sábado, 1 de julho de 2017

O MUNDO ESPIRITUAL.

O MUNDO ESPIRITUAL” Uma abordagem segundo a Doutrina Espírita.

Não sabeis também que alguns Espíritos se comprazem em
conservar os homens na ignorância, aparentando instruí-los, e que
aproveitam da facilidade com que suas palavras são acreditadas? Podem
seduzir os que não descem ao fundo das coisas; mas, quando pelo
raciocínio são levados à parede, não sustentam por muito tempo o papel.”
O Espírito de Verdade.

-O que será de mim após a morte?
Essa pergunta inquieta muitas pessoas, e as
respostas variam conforme as crenças.
Ao deixarmos o corpo físico iremos para o inferno? Para o céu, ou paraíso? Para o
purgatório? Ou será que, segundo certas crenças, alguma cidade cercada por altas
muralhas abrirá seus portões a fim de que ali fiquemos protegidos dos maus Espíritos?
Vejamos o que diz o Espiritismo sobre esse assunto. Apenas reproduziremos aqui
os textos que extraímos das obras de Kardec, colocando-os numa ordem que julgamos nos levar à compreensão desse tema tão discutido, mas pouco conhecido mesmo dos espíritas.
Após cada texto consta a referência bibliográfica, para aqueles que desejam
aprofundar o tema.
Comecemos por compreender nossa situação como Espíritos e como homens.
Segundo a Ciência Espírita, não somos um corpo carnal que tem um Espírito: somos um Espírito temporariamente revestido de um corpo físico, com o objetivo de progredir.
Somos Espíritos imortais no corpo, ou fora dele.
Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o
Universo, fora o mundo material.”
Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
“Sim, o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.”
casal-azul-terra
Que é a alma?
“Um Espírito encarnado.”
a) – Que era a alma antes de se unir ao corpo?
“Espírito.”
b) – As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa?
“Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um
dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um envoltório carnal para se purificarem e esclarecerem.”
Que sucede à alma no instante da morte?
“Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara
momentaneamente.”
“O homem é composto do corpo e do Espírito;
o Espírito é o ser principal, o ser racional, o ser inteligente; o corpo é o envoltório material que reveste temporariamente o Espírito, para o cumprimento de sua missão na Terra e a execução do trabalho.
1 O Livro dos Médiuns, item 301, 9ª.2 Idem, item 76. 3 Idem, item 84.4
O Livro dos Espíritos, item 134.
5 Idem, item 149.
necessário a seu adiantamento. O corpo, usado, destrói-se, e o Espírito sobrevive à sua destruição. Sem o Espírito, o corpo é apenas uma matéria inerte, como um instrumento privado do braço que o faz agir; sem o corpo, o Espírito é tudo: a vida e a inteligência.
Deixando o corpo, ele retorna ao mundo espiritual de onde havia saído para encarnar.
Existem, pois, o mundo corporal, composto de Espíritos encarnados, e o mundo espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. Os seres do mundo corporal, devido mesmo à materialidade do seu envoltório, estão ligados à Terra ou a um globo qualquer; o mundo espiritual está por toda parte, em torno de nós e no Espaço; nenhum limite lhe é fixado. Em razão da natureza fluídica do seu envoltório, os seres que o compõem, em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, transpõem as distâncias com a rapidez do pensamento. A morte do corpo é a ruptura dos laços que os retinham cativos.”
"A morte é apenas a destruição do envoltório corporal,
que a alma abandona, como o faz a borboleta com a crisálida, conservando porém seu corpo fluídico ou perispírito.
A morte do corpo desembaraça o Espírito do laço que o prendia à Terra e o fazia sofrer; e uma vez libertado desse fardo, não lhe resta mais que o seu corpo etéreo, que lhe permite percorrer o espaço e transpor as distâncias com a rapidez do pensamento.”
No mundo espiritual o poder é confiado aos Bons Espíritos.
Da existência de diferentes ordens de Espíritos, resulta para estes alguma hierarquia de poderes?
Há entre eles subordinação e autoridade?
“Muito grande. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível.”
a) Podem os Espíritos inferiores subtrair-se à autoridade dos que lhes são superiores?
“Eu disse: irresistível.”
O poder e a consideração de que um homem gozou na Terra lhe dão supremacia no mundo dos Espíritos?
“Não; pois que os pequenos serão elevados e os grandes rebaixados. Lê os Salmos.”
a) Como devemos entender essa elevação e esse rebaixamento?
“Não sabes que os Espíritos são de diferentes ordens, conforme seus méritos?
Pois bem, o maior da Terra pode pertencer à última categoria entre os Espíritos, ao passo que o seu servo pode estar na primeira. Compreendes isto? Não disse Jesus: Aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se exalçar será humilhado?”
Aquele que foi grande na Terra e que, como Espírito, vem a achar-se entre os de ordem inferior, experimenta com isso alguma humilhação?
“Às vezes bem grande, mormente se era orgulhoso e invejoso.”
O soldado que depois da batalha se encontra com o seu general, no mundo dos Espíritos, ainda o tem por seu superior?
“O título nada vale, a superioridade real é que tem valor.”
Os Espíritos das diferentes ordens se acham misturados uns com os outros?
“Sim e não. Quer dizer: eles se veem, mas se distinguem uns dos outros. Evitam se ou se aproximam, conforme à simpatia ou à antipatia que reciprocamente uns inspiram aos outros, tal qual sucede entre vós. Constituem um mundo do qual o vosso é pálido reflexo. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias, unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que visam: os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo de fazerem o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem entre os que se lhes assemelham.”
6 . O Céu e o Inferno – Primeira Parte – Doutrina – Cap. III – O Céu, item 5.
7 O que é o Espiritismo?, cap. II – Noções elementares de Espiritismo – Dos Espíritos, itens 12 e 13. 8 Ver artigo publicado na Revista Espírita de julho de 1859 – Conversas familiares de além-túmulo – Notícias da Guerra – O Zuavo de Magenta.
Tal uma grande cidade onde os homens de todas as classes e de todas as condições se veem e encontram, sem se confundirem; onde as sociedades se formam pela analogia dos gostos; onde a virtude e o vício se acotovelam, sem trocarem palavra.
Penas e gozos da alma depois da morte.
Têm alguma coisa de material as penas e gozos da alma depois da morte?
“Não podem ser materiais, diz o bom-senso, pois a alma não é matéria. Nada têm de carnal essas penas e gozos; entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que experimentais na Terra, porque o Espírito, uma vez liberto, é mais impressionável. Então, já a matéria não lhe embota as sensações.” (237 a 257)
Por que das penas e gozos da vida futura faz o homem, muitas vezes, tão grosseira e absurda ideia?
“Inteligência que ainda não se desenvolveu suficientemente. Compreende a criança as coisas como o adulto? Isso, ao demais, depende também do que se lhe ensinou: aí é que há necessidade de uma reforma.
“Muito incompleta é a vossa linguagem para exprimir o que está fora de vós. Teve-se então que recorrer a comparações e tomaste como realidade as imagens e figuras que serviram para essas comparações. À medida, porém, que o homem se instrui, melhor vai compreendendo o que a sua linguagem não pode exprimir.”
Em que consistem os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
“São tão variados como as causas que os determinaram, e proporcionais ao grau de inferioridade, como os gozos o são ao de superioridade. Podem resumir-se assim:
invejarem o que lhes falta para ser felizes e não o obterem; verem a felicidade e não a poderem alcançar; pesar, ciúme, raiva, desesperança quanto ao que os impede de ser ditosos; remorsos, ansiedade moral indefinível. Desejam todos os gozos e não os podem satisfazer: eis o que os tortura.”
Os Espíritos não ocupam uma região circunscrita,
nem localizada Ocupam os Espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço?
“O Espíritos estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Vós os tendes de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem o perceberdes, pois os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de seus desígnios providenciais. Nem todos, porém, vão a toda parte, pois há regiões interditas aos menos adiantados.”
“A casa do Pai é o Universo.
As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas apropriadas ao seu adiantamento.
Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha variarão ao infinito. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares,
9 O Livro dos Espíritos, itens 274 a 278.
10 Idem, itens 965 a 970. 11 Idem, item 87.
muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o rigor dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.”
Haverá no Universo um lugar circunscrito para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus méritos?
“Já respondemos a essa questão. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito nem fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa.
Quanto aos Espíritos encarnados, eles são mais ou menos felizes ou infelizes, conforme seja mais ou menos adiantado o mundo em que habitam.”
a) De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como o homem os imagina?
“São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e desditosos.
Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.”
A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender.
Que se deve entender por purgatório?
“Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.”
O que o homem chama purgatório é igualmente uma alegoria, devendo-se entender como tal, não um lugar determinado, porém o estado dos Espíritos imperfeitos que se acham em expiação até alcançarem a purificação completa, que os levará à categoria dos Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal.
Como se explica que Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de que usam, tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do purgatório, de conformidade com as ideias correntes?
“É que falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando estas se mostram imbuídas de certas ideias, eles evitam chocá-las muito bruscamente, a fim de lhes não ferir as convicções.
Se um Espírito dissesse a um muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomé não foi profeta, seria muito mal acolhido.”
a) Concebe-se que assim procedam os Espíritos que nos querem instruir. Como, porém, se explica que, interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns Espíritos tenham respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?
“Quando são inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos conservam uma parte de suas ideias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite sondar o futuro.
Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou recém desencarnados, falarem como o fariam se estivessem encarnados. Inferno se pode traduzir por uma vida de provações, extremamente dolorosa, com a incerteza de haver
outra melhor; purgatório, por uma vida também de provações, mas com a consciência de melhor futuro. Quando experimentas uma grande dor, não costumas dizer que sofres como um danado? Tudo isso são apenas palavras, e sempre ditas em sentido figurado.”

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