em
escolas públicas e com a freqüência escolar acima 90%.
iii) no caso de trabalhador
desempregado, é exigido que ele se matricule no Sistema Nacional de Emprego
(SINE) para mostrar que está tentando
encontrar emprego.
[será que essa exigência foi conservada nos governos Lula/Dilma? Favor
me esclarecer. Grato, EG]
1995: O AUXÍLIO FEDERAL
Em junho de 1995, o deputado Nelson
Marchezan (PSDB-RS) apresenta
o Projeto de Lei 667/95, que
“autoriza o
Governo Federal a conceder apoio financeiro ao Distrito Federal e aos municípios
que instituírem programa de garantia de renda mínima associado a ações
sócio-educativas”. O projeto se transforma em Lei em 1997.
Era o terceiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso.
.
1999: GOIÁS: O COMEÇO DA
UNIFICAÇÃO
O governador Marconi Perillo (PSDB-GO) cria o programa Renda Cidadã no estado de Goiás.
A grande
novidade desse programa é o pagamento do benefício por meio de um cartão
magnético (antecipando o formato atual do Bolsa Família), medida que tem como
objetivo proporcionar “a liberdade de escolha dos gêneros alimentícios ao
beneficiário”.
2000: A PROPOSTA DE ACM
Em 14 de dezembro, a Emenda
Constitucional Nº 31, de iniciativa do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL),
cria o Fundo de Combate e
Erradicação da Pobreza, que tem o objetivo de garantir o orçamento federal
para financiar “ações suplementares de nutrição, habitação, educação,
saúde, reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse
social voltados para melhoria da qualidade de vida”.
2000-2001: ESCOLA, ALIMENTAÇÃO
E GÁS: OS TRÊS PILARES:
Em maio de 2000: É aprovado o Projeto de Lei Nº 3136,
do deputado Pedro Pedrossian (PFL),
que institui o Programa Vale Gás, para beneficiar famílias de baixa
renda dom consumo de energia elétrica inferior a 75 kw/mês.
Em abril de 2001: o presidente Fernando Henrique (PSDB) cria o Programa Nacional de Renda Mínima
vinculada à educação - “BOLSA ESCOLA”, financiar os programas
municipais de garantia de renda mínima “associados a ações sócio-educativas”.
O programa mantém as características
e exigências principais: beneficia famílias de baixa renda e que tenham
crianças de 6 a
15 anos de idade, matriculadas no ensino fundamental regular, com freqüência
escolar mínima de 85%.
Em setembro de 2001: o ministro da Saúde José Serra (PSDB) cria
o Programa Nacional de Renda
Mínima vinculado à saúde: “BOLSA ALIMENTAÇÃO”, para promover melhoria nas
condições de saúde e nutrição de gestantes e crianças entre seis meses e seis
anos e meio de idade, de famílias de baixa renda.
2001: CRÍTICAS
Contrariando a posição de outros petistas engajados com programas como o Bolsa Escola e o
Comunidade Solidária, o presidente de honra do Partido dos Trabalhadores dizia:
2002: UMA PROPOSTA DE
UNIFICAÇÃO
Ainda em novembro, o governador
Marconi Perillo (PSDB-GO) se
reúne com o presidente eleito Lula (PT), antes mesmo da
posse, e propõe a unificação dos programas de assistência social, seguindo o
modelo adotado pelo governo tucano de Goiás.
Marconi
Perillo (PSDB) também é responsável pela proposta da
fórmula de financiamento do programa: a União é responsável por 60% dos custos,
os Estados por 30% os municípios por 10%.
2004: A UNIFICAÇÃO DOS PROGRAMAS
Em janeiro, o presidente Lula (PT) lança o Programa BOLSA FAMÍLIA, que unifica os
programas de assistência social pré-existentes, de acordo com o modelo proposto
porMarconi Perilo (PSDB).
Como este resumo mostra, personalidades tão
diferentes como Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Antônio
Carlos Magalhães, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque, Ruth Cardoso, Marconi
Perilo, Pedro Pedrossian e outros contribuíram para a construção do sistema de
assistência social hoje existente.
FAZENDO JUSTIÇA A QUEM
MERECE
Mas também é preciso fazer
justiça a quem merece e dar a devida importância a uma personalidade cuja
imagem tem sido continuamente atacada e aviltada há quinze anos pelo
discurso predominante. Trata-se
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A disputa eleitoral fez com
que os adversários do PSDB
fizessem o máximo possível para atribuir a Fernando Henrique uma má fama que contraria todos os fatos. Acusam o ex-presidente e os milhares de
militantes do PSDB de serem “contra os pobres” ou de “governarem só para os
ricos”.
[É preciso dar nome aos bois: não existe uma entidade abstrata
“disputa eleitoral” que comete essas barbaridades. São pessoas, tais como o
marqueteiro-mór do PT e sua (des)orientada pupila, que, ao menos, deveria saber
um pouco de História para não passar por m****osa.]
A realidade mostra o
contrário. Foi justamente no governo tucano que se construiu e se ampliou toda
a rede de assistência social que hoje ajuda milhões de pessoas. Tanto os programas
de combate direto à fome (como o Comunidade Solidária que foi substituído pelo
Fome Zero) quanto o programa federal de financiamento das bolsas ligadas à
educação foram criados pelos tucanos.
Ao final do governo FHC, o Bolsa Escola atendia 5,5 milhões de
famílias carentes.
O governo do presidente Lula afirma ter elevado este número para 14 milhões. O que isso
significa?
Significa que o governo FHC atendeu 5,5 milhões de família
quando o sistema ainda estava sendo construindo. O governo Lula unificou o
sistema, manteve esse número e aumentou os beneficiários em 7,5 milhões.
A ampliação proporcionada pelo governo Lula é efetivamente um
mérito. Mas o discurso predominante na (milionária) propaganda
governamental distorce os fatos quando apregoa que tudo isso foi obra de apenas
um governo. Como podem acusar de ser “contra os pobres” um presidente (Fernando
Henrique) que atendeu cinco
milhões e quinhentas mil famílias carentes?
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