A cada 40 segundos, uma pessoa se AUTODESTRÓI -
por JORGE HESSEN
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 milhão de pessoas se matam por ano em todo o mundo. A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio. Somente no Brasil, quase 30 pessoas se suicidam por dia, e infelizmente os números são crescentes. As maiores incidências são nos países ricos. O leste europeu registra um dos mais altos índices de suicídio proporcionalmente. Países da Ásia, como Coreia do Norte, China e Japão são os recordistas mundiais.
Em 2014, mais de 25 mil pessoas cometeram suicídio no Japão. Isso dá uma média de 70 por dia. A maioria é de homens. O assunto voltou a ter destaque recentemente com o suicídio de um homem de 71 anos, que ateou fogo no corpo dentro de um trem bala. Para o psicólogo Wataru Nishida, da Universidade Temple, em Tóquio, a solidão na velhice é o fator número um que antecede a depressão e o suicídio. Tese que encontra respaldo em John Cacioppo, cientista e professor de psicologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que sugere ser o isolamento um fator impactante para acelerar o extermínio “prematuro” do idoso solitário. Para Cacioppo há fatores de risco em face do sentimento de solidão, dentre os quais estão a interrupção frequente do sono, elevação da pressão arterial, aumento do cortisol (hormônio do estresse), alterações no sistema imunológico e aumento da depressão.
Talvez realmente a solidão seja preocupante enfermidade dos dias de hoje. Mas não são apenas os idosos homens com problemas pessoais que estão tirando suas vidas. O índice vem crescendo rapidamente entre homens jovens, fazendo com que o suicídio seja a principal causa de morte entre os homens japoneses com idades entre 20 e 40 anos. E as evidências apontam que estes jovens estão se matando porque perderam completamente a esperança e são incapazes de pedir ajuda.
Para alguns pesquisadores as causas do suicídio podem estar relacionadas a distúrbios psicossociais, como exclusão, dependência química, desesperança e traumas emocionais. Não raro, o suicídio é tido como consequência da depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, anorexia e desvios de personalidade. E os especialistas procuram responder o que leva o ser humano a desrespeitar o seu instinto de autopreservação.
Sob a tese sociológica, o escritor francês Albert Camus, no seu livro intitulado “O Mito de Sísifo” defende a tese que só existe um problema filosófico realmente grave: o suicídio - Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder a questão de filosofia. Que o confirmem os peculiares escritores Artur Shopenhauer no seu macabro livro “As Dores do Mundo”, que induz o leitor fragilizado ao suicídio, e Friederich Nietzsche, que em “Assim Falava Zaratustra” afirma que orar é vergonhoso. Emille Durkhein, um dos maiores pesquisadores das teses suicidógenas, afirma que a culpa maior para uma pessoa cometer um ato tão extremo, de vencer o próprio instinto de conservação é da sociedade, que é a grande pressionadora para esse ato extremo do homem - é o ser psicológico sendo abatido pelo ser social.
Os Espíritos explicam que o adiamento de uma dívida moral significa reencontrá-la mais tarde com juros somados com cobrança sem moratória. A vida na Terra foi dada como prova e expiação e depende de cada um lutar com unhas e dentes para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas dores com amor. Como explicar o descontentamento da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos? Certamente é resultado da ociosidade, da falta de fé, e também da saciedade. É óbvio que ninguém tem o direito de acabar com a própria vida. O suicídio é uma grave transgressão às leis de Deus.
O suicídio cometido por desgosto da vida é uma brutal estupidez, uma loucura. Ora, por que tais infelizes rebeldes da vida não trabalhavam para o próximo? Com certeza a existência seria menos pesada. Infelizes são os que não têm a coragem de suportar as adversidades da existência. Deus ajuda os que sofrem e não os que carecem de energia e de coragem. As consternações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados. O suicídio é resultado da ociosidade, da falta de fé, e geralmente da saciedade.
JORGE HESSEN
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