Nesta semana, tivemos a grande oportunidade de receber no
Escola Estadual Vital Brasil, o nosso conterrâneo e amigo da cidade o pedagogo
e pesquisador da USP Giovanni Ferreira Eldasi, que tratou do atendimento de
alunos com altas habilidades e superdotação nas escolas, segundo as políticas
oficiais do Ministério da Educação.
Em sua apresentação, Giovanni, que teve atendimento na USP
por ter superdotação, nos mostrou
tudo o que passou e por onde passou para chegar onde chegou. Houve muita dificuldade
no caminho, porque a maioria dos professores não estão preparados para lidar
com este tipo de aluno, apesar de ser política oficial do governo. Giovanni
descreveu ainda como contribuiu com algumas leis nesta área, como a lei
15.919/2013 do Município de São Paulo, a Resolução SE Nº 81/2012, que trata do
atendimento de superdotados em todo o Estado de São Paulo, e, por fim, a Lei
Federal Nº 12.796/2013, que o
campanhense contribuiu junto ao Senado Federal a convite do Senador Cristovam
Buarque.
Na presença de mais de cem professores, pais e alunos o
Professor Giovanni nos falou das reais características de alunos de altas
habilidades, também conhecidos como superdotados.
Foram muito esclarecedoras suas sábias e bem colocadas
palavras a respeito deste assunto. Ele deixou bem claro que estes alunos nem
sempre tiram 10 em tudo. Muitos são bons apenas em determinadas áreas, onde
dominam bem, no mais, são tão limitados quanto qualquer outro. Também mostrou que hoje não é o Q.I, o Quociente de
Inteligência, o fator para a identificação da superdotação, mas o chamado
“Modelo de Renzulli”.
Mostrou a nota técnica do Ministério de Educação que não só
dispensa a existência de laudos clínicos de psicólogos, psiquiatras ou outros
profissionais para o atendimento de superdotados, mas ainda, que tal exigência,
segundo o MEC, muitas vezes é uma estratégia de criminosa discriminação e
cerceamento de direitos realizada por educadores e escolas que não aceitam as
altas habilidades. E mostrou como esses alunos são vítimas de ódios,
humilhações e discriminação por parte de professores que ideologicamente não
aceitam a sua identidade e condição.
No sistema educacional brasileiro, na maioria das vezes
estes alunos permanecem excluídos de um real processo educativo pelo o que é
planejado para a escola que não é inclusiva.
Depois de mais de duas horas de reunião, onde pudemos notar
nos semblantes dos presentes, a atenção e o interesse no que estava sendo
ministrado, chegamos ao final, com um café oferecido pela escola.
Certamente todos saíram mais enriquecidos com tantas
informações importantes que, agora só precisam serem colocadas em prática o
mais rápido possível. Que cada um agora tenha atitude e ajude a mudar a nossa
educação e torna-la cada vez mais inclusiva a todos.
Obrigada, José Milton. Assunto importantíssimo!
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