RELAÇÕES CÁRMICAS
RELACIONAMENTOS NA NOVA ERA
© Pamela Kribbe 2006
RELAÇÕES
CÁRMICAS
Neste contexto, Eu gostaria de dizer alguma coisa sobre
"relacionamentos cármicos". Com isso, Eu me refiro a relacionamentos entre
pessoas que se conheceram em
outras vidas e que experimentaram emoções
intensas, um em relação ao outro.
A característica de um relacionamento cármico é que os
parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais como culpa, medo,
dependência, ciúme, raiva ou algo do tipo. Devido a essa "carga" de emoções não
resolvidas, eles se sentem atraídos um ao outro em uma outra encarnação. O
objetivo do reencontro é proporcionar uma oportunidade para se resolver o
problema em questão. Isto acontece recriando-se o mesmo problema em um curto
espaço de tempo. Quando eles se conhecem, os "jogadores" cármicos sentem uma
compulsão de estar mais perto um do outro, e
depois de algum tempo, eles
começam a repetir os padrões emocionais dos seus antigos papéis. Então, o palco
está armado para que ambos enfrentem um antigo problema de novo e talvez lidem
com ele de uma forma mais iluminada. O propósito espiritual do reencontro, para
ambos os parceiros, é que eles façam escolhas diferentes das que fizeram naquela
vida passada.
Vou lhes dar um exemplo. Imaginem uma mulher que, numa vida
passada, teve um marido que era muito possessivo e dominador. Ela aceitou isso
durante algum tempo, mas chegou um ponto em que ela decidiu que já era o
bastante e terminou o relacionamento. Um pouco mais tarde, o marido se suicida.
A mulher sente remorsos. Ela acredita que é culpada - será que ela não deveria
ter lhe dado mais uma chance? Ela carrega essa sensação de culpa consigo pelo
resto da sua vida.
Então eles se encontram de novo em uma outra vida. Existe
uma estranha atração entre eles. No começo, o homem é excepcionalmente charmoso
e ela é o centro das atenções dele. Ele a adora. Eles começam um relacionamento.
Desse momento em diante, ele se torna cada vez mais ciumento e possessivo. Ele
suspeita de adultério
por parte dela. Ela fica brava e aborrecida por ser
acusada de algo que ela não fez, mas também sente uma estranha obrigação de ser
tolerante e lhe dar uma outra chance.
"Ele é um homem ferido" - ela pensa -
"e não pode evitar esse medo de ser abandonado. Talvez eu possa ajudá-lo a
superar isso." Ela justifica seu próprio comportamento desta forma, mas na
verdade ela permite que os seus limites pessoais sejam violados. O
relacionamento afeta negativamente a sua auto-estima.
A escolha mais
libertadora para essa mulher seria romper esse relacionamento, nesse instante, e
seguir seu próprio caminho sem sentimentos de culpa. A dor e o medo
que o seu
marido sente não são responsabilidade dela. A dor dele e o sentimento de culpa
dela levam-nos a um relacionamento destrutivo. O relacionamento deles já estava
emocionalmente carregado por causa de uma outra vida. A razão para um novo
encontro é que a mulher deve aprender a deixar as coisas acontecerem sem
sentimentos de culpa, e que o homem deve aprender a se sustentar emocionalmente
por si só.
Então, a única solução verdadeira é romper o
relacionamento. A solução para o carma da mulher é abandonar o seu sentimento de
culpa finalmente. O "erro" que ela cometeu na sua vida passada não foi ter
abandonado o marido, mas ter se sentido responsável pelo suicídio dele. A
partida da sua esposa, nesta vida, faria o marido se confrontar outra vez com a
sua própria dor e medo e lhe ofereceria a oportunidade de encarar suas emoções
em vez de fugir delas. Um encontro carmático pode ser reconhecido pelo fato de
que a outra pessoa imediatamente lhes parece estranhamente familiar. Com muita
freqüência há também uma atração mútua, uma urgência "no ar", que os impulsiona
a estar juntos e descobrir um o outro. Se a
oportunidade estiver disponível,
essa forte atração poderá se transformar num relacionamento amoroso ou numa
intensa paixão. As emoções que vocês experimentam podem ser tão avassaladoras,
que vocês pensam que encontraram a
sua alma gêmea. No entanto, as coisas não
são o que parecem. Sempre haverá problemas em uma relação como essa, que virão à
tona mais cedo ou mais tarde. Geralmente os parceiros acabam se envolvendo num
conflito psicológico, cujos ingredientes principais são poder, controle e
dependência. Desta forma, eles repetem uma tragédia que o seu subconsciente
reconhece de uma vida anterior. Numa vida
passada, eles podem ter sido
amantes, pai e filho, patrão e funcionário, ou algum outro tipo de
relacionamento. Mas sempre eles tocaram uma ferida interna profunda do outro,
através de atos de infidelidade, abuso de poder ou, de um outro lado, uma
afeição muito forte. Houve um encontro emocional profundo entre eles, que
provocou cicatrizes profundas e trauma emocional. É por isso que as forças de
atração, assim como as de repulsão, podem ser tão violentas quando eles se
encontram novamente em uma outra encarnação.
O convite espiritual para todas
as almas que estão enredadas desta forma é que cada um deixe o outro ir e se
torne uma "entidade em si mesma", livre e independente. Relacionamentos
cármicos, como os que acabo de mencionar, quase nunca são duradouros, estáveis e
amorosos. São relacionamentos muito mais destrutivos do que
curadores. Com
muita freqüência, o propósito básico do encontro é que ambos consigam se
desapegar do outro. Isto é algo que não pôde ser feito em uma ou mais vidas
passadas, mas agora existe uma nova oportunidade para que cada um libere o outro
com amor.
Se vocês se encontram em um relacionamento caracterizado por
emoções intensas e que evoca muita dor e tristeza, mas do qual vocês não
conseguem se libertar, por
favor entendam que nada os obriga a ficar com a
outra pessoa. Inclusive, percebam que é muito mais freqüente que as emoções
intensas estejam relacionadas com dor profunda do que com amor mútuo. A energia
do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e
inspiradora.
Não é pesada, cansativa nem trágica. Se um
relacionamento adquire estas características, é hora de abandoná-lo, ao invés de
tentar "trabalhar nele" mais uma vez. Algumas vezes, vocês se convencem de que
precisam ficar juntos porque "compartilham o mesmo carma" e precisam "resolver
algumas questões
juntos". Vocês utilizam a "natureza do carma" como um
argumento para prolongar o
relacionamento, enquanto vocês dois estão
sofrendo
imensamente. Na verdade, vocês estão distorcendo o conceito de carma
aí. Vocês não resolvem um carma juntos: o carma é uma coisa individual. O carma
que está em jogo
em relacionamentos, como os mencionados
anteriormente,
geralmente requer que vocês se desapeguem completamente um do
outro, que vocês se afastem de tais relacionamentos, para que possam
experienciar que vocês são completos em si mesmos. Repito: resolver um carma é
algo que cada um faz sozinho. Uma outra pessoa pode tocar ou disparar algo em
vocês que cria bastante drama entre ambos. Mas a tarefa e o desafio exclusivos
de cada continuam sendo lidar com a sua
própria ferida interna e não com as
questões da outra
pessoa. Cada um tem responsabilidade apenas por si
mesmo.
É importante entender isto, porque esta é uma das principais
armadilhas nos relacionamentos. Vocês não são responsáveis pelo seu parceiro e
ele não é responsável
por vocês. A solução dos seus problemas não está no
comportamento da outra pessoa. Muitas vezes, vocês ficam tão ligados à criança
interior do seu parceiro - à parte
emocionalmente ferida de dentro dele - que
sentem que vocês é que têm que resgatá-la. Ou o seu parceiro pode estar tentando
fazer o mesmo com vocês. Mas isto não vai
funcionar, porque vocês estarão
reforçando a sensação de impotência e o sentimento de vítima da outra pessoa,
quando, em última análise, seria mais proveitoso se vocês
fixassem os limites
e cada um se mantivesse por si mesmo.
Esta é a condição mais importante para
um relacionamento verdadeiramente satisfatório.
Angel Garden
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