sábado, 18 de novembro de 2017

CONCLUÍDO O CURSO DE ORATÓRIA DO SENAC.

          Encerrado na noite de ontem no SENAC de Varginha, o curso de Oratória, A arte de falar em público" . Foi a primeira turma do Professor Carlos Roberto Faustino, que durante três semanas nos passou as técnicas de falar em público. Trata-se de um curso que não tem muita procura pelos mais variados motivos, mas que é de suma importância para os que querem se comunicar melhor, seja no seu trabalho, nas relação com cliente, e até mesmo em sua casa. Afinal de conta, temos que pensar em quem vai nos ouvir. 

          Todos fomos unânimes em afirmar em nossos depoimentos, o quanto pudemos aprender a nos comunicar melhor. São detalhes, que fazem toda a diferença. A respiração, a postura de voz, o olhar, a organização da fala. Foi impressionante a nossa mudança desde a primeira fala até a última. 

          Tivemos oportunidade de nos dirigirmos à dezenas de alunos de vários cursos, o que foi uma experiência excepcional, quando pudemos dominar nossas emoções e falarmos com muita tranquilidade. Cada um pode usar o tema que quisesse e assim sendo, tivemos a fala sobre: Comunicação, Economia Doméstica, Direitos Previdenciários, Neurolinguística, Medo de Falar em Público, e eu não perdi a oportunidade de falar sobre o Sul de Minas que e outras palavras é A Nossa Campanha. Tive o cuidado de escrever a minha fala, mas motivado pela colega Mariana, acabei por falar quase tudo sem ter que me recorrer ao texto, o que de deixou bem mais a vontade. E para quem não me ouviu vai logo abaixo o texto que preparei.


O SUL DE MINAS OU SEJA, A GRANDE CAMPANHA.

               É uma grata satisfação esta oportunidade de me dirigir a vocês para apresentar um tema que julgo de grande importância e que possivelmente a maioria não tenha conhecimento.

               Não se preocupem com o tempo porque até as 22 horas todos estarão liberados.

               Meu nome é José Milton, natural da cidade da Campanha, fotógrafo em processo de desaceleração, ainda trabalhando enquanto Deus me permitir porque não quero ficar velho. Idoso, sim. Mas, velho não. E hoje dedico boa parte de meu tempo  pesquisando a história do Sul de Minas, especialmente a da Campanha.


               Se eu disser para você que: Todos vocês sul mineiros também podem se considerar campanhense, vocês acreditam?

Pois podem acreditar, porque são.


               Outra pergunta, tem como  gostarmos de um lugar, de uma coisa, de alguém, sem conhecer?


               Foi por isso que resolvi trazer a vocês este tema, ainda que rapidamente para que saibam da nossa origem.


               A cidade da Campanha foi descoberta no século XVIII exatamente no dia 02 de outubro de 1737, por Cipriano José da Rocha. Naquela época já tinha uma população de aproximadamente 10 mil pessoas sendo sete mil escravos. Da margem esquerda do Rio Grande, até da margem direita do rio Pardo na cidade de Mococa, Franca, rumo hoje a São Paulo, a região de  Extrema, Jacutinga, O alto da Mantiqueira, tudo isso era o município da Campanha. Havia núcleos de pequenas comunidades que com o passar dos anos foram se emancipando. São consideradas filhas da Campanha as cidades de: Jacuí, Pouso Alegre, Itajubá, São Gonçalo do Sapucaí, Baependi, Lambari, Três Corações e Monsenhor Paulo. As demais, que são mais de 150 cidades, já são netas, bisnetas e por ai vai. 

               Falar que somos um povo bom, simples, hospitaleiro, é como chover no molhado. Estas são as características do povo brasileiro. Mas o povo mineiro, especialmente o sul mineiro tem um algo a mais, um jeitinho todo especial para acolher. Um cadim de proza, um cafezim.

Estou exagerando? Creio que não. Vocês mesmo já devem ter ouvido isso de outras pessoas que nos visitam.


               E por que é que somos assim?

               Passada a fase da exploração do ouro, a prioridade foi à exploração da nossa cultura, da nossa educação e isso fez toda a diferença, porque a CULTURA É A ALMA E A HONRA DA NOSSA GENTE. Ainda bem que os governantes daquela época tiveram esta grande sacada, pois a matéria pode ser roubada, já o conhecimento, ninguém tira de você. Tivemos o Colégio dos Jesuítas, Colégio Sion das irmãs francesas, o Ginásio São João dos Irmãos Canadenses e muitos outros. Infelizmente os governantes de hoje, não tem esta visão. Eles querem que sejamos um povo de pouca formação, sem opinião, para sermos manipulados.


               Especialmente nos séculos XIX e XX foram muitos os campanhenses que se destacaram a nível nacional e até internacional. Vou citar aqui apenas alguns, que nos enchem de orgulho.


Cônego José de Souza Lima que em 1810 plantou uvas e ja em 1820 foi o primeiro produtor de vinho do Brasil. Era um produto tão bom, que na virada do século em 1899 na Feira mundial de Paris, outro campanhense Adolpho Lion Teixeira ganhou a medalha de ouro de melhor vinho do mundo, concorrendo com vinhos europeus.


Padre José Bento, mais conhecido como Senador José Bento, foi um dos políticos mais influente e respeitado no congresso brasileiro, por suas ideias sempre claras e coerentes.


Padre Victor de Três Pontas nasceu na fazenda da Conquista em Campanha e mesmo tendo nascido em plena escravidão nunca foi escravo, estudou, se formou padre, ficou um ano em Campanha e foi nomeado vigário de Três Pontas, onde teve uma importância tão grande, que hoje está prestes a ser santificado.


Vital Brasil Mineiro da Campanha foi um cientista dos mais notáveis a nível mundial. Foi o descobridor do Soro antiofídico e outros soros contra picadas de animais peçonhentos.


Maria Martins, até hoje, 44 anos após a sua morte ainda é considerada a maior escultora surrealista do mundo.

José Pedro Xavier da Veiga, o precursor da imprensa mineira. Mudou para a capital levando seus conhecimentos adquiridos na imprensa campanhense, que era uma imprensa de ponta a nível nacional, formadora de opinião e muito respeitada.


Bernardo Saturnino da Veiga, escritor, criador da Enciclopédia Popular Campanhense, tendo ele escrito, datilografado, diagramado e imprimido na gráfica da família em Campanha um livro que, guardando as devidas proporções, era o Google da época. Foi o primeiro recurso de pesquisa daquele tempo.


Os irmãos Lobo Leite Pereira o médico Joaquim, o engenheiro Francisco, os advogados Fernando e Américo que foram também senadores, Ministros da Justiça, das Relações Exteriores e do Supremo Tribunal de Justiça, dentre outros cargos.


O jurista Alfredo de Vilhena Valladão, ministro do STJ.


Álvaro Gomes da Rocha Azevedo, jurista, vereador e prefeito de São Paulo, homenageado com seu nome numa das principais avenidas de SP. Assim como Vital Brazil.


Francisco de Paula Ferreira de Rezende, jurista, Ministro do Supremo Tribunal Federal e Vice-governador de MG.


Gaspar José Ferreira Lopes, médico que dedicou boa parte de sua vida à cidade de Alfenas, onde foi de tudo.


Jarbas Bela Karman, o engenheiro e arquiteto fundador o Instituto de Pesquisa Hospitalar, o primeiro do gênero no Brasil.


Dr. Sérgio de Almeida Oliveira, considerado hoje a maior autoridade brasileira de cardiologia.


O Sangonçalense Fernando de Azevedo estudou em Campanha com os padres Jesuítas. Indo para São Paulo ele criou nada mais nada menos que a USP.


A Sanjuanense Francisca Senhorinha da Motta Diniz em Campanha encontrou clima para escrever o jornal O SEXO FEMININO por dois anos.


O cantagalense Euclides da Cunha residiu em Campanha por um bom tempo, La ele teve seu primeiro filho Euclides que foi batizado em Campanha e começou a escrever o livro “Os Sertões”.


O Caldense Pastor Eduardo Carlos Pereira que era um educador, escritor autor de vários livros didáticos que foram usados em todas as escolas.


O jornalista, escritor, professor, Padre Antônio Godinho que nasceu em Carmo da Cachoeira e ao lado de Dom Inocêncio Enguelke escreveu o primeiro manifesto para a criação da Reforma Agrária, na década de 30.

Eu poderia ficar aqui citando muitos outros grandes exemplos, mas não quero ficar cansativo e ou concluir a minha fala.
Por que estou dizendo tudo isto?
Por vaidade? Por bairrismo porque sou de um lugar importante? Não. Todos nós sul-mineiros somos conterrâneos destas grandes figuras, o que mostra o alto nível do Sul de Minas. Na sua cidade deve ter pessoas geniais que fazem a diferença. E agora conhecendo a nossa história, temos mais motivação para seguir os passos destes nossos heróis e termos mais orgulho de onde nascemos. Creiam, orgulhem-se de sua cidade natal, pois ela esta num dos melhores lugares do mundo e lembrem-se de que 
A CULTURA É A ALMA E A HONRA DE UM POVO.

Grato pela atenção de todos e até uma próxima.

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