quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O PREÇO A SER PAGO.

O preço a ser pago

Galeno Amorim
Escrevo este post enquanto cruzo os céus rumo ao Recife. Lá, no sabadão que precede o Dia Nacional da Leitura, celebrado no dia 12 (não por acaso o Dia da Criança), vou tratar de um dos meus temas prediletos. Vou falar, na Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, sobre como pequenas e singelas histórias de gente que lê (e transforma-se, a princípio, a si própria) andam mudando o mundo, a começar pelo próprio entorno social.
Pernambuco é pródigo em boas histórias. Vem dali, por exemplo, a da menina que rodou o mundo por ter salvo de uma enchente os poucos livros de que dispunha em sua casa simples, não muito longe da capital. Entre suas bonecas e os seus livros - tinha que fazer sua escolha! - ela ficou com os últimos.
Mas o que me leva escrever esse post é outra coisa. Ele é sobre o papel das feiras de livros e das festas literárias no desenvolvimento da leitura em países como o nosso, que tanto precisa amassar o barro se quiser mesmo vir a ser, um dia, uma nação de leitores. De cidadãos leitores.
Esses eventos, em primeiro lugar, chamam a atenção das pessoas sobre a importância da leitura na sociedade. Por dias seguidos, jornais e TVs falam sobre isso, cavucam belas histórias de superação pelos livros, cobram políticas públicas eficazes.
Em muitos lugares - Passo Fundo, Ribeirão Preto e tantos outros por aí - as escolas leem as obras antes e crianças e jovens travam, mais tarde, quando os eventos acontecem, deliciosos téte-a-tétes com seus autores preferidos. Estes, por sua vez, recuperam a confiança perdida e voltam a acreditar que este país tem jeito, sim, e que essa virada passa, necessariamente, pela educação e pela leitura.
Este post trata, portanto, da dedicação de professores, bibliotecários e outros agentes de leitura que aproveitam esses dias de feira como poderosa arma para despertar o gosto pelos livros e eventos literários. Mas não só. Trata também de editores, livreiros e pequenos distribuidores que, sabedores disso, se preparam como podem, e investem o que têm e o que não têm, e se fazem presentes, seja lá onde for, de Santa Maria (RS) a Belém, para expor e oferecer livros à mão cheia, a fim de fazer, como profetizou o poeta Castro Alves, o povo pensar.
Mas, sobretudo, promotores e organizadores de feiras, bienais, festivais e jornadas, país afora, que não deixam a peteca cair. Em tempos de crise, sempre se corta o cafezinho, a comunicação e a cultura. Esses homens e mulheres valentes, brigões mesmo, doidos varridos, não se deixam vencer. Alguns caem pelo caminho, é verdade. Mas outros chegam e pegam a bandeira.
Construir um país civilizado - portanto, justo e humano - tem o seu preço.

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