Um livro já lido pode ajudar
Sapo.pt - 09/03/2015
Ao entrar na livraria, encontramos na mesa central uma secção denominada “Os autores que estão quase a ser Nobel”. É lá que estão obras de autores como António Lobo Antunes ou Haruki Murakami. Mais à frente, está a secção dos “Romances Arrebatadores”, depois a dos “Livros que metem muito medo”, onde estão alguns policiais ou a “Literatura marota”, muito procurada agora, explica-nos a livreira Francisca Prieto.
É ela a alma desta Déjà Lu, a primeira livraria solidária do país, que abriu portas em Cascais, no espaço da Cidadela. Francisca Prieto, antiga publicitária, procurou o Grupo Pestana, proprietário da Pousada de Cascais, em busca de um espaço. Joana Soeiro, a directora da Pousada que ocupa a fortaleza da Cidadela, explica: "Tínhamos um restaurante de petiscos, a Taberna da Praça, em que a génese do conceito são tertúlias, e pensamos que isso casaria muito bem [com a livraria]".
A Déjà Lu ocupa o segundo andar da Taberna da Praça. A sua relação com o espaço do piso inferior não se faz apenas pela partilha do edifício. A livraria de paredes e tectos em abóbada usa as caixas de vinho de madeira para expor os livros que surgem entre antigas máquinas de escrever, malas de viagem vintage ou televisores, agora cheios de livros.
Mas recuemos no tempo. Esta livraria de livros já lidos que estão à venda com fins solidários começou num blogue em que eram leiloadas obras. Francisca Prieto diz à Renascença que o projecto nasceu quando eu teve "uma filha com Trissomia 21, há nove anos".
"Fui ter com uma equipa de técnicos extraordinários da Associação de Portadores de Trissomia 21, que pertenciam à parte clínica e terapêutica e faziam um acompanhamento extraordinário destes miúdos. À medida que fui conhecendo a associação, achei uma pena eles perderem tanto tempo a fazer angariação de fundos", recorda. Assim, Francisca deitou por isso mãos à obra e, depois de ter terminado a sua carreira de publicitária, resolveu “oferecer as horas” livres e o conhecimento a esta causa.
Na Cidadela de Cascais, o espírito desta livraria solidária já contaminou o chef Manuel Alexandre, da Pousada de Cascais. Joana Soeiro explica que, na Taberna da Praça, o chef "procura nos livros que a Francisca seleccionou ideias para receitas".
De olhos postos nos livros, estavam duas clientes. Guilhermina Cunha de Sá e Maria Eugénia Baltazar. A primeira já conhecia o espaço e levou a amiga até lá. Guilhermina aproveitou a ocasião para se inscrever como voluntária para a Déjà Lu. Quer dar o seu tempo a esta causa. A amiga, que se diz leitora compulsiva, aproveita o passeio para levar dois livros franceses que encontrou.
No final da compra, Francisca Prieto a livreira oferece-lhes uma frase. Do pote cheio de papeis coloridos, Maria Eugénia tira a frase de Mário Quintana do livro “Dupla Delícia”: “Um livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhados”.
É ela a alma desta Déjà Lu, a primeira livraria solidária do país, que abriu portas em Cascais, no espaço da Cidadela. Francisca Prieto, antiga publicitária, procurou o Grupo Pestana, proprietário da Pousada de Cascais, em busca de um espaço. Joana Soeiro, a directora da Pousada que ocupa a fortaleza da Cidadela, explica: "Tínhamos um restaurante de petiscos, a Taberna da Praça, em que a génese do conceito são tertúlias, e pensamos que isso casaria muito bem [com a livraria]".
A Déjà Lu ocupa o segundo andar da Taberna da Praça. A sua relação com o espaço do piso inferior não se faz apenas pela partilha do edifício. A livraria de paredes e tectos em abóbada usa as caixas de vinho de madeira para expor os livros que surgem entre antigas máquinas de escrever, malas de viagem vintage ou televisores, agora cheios de livros.
Mas recuemos no tempo. Esta livraria de livros já lidos que estão à venda com fins solidários começou num blogue em que eram leiloadas obras. Francisca Prieto diz à Renascença que o projecto nasceu quando eu teve "uma filha com Trissomia 21, há nove anos".
"Fui ter com uma equipa de técnicos extraordinários da Associação de Portadores de Trissomia 21, que pertenciam à parte clínica e terapêutica e faziam um acompanhamento extraordinário destes miúdos. À medida que fui conhecendo a associação, achei uma pena eles perderem tanto tempo a fazer angariação de fundos", recorda. Assim, Francisca deitou por isso mãos à obra e, depois de ter terminado a sua carreira de publicitária, resolveu “oferecer as horas” livres e o conhecimento a esta causa.
Na Cidadela de Cascais, o espírito desta livraria solidária já contaminou o chef Manuel Alexandre, da Pousada de Cascais. Joana Soeiro explica que, na Taberna da Praça, o chef "procura nos livros que a Francisca seleccionou ideias para receitas".
De olhos postos nos livros, estavam duas clientes. Guilhermina Cunha de Sá e Maria Eugénia Baltazar. A primeira já conhecia o espaço e levou a amiga até lá. Guilhermina aproveitou a ocasião para se inscrever como voluntária para a Déjà Lu. Quer dar o seu tempo a esta causa. A amiga, que se diz leitora compulsiva, aproveita o passeio para levar dois livros franceses que encontrou.
No final da compra, Francisca Prieto a livreira oferece-lhes uma frase. Do pote cheio de papeis coloridos, Maria Eugénia tira a frase de Mário Quintana do livro “Dupla Delícia”: “Um livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhados”.
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