13 curiosidades sobre a literatura brasileira que você talvez não saiba
Giuliana Viggiano - Galileu - 03/07/2017
A literatura brasileira é muito apreciada ao redor do mundo, mas o que pouca gente sabe é que existe uma porção de fatos bizarros que permeiam as histórias dos livros e de seus escritores.
A GALILEU listou, com ajuda do autor de História Bizarra da Literatura Brasileira (Editora Planeta, R$ 30), Marcel Verrumo, os fatos mais curiosos — e engraçados — que todo fã de livros vai gostar de saber.
Pero Vaz de Caminha queria trocar sua carta por um favor do rei
A grande carta do “descobrimento” do Brasil não era para ter sido escrita por Pero Vaz de Caminha. Na realidade, o escrivão oficial da frota era Gonçalo Gil Barbosa — que acabou não chegando ao Brasil. Com isso, Caminha escreveu detalhadamente a carta, que foi selecionada por Pedro Álvares Cabral e enviada ao então rei de Portugal, Dom Manuel.
Ao final do documento, havia um pedido para que o genro do escrivão, Jorge de Osório, fosse libertado do exílio por ter roubado uma igreja e ferido um sacerdote. A priori, D. Manoel negou, mas após a morte de Caminha, o governante acabou libertando Osório.
Fac-símile da carta original de Pero Vaz de Caminha (Foto: Wikimedia Commons)Fac-símile da carta original de Pero Vaz de Caminha (Foto: Wikimedia Commons)
Ninguém sabe direito se Gregório de Matos realmente existiu
A data de nascimento do poeta, também conhecido como Boca do Inferno, permanece desconhecida: especialistas a situam entre 1623 e 1636 — data nada precisa. Outro fato é que a biografia do autor tem muitas lacunas, o que gera questionamentos sobre a real existência de Gregório de Matos.
Como se não bastasse, não se sabe o que realmente foi escrito pelo poeta (se é que ele existiu). Isso porque publicações ainda não eram permitidas na Colônia naquela época, logo, seus textos eram transmitidos oralmente. Ninguém sabe se o que restou e foi registrado foi de fato do Boca de Inferno ou de outros autores satíricos e infames da época.
O termo “brochar” veio dos livros de brochura
Os livros eróticos eram impressos em formato brochura, aquele mais mole. Quando lia um desses livros, um sujeito olhou para a encadernação — e talvez para o próprio órgão — e associou o livro mole ao pênis flácido. “Da associação, surgiram a expressão ‘pênis brochado’, ‘homem brocha’ e o verbo ‘brochar’”, conta Marcel Verrumo.
Gonçalves Dias foi a única vítima do naufrágio da embarcação que o trazia de volta ao Brasil
O poeta romântico se via muito doente quando resolveu viajar para a Europa em uma tentativa de se recuperar. Ao chegar na costa da França, foi dada a notícia de que havia um homem morto a bordo e que essa pessoa seria Gonçalves Dias. Foi declarado luto oficial no Brasil e os fãs do autor ficaram muito tristes — até que a verdade foi revelada: ele não estava morto!
Após passar cerca de dois anos em solo europeu, mas não conseguir se curar, o poeta resolveu retornar. Gonçalves Dias passou a maior parte do tempo isolado na viagem, pois estava muito fraco para perambular pela embarcação. O problema é que, quando o navio já estava próximo à costa do Maranhão, um banco de areia surgiu e o barco colidiu. Desesperada para se salvar, a tripulação fugiu afobada e esqueceu Gonçalves Dias, que morreu afogado.
A primeira publicação de uma mulher no Brasil foi só no século 19
Nísia Floresta foi a primeira mulher a ingressar na imprensa brasileira e a ter o nome assinando um livro no Brasil. A autora nasceu no Rio Grande do Norte e já aos 14 anos mostrou a que veio: fugiu da casa do marido e pediu abrigo para os pais, que tiveram que se mudar para Pernambuco.
As obras de Floresta falavam sobre o machismo na sociedade, mas não só isso. Ela também escreveu livros sobre índios e negros de forma empática e humanista, mostrando-os não como heróis, mas como vítimas da exploração colonial. Hoje Nísia Floresta está esquecida, mas teve papel crucial na história como uma das primeiras feministas do país.
Para José de Alencar, a escravidão contribuía para o progresso humano
O consagrado autor brasileiro defendeu a escravidão em uma série de cartas enviadas para o Imperador Dom Pedro 2º. Para ele, o sistema escravocrata ajudava no progresso humano e seu fim culminaria em uma grande crise econômica.
Os documentos históricos, entretanto, foram deixados de lado e acabaram caindo no ostracismo. Outra curiosidade é que as cartas tinham um tom um pouco arrogante, pois José de Alencar acreditava saber mais sobre política economia que o próprio rei.
Olavo Bilac se envolveu no primeiro acidente de carro do Brasil
O poeta parnasiano Olavo Bilac deu um “rolê” no carro de José Patrocínio, jornalista da época que havia comprado um automóvel assim que eles começaram a chegar no país. O problema é que Patrocínio convidou o poeta para dirigir o carro — coisa que obviamente ele não sabia fazer, já que não haviam carros no Brasil.
No meio do passeio, Bilac fez uma curva em “alta” velocidade, 4 km/h, e bateu em uma árvore. Os dois homens saíram ilesos, mas o carro teve perda total.
O assassino de Euclides da Cunha matou também o filho do autor
Ao descobrir que estava sendo traído, Euclides da Cunha saiu de casa determinado a “matar ou morrer”. Encontrou o amante da esposa, Anna, em casa e ambos trocaram tiros: Euclides foi o primeiro a acertar, mas foi Dilermando, o “outro”, que deu o tiro certeiro e matou o autor de Os Sertões.
Anos depois, Euclides da Cunha Filho atentou novamente contra Dilermando que, não querendo matar o filho da amada, tentou fugir, mas como sua vida estava em jogo atirou e matou o filho de Euclides da Cunha. Depois disso, o homem foi julgado — não só pelo júri, mas pela sociedade brasileira —, mas foi absolvido.
Graciliano Ramos foi prefeito e multou o próprio pai
Graciliano Ramos viveu na cidade alagoana de Palmeira dos Índios e foi diretor de uma das escolas da cidade. Após conquistar muita popularidade na região, foi convidado a se candidatar à prefeitura da cidade.
O engraçado é que o autor foi eleito e era muito rígido: criou um código de postura moral com 82 artigos, dentre eles a proibição de dormir ou criar animais na rua. O pai do escritor de Vidas Secas, Sebastião Ramos, na época criava gado em um terreno baldio e acabou sendo multado pela prefeitura.
Guimarães Rosa ajudou a esposa a salvar judeus do Holocausto
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa conheceu Guimarães Rosa na embaixada brasileira em Hamburgo, enquanto ambos trabalhavam lá no fim da década de 1930. Com a ajuda do marido, Aracy bolou um plano para transportar judeus que viviam na Europa nazista para o Brasil — mesmo com o então presidente Getúlio Vargas decretando a ilegalidade do ato.
Guimarães Rosa falsificava passaportes, enquanto a esposa dava um jeito de fazer o chefe assinar a papelada sem perceber que estava libertando parte da população judia. Aracy chegou a salvar quase cem pessoas e, em 1982, teve seu nome gravado no Museu do Holocausto, em Israel.
Carlos Drummond de Andrade achava que a homossexualidade era um desvio
O grande poeta brasileiro declarou mais de uma vez que acreditava que o “homossexualismo” (termo errado, já que o sufixo “ismo” denota doença) era um desvio da sociedade. Para ele, ser gay era coisa de garotos que eram atraídos pela vida noturna e boêmia.
Além disso, Drummond afirmou em entrevista que tinha certa repugnância à homossexualidade, e é até por isso que o tema aparece em apenas um de seus poemas, Rapto, do livro Claro Enigma. O que consola é que ao fim do texto o autor diz que essa é “outra forma de amar no acerbo amor”.
Paulo Coelho e Raul Seixas eram amigos e produziram um álbum juntos
Quando jovem, Paulo Coelho despertou a curiosidade de Raul Seixas que, até então, não era famoso. Se tornaram amigos após o cantor ler um artigo de Coelho sobre ufologia na revista A Pomba e ficar curioso para conhecer o autor do texto. Tempos depois, os dois fizeram um álbum juntos, que foi batizado de Krig-ha, Bandolo!. Raul cantava e Paulo havia escrito algumas canções e feito ilustrações.
O problema se deu em maio de 1974, quando ambos foram presos pela ditadura para “explicarem melhor” do que se tratava o disco. O cantor foi rapidamente liberado, mas o escritor teve de ficar mais tempo contando sobre o processo de criação do álbum, quando relatou que sua namorada, Adalgisa, havia participado da produção dos desenhos.
Após horas de interrogatório, o casal foi liberado, mas logo preso de novo e torturado. Não se sabe ao certo o que ocorreu com Adalgisa e Paulo, mas a situação foi tão conturbada e estressante que os namorados acabaram rompendo depois da prisão.
Rachel de Queiroz apoiou a Ditadura Militar
A jovem Rachel de Queiroz flertava com a esquerda e até se aproximou do Partido Comunista Brasileiro (PCB) durante a década de 1930. Entretanto, quando teve seu livro O quinze criticado pelo partido desiludiu-se e afastou-se da esquerda, o que a fez simpatizar mais com a direita da época.
No início da ditadura, Rachel cedeu sua casa para políticos e intelectuais planejarem o golpe militar. Ela participou pintando folhetos e até se filiando à Aliança Renovadora Nacional (Arena).
Rachel de Queiroz entre os escritores Adonias Filho e Gilberto Freyre (Foto: Wikimedia Commons)Rachel de Queiroz entre os escritores Adonias Filho e Gilberto Freyre (Foto: Wikimedia Commons)
Em 1991, quando participou do programa da TV Cultura Roda Viva, Caio Fernando de Abreu questionou o posicionamento da escritora, ao que ela replicou: “Gostaria de responder a você que nós estamos em um país democrático, eu respeito as suas posições e espero que você respeite as minhas”.
A GALILEU listou, com ajuda do autor de História Bizarra da Literatura Brasileira (Editora Planeta, R$ 30), Marcel Verrumo, os fatos mais curiosos — e engraçados — que todo fã de livros vai gostar de saber.
Pero Vaz de Caminha queria trocar sua carta por um favor do rei
A grande carta do “descobrimento” do Brasil não era para ter sido escrita por Pero Vaz de Caminha. Na realidade, o escrivão oficial da frota era Gonçalo Gil Barbosa — que acabou não chegando ao Brasil. Com isso, Caminha escreveu detalhadamente a carta, que foi selecionada por Pedro Álvares Cabral e enviada ao então rei de Portugal, Dom Manuel.
Ao final do documento, havia um pedido para que o genro do escrivão, Jorge de Osório, fosse libertado do exílio por ter roubado uma igreja e ferido um sacerdote. A priori, D. Manoel negou, mas após a morte de Caminha, o governante acabou libertando Osório.
Fac-símile da carta original de Pero Vaz de Caminha (Foto: Wikimedia Commons)Fac-símile da carta original de Pero Vaz de Caminha (Foto: Wikimedia Commons)
Ninguém sabe direito se Gregório de Matos realmente existiu
A data de nascimento do poeta, também conhecido como Boca do Inferno, permanece desconhecida: especialistas a situam entre 1623 e 1636 — data nada precisa. Outro fato é que a biografia do autor tem muitas lacunas, o que gera questionamentos sobre a real existência de Gregório de Matos.
Como se não bastasse, não se sabe o que realmente foi escrito pelo poeta (se é que ele existiu). Isso porque publicações ainda não eram permitidas na Colônia naquela época, logo, seus textos eram transmitidos oralmente. Ninguém sabe se o que restou e foi registrado foi de fato do Boca de Inferno ou de outros autores satíricos e infames da época.
O termo “brochar” veio dos livros de brochura
Os livros eróticos eram impressos em formato brochura, aquele mais mole. Quando lia um desses livros, um sujeito olhou para a encadernação — e talvez para o próprio órgão — e associou o livro mole ao pênis flácido. “Da associação, surgiram a expressão ‘pênis brochado’, ‘homem brocha’ e o verbo ‘brochar’”, conta Marcel Verrumo.
Gonçalves Dias foi a única vítima do naufrágio da embarcação que o trazia de volta ao Brasil
O poeta romântico se via muito doente quando resolveu viajar para a Europa em uma tentativa de se recuperar. Ao chegar na costa da França, foi dada a notícia de que havia um homem morto a bordo e que essa pessoa seria Gonçalves Dias. Foi declarado luto oficial no Brasil e os fãs do autor ficaram muito tristes — até que a verdade foi revelada: ele não estava morto!
Após passar cerca de dois anos em solo europeu, mas não conseguir se curar, o poeta resolveu retornar. Gonçalves Dias passou a maior parte do tempo isolado na viagem, pois estava muito fraco para perambular pela embarcação. O problema é que, quando o navio já estava próximo à costa do Maranhão, um banco de areia surgiu e o barco colidiu. Desesperada para se salvar, a tripulação fugiu afobada e esqueceu Gonçalves Dias, que morreu afogado.
A primeira publicação de uma mulher no Brasil foi só no século 19
Nísia Floresta foi a primeira mulher a ingressar na imprensa brasileira e a ter o nome assinando um livro no Brasil. A autora nasceu no Rio Grande do Norte e já aos 14 anos mostrou a que veio: fugiu da casa do marido e pediu abrigo para os pais, que tiveram que se mudar para Pernambuco.
As obras de Floresta falavam sobre o machismo na sociedade, mas não só isso. Ela também escreveu livros sobre índios e negros de forma empática e humanista, mostrando-os não como heróis, mas como vítimas da exploração colonial. Hoje Nísia Floresta está esquecida, mas teve papel crucial na história como uma das primeiras feministas do país.
Para José de Alencar, a escravidão contribuía para o progresso humano
O consagrado autor brasileiro defendeu a escravidão em uma série de cartas enviadas para o Imperador Dom Pedro 2º. Para ele, o sistema escravocrata ajudava no progresso humano e seu fim culminaria em uma grande crise econômica.
Os documentos históricos, entretanto, foram deixados de lado e acabaram caindo no ostracismo. Outra curiosidade é que as cartas tinham um tom um pouco arrogante, pois José de Alencar acreditava saber mais sobre política economia que o próprio rei.
Olavo Bilac se envolveu no primeiro acidente de carro do Brasil
O poeta parnasiano Olavo Bilac deu um “rolê” no carro de José Patrocínio, jornalista da época que havia comprado um automóvel assim que eles começaram a chegar no país. O problema é que Patrocínio convidou o poeta para dirigir o carro — coisa que obviamente ele não sabia fazer, já que não haviam carros no Brasil.
No meio do passeio, Bilac fez uma curva em “alta” velocidade, 4 km/h, e bateu em uma árvore. Os dois homens saíram ilesos, mas o carro teve perda total.
O assassino de Euclides da Cunha matou também o filho do autor
Ao descobrir que estava sendo traído, Euclides da Cunha saiu de casa determinado a “matar ou morrer”. Encontrou o amante da esposa, Anna, em casa e ambos trocaram tiros: Euclides foi o primeiro a acertar, mas foi Dilermando, o “outro”, que deu o tiro certeiro e matou o autor de Os Sertões.
Anos depois, Euclides da Cunha Filho atentou novamente contra Dilermando que, não querendo matar o filho da amada, tentou fugir, mas como sua vida estava em jogo atirou e matou o filho de Euclides da Cunha. Depois disso, o homem foi julgado — não só pelo júri, mas pela sociedade brasileira —, mas foi absolvido.
Graciliano Ramos foi prefeito e multou o próprio pai
Graciliano Ramos viveu na cidade alagoana de Palmeira dos Índios e foi diretor de uma das escolas da cidade. Após conquistar muita popularidade na região, foi convidado a se candidatar à prefeitura da cidade.
O engraçado é que o autor foi eleito e era muito rígido: criou um código de postura moral com 82 artigos, dentre eles a proibição de dormir ou criar animais na rua. O pai do escritor de Vidas Secas, Sebastião Ramos, na época criava gado em um terreno baldio e acabou sendo multado pela prefeitura.
Guimarães Rosa ajudou a esposa a salvar judeus do Holocausto
Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa conheceu Guimarães Rosa na embaixada brasileira em Hamburgo, enquanto ambos trabalhavam lá no fim da década de 1930. Com a ajuda do marido, Aracy bolou um plano para transportar judeus que viviam na Europa nazista para o Brasil — mesmo com o então presidente Getúlio Vargas decretando a ilegalidade do ato.
Guimarães Rosa falsificava passaportes, enquanto a esposa dava um jeito de fazer o chefe assinar a papelada sem perceber que estava libertando parte da população judia. Aracy chegou a salvar quase cem pessoas e, em 1982, teve seu nome gravado no Museu do Holocausto, em Israel.
Carlos Drummond de Andrade achava que a homossexualidade era um desvio
O grande poeta brasileiro declarou mais de uma vez que acreditava que o “homossexualismo” (termo errado, já que o sufixo “ismo” denota doença) era um desvio da sociedade. Para ele, ser gay era coisa de garotos que eram atraídos pela vida noturna e boêmia.
Além disso, Drummond afirmou em entrevista que tinha certa repugnância à homossexualidade, e é até por isso que o tema aparece em apenas um de seus poemas, Rapto, do livro Claro Enigma. O que consola é que ao fim do texto o autor diz que essa é “outra forma de amar no acerbo amor”.
Paulo Coelho e Raul Seixas eram amigos e produziram um álbum juntos
Quando jovem, Paulo Coelho despertou a curiosidade de Raul Seixas que, até então, não era famoso. Se tornaram amigos após o cantor ler um artigo de Coelho sobre ufologia na revista A Pomba e ficar curioso para conhecer o autor do texto. Tempos depois, os dois fizeram um álbum juntos, que foi batizado de Krig-ha, Bandolo!. Raul cantava e Paulo havia escrito algumas canções e feito ilustrações.
O problema se deu em maio de 1974, quando ambos foram presos pela ditadura para “explicarem melhor” do que se tratava o disco. O cantor foi rapidamente liberado, mas o escritor teve de ficar mais tempo contando sobre o processo de criação do álbum, quando relatou que sua namorada, Adalgisa, havia participado da produção dos desenhos.
Após horas de interrogatório, o casal foi liberado, mas logo preso de novo e torturado. Não se sabe ao certo o que ocorreu com Adalgisa e Paulo, mas a situação foi tão conturbada e estressante que os namorados acabaram rompendo depois da prisão.
Rachel de Queiroz apoiou a Ditadura Militar
A jovem Rachel de Queiroz flertava com a esquerda e até se aproximou do Partido Comunista Brasileiro (PCB) durante a década de 1930. Entretanto, quando teve seu livro O quinze criticado pelo partido desiludiu-se e afastou-se da esquerda, o que a fez simpatizar mais com a direita da época.
No início da ditadura, Rachel cedeu sua casa para políticos e intelectuais planejarem o golpe militar. Ela participou pintando folhetos e até se filiando à Aliança Renovadora Nacional (Arena).
Rachel de Queiroz entre os escritores Adonias Filho e Gilberto Freyre (Foto: Wikimedia Commons)Rachel de Queiroz entre os escritores Adonias Filho e Gilberto Freyre (Foto: Wikimedia Commons)
Em 1991, quando participou do programa da TV Cultura Roda Viva, Caio Fernando de Abreu questionou o posicionamento da escritora, ao que ela replicou: “Gostaria de responder a você que nós estamos em um país democrático, eu respeito as suas posições e espero que você respeite as minhas”.
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