Como Lula irá destruir o PT: os postes que não
acendem
Em um artigo magnífico publicado nesta terça no GLOBO, o historiador
Marco Antonio Villa faz um breve resumo da trajetória personalista e autoritária
de Lula, mostrando como essa característica pode afundar de vez o Partido dos
Trabalhadores.
Desde os tempos de sindicalista, Lula demonstrava
esse viés narcisista e controlador. Sua enorme vaidade e sua ambição desmedida
fizeram com que fosse usando tudo e todos em prol de seu projeto pessoal de
poder, nada mais. Nunca soube cultivar outras lideranças. Villa escreve de forma
direta:
Lula, com seu estilo
peculiar de fazer política, por onde passou deixou um rastro de destruição. No
sindicalismo acabou sufocando a emergência de autênticas lideranças. Ou elas se
submetiam ao seu comando ou seriam destruídas. E este método foi utilizado
contra adversários no mundo sindical e também aos que se submeteram ao seu jugo
na Central Única dos Trabalhadores. O objetivo era impedir que florescessem
lideranças independentes da sua vontade pessoal. Todos os líderes da CUT
acabaram tendo de aceitar seu comando para sobreviver no mundo sindical,
receberam prebendas e caminharam para o ocaso. Hoje não há na CUT — e em nenhuma
outra central sindical — sindicalista algum com vida
própria.
No Partido dos
Trabalhadores — e que para os padrões partidários brasileiros já tem uma longa
existência —, após três decênios, não há nenhum quadro que possa se transformar
em referência para os petistas. Todos aqueles que se opuseram ao domínio lulista
acabaram tendo de sair do partido ou se sujeitaram a meros
estafetas.
Lula humilhou
diversas lideranças históricas do PT. Quando iniciou o processo de escolher
candidatos sem nenhuma consulta à direção partidária, os chamados “postes”,
transformou o partido em instrumento da sua vontade pessoal, imperial,
absolutista. Não era um meio de renovar lideranças. Não. Era uma estratégia de
impedir que outras lideranças pudessem ter vida própria, o que, para ele, era
inadmissível.
Agora, esses “postes” podem se apagar. Fernando
Haddad é um gigantesco fracasso na Prefeitura de São Paulo, amargurando uma das
piores taxas de aprovação da história. Faz uma gestão que para ser apenas
medíocre teria de melhorar muito. Um “intelectual” incapaz de administrar um
condomínio, mas responsável pela cidade mais importante do país. O resultado
está aí, com trapalhada atrás de trapalhada.
Alexandre Padilha não consegue decolar como
candidato ao governo em parte como efeito dessa desgraça na gestão de Haddad.
Nem o populista programa Mais Médicos ajudou a empurrar sua candidatura, que não
sai do lugar e deverá ficar com menos de 10% dos votos dos
paulistas.
No Rio, Lula bancou pessoalmente a candidatura de
Lindbergh Farias, mesmo passando por cima dos interesses partidários. Foi o que
levou uma ala importante do PMDB a fechar com Aécio Neves, criando a chapa
“Aezão”. Mas o “poste”, mesmo com sua cara de pau pintada, está abaixo de 10%
nas intenções de voto também. Outro que é mais pesado do que um hipopótamo,
incapaz de alçar voos mais altos.
E o maior “poste” de Lula, claro, é Dilma
Rousseff, a primeira “presidenta” do país, levada ao Planalto pelos braços de um
homem, mas ainda assim celebrada pelas feministas bobocas de plantão. Sua gestão
é mais que sofrível: é caótica! O país entrou em recessão, a inflação retornou
com força, os investimentos pararam, a indústria desabou e o clima é de total
desesperança.
Diante de retumbante fracasso, o que faz Lula?
Afasta-se estrategicamente de sua criatura, como se não tivesse nada a ver com
isso. Não vamos esquecer que Lula disse, na campanha de 2010, que Dilma era ele
e ele era Dilma, ambos uma só pessoa. O fracasso de Dilma é seu fracasso, mas o
“Oráculo de São Bernardo”, como espeta Villa, não pode errar, e por isso o
silêncio covarde agora. Villa conclui:
O PT caminha para a
derrota. Mais ainda: caminha para o ocaso. Não conseguirá sobreviver sem estar
no aparelho de Estado. Foram 12 anos se locupletando. A derrota petista — e,
mais ainda, a derrota de Lula — poderá permitir que o país retome seu rumo. E no
futuro os historiadores vão ter muito trabalho para explicar um fato sem
paralelo na nossa história: como o Brasil se submeteu durante tantos anos à
vontade pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva.
Amém! Como disse o empresário Salim Mattar, da
Localiza, em corajosa entrevista recente, “ninguém aguenta mais” o PT, que mais
parece um ajuntamento mafioso do que um partido político. Seus membros aceitaram
se submeter ao comando absoluto de Lula, o líder carismático, o milionário
“homem do povo”, em troca das mamatas garantidas pelo poder. Muitos acreditaram
em seus supostos dons incríveis, seu toque de Midas para iluminar postes e
garantir a perpetuação nas tetas estatais.
Balela! Escrevi no mesmo jornal um artigo comparando a ascensão política de Lula à econômica de
Eike Batista. Ambos foram muito mais levados pela maré chinesa do que qualquer
coisa. O fenômeno político Lula tem mais a ver com a política monetária frouxa
do Fed, o banco central americano, e com o acelerado crescimento chinês, do que
com seus méritos próprios e carisma.
O populista estava na hora certa no lugar certo,
com muito dinheiro para comprar apoio. Achou que era um gênio. Não era. Nunca
foi. Perdeu três eleições seguidas, duas delas no primeiro turno para FHC,
motivo pelo qual jamais perdoou o sociólogo. E agora pode ter jogado a pá de cal
definitiva no PT que fundou, ao destruir qualquer liderança alternativa e
concentrar todas as fichas em seus “postes”, cada vez mais
apagados.
Espero ansiosamente pela oportunidade de
escrever o obituário dessa praga chamada PT que tanto mal espalhou pelo
Brasil…
Rodrigo Constantino
Eu nunca li um artigo que traçasse tão bem o perfil dessa praga cancerosa que tomou o Brasil de assalto. Parabéns Rodrigo Constantino. Eu também espero ler o obtuário dessa praga chamada PT o mais breve possível. Gente que não tem história e se a tem é criminosa, não tem berço, não tem sequer conhecimento político e só conhecem a arte de lesar o nosso Brasil. Ana Maria Nogueira Lemes
ResponderExcluirTivemos a chance de enterrá-lo, mas infelizmente o POLVO o elegeu. O que pouca gente percebe é que o próprio PT, não se intitula mais como Partido dos Trabalhadores e sim O PARTIDO. Para os que não entenderam ainda é SOCIALISMO, onde há apenas um ou O partido.
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