Eles estão redefinindo a literatura fantástica nacional
Era uma vez um grupo de autores que, armados apenas com sua paixão pela literatura e vontade de cativar a imaginação de milhares de leitores, redefiniram o mercado nacional e trouxeram a literatura fantástica para os holofotes. Escritores como André Vianco, Raphael Draccon, Carolina Munhóz, Bárbara Morais e Felipe Castilho, nomes que hoje dividem as prateleiras de todo o país com fenômenos internacionais.
Aqueles mesmos leitores que, sedentos pelas novas aventuras de Harry Potter, Katniss Evenrdeen, Percy Jackson e Tyrion Lannister, lotavam as livrarias e mega stores do país em busca de uma nova dose de aventuras e emoção, hoje voltam suas atenções para livros produzidos em território nacional. Dragões, hobbits, leões falantes e criaturas mitológicas já se sentem em casa dividindo espaço com criaturas do folclore brasileiro. Westeros faz fronteira com São Paulo tanto quanto a entrada secreta para Hogwarts fica logo ali, perdidinha no metrô de Copacabana.
Afinal, há mais para se curtir por aí além dos clássicos de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis. Como brinca o best seller André Vianco, “nosso folclore é riquíssimo, extrapola o Saci, a Cuca, existem tantas criaturas e tantas histórias. Elfo e fada já deu, né? (risos)”. Uma visão compartilhada por Felipe Castilho, autor de Ouro, Fogo e Megabytes: “Grande parte dos leitores torcem o nariz quando ouvem/leem a palavra ‘folclore’”, lamenta. “Mas acabam desconstruindo a visão antiga com poucas páginas de leitura. Eles sabem identificar o que é bom para eles, e não deixam preconceitos impedirem a leitura de um livro bacana para eles. Mas já ouvi uns absurdos vindo do povo da área, e isso acaba minando a vontade de outros autores se arriscarem nisso. Na real, não tem nada de diferente de escrever sobre cavalos alados e trolls e bruxas e dragões. Histórias podem ser boas ou ruins com a cultura de qualquer lugar. Eu tento fazer a minha parte enriquecendo a daqui.”
CONTANDO HISTÓRIAS
“Um livro salvou a minha vida.” Revela a autora Carolina Munhóz. “Hoje, se uma palavra de meus livros puder tocar a vida de uma pessoa, já sinto que estou cumprindo a minha missão”. A jornada de um escritor não poderia ser mais nobre, e felizmente, nunca houve tantos talentos dispostos a elaborar grandes histórias, assim como nunca se consumiu tanta literatura fantástica, tanto em versão digital no seu tablet, computador ou smartphone, como no bom e velho material impresso, aquele formato charmoso que tanto gostamos de ostentar em nossas estantes.
Os números, no entanto, ainda estão um tanto aquém do ideal. Não só no universo da literatura, mas também em outras esferas culturais, como o teatro, cinema e musicais nacionais. De acordo com a Federação de Comércio do Estado do Rio de Janeiro, sete em cada dez brasileiros não leram um livro sequer no ano passado. Um dado quase tão preocupante quanto ainda termos 13 milhões de analfabetos pelas ruas do Brasil.
Para complicar ainda mais a situação, nem sempre as lojas estão dispostas a dar a devida atenção aos lançamentos de menor repercussão, insistindo em um preconceito que jamais deveria ter existido, mas que hoje soa mais obsoleto do que nunca. “Manter seu livro na vitrine da loja não é fácil.”, explica João Silveira Paschoal, autor de Primeira Alvorada. “Nossa trilogia tem arte muito chamativa na capa, e vende muito bem quando está em exposição. Mas quando não está a situação complica. Isso acontece por que temos muita dificuldade em fazer o publico desviar sua atenção dos best sellers.”
Ainda assim, nossos autores audaciosamente desafiam as estatísticas e desbravam os caminhos para que as próximas gerações de leitores e escritores encontrem um mercado mais convidativo. “Ainda é mais fácil já pegar um título internacional que a editora sabe que tem boa resposta do público leitor”, lamenta Bárbara Morais, autora da saga Anômalos. “Mas, nos últimos cinco anos, novos nomes brasileiros estão despontando e incentivando o mercado a investir e trazer títulos de autores iniciantes nacionais. Teve uma moda de vampiros, uma de anjos, agora estamos na de autores nacionais e não acredito que seja passageira como as anteriores.”
Provavelmente não será mesmo. Os resultados dessa longa jornada rumo ao reconhecimento já podem ser notados pelos mais antenados à cena literária, mesmo que os frutos talvez ainda demorem mais alguns anos para serem colhidos pelo grande público. Aqueles que conhecem os prazeres de um bom livro, no entanto, já colocam nossos autores no mesmo patamar que ícones do rock. O que não falta são histórias sobre fãs de todas as idades enfrentando horas e mais horas de fila para aparecer ao lado dos maiores ícones da literatura nacional, cada vez mais próximos do status de grandes estrelas.
“No início a tendência é a gente se apegar aos comentários, seja de amor ou de ódio.” Revela o escritor Raphael Draccon. “Com o tempo vem a experiência e o desapego. Quanto mais famoso, mais pessoas se atinge e não há como agradar a todo mundo. Então o autor vai encontrar alguém dizer que ele é o pior autor do mundo em uma mensagem e logo em seguida outra lhe dizer que é um gênio. E aí ele faz o quê? Acredita que é o pior do mundo ou que é um gênio? Qualquer uma das duas crenças é nociva para ele. O melhor caminho é seguir no caminho do meio e ser grato por ter mais duas pessoas que, apesar das opiniões distintas, não são indiferentes a ele. Porque a morte do artista não vem nem da adoração, nem da antipatia. Ela vem da indiferença.”
NOS OMBROS DE GIGANTES
O crescimento de interesse em nossos autores fez, naturalmente, com que uma nova geração de escritores também sentisse vontade de seguir os passos dos pioneiros da fantasia. Foi o que fez a publicitária e escritora Roberta Splinder, que teve o prazer de ver a obra de seus sonhos (literalmente!) virar realidade “Pode parecer bobo, mas a ideia central de A Torre Acima do Véu surgiu em um sonho, no qual vi claramente pessoas vivendo no topo de prédios altíssimos e que, para sobreviver, deveriam enfrentar os perigos dos andares inferiores.”
Num claro sinal de amadurecimento do mercado, essa ousada obra distópica não encontrou grande resistência nem por parte das editoras, já dispostas a abraçar um gênero de nicho, e muito menos dos leitores. “Publicar um livro de maneira tradicional exige sempre muito trabalho e dedicação.” explica Roberta. “O principal, no entanto, é encontrar a editora certa, que publique obras no gênero que o autor escreve. No meu caso, fiquei muito satisfeita em trabalhar com a Giz Editorial, que me deu todo o apoio e acreditou no potencial de A Torre Acima do Véu.”
GANHANDO XP
O aumento do interesse do público e editoras em temáticas fantásticas talvez possa ser explicado pelo boom da cultura nerd. Se tornou comum, por todo o planeta, vermos histórias de sucesso sobre super-heróis e todos aqueles mundos medievais incríveis que, até décadas atrás, ficavam restritos apenas às mesas de RPG e cadernos daquele nerd ignorado pelos coleguinhas de escola.
“Desde o início dos anos 2000, ser nerd “está na moda”, e isso tem refletido num aumento da divulgação e da venda de produtos relacionados.”, explica Guilherme Dei Svaldi, editor da Jambô. “Em minha análise, essa popularidade da cultura nerd se deve ao sucesso de alguns produtos, como Harry Potter, O Senhor dos Anéis, filmes de super-heróis, seriados como Lost, entre outros, que levaram ao grande público a paixão pela fantasia que os nerds já tinham há mais tempo.”
Mas não foi só a internet que impactou as vendas do gênero. “Jogadores mais veteranos podem torcer o nariz para jogos estilo Fazendinha Feliz”, prossegue Guilherme, “Mas esses jogos têm um grande mérito: levaram à públicos que normalmente não tinham nada de ‘gamer’, como senhoras de 3ª idade, termos como ‘ganhar XP’ e ‘subir de nível’. Toda essa cultura é muito rica e tem potencial para fazer as pessoas expandirem seus horizontes, aprenderem e, claro se divertirem.”
A paixão pelos RPGs não atrai apenas novos leitores. Também serviu de motivação para autores como João Silveira Paschoal entrarem para o mundo da literatura. “Eu sempre joguei RPG e desenhava muito. Isso me levou a ler muitas coisas.”, revela João. “Só comecei a escrever quando percebi que contar uma história usando a linguagem de quadrinhos demandava muito esforço! Escrevendo em forma de texto flui melhor e mais rápido. Mas nem por isso deixei de desenhar. Hoje eu mesmo faço as capas e as artes dos meu livros.” Para alcançar o sucesso, não é preciso fazer um pouco de tudo, como o João. Mas isso certamente ajuda.
TRABALHO, NÃO MAGIA
Assinar um contrato de vários dígitos com uma editora tradicional é o sonho de centenas de autores por todo o país, só que mesmo alguns de nossos nomes mais tradicionais já buscam métodos alternativos para continuar em evidência. Foi o que fez André Vianco, primeiro criando o seu próprio selo, a Calíope, e então lecionando em aulas de escrita virtuais pela Vivendo de Inventar. “Meus contratos com a editora anterior se encerraram e eu queria cuidar melhor da minha obra, de perto.” explica.
Mas será que uma iniciativa tão ousada e incomum dá retorno financeiro? Não há um caminho fácil para o sucesso, nem uma fórmula mágica para que seu livro chame mais atenção que o último lançamento de George R.R. Martin. O que existe é muito trabalho duro e respeito por sua obra e fãs. Como ensinou Felipe Castilho, “Eu edito, escrevo por encomenda, roteirizo, dou aulas, e acho que tudo isso foi porque sempre me envolvi com o mercado, quando trabalhei com livrarias e editoras. Acho que buscar melhorar a sua técnica de escrita e conhecer os dois lados do ramo de sua paixão (tanto o da arte quanto a parte em que o dinheiro influencia) é essencial para você se situar e definir o que realmente tem a sua cara, o que tem a ver com você, o que te move. Depois disso, é trilhar o caminho. Pode parecer clichê, mas conhecer a si mesmo é essencial para isso. É como escolher tênis confortáveis para a tal caminhada.”
Nossos autores vivem histórias tão distintas quanto as tramas de seus livros, mas todos possuem algo em comum: juntos, estão escrevendo um Brasil fantástico para todos nós.
Aqueles mesmos leitores que, sedentos pelas novas aventuras de Harry Potter, Katniss Evenrdeen, Percy Jackson e Tyrion Lannister, lotavam as livrarias e mega stores do país em busca de uma nova dose de aventuras e emoção, hoje voltam suas atenções para livros produzidos em território nacional. Dragões, hobbits, leões falantes e criaturas mitológicas já se sentem em casa dividindo espaço com criaturas do folclore brasileiro. Westeros faz fronteira com São Paulo tanto quanto a entrada secreta para Hogwarts fica logo ali, perdidinha no metrô de Copacabana.
Afinal, há mais para se curtir por aí além dos clássicos de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis. Como brinca o best seller André Vianco, “nosso folclore é riquíssimo, extrapola o Saci, a Cuca, existem tantas criaturas e tantas histórias. Elfo e fada já deu, né? (risos)”. Uma visão compartilhada por Felipe Castilho, autor de Ouro, Fogo e Megabytes: “Grande parte dos leitores torcem o nariz quando ouvem/leem a palavra ‘folclore’”, lamenta. “Mas acabam desconstruindo a visão antiga com poucas páginas de leitura. Eles sabem identificar o que é bom para eles, e não deixam preconceitos impedirem a leitura de um livro bacana para eles. Mas já ouvi uns absurdos vindo do povo da área, e isso acaba minando a vontade de outros autores se arriscarem nisso. Na real, não tem nada de diferente de escrever sobre cavalos alados e trolls e bruxas e dragões. Histórias podem ser boas ou ruins com a cultura de qualquer lugar. Eu tento fazer a minha parte enriquecendo a daqui.”
CONTANDO HISTÓRIAS
“Um livro salvou a minha vida.” Revela a autora Carolina Munhóz. “Hoje, se uma palavra de meus livros puder tocar a vida de uma pessoa, já sinto que estou cumprindo a minha missão”. A jornada de um escritor não poderia ser mais nobre, e felizmente, nunca houve tantos talentos dispostos a elaborar grandes histórias, assim como nunca se consumiu tanta literatura fantástica, tanto em versão digital no seu tablet, computador ou smartphone, como no bom e velho material impresso, aquele formato charmoso que tanto gostamos de ostentar em nossas estantes.
Os números, no entanto, ainda estão um tanto aquém do ideal. Não só no universo da literatura, mas também em outras esferas culturais, como o teatro, cinema e musicais nacionais. De acordo com a Federação de Comércio do Estado do Rio de Janeiro, sete em cada dez brasileiros não leram um livro sequer no ano passado. Um dado quase tão preocupante quanto ainda termos 13 milhões de analfabetos pelas ruas do Brasil.
Para complicar ainda mais a situação, nem sempre as lojas estão dispostas a dar a devida atenção aos lançamentos de menor repercussão, insistindo em um preconceito que jamais deveria ter existido, mas que hoje soa mais obsoleto do que nunca. “Manter seu livro na vitrine da loja não é fácil.”, explica João Silveira Paschoal, autor de Primeira Alvorada. “Nossa trilogia tem arte muito chamativa na capa, e vende muito bem quando está em exposição. Mas quando não está a situação complica. Isso acontece por que temos muita dificuldade em fazer o publico desviar sua atenção dos best sellers.”
Ainda assim, nossos autores audaciosamente desafiam as estatísticas e desbravam os caminhos para que as próximas gerações de leitores e escritores encontrem um mercado mais convidativo. “Ainda é mais fácil já pegar um título internacional que a editora sabe que tem boa resposta do público leitor”, lamenta Bárbara Morais, autora da saga Anômalos. “Mas, nos últimos cinco anos, novos nomes brasileiros estão despontando e incentivando o mercado a investir e trazer títulos de autores iniciantes nacionais. Teve uma moda de vampiros, uma de anjos, agora estamos na de autores nacionais e não acredito que seja passageira como as anteriores.”
Provavelmente não será mesmo. Os resultados dessa longa jornada rumo ao reconhecimento já podem ser notados pelos mais antenados à cena literária, mesmo que os frutos talvez ainda demorem mais alguns anos para serem colhidos pelo grande público. Aqueles que conhecem os prazeres de um bom livro, no entanto, já colocam nossos autores no mesmo patamar que ícones do rock. O que não falta são histórias sobre fãs de todas as idades enfrentando horas e mais horas de fila para aparecer ao lado dos maiores ícones da literatura nacional, cada vez mais próximos do status de grandes estrelas.
“No início a tendência é a gente se apegar aos comentários, seja de amor ou de ódio.” Revela o escritor Raphael Draccon. “Com o tempo vem a experiência e o desapego. Quanto mais famoso, mais pessoas se atinge e não há como agradar a todo mundo. Então o autor vai encontrar alguém dizer que ele é o pior autor do mundo em uma mensagem e logo em seguida outra lhe dizer que é um gênio. E aí ele faz o quê? Acredita que é o pior do mundo ou que é um gênio? Qualquer uma das duas crenças é nociva para ele. O melhor caminho é seguir no caminho do meio e ser grato por ter mais duas pessoas que, apesar das opiniões distintas, não são indiferentes a ele. Porque a morte do artista não vem nem da adoração, nem da antipatia. Ela vem da indiferença.”
NOS OMBROS DE GIGANTES
O crescimento de interesse em nossos autores fez, naturalmente, com que uma nova geração de escritores também sentisse vontade de seguir os passos dos pioneiros da fantasia. Foi o que fez a publicitária e escritora Roberta Splinder, que teve o prazer de ver a obra de seus sonhos (literalmente!) virar realidade “Pode parecer bobo, mas a ideia central de A Torre Acima do Véu surgiu em um sonho, no qual vi claramente pessoas vivendo no topo de prédios altíssimos e que, para sobreviver, deveriam enfrentar os perigos dos andares inferiores.”
Num claro sinal de amadurecimento do mercado, essa ousada obra distópica não encontrou grande resistência nem por parte das editoras, já dispostas a abraçar um gênero de nicho, e muito menos dos leitores. “Publicar um livro de maneira tradicional exige sempre muito trabalho e dedicação.” explica Roberta. “O principal, no entanto, é encontrar a editora certa, que publique obras no gênero que o autor escreve. No meu caso, fiquei muito satisfeita em trabalhar com a Giz Editorial, que me deu todo o apoio e acreditou no potencial de A Torre Acima do Véu.”
GANHANDO XP
O aumento do interesse do público e editoras em temáticas fantásticas talvez possa ser explicado pelo boom da cultura nerd. Se tornou comum, por todo o planeta, vermos histórias de sucesso sobre super-heróis e todos aqueles mundos medievais incríveis que, até décadas atrás, ficavam restritos apenas às mesas de RPG e cadernos daquele nerd ignorado pelos coleguinhas de escola.
“Desde o início dos anos 2000, ser nerd “está na moda”, e isso tem refletido num aumento da divulgação e da venda de produtos relacionados.”, explica Guilherme Dei Svaldi, editor da Jambô. “Em minha análise, essa popularidade da cultura nerd se deve ao sucesso de alguns produtos, como Harry Potter, O Senhor dos Anéis, filmes de super-heróis, seriados como Lost, entre outros, que levaram ao grande público a paixão pela fantasia que os nerds já tinham há mais tempo.”
Mas não foi só a internet que impactou as vendas do gênero. “Jogadores mais veteranos podem torcer o nariz para jogos estilo Fazendinha Feliz”, prossegue Guilherme, “Mas esses jogos têm um grande mérito: levaram à públicos que normalmente não tinham nada de ‘gamer’, como senhoras de 3ª idade, termos como ‘ganhar XP’ e ‘subir de nível’. Toda essa cultura é muito rica e tem potencial para fazer as pessoas expandirem seus horizontes, aprenderem e, claro se divertirem.”
A paixão pelos RPGs não atrai apenas novos leitores. Também serviu de motivação para autores como João Silveira Paschoal entrarem para o mundo da literatura. “Eu sempre joguei RPG e desenhava muito. Isso me levou a ler muitas coisas.”, revela João. “Só comecei a escrever quando percebi que contar uma história usando a linguagem de quadrinhos demandava muito esforço! Escrevendo em forma de texto flui melhor e mais rápido. Mas nem por isso deixei de desenhar. Hoje eu mesmo faço as capas e as artes dos meu livros.” Para alcançar o sucesso, não é preciso fazer um pouco de tudo, como o João. Mas isso certamente ajuda.
TRABALHO, NÃO MAGIA
Assinar um contrato de vários dígitos com uma editora tradicional é o sonho de centenas de autores por todo o país, só que mesmo alguns de nossos nomes mais tradicionais já buscam métodos alternativos para continuar em evidência. Foi o que fez André Vianco, primeiro criando o seu próprio selo, a Calíope, e então lecionando em aulas de escrita virtuais pela Vivendo de Inventar. “Meus contratos com a editora anterior se encerraram e eu queria cuidar melhor da minha obra, de perto.” explica.
Mas será que uma iniciativa tão ousada e incomum dá retorno financeiro? Não há um caminho fácil para o sucesso, nem uma fórmula mágica para que seu livro chame mais atenção que o último lançamento de George R.R. Martin. O que existe é muito trabalho duro e respeito por sua obra e fãs. Como ensinou Felipe Castilho, “Eu edito, escrevo por encomenda, roteirizo, dou aulas, e acho que tudo isso foi porque sempre me envolvi com o mercado, quando trabalhei com livrarias e editoras. Acho que buscar melhorar a sua técnica de escrita e conhecer os dois lados do ramo de sua paixão (tanto o da arte quanto a parte em que o dinheiro influencia) é essencial para você se situar e definir o que realmente tem a sua cara, o que tem a ver com você, o que te move. Depois disso, é trilhar o caminho. Pode parecer clichê, mas conhecer a si mesmo é essencial para isso. É como escolher tênis confortáveis para a tal caminhada.”
Nossos autores vivem histórias tão distintas quanto as tramas de seus livros, mas todos possuem algo em comum: juntos, estão escrevendo um Brasil fantástico para todos nós.
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