Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Breve histórico
As primeiras cidades permanentes fundadas em Minas Gerais devem sua origem à ambição pelo ouro, que moveu bandeirantes oriundos de São Paulo desbravar o interior do Brasil. Na época, a região era ocupada por tribos indígenas nômades ou seminômades. As explorações dos bandeirantes resultaram na fundação de várias cidades, entre elas Campanha.
Campanha é a cidade mais antiga do Sul das Minas Gerais. Foi reconhecida oficialmente em 2 de outubro de 1737. Foi elevada a freguesia em 6 de fevereiro de 1752, a vila em 20 de outubro de 1798 e a cidade em 9 de março de 1840.
O ouvidor Cipriano José da Rocha, saindo de São João del-Rei a 23 de setembro, chegou ao arraial da Campanha no dia 2 de outubro de 1737 e, entusiasmado com a fertilidade do seu solo e com as riquezas das minas de ouro encontradas, deu ao povoado o nome de São Cipriano.
Campanha, desde o século XVIII, esteve presente em fatos históricos do Brasil e de Minas Gerais, como por exemplo a Conjuração Mineira. Inácio de Alvarenga Peixoto, um dos conspiradores e um dos homens mais ricos de Minas Gerais no seu tempo, viveu em Campanha, onde possuía inúmeras fazendas. O esgotamento das minas, alegado por aqueles que se esquivavam ao pagamento de seu débito para com o fisco, já na segunda metade do século XVIII, acentuava-se cada vez mais, prenunciando o fim de uma era de grandeza.
Passado o ciclo de grandes atividades desenvolvidas em torno das minas, sofreram natural estagnação ou decadência todos os rincões de Minas Gerais onde predominavam os interesses ligados à mineração. Campanha, entretanto, manteve-se por muito tempo como centro de industrialização e centro cultural de toda a região sul mineira.
Foi, ainda, sede administrativa e jurídica do Sul de Minas: a primeira, por quase um século e a segunda, além de um século. Pioneira da instrução, em razão mesmo de sua antiguidade, sempre gozou de merecido renome pela notável contribuição que deu à causa do ensino em nossa pátria, desde os primórdios de sua formação histórica, como bem definiu o jurista e historiador campanhense ministro Alfredo de Vilhena Valladão, quando declarou: "Refulgiu pelo ouro da terra e pela fé, pela cultura e pelo civismo de seus filhos".
Ainda alguns anos depois da nossa independência, a instrução pública em Minas Gerais era extremamente limitada, pois além de algumas escolas de primeiras letras que aqui e ali se encontravam e de dois colégios dirigidos por padres, um conhecido em Congonhas do Campo e o outro no Caraça, não existia em toda província outro qualquer estabelecimento de instrução secundária além do seminário de Mariana, onde se preparavam os padres e uma simples cadeira de latim em algumas das principais vilas da província. Campanha era uma dessas vilas privilegiadas e a única no Sul de Minas para onde afluíram estudantes de outros pontos, quer próximos, quer distantes, pois era a sede da Terceira Circunscrição Literária.
O anseio de seus filhos para instrução manifestou-se desde os primeiros tempos, como se evidencia pelo que ocorreu quando foram inaugurados os cursos jurídicos no Brasil, apenas com duas faculdades – uma em São Paulo e a outra em Recife. Na primeira, matricularam-se quatro mineiros, três dos quais campanhenses.
Como não poderia ser diferente dos urbanismos de sua época, a sua população era gente de todas as partes niveladas pela ambição de ouro. A cidade era organizada por camadas humanas relativas a cor, pois sessenta por cento era negra, que constituía a mão de obra escrava, trinta por cento pardos e dez por cento brancos. Estes dominavam politicamente e não se submetiam aos trabalhos pesados.
No percurso de sua história, Campanha recebeu gente vinda de várias partes do Brasil e de diversas categorias sociais. A sua riqueza mineral e vegetativa propiciou o desenvolvimento da sociedade, o que levou a receber visitantes ilustres como a Princesa Isabel, Carlota Joaquina, Conde d'Eu,Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Sílvio Romero, José do Patrocínio, Pedro Ernesto Baptista, Bárbara Heliodora, entre outros. Suas passagens por Campanha marcaram a história da cidade, mas a recíproca é verdadeira. A cidade também os marcou, o que muitas vezes foi registrado nas suas obras culturais, levando-os a construírem moradias (casarões e templos) e permanecerem aqui por um tempo considerado.
Campanha também gerou personalidades reconhecidas internacionalmente, como Vital Brazil Mineiro da Campanha - cientista descobridor do soro antiofídico Maria Martins - considerada uma das artistas surrealistas mais relevantes do planeta. Sávio Davi dos Reis Paula, artista autodidata, tatuador e musico,com seu desenhos espalhados por todo o planeta.
Agostinho Marques Perdigão Malheiro (1824-1881) jurisconsulto que escreveu um tratado sobre a legislação escravista: A escravidão no Brasil: Ensaio Histórico-jurídico-social em 1866, que é um marco e que influenciou profundamente as ações e políticas para a extinção da escravidão. Como homenagem, os campanhenses deram seu nome a uma de suas ruas.
No passado, a grande extensão do município ocupava a margem esquerda do Rio Grande até o Jaguari, das cumeadas da Mantiqueira até o Rio Pardo, estendendo a sua jurisdição municipal – com legislação num círculo de quase 3 000 léguas. Por essa extensão de terra e pela riqueza natural e cultural, Campanha é considerada a cidade-mãe, fertilizadora das outras cidades – o "berço do Sul de Minas".
Pela sua importância no contexto histórico das Minas Gerais, a cidade sediou, por mais de um século, a Diretoria Regional dos Correios, com jurisdição em todo o sul do estado.
Origem do Nome
O nome da atual cidade se deve à topografia, pois a cidade se encontra localizada numa colina circundada por extensas campinas.
Antigos nomes
§ Santo Antônio do Vale da Piedade do Rio Verde
§ Campanha do Rio Verde
§ Campanha da Princesa da Beira
§ São Cipriano
Filhos ilustres
§ Vital Brasil Mineiro da Campanha, cientista
§ Maria de Lourdes Alves Martins, escultora
§ José Bento Leite Ferreira de Melo, Padre, senador
§ Francisco Xavier Lopes de Araújo, militar, engenheiro e professor brasileiro
§ Álvaro Gomes da Rocha Azevedo, Prefeito de São Paulo, Ministro do Tribunal de Contas da União e Deputado Federal
§ Américo Lobo Leite Pereira, Jurista, Senador, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Governador do Paraná, Tradutor de livros
_ Fernando Lôbo Leite Pereira, Jurista, Senador, Ministro das Relações Exteriores e do Interior,Ministro da Justiça.
§ Beato Padre Francisco de Paula Victor, Sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana
§ Francisco de Paula Ferreira de Rezende, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Vice-Governador de Minas Gerais
§ Alfredo de Vilhena Valladão, Ministro do Tribunal de Contas da União
§ Agostinho Marques Perdigão Malheiro, Jurisconsulto, Escritor e Historiador Brasileiro
§ Bernardo Saturnino da Veiga, Jornalista, Escritor e Empresário
§ Gladstone Chaves de Melo. Professor, Jornalista, Diplomata, Vereador e Deputado (RJ)
§ José do Patrocínio Lefort, Historiador e Educador
- Jarbas Bela Karman, Engenheiro, arquiteto, fundador do Instituto de Pesquisa Hospitalar.
§ Sergio de Almeida Oliveira, Cardiologista, Professor Emérito da Faculdade de Medicina da USP
Moradores Ilustres
§ Euclides da Cunha - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Militar e Engenheiro
§ João Luís Alves - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Juiz e Prefeito de Campanha
§ Fernando de Azevedo - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, um dos Fundadores da Universidade de São Paulo
§ Manuel Bandeira - Acadêmico da Academia Brasileira de Letras
§ Bárbara Heliodora – Poetisa e esposa do inconfidente Alvarenga Peixoto
§ João Barbosa Rodrigues - Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
_ Francisca Senhorinha da Motta Diniz. Jornalista criadora do Jornal O Sexo Feminino.
_ Moretzsohn Luiz de Oliveira - Industrial
- Paulo Willy Skau - Artesão
Nenhum comentário:
Postar um comentário