PETRALHAS
ESCROTOS
Fiquemos
atentos.
Por Marco Antonio dos Santos*
Por Marco Antonio dos Santos*
Luís
Inácio da Silva, mesmo em ato falho, sabe do que fala.
Ele
tem uma organização paramilitar para chamar de sua, para chamar de exército,
mesmo que isso não seja totalmente incondicional.
Infelizmente,
o ninho de cobras há 3 décadas incubado, foi explicitamente mencionado por ele
como o braço armado do movimento revolucionário em curso no Brasil. Nada que
surpreendesse os iniciados.
O
MST está pronto para a luta. Luís Inácio deu a notícia para o país e para o
mundo. O
inimigo, vagamente denominado por ele de "eles",
certamente
é a democracia
e a sociedade brasileira.
Fácil entender isso.
Que
não se espere, marchas pacíficas de "margaridas", de "sem terrinhas" ou entrega
de flores à presidente. O quadro político indica que isso pode ter ficado no
passado.
Dividido
em grupos de 500 famílias, denominados brigadas, com comandos locais, regionais
e nacional, o MST reúne mais de 1 milhão (é isso mesmo) de famílias em mais de
10 mil assentamentos e acampamentos em 24 unidades da federação, a entidade
política MST tem estrutura paramilitar e está aprestada para o combate. Além
disso, tem comitês específicos para saúde, mulher, direitos humanos, logística,
imprensa e Inteligência (é, meios de obter informações acionáveis, como já
demonstrou). Faz trabalho de estado-maior de causar inveja aos
militares.
Cada
grupamento de acampados ou assentados está localizado, tática e
operacionalmente, de acordo com o plano de manobras previsto pelo comando
central (Comitê Político). Em geral próximos de entroncamentos intermodais de
transporte (o que facilita a logística), de usinas geradoras de energia, polos
de agronegócios e áreas produtoras de hortifrutigranjeiros, regiões de fronteira
com países limítrofes "bolivarianos" e cidades de porte (onde exista mídia em
condições de repercutir ações).
Óbvio
entender que as concentrações estratégicas estão em condições de facilitar a
manobra.
Durante
os 30 anos de existência, o MST deu sobejas provas de capacidade de mobilização
de massas populares específicas (povo, políticos, mídia desinformada e ONG) e de
recursos financeiros e meios de logística de transporte e abastecimento
(especialmente de água e alimentação) e capacidade de operar em longas
distâncias.
Em
2005, curiosamente durante o desenrolar no Congresso do caso "mensalão", o MST
executou espetacular manobra estratégica ao colocar em Brasília mais de 50 mil
pessoas, vindas de todas as partes do Brasil, inclusive Sul e Sudeste, em
notável demonstração de força. Para comparação, a primeira leva de invasão da
França, em 06 de julho de 1944, o famoso Dia D, na II GM, desembarcou 100 mil
homens, com imenso esforço.
Durante
uma semana, eu pude ver isso, o MST transportou, alimentou, acampou (junto ao
Estádio Mané Garrincha), deu banho, uniformizou e, em perfeita ordem, promoveu
ameaçadores desfiles diários em torno da Praça dos 3 Poderes, com formações de
dar inveja às falanges romanas, aos camisas pardas de Hitler e aos desfiles do
exército soviético na praça Vermelha de Moscou. Cumprida a missão, retirou-se de
forma muito mais organizada que o exército de Napoleão na Campanha de 1812 na
Rússia. Foi uma incrível demonstração de forças, repito. As distâncias são
semelhantes.
Violência
o MST tem praticado em inúmeros incidentes localizados, mas de grande
repercussão política, como o de Eldorado de Carajás, onde emboscou a tropa da
PMPA, em abril de 1996, provocando a morte de 19 sem-terras, autênticos buchas
de canhão. Fácil repetir.
De
lá para cá, só aperfeiçoou seus princípios doutrinários e aumentou as
capacitações operacionais. Formou, treinou e aperfeiçoou quadros com mercenários
das FARC e incorporou reforços de milicianos bolivarianos originários da
Venezuela, de haitianos trazidos ao Brasil sem prévia verificação de
antecedentes, de cubanos do programa governamental de intercâmbio na área de
saúde, e outros idiotas ideologizados nacionais. Ainda, infiltrou agentes em
todas as organizações e entidade de seu interesse, como já deu prova cabal de
que o fez.
Presentemente,
com o ensaiado armistício entre as FARC e o governo da Colômbia, o MST pode vir
incorporar mais guerrilheiros, desmobilizados, que dificilmente encontrarão
afazeres fora do uso ilegal de armas de guerra, como alguns o fizeram ao longo
de suas vidas naquele país. Armas de fogo, como já foi observado em alguns
episódios, existem e na hora adequada, surgirão aos borbotões em mãos treinadas
de seus integrantes.
Isso
aconteceu diante dos olhos da sociedade inerte e com o beneplácito e a
conivência de governantes.
É
factível considerar que o MST pode comprometer, na oportunidade politíco-
estratégica selecionada, a ordem e a segurança públicas, com objetivo pré-
estabelecido, uma vez que detém a inciativa estratégica, perdida pelas forças da
lei , há muito tempo. Tem condições de bloquear vias de transportes em âmbito
nacional, ocupar usinas geradoras de energia e fontes de abastecimento de
gêneros, invadir propriedades rurais e urbanas, órgãos de governo e privados de
interesses, tomar de assalto o Congresso Nacional e Câmaras Legislativas
estaduais além de sedes de Executivo e outros pontos sensíveis de caráter
estratégicos, imobilizando consideráveis efetivos das forças policiais e
militares.
O
desabastecimento de alimentos, combustíveis, água e medicamentos será
recorrente.
O caos
estará implantado.
As
forças da lei e ordem terão que ser empregadas na totalidade de seus efetivos. À
exceção das tropas das três Forças Armadas, preparadas para operações de longa
duração, as polícias estaduais sucumbirão em cerca de setenta e duas horas. Tal
fato já se verificou nos idos dos anos 1980, em São Paulo, e 1990 no Rio
Janeiro.
A
Polícia Rodoviária Federal, caracteristicamente desdobrada na malha rodoviária
federal não será suficiente para bloquear todas as "brigadas" em deslocamento
para seus pontos de ação estratégica.
Mesmo
que todo o aparato de segurança descrito possa ser mobilizado, só poderá fazer
uso legal de armas de menor poder letal (comumente denominadas de "armas não
letais"). Afinal, será que algum comandante estará disposto a promover o emprego
da violência necessária, em critério altamente subjetivo, mesmo que em defesa da
lei e da ordem, e sofrer penalidades aquelas dos policiais de Eldorado dos
Carajás ou do episódio do complexo penitenciário do Carandiru, em São
Paulo?
É,
parece que Luís Inácio sabe do que fala.
Evidentemente
que não sou ingênuo para imaginar que o MST devota apoio e fé incondicionais ao
Luís Inácio, mas o momento conjuntural particularmente crítico ora instalado no
país, faz pensar em aliança política para ao atendimento aos objetivos
comuns.
O dia
15 de março pode ser mais um marco de mudanças democráticas promovidas pelo povo
no país.
É
preciso retomar a inciativa.
Marco
Antonio dos Santos*
Empresário
e professor
Coronel
da Reserva do EB.
"Aos amigos tudo; aos indiferentes a lei e aos inimigos a morte."
lema dos petralhas.
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